quarta-feira, 5 de junho de 2019

FORD vs FERRARI

Foto: Motor 1
Justamente na semana das 24 Horas de Le Mans foi divulgado o trailer de um filme que vai tratar deste assunto. É o "Ford vs Ferrari", que deve chegar aos cinemas no dia 15 de novembro, o feriado da Proclamação da República e também sexta-feira de treinos livres no Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1.

Mais especificamente, o filme vai tratar da rivalidade entre a montadora americana e italiana e as 24 Horas de Le Mans de 1966, já eternizada na película estrelada por Steve MacQueen. Em dificuldades financeiras, a Ferrari entrou em negociações para ser comprada pela Ford, que desejava entrar no mundo das competições automobilísticas. No final, Enzo Ferrari desfez o acordo porque ainda queria mandar nas equipes de competições, o que deixou Henry Ford II puto da cara e, querendo sucesso e vingança de Enzo, prometeu entrar nas 24 Horas e pediu para seus técnicos construírem um carro capaz de vencer os italianos nas 24 Horas de Le Mans, onde eram os atuais heptacampeões consecutivos.

Os dois grandes personagens retratados pelo filme nessa empreitada dos americanos foram o designer automotivo Carroll Shelby (interpretado por Matt Damon) e o piloto inglês Ken Miles (interpretado por Christian Slater). Os dois atores estiveram, inclusive, na prova da Indy 500, para dar mais publicidade para o filme. Bem, para quem não quer ler o resto da história real, é melhor assistir o trailer e parar por aqui. O resto, venha comigo!


Foto: Experience Days
O acordo foi desfeito porque a Ford não queria que a Ferrari competisse nas 500 Milhas de Indianápolis porque a Ford colocava motores nos carros e não queria a competição dos italianos. Depois do acordo ser rompido unilateralmente após a Ford perder milhões de dólares nas negociações e de ativos da fábrica da Ferrari, Henry Ford II ordenou a construção de um carro para bater os italianos na prova francesa.

Então, a Ford passou a negociar com outras três montadores: a Lola, a Lotus e a Cooper. A primeira nunca teve experiência em corridas de longa duração e estava em decadência na F1. A segunda, apesar da parceria na Indy, os americanos duvidaram da capacidade dos ingleses de resolver essa questão. Colin Chapman pediu um alto preço e não abriu mão do carro se chamar Lotus Ford. Nada feito.

O acordo foi feito com a Lola porque eles já tinham usado o motor Ford V8 no Lola Mk6 que fez uma grande performance em Le Mans em 1963, apesar de não ter concluído a prova. O dono, Eric Broadley, colaborou com a Ford por um ano. Os americanos investiram pesado na contratação de profissionais e, depois de muitos testes, o Ford GT40 ficou pronto em 1964.

O 40 de seu nome era uma referência a altura do modelo em polegadas, ou 1,02 m. Seu motor era um V8 de 4,7l e ficava na posição central-traseira. Com 309 cv de potência, sua velocidade máxima ficava próxima aos 320 km/h.

O Protótipo do Ford GT40. Foto: Reprodução
A primeira participação em corridas foi em 1964, nos 1000 km de Nurburgring. Depois de ficar boa parte da prova em segundo, o carro teve um problema na suspensão e teve que abandonar. Três semanas depois, três carros estrearam em Le Mans. Apesar de um deles liderar da segunda volta até o pitstop, os três carros não completaram a prova. Depois de outra decepção em uma corrida em Nassau, o projeto finalmente passou a ser coordenado por Carroll Shelby.

Em 1965, os resultados melhoraram. Com Ken Miles e Bruce McLaren, venceram as 24 Horas de Daytona e ficaram em segundo lugar nas 12 Horas de Sebring. No entanto, o resto do ano foi decepcionante.

No carro daquela temporada, houve uma mudança importante: a Mark I A trocava o motor por um de 4,7l emprestado do Shelby Cobra. Já o Mark II tinha um imenso propulsor de 7,0l de 485 cv. Apesar das novidades, novas quebras impediram o primeiro triunfo do esportivo em Le Mans.

No entanto, em 1966 as coisas encaixaram de vez: Tanto em Sebring, Daytona e Le Mans, a Ford fez 1-2-3! Pela primeira vez na história um carro de uma montadora americana vencia na prova francesa, colocando fim a dinastia ferrarista. 

A dupla formada por Bruce McLaren e Chris Amon venceu, seguida pela dupla Ken Miles/Denny Hulme e Ronnie Buckmun/Dick Hutcherson. No entanto, uma polêmica se instaurou: a disputa pela vitória. Para evitar um acidente que poderia colocar tudo a perder, a Ford decidiu que os três carros chegariam juntos.

No entanto, na última volta, a direção de prova disse se isso fosse feito o carro que largasse a frente seria declarado vencedor (Amon/McLaren, que largou apenas 18 metros a frente de Miles/Hulme). A Ford ficou em situação difícil: recompensar o britânico, piloto excepcional que esteve muito mais envolvido no projeto do que McLaren e Amon mas era muito difícil de se trabalhar, ou então privilegiar aqueles que não "abraçaram tanto a causa" mas eram mais tranquilos no trato. 

O que era pra ser uma chegada dos três carros juntos virou apenas dois, pois Miles ficou revoltado com a decisão da Ford e tirou o pé, ficando pra trás. Dois meses depois, o britânico morreu em um acidente durante um teste com o J-Car, que depois virou o Mk IV, em Riverdale.

Foto: The Drive





Bruce, Henry Ford II e Chris Amon: vingança completada! Foto: MotorSport
A Ford sagrou-se tetracampeã consecutiva das 24 Horas de Le Mans com o modelo GT40. Nos anos seguintes, as duplas vencedoras foram Dan Gurney/ A.J.Foyt, Pedro Rodríguez/Lucien Bianchi e Jacky Ickx/Jackie Oliver.

Um dos capítulos mais marcantes da indústria automobilística e do esporte a motor vai ser devidamente recontada para nós, a geração mais jovem que não sabe muito sobre. Muito legal ver outro grande filme sobre automobilismo sendo lançado para a grande massa, e mais feliz ainda foi a divulgação do trailer justamente nesta semana das 24 Horas de Le Mans. E esta foi a história do Ford GT40, um dos carros mais marcantes da história.

Até!

quarta-feira, 29 de maio de 2019

NEBULOSO

Foto: Getty Images
O ano da Ferrari já está perdido e pode ficar ainda pior se não vencer na temporada.

Com "favoritismo" depois dos testes de pré-temporada, o que se viu até aqui do SF70H foi um fracasso absoluto em todos os aspectos, sendo escanteado até por Max Verstappen em vários momentos da temporada.

A exceção foi no Bahrein, quando Leclerc correspondeu, mas daí o motor abriu o bico no terço final de prova e comprometeu a única chance de vitória até aqui dos italianos no ano.

O foco deste texto é a relação entre Charles Leclerc e Ferrari. O monegasco só está aí porque foi honrado o compromisso do falecido Marchionne, embora a maioria fosse favorável a mais uma renovação de Kimi Raikkonen. Aí mora o problema. Uma chegada sem a total aceitação da equipe.

Já na Austrália, Leclerc encostava em Vettel e queria passar, a equipe não deixou. Na Espanha, a Ferrari bateu cabeça entre os dois pilotos e prejudicou os dois. No Azerbaijão, Leclerc quis correr mais que o carro e bateu.

Neste final de semana, a equipe simplesmente não o devolveu pra pista para melhorar o tempo, sabendo que a pista de Monte Carlos emborracha rapidamente conforme os carros andam. Vettel só saiu porque estava ficando fora e foi justamente ele quem tirou Leclerc dos 15, o que deixou o monegasco mais uma vez puto com a equipe.

Na corrida, resolveu ser showman. Passou lindamente Norris, mas na tentativa de repetir a dose com Hulkenberg, acabou danificando o carro e abandonado.

Leclerc tem estofo para bater de frente com Vettel e a Ferrari, equipe que historicamente sempre teve um piloto 1A e um piloto 1B? Não. Tem desempenho pra isso? Até tem, mas a verdade também é que está errando demais para um piloto Ferrari.

Marchionne, querendo mudanças, talvez tenha feito Leclerc dar um passo além? Acredito que não, tanto que o monegasco fez a pole logo na segunda corrida. O que estranha é essa relação onde Leclerc parece ser a vítima perante ao mundo da F1, ávido por um novo protagonista e alguém que desbanque de vez Hamilton e as Mercedes, mas parece que ele não está pronto para esse papel.

O lado bom é que a temporada da Ferrari já está perdida, ou seja: Leclerc tem carta branca pra arriscar e errar o quanto quiser que isso não irá infuenciar em nada. Talvez a temporada seja para amadurecimento e aprendizado para aí sim, quando tiver carro e uma equipe menos amadora nas escolhas, seja mais cerebral e verdadeiramente um "piloto Ferrari".

No mais, o presente e futuro de Ferrari, Vettel e Leclerc são bem nebulosos...

Até!

segunda-feira, 27 de maio de 2019

MERECIMENTO

Foto: Time Magazine
Simon Pagenaud largou na pole, liderou a maior parte das 200 voltas e venceu pela primeira vez a Indy 500, quebrando um jejum de 99 anos (!) sem vitórias da França no Brickyard.

Isso não quer dizer que foi uma vitória necessariamente fácil, muito pelo contrário, ao menos nas últimas 10 voltas.

O francês liderou a corrida quase de ponta a ponta, sendo ameaçado por Newgarden e Ed Carpenter. Vindo de trás, Alexander Rossi foi o grande nome da corrida. Endiabrado e ousado, foi pra cima agressivamente e estava perseguindo a liderança até que um problema na bomba de combustível no terceiro pit o fez cair pra sexto. Sorte e azar ao mesmo tempo, porque o incidente se deu durante uma bandeira amarela.

A corrida não teve tantos acidentes na pista. Logo no início, uma amarela para o estreante Colton Herta, que abandonou com problemas. Depois, o herói Kyle Kaiser foi o primeiro a encontrar o muro.

Os pits é que tiveram mais problemas. Hélio Castroneves acertou a traseira de James Davison e teve a corrida comprometida desde aí. Na outra parada, Jordan King acertou o pneu separado pela equipe para a troca na perna do mecânico. Will Power e Takuma Sato tiveram problemas, além de Rossi. Marcus Ericsson conseguiu a proeza de bater após a desaceleração e a entrada nos pits.

Um mini big one foi instaurado faltando 30 voltas. Sebastien Bourdais fechou Graham Rahal até a grama, os dois se tocaram e causaram um efeito dominó com outros cinco carros que rodaram e bateram. Bandeira vermelha pra retirar os destroços dos carros e limpar a pista.

Nesse meio tempo, Power e Sato ressurgiram das cinzas para ficar entre os dez primeiros, assim como Ryan Hunter-Reay e Tony Kanaan, apagadíssimos no terceiro pelotão.

Apesar dos carros retornarem a pista, o Pace Car andou mais algum tempo. Faltando 11 voltas, a relargada e o ritmo insano da corrida. Rossi e Pagenaud brigando metro a metro pela vitória. Na antepenenúltima volta, Rossi assumiu a liderança. Na penúltima, Pagenaud deu o troco pra não perder mais. Faltou potência para um revoltado Rossi, chateado com sua grande atuação não ter sido recompensada com a segunda vitória em Indianápolis.

Sato veio do nada, passou Newgarden e Carpenter e conseguiu um improvável terceiro lugar. Newgarden, que liderou algumas voltas, se contentou com o quarto lugar. Will Power fez uma prova de recuperação e ficou em quinto. Faltou força para Ed Carpenter na reta final, o que culminou com o sexto lugar.

Tony Kanaan foi o nono, Matheus Leist o 15° e Hélio Castroneves o 18°. Não foi das melhores corridas da história das 500 Milhas, mas as 11 voltas finais valeram a pena. Ao menos foi melhor que o ano passado. O novo kit não parece ser bom e isso é preocupante.

A corrida não coroou o melhor piloto da tarde, mas premiou aquele que mais mereceu, desde os treinos e que liderou a maior parte da corrida. Roger Penske conquista a 18a vitória. Newgarden mantém a liderança no campeonato, seguido por Scott Dixon, Rossi, Sato, Power e o vencedor Pagenaud. Leist é 18° e Tony Kanaan o 19°.

Até!

MERGULHANDO PARA O HEXA

Foto: Getty Images
Razoavelmente dá pra dizer que tivemos alguma competição pela vitória neste GP de Mônaco. O resto eu não sei, afinal dormi umas 30 voltas.

Hamilton segurou Verstappen por mais de 40 voltas e em boa parte dizia não ter pneu. Uma vitória "heroica", com o espírito de Niki Lauda, que observava a todos lá do céu. Heroico mesmo é pontuar com a cadeira elétrica da Marussia.

Voltando pro Lauda, foi muito legal a homenagem da Mercedes com o detalhe vermelho no Halo e os bonés para o grid. Hamilton com o capacete vermelho me fez mais lembrar Schumacher do que o austríaco, diferentemente de Vettel. Os dois cascos são bonitos.

Verstappen ganhou a posição nos boxes,mas uma saída perigosa feita pela Red Bull o fez ter cinco segundos de punição. Apertou Hamilton a corrida toda e só nas últimas voltas o "instinto Max" aflorou e tentou uma manobra desesperada, que na verdade só faria Hamilton perder algo. Afinal, com a punição, dificilmente levaria a prova. Essa soma de tempo é ridícula. Bom mesmo era o stop and go. Imagina vencer e não levar?

Discretíssimo, o que é uma boa notícia, Vettel mal apareceu e ganhou um segundo lugar dos céus, com Bottas em terceiro. É inacreditável que a diferença entre Verstappen e Gasly seja apenas de uma posição.

Foto: Getty Images
Carlos Sainz segue evoluindo com a McLaren. O outrora superestimado espanhol de novo colocou Lando Norris no bolso para conseguir uma boa posição com a equipe, combalida moralmente com o fracasso no projeto Indy. Consistentes durante todo o final de semana, a dupla da Toro Rosso foi recompensada com sete pontos. Kvyat mais uma vez conquista um grande resultado por lá. Nada mal a estreia de Albon no principado.

Ricciardo salvou mais um problemático final de semana da Renault e foi o nono, com Romain Grosjean em décimo. A Alfa Romeo fechou o grid e Giovinazzi conseguiu a proeza de ficar atrás de Kubica. É o novo Vandoorne mesmo, não tem jeito.

Charles Leclerc tentou alegrar o domingo de quem acorda cedo para assistir uma procissão que não é uma missa mas pecou por forçar demais. Fez uma ultrapassagem, na outra danificou o carro e abandonou mais um final de semana caótico onde foi mal tratado pela Ferrari, logo em casa...

Hamilton chega a quatro vitórias em seis corridas e 17 pontos de vantagem. Bottas pode ser combativo, ter evoluído e tudo mais, mas fica claro que a questão é quando Hamilton será hexa e quando ele irá igualar o recorde de vitórias de Schumacher.

Confira a classificação final do GP de Mônaco:


Amanhã sai o texto da Indy. Até!

sexta-feira, 24 de maio de 2019

VAI TER COMPETIÇÃO?

Foto: Getty Images
Nunca se deve responder a pergunta logo de cara, mas não, não teremos competição.

Nesta temporada, a Mercedes parece ter resolvido o seu calcanhar de aquiles, que são as curvas de baixa. Na Espanha foi um passeio, e agora em Mônaco as perspectivas são as melhores. O resultado? A dupla foi a mais veloz nos dois treinos livres.

A Red Bull é a única que pode talvez incomodar, mas o treino de hoje certamente deve ter sido bem desanimante. O problema é que, em Mônaco, Max bateu todos os anos e, considerando que a Red Bull hoje é um carro só (apesar de Gasly estar lentamente evoluindo), isso é um risco muito grande.

A Ferrari está fora de qualquer disputa. O carro é um fracasso. Será que vai dar tempo de fazer alguma versão B mesmo sem os treinos de antigamente? Vettel e Leclerc devem brigar novamente pelo quarto e quinto lugares, sempre considerando que Gasly é cadeira cativa em sexto e não deve passar disso. Será?

O que fica de positivo para a Ferrari é o lindo capacete de Vettel em homenagem a Niki Lauda. Bem que esse poderia ser fixo, hein?

Foto: Getty Images

Foto: Getty Images
Outros destaques: o ótimo treino de Alexander Albon e finalmente Giovinazzi reagindo na Alfa Romeo. Será fogo de palha para ambos? Por outro lado, a McLaren pode enfrentar um pouco mais de dificuldades, assim como a Haas. Racing Point e Renault fora da parada. Stroll levando mais de 1 segundo do resto do pelotão. Williams segue sua triste sina. O mais engraçado que li durante a semana é que Mônaco não teria como "mostrar os avanços aerodinâmicos" da equipe. Que avanços?

Resta torcer que o imponderável do Principado nos ajude a ficar acordado antes da Indy. Do contrário, ao menos vamos ganhar umas boas horas de sono antes do que realmente importa.

Confira a classificação dos treinos livres para o GP de Mônaco:




quinta-feira, 23 de maio de 2019

GP DE MÔNACO - Programação

O Grande Prêmio de Mônaco é um dos GPs mais conhecidos do automobilismo, juntamente com as 500 milhas de Indianopólis e as 24 horas de Le Mans. É um circuito de rua de Monte Carlo, com 3340 metros de extensão e que exige  muita precisão, devido a uma grande quantidade de curvas e a estreita largura das ruas que formam o percurso.

Passou a integrar o calendário da Fórmula 1 em 1955.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Max Verstappen - 1:14.260 (Red Bull, 2018)
Pole Position: Daniel Ricciardo - 1:10.810 (Red Bull, 2018)
Último vencedor: Daniel Ricciardo (Red Bull)
Maior vencedor: Ayrton Senna - 6x (1987, 1989, 1990, 1991, 1992 e 1993)

VERSTAPPEN SE DIZ SURPRESO COM O 3° LUGAR NA TABELA ATÉ AQUI

Foto: BeIn Sports
Dois pódios e todas as corridas entre os quatro primeiros. Este é Max Verstappen, atual terceiro colocado no Mundial de F1, a frente das duas Ferrari, outrora consideradas favoritas ao título no início do ano. Tudo isso surpreende o jovem holandês.

“Estamos satisfeitos com nossos resultados até aqui, por completo”, disse Verstappen, questionado pelo site americano Motorsport.com duraante evento em Zandvoort. “É o máximo que podemos alcançar. Somamos o máximo de pontos que poderíamos somar em cada fim de semana e estamos em terceiro no Mundial [de Pilotos], na frente da dupla da Ferrari, onde nós não costumamos estar”, apontou.

Apesar da classificação inicial, Max acredita que a Red Bull ainda é a terceira força do campeonato e que deve ser naturalmente ultrapassada pela Ferrari nas próximas corridas.

“Resumindo todas as corridas, nós fomos a terceira melhor equipe. Espero que a gente consiga melhorar isso para virar a segunda. Como equipe, você sempre quer mais. Mesmo assim, se você puder falar para si mesmo que maximizou os resultados, você precisa ficar satisfeito”, encerrou.


É o melhor início de temporada de Max Verstappen na F1. Se não teve um desempenho brilhante, foi regular e aproveitou todas as oportunidades. O talento e o arrojo estão lá. O amadurecimento parece estar vindo. Aproveitando as oportunidades, Max está tirando tudo e mais um pouco da Red Bull e é exatamente o que se espera de um líder de equipe e potencial campeão mundial. Ainda é cedo para afirmar, mas é possível colocar o braço a torcer e dizer finalmente que Max amadureceu.

HOMENAGENS PARA LAUDA

Foto: Getty Images
Este espaço é para algumas repercussões do mundo do esporte a motor sobre o falecimento de Niki Lauda, na última segunda-feira (20). Vamos a algumas delas:

- Nico Rosberg: “Caro Niki. Obrigado por tudo que fez por mim. Aprendi muito com você. Sua paixão, seu espírito de luta, de nunca desistir, a sua crença que sempre terá uma segunda vez na vida, e a sua paciência com nós novatos. Eu e todos os seus 100 milhões de fãs ao redor do mundo, que também foram inspirados a nunca desistir nos momentos mais difíceis, estão pensando em você e sua família, e desejam que você descanse em paz”.

- Ferrari: “Hoje é um dia triste para a F1. A grande família Ferrari soube, com profunda tristeza, da morte do nosso amigo Niki Lauda, tricampeão mundial, duas vezes com a Scuderia. Você vai permanecer para sempre em nossos corações e nos dos tifosi”, escreveu a Ferrari nas redes sociais.

“Todos na Ferrari estão profundamente tristes com a notícia da morte do nosso querido amigo Niki Lauda. Nossas sinceras condolências vão todas para sua família e amigos”.

"Acho que graças a sua bravura e seu carisma indiscutível, ele ajudou esse esporte a ser conhecido e amado no mundo. Tenho lembranças dele dizendo que minha abordagem suíça era exatamente o necessário para trazer ordem para a italiana Ferrari. Isso era o Niki, direto, mesmo sem concordar com ele o tempo inteiro, você não poderia deixar de gostar dele" - Mattia Binotto, chefe da Ferrari

"É um dia muito triste pra mim. Fui sortudo de ver ele correr para os fãs da Ferrari e para a Fórmula 1. Niki nos deixa após sofrer muito, e isso é doloroso para mim. Ele ganhou muito com a Ferrari e também com outras equipes, sempre foi um amigo. Era um piloto fantástico, um homem de negócios de sucesso e uma pessoa incrível. Sentirei sua falta" - Piero Ferrari, vice-presidente.

-Bernie Ecclestone:  “Quando ele estava no hospital, uma coisa que ele queria fazer era voar novamente. E ele queria ir a algumas corridas.Niki foi uma pessoa excepcional. Depois daquele acidente, ele ter voltado, algo que ele não deveria ter feito, levando em conta o fato que ele não iria conseguir. E ele conseguiu e pilotou de novo, foi novamente campeão do mundo. Ele foi uma pessoa muito especial. Sinto muito a falta dele. Ele sabia o que falar e quando falar. Ele não se continha quando havia alguma coisa no seu caminho. Como piloto, ele foi um super piloto. Niki era daqueles caras que sempre sabiam quando estava no limite e sabia se dava para buscar um pouco mais. Ele voltava depois da classificação e dizia que havia um pouco mais a buscar. As pessoas o respeitavam e o ouviam. Mesmo na equipe, as pessoas o ouviam. Ele era uma influência constante. Ele passou por alguns momentos ruins, negócios, como qualquer um. Ele amava a F1.


-Toto Wolff: “Antes de tudo, em nome da equipe e de todos da Mercedes, quero enviar nossas sinceras condolências a Brigit, aos filhos, à sua família e aos amigos próximos. Niki sempre vai ser uma das maiores lendas do nosso esporte. Ele uniu heroísmo, humanidade e honestidade dentro e fora do cockpit. Sua morte deixa um vazio na F1. Nós perdemos não apenas um herói que encenou o retorno mais notável já visto, mas também um homem que trouxe clareza e franqueza preciosos para a F1 moderna. Ele vai fazer muita falta como nossa voz do senso comum. Como companheiro de equipe ao longo dos últimos seis anos e meio, Niki sempre foi brutalmente honesto e totalmente leal. Foi um privilégio contar com ele em nossa equipe e testemunhar o quanto significava para ele fazer parte do sucesso do time. Niki, você é simplesmente insubstituível, não haverá jamais outro alguém como você. Foi uma honra chamá-lo de nosso presidente, e foi meu privilégio chamá-lo de meu amigo."

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 112 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 105 pontos
3 - Max Verstappen (Red Bull) - 66 pontos
4 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 64 pontos
5 - Charles Leclerc (Ferrari) - 57 pontos
6 - Pierre Gasly (Red Bull) - 21 pontos
7 - Kevin Magnussen (Haas) - 14 pontos
8 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 13 pontos
9 - Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 13 pontos
10- Lando Norris (McLaren) - 12 pontos
11- Carlos Sainz Jr (McLaren) - 10 pontos
12- Daniel Ricciardo (Renault) - 6 pontos
13- Nico Hulkenberg (Renault) - 6 pontos
14- Lance Stroll (Racing Point) - 4 pontos
15- Alexander Albon (Toro Rosso) - 3 pontos
16- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 3 pontos
17- Romain Grosjean (Haas) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 217 pontos
2 - Ferrari - 121 pontos
3 - Red Bull Honda - 87 pontos
4 - McLaren Renault - 22 pontos
5 - Racing Point Mercedes - 17 pontos
6 - Haas Ferrari - 15 pontos
7 - Alfa Romeo Ferrari - 13 pontos
8 - Renault - 12 pontos
9 - Toro Rosso Honda - 6 pontos

TRANSMISSÃO:







quarta-feira, 22 de maio de 2019

NO LIMBO

Foto: Autoblog
Esta era uma pergunta normal e que cresceria após a Indy 500. No entanto, diante da eliminação precoce no Bump Day, ela surge com uma semana de antecedência: qual será o futuro de Fernando Alonso para o curto-prazo?

Em junho, ele encerra a temporada no WEC, onde será campeão com a Toyota e favoritismo a conquistar o bi em Le Mans. A categoria de Endurance virou um parquinho dos japoneses com as saídas de Audi e Porsche. Alonso não irá permanecer. O que vai ser daquele que foi considerado por muito tempo o melhor piloto do mundo?

Voltar para a F1 é um cenário improvável. Ok, a McLaren melhorou, mas um cara como Alonso não voltaria para brigar pela setima posição. Indy 500 2021 ou uma temporada inteira na Indy? Pode até ser, embora Alonso não sinalize nada ainda. O espanhol andou se aventurando até no rali. Duvido que vá para a Fórmula E. Então, o que será de Alonso? O caminho mais provável, no primeiro momento, é a terceira tentativa na Indy 500, só que desta vez a experiência vai ter que ser com quem entende do ramo, como a Penske, Andretti ou a Carpenter.

Por falar nesta parceria vexatória entre McLaren e Carlin, a própria equipe foi soltando detalhes do vexame. Parece time grande em processo de rebaixamento: uma cagada mais inacreditável que a outra. A primeira delas: designou Bob Fernley, ex-Force India, para cuidar da Indy. Não era mais fácil ele inverter com Gil de Ferran, que foi tutor de Alonso em 2017 para que sua expertise nos Estados Unidos fosse melhor aproveitada?

O volante do carro foi adquirido somente uma semana antes do início dos testes, em abril. O carro reserva veio com o laranja não-papaia tradicional da McLaren. Ele foi para uma fábrica para ser repintado e ficou lá um mês inteiro. Quando Alonso bateu no teste da quinta-feira, o carro ainda estava lá, sem ser pintado. A McLaren perdeu dois dias inteiras de treino entre pintar o carro e trazer ele para Indianápolis.

A Carlin, envolvida com quatro carros, não conseguiu dar a assistência necessária para a McLaren e, segundo Zak Brown, ele só percebeu isso tarde demais. Não houve envolvimento, planejamento e tampouco preparo para a Indy 500. Muita arrogância, desperdício de dinheiro e constrangimento com esse vexame mundial. Até mesmo Alonso, que participou da experiência da Andretti, poderia ter indicado um caminho com o pouco da experiência que tinha. A prática não seguiu o discurso. Para quem quer tanto essa tríplice coroa, o espanhol parecia conformado demais.

No primeiro teste, o carro sofreu um problema elétrico. No Pole Day de sábado, Alonso fez a primeira tentativa com um furo no pneu que um sensor não identificou. E mais: um erro nas medidas do carro prejudicou o acerto do bólido. Um carro que poderia ir até 229 mph e foi até 227,5 mph apenas.

Ou seja: uma sequência de erros amadores de um grife que já foi tricampeã da Indy lá nos anos 1970 com Johnny Rutherford e que agora precisa repensar seriamente seu modus operandi se quiser retornar ao Brickyard para ser minimamente competitiva. Acho que a ficha caiu para os britânicos.

Por falar em limbo, a F1 está na mesma. Mônaco tem todo o charme e glamour, mas novamente iremos torcer por chuva e batidas de Verstappen, Grosjean, Kubica e outros para ver se existe alguma emoção nessa prova que deverá ser dominada pela Mercedes outra vez. Talvez o grande momento do Principado será as homenagens para Niki Lauda. Um momento certamente muito emocionante.

Relembre as duas vitórias de Lauda em Mônaco, em 1975 e 1976, ambas pela Ferrari:




Até!