quarta-feira, 23 de novembro de 2016

ESPECIAL BUTTON - Parte 2

Foto: Divulgação
Fala, galera! Tá chegando a segunda parte do Especial Jenson Button, revisitando a carreira deste grande piloto que no final de semana irá participar de sua última corrida na F1 (Será?). Hoje falaremos de seu período na BAR/Honda, onde conquistou seus primeiros pódios e sua primeira vitória na carreira.

Foto: F1Fanatic
Jenson chegou na equipe onde Villeneuve era um dos donos. O clima hostil prevaleceu desde o início. O campeão mundial disse que Button tinha marketing do que habilidade e parecia um membro de boy band. Button não ligou muito. Logo na primeira corrida, na Austrália, Villeneuve não parou na volta prevista e foi aos boxes na mesma volta de Button, que ficou atrás do canadense, esperando o pit stop, perdendo segundos preciosos. Villeneuve disse que teve um problema no rádio, mas a história não parecia muito verídica. Nas seis primeiras provas, Jenson marcou oito pontos contra três do seu companheiro de equipe (destaque para o quarto lugar na Áustria). Seu grande susto foi a batida à quase 300 km/h em Mônaco num treino de sábado, ficando inconsciente e, portanto, de fora da prova. Ele retornou na prova seguinte, no Canadá, e seguiu batendo Villeneuve, que sofria de inúmeros problemas técnicos e mecânicos. Button conquistou outro quarto lugar e terminou o campeonato com 17 pontos. Após o fim da temporada, foi anunciado que o japonês Takuma Sato seria seu parceiro de equipe no ano de 2004.


2004: Primeira pole e muitos pódios - Button começa a se destacar

Foto: Motorsport
Pela primeira vez na carreira, Button era o cara mais experiente da equipe. 2004 foi a sua melhor perfomance na carreira até então. Logo na segunda etapa, na Malásia, conquistou o primeiro pódio, chegando em terceiro. Na corrida seguinte, também chegou na mesma posição, no Bahrein. Duas semanas depois, a primeira pole: Ímola foi o palco, dez anos depois da morte de Senna e Ratzenberger. Na corrida, chegou em segundo, atrás de Schumacher e sua mais que dominante Ferrari F2004. O desempenho de Button foi impressionante: 10 pódios em 18 corridas e não pontuou em apenas três etapas. Com isso, o britânico foi o terceiro colocado no Mundial de Pilotos, atrás apenas de Schumacher e Barrichello e garantiu o vice-campeonato inédito da BAR/Honda nos construtores.


Última volta a partir de 1:34:00



Apesar do ano muito positivo dentro das pistas, Button se envolveu em uma polêmica contratual. No meio da temporada, ele assinou um contrato de dois anos para retornar a Williams. Foi uma decisão surpreendente, visto que a BAR era a segunda ou terceira força da F1 no momento e a equipe de Grove buscava se retornar ao topo. A BAR insistiu que tinha prioridade em exercer a cláusula de renovação automática e levou a questão à FIA. O staff de Button respondeu que a cláusula perdia validade caso a BAR estivesse ameaçada de perder os motores Honda para os próximos anos. Após uma batalha de judicial de dois meses, a FIA decidiu a favor da BAR, e Button permaneceu na equipe. David Richards, antigo chefão, foi substituído por Nick Fry depois da Honda comprar 45% da equipe, e Button trocou de empresário.

Foto: F1 Fansite
A temporada de 2005 prometia a manutenção do ótimo desempenho do ano anterior. Entretanto, isso não esteve nem longe de acontecer. O começo foi difícil: os dois carros da equipe abandonaram nas duas primeiras etapas (na Malásia, depois de apenas três voltas de corrida). No Bahrein, Jenson vinha de uma ótima corrida de recuperação. Estava em quarto depois de largar em 11°, mas teve que abandonar outra vez. Em San Marino, o terceiro lugar veio. Todavia, os comissários encontraram na inspecção pós-corrida que havia um segundo tanque de combustível mantido dentro do principal. O carro estava 5,4 kg abaixo do peso mínimo. Embora os comissários não tenham feito nada, a FIA apelou e levou para a Corte Internacional. Não se podia provar que a BAR agiu deliberadamente de má fé, mas os dois carros da BAR foram desclassificados da corrida de San Marino e a equipe foi suspensa da F1 por duas corridas.

Corrida de Ímola foi aquele pega histórico entre Alonso e Schumacher

A BAR retornou no GP da Europa. Button tentava melhorar,mas chegou em décimo. Ele surpreendeu todo mundo ao fazer a segunda pole da carreira no Canadá, mas bateu na volta 47 da corrida quando estava em terceiro. A corrida seguinte, dos Estados Unidos, foi a famosa "corrida dos seis carros", e a BAR estava zerada em nove corridas. Entretanto, depois disso Button pontuou em todas as corridas, com dois pódios (Alemanha e Bélgica), terminando a temporada em nono e a BAR em sexto nos construtores.


A segunda pole de Button começa em 1:38



Melhores momentos do GP da Alemanha de 2005


Pódio do GP da Bélgica de 2005


Pelo segundo ano seguido, Button envolveu-se em uma polêmica contratual com a Williams. Ele assinou um pré-contrato pelo time para a temporada 2006, mas no meio do caminho entendeu que as perspectivas na BAR eram melhores e que não era obrigado a ir para a equipe de Glove. Frank Williams exigiu a apresentação do piloto. Depois de alguns meses de negociação, Button pagou 18 milhões de libras pela liberação do contrato e permaneceu na BAR, que virou Honda. Os japoneses compraram da empresa de tabaco os 55% restantes das ações. Antes disso, a equipe havia anunciado a contratação de Rubens Barrichello, ex-Ferrari, para a próxima temporada. 

A continuação será no próximo post, que contará a trajetória de Button pela Honda. Até!

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

ESPECIAL BUTTON - Parte 1

Foto: F1Fanatic
Fala, galera! Essa semana temos a despedida de dois grandes pilotos que marcaram época na Fórmula 1: Jenson Button e Felipe Massa. Começarei os especiais primeiro escrevendo sobre o inglês e na semana que vem tentarei fazer um balanço da carreira de Massa, já finalizada. Vamos a primeira parte do resumo da carreira de Jenson Button:

2000-2002: Williams, Benetton e Renault

A estreia em Melbourne.Foto: Getty Images
Jenson estreou na F1 em 2000, aos 20 anos. No ano anterior, ele chegou a fazer testes na McLaren e na Prost. A vaga na Williams ficou disponível após a equipe dispensar Alex Zanardi. Frank Williams promoveu testes "eliminatórios" entre o britãnico e o então campeão da Fórmula 3000, o brasileiro Bruno Junqueira. Jenson se saiu melhor e foi contratado, sendo o britânico mais jovem da história a estrear na F1. Sua primeira aparição foi cercada de expectativas: Gerhard Berger o chamou de "fenômeno" e foi comparado a Ayrton Senna. 

Na corrida de estreia, ele bateu no treino e largou em penúltimo. Na corrida, ia realizando uma ótima corrida de recuperação, mas abandonou faltando 11 voltas para o final. Na prova seguinte, chegou em sexto no Brasil e sagrou-se o mais jovem a pontuar na categoria até então. Embora Button tenha conseguido bons desempenhos, ele também alternava momentos ruins, normal para um iniciante. Superado por Ralf, a Williams estava de olho em Montoya. Depois do colombiano vencer as 500 milhas de Indianapólis, ele foi anunciado para seu lugar para a temporada de 2001. Com contrato na Williams até 2003, Button foi emprestado por duas temporadas a Benetton.

Seus melhores resultados foram largar em terceiro em Spa e chegar em quarto no Grande Prêmio da Alemanha vencido por Rubens Barrichello. Um vídeo curioso foi durante o Safety Car do GP da Itália, onde o líder Schumacher freou bruscamente na reta e Button teve que virar para o lado para não bater nos outros carros, danificando o carro e abandonando logo em seguida. Ele terminou em oitavo o campeonato, com 12 pontos, metade de Ralf Schumacher, seu companheiro de equipe.


Foto: Reddit
Seu companheiro de equipe foi o italiano Giancarlo Fisichella. A Benetton havia sido arrecém comprada pela Renault, que voltaria a ter uma equipe própria na F1. Foi uma temporada difícil. O carro da Benetton era muito pouco competitivo, e Jenson foi constantemente batido por Fisichella. Button foi o 17° no Mundial de Pilotos, com apenas dois pontos oriundos do quinto lugar também do Grande Prêmio da Alemanha. Durante a temporada, foi especulada a sua saída da equipe antes mesmo do fim do ano. Flávio Briatore, o chefe, disse: "Ou ele mostra que é bom ou ele deixa o grande escalão de pilotos", oferecendo a chance de sair. 

Foto: Getty Images
Apesar das críticas, Jenson manteve-se na equipe. Dessa vez, seu companheiro de equipe foi outro italiano: Jarno Trulli. Button trabalhou duro com a equipe durante as férias e se sentia confiante para o ano de 2002. Na Malásia, logo na segunda etapa, tinha tudo para conquistar seu primeiro pódio. Ele estava em segundo quando o carro sofreu uma quebra de suspensão. Com a queda de rendimento, terminou em quarto. Seu desempenho tinha melhorado muito, apesar de ser superado na maioria dos treinos pelo experiente piloto italiano. Ele queria continuar na Renault, mas no GP da França foi anunciado que ele sairia da equipe para a entrada do então piloto de testes Fernando Alonso. Briatore foi criticado e respondeu: "O tempo vai dizer se estou errado", e acusou Jenson de ser um "playboy preguiçoso". Pouco tempo depois, Button assinou um contrato de dois anos com a BAR Honda para ser companheiro de equipe de Jacques Villeneuve, campeão mundial de 1997. O britânico foi o sétimo colocado no campeonato com 14 pontos, cinco a mais que Trulli.

Amanhã, a parte 2 da carreira de Jenson Button! Até!

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

FORÇADO A DIZER ADEUS

Foto: BBC
A onda de despedidas de personagens tão icônicos para a categoria não para. Prestes a ver Button se aposentando (ou "tirando um ano sabático"), a McLaren sofre um duro golpe (golpe mesmo) na sua administração: depois de 36, Ron Dennis deixou o comando do grupo McLaren.

Os motivos? Problemas com os outros acionistas, como Mansour Ojjeh (saudita que tem 25% das ações) e o grupo de investimento barenita Mumtalakat (que detém 50% das ações). Dennis tem 25%.

A grande reclamação é que a forma de organização e gestão de Dennis é obsoleta para a F1 e o inglês também foi "acusado" de usar grande parte do dinheiro do grupo na confecção de carros de rua que não deram lucro, diminuindo o poderio do império McLaren.

Basta lembrar que a McLaren não possui um patrocinador master desde 2012 (Vodafone) e nos últimos anos perdeu outros patrocinadores históricos, como a TAG Heuer, que foi para a Red Bull. A incapacidade em acertar com outra marca também é um dos motivos dos acionistas para destituir Dennis do cargo (por muito tempo especulou-se a Sony, mas até hoje nada).

Ron tentou apelar na Suprema Corte, sem sucesso. Ele segue como membro do Conselho da empresa, mas que pretende lançar um novo fundo de investimento em tecnologia quando seus compromissos contratuais com a empresa de Woking se encerrarem. Ele foi forçado a tirar "férias remuneradas".

Foto: Divulgação
O estilo duro e extremamente organizado, sendo até um TOC, permitiu a Ron Dennis e a McLaren 20 campeonatos. Entretanto, o último ano realmente competitivo da equipe foi em 2012 (e a última vitória também). A diminuição dos lucros assusta. A McLaren é um grupo gigante, mas que já foi bem maior, e o mundo é tornar-se uma "nova Williams". A impressão que dá é que depois do escândalo de 2007, a imagem de Dennis não foi mais a mesma.

Sair dessa forma da empresa que ajudou a construir e levou aos grandes feitos com certeza é muito doloroso, principalmente quando não é forçado a dizer adeus. Ron Dennis é sinônimo de McLaren, e vice-versa. Ninguém irá apagar seus feitos. A F1 leva mais um golpe em sua identidade, com mais um nome histórico que sai de cena. Se essa atitude irá ajudar a reerguer a McLaren, apenas o tempo pode dizer. Com certeza Ron merecia uma despedida digna, mas vai saber o que se passa nas entranhas de Woking... Obrigado, Ron Dennis!

Foto: Divulgação
Rubens Barrichello fará sua estreia nas 24 Horas de Le Mans no ano que vem! Ele disputará a prova pela Racing Team Netherlands, na categoria LMP2, que seria a segunda mais importante do mundial de Endurance. Ele terá ao seu lado Jan Lammers (que correu na F1 entre 1979 e 1992) e Frits van Eerd, famoso empresário dono da rede de supermercados holandesa Jumbo, que atualmente patrocina Verstappen.

O carro é um Dallara desenvolvido para disputar o European Le Mans Series. Lammers e Eerd já realizaram testes com o protótipo na pista de Magny Cours, na França.

Rubinho disputou as últimas três edições das 24 Horas de Daytona, onde foi o segundo colocado esse ano, seu melhor resultado. Barrichello, após a saída da F1, mostra-se um cara polivalente: Indy, Stock Car, Endurance, Kart... Esse sim ama o que faz! E com muito prazer! Boa sorte, Rubinho! Estou na torcida!

Até!


segunda-feira, 14 de novembro de 2016

EMOÇÃO PARA A ETERNIDADE

Foto: Getty Images
O Grande Prêmio do Brasil desse ano cumpriu com todas as expectativas que tínhamos criado durante a semana. Diria mais: foi um mix de Spa 1998, Interlagos 2003, Malásia 2009, Canadá 2011 e Interlagos 2012. A segunda mais longa da história da categoria, perdendo apenas para o GP de Montreal de cinco anos atrás. Emoção à flor da pele, dentro e principalmente fora das pistas.

Vou começar pelo que é emblemático para todos nós. Na volta 48, Massa encerrou sua participação no Grande Prêmio do Brasil. Desde a classificação que as coisas não saíam do jeito que ele gostaria. Na tentativa de arriscar, após ser punido por ultrapassar antes da linha depois da saída do Safety Car, Massa arriscou com os pneus intermediários e bateu na subida da reta principal. 13 anos de F1 praticamente encerrados naquele instante.

Não era o que ninguém gostaria. Entretanto, é interessante notar que se não fosse o acidente, Massa jamais seria reverenciado por TODO MUNDO, inclusive os mecânicos das outras equipes. O choro e a caminhada, enrolado na bandeira brasileira e o carinho do público e da família é uma das imagens mais emocionantes que eu pude acompanhar na F1. Quase chorei, mas os olhos ficaram marejados. Muita gente não escondeu a emoção. Normal. Um momento lindo. Moralmente, Massa se despediu hoje da F1, mostrando como era querido por todo o paddock em um ambiente tão egoísta, traíra e competitivo. Conseguiu a proeza de, ao longo do tempo, receber efusivas homenagens de grandes equipes como Williams e Ferrari. Que curta a folga e apareça em breve em uma nova categoria. Ah, Abu Dhabi, como é anticlímax saber que essa corrida será a derradeira do ano outra vez. Bate até um desânimo.

Foto: Reprodução Sauber
Felipe Nasr brilhou. Sim, brilhou. Na única chance que poderia aproveitar, ele foi certeiro. Diante de condições caóticas, soube manter a estratégia correta e praticamente garante 40 milhões de euros para a Sauber no ano que vem. Sabemos que o mundo da F1 é ingrato e talvez nem assim ele consiga permanecer na F1, mas seria uma puta injustiça. Ericsson, com toda a prioridade da equipe, aquaplanou e bateu. Não aproveitou a chance. É um piloto mediano. O nono lugar de Nasr garante a Sauber na décima posição do Mundial de Construtores. O brasileiro conseguiu se sustentar na zona de pontuação mesmo diante da pressão de Alonso, Kvyat, Ricciardo e tantos outros. Embora sua temporada tenha sido bem ruim, espero que esses dois pontos tragam o alento e sejam suficientes para que renove e permaneça mais um ano nesse péssimo carro azul, que continuará péssimo (afinal, irão correr com o motor da Ferrari desse ano ainda em 2017). Melhor do que nada ou ir para outra categoria é a solução?

O duro é ver Palmer, que bateu pateticamente em Kvyat durante a Safety Car, estar na F1 e na Renault ainda por cima. Ainda bem que Gutiérrez, que estava bem nervosinho, está de malas prontas para nunca mais voltar a F1. "Desapareça!"

Foto: Getty Images
Max Verstappen foi o dono da corrida. O dono incontestável. Se não fosse o erro do estrategista da Red Bull, era para o holandês ter roubado o segundo lugar de Rosberg. O "se", como todos sabem, não existe. Ainda assim, Max deu show desde o início: passou Nico por fora na "primeira largada" e seguia em ritmo alucinante, só perdendo para Hamilton. O erro de estratégia o fez cair para 14a posição, faltando 16 voltas para o fim. Nesse período de tempo, ele fez simplesmente 11 ultrapassagens que pareciam ser muito fáceis. Tudo bem que seus pneus estavam mais novos, mas ele sobrava de uma maneira que há muito não se via. É uma corrida pontual, é uma geração. Goste ou não, Verstappen fez uma atuação digna de Schumacher, Hamilton, Alonso e Vettel e tem potencial de sobra para superar com sobras os três últimos. É assustador o talento desse holandês indomável, desde já um dos candidatos a título do ano que vem.

Foto: Getty Images
Finalmente irei escrever sobre os postulantes ao título. A corrida teve tantos elementos que justamente eles, os protagonistas, viraram figurantes. Incrível pensar que finalmente Lewis Hamilton venceu no Brasil, terra que tanto ama e idolatra por conta de seu ídolo Senna. Também é incrível pensar que Rosberg está com uma mão na taça. Uma corrida com muita chuva e confusão, como a que foi hoje, era o que Lewis precisava para Nico se enrolar e poder ser surpreendido. Entretanto, tudo deu certo para o alemão. Verstappen, que era o único que iria ultrapassá-lo, ficou para trás em um erro de estratégia da Red Bull. Hamilton passeou na chuva, uma vida "tranquila", segundo ele. Rosberg está apenas administrando a longa vantagem que possui, é o seu direito, mas ganhar um título assim é meio "sem graça". Quem se importa? Basta Nico chegar no pódio em Abu Dhabi para ser campeão mundial. Hamilton corre o risco de ser o piloto com mais vitórias (10) e pódios sem ser campeão em uma temporada. A cada corrida que passa, a quebra da Malásia torna-se mais ainda o diferencial para o campeonato. Vai que Nico enfrente problemas igual em 2014... essa é a esperança de Hamilton. Em condições normais como Abu Dhabi, sem chuva e uma chatice de dar sono, Nico já está com cinco dedos na taça. Falta confirmar.

Algumas outras linhas: crueldade com a Manor. Ocon mostrou porque foi o escolhido de Toto Wolff para ocupar a vaga na Force India. Muito combativo e andando bem na chuva, o francês de 19 anos mostrou seus predicados. Em um carro melhor, tem tudo para se desenvolver ainda mais. Merecia um pontinho.

Checo Pérez = Que piloto! Sempre aproveitando as oportunidades que aparecem! Inacreditável não estar em um carro que permita vitórias. Se não fosse um Max Verstappen fora de série, ele iria conseguir outro pódio. Tomara que vá para a Ferrari em 2018!

Carlos Sainz = Mais um ótimo resultado com a Toro Rosso de motor Ferrari do ano passado. Depois da saída de Max, cresceu muito de desempenho (ou Max que atraía as atenções, ou Kvyat que está abaixo da crítica, ou os dois?). Provavelmente ele não será promovido pela Red Bull em um futuro próximo, então é preciso se desvencilhar dos taurinos para ir para uma equipe de ponta. Talento ele está demonstrando.

Daniel Ricciardo = Corrida muito abaixo de seu potencial. Ele mesmo declarou que não gosta muito de correr em Interlagos, mas ser ultrapassado por fora pelo companheiro no S do Senna é meio constrangedor. Enfim, acontece. Daniel é um dos grandes pilotos da temporada.

Foto: Getty Images
Para finalizar: tudo bem que hoje a chuva foi muito forte em São Paulo, mas começar corrida com Safety Car é ridículo e sempre será. O álibi da batida de Grosjean era o que os diretores de prova precisavam para tomar essa decisão. O público brasileiro vaiou corretamente. Pagar uma barbaridade para ver Safety Car e corrida parada por conta da chuva? Não! Evidente que a segurança dos pilotos vem em primeiro lugar, mas a paranoia com a pista molhada está acabando com a F1. Depois da morte de Bianchi, a chuva foi a culpada e esquecem que se um trator não estivesse na pista nada daquilo teria acontecido... Os pilotos são muito bem pagos para mostrarem suas habilidades nas condições mais extremas possíveis, e havia segurança na maioria dos momentos em que a corrida esteve paralisada. Como sempre escrevo, é por essas e outras que a F1 não atrai mais público e audiência. Isso precisa ser revisto urgentemente.

Depois de tudo isso, confira a classificação final do Grande Prêmio do Brasil:


A decisão do campeonato será daqui duas semanas no Grande Prêmio de Abu Dhabi, nos dias 25, 26 e 27 de novembro! Até!

P.S: Interlagos não pode sair do calendário de jeito nenhum! Que os promotores e o governo de São Paulo e federal deem um jeito, e o Bernie pare de fazer ameaças! Imagina Interlagos fora da F1? Imagina o risco de perder corridas épicas como essa? Isso é muito melhor que o dinheiro e a artificialidade das corridas do Oriente Médio, sem dúvida alguma.

Obrigado, Massa!

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

ELE É O CARA!

Foto: Reprodução
A cena que todo mundo queria se repetiu. Ano passado, depois de quebrar no treino de classificação, Alonso virou meme ao tomar um banho de sol durante o qualyfing e depois ter subido no pódio em brincadeira com Jenson Button. Um ano depois, o espírito zoeiro tomou conta da fênix novamente.

Mais um problema em sua McLaren o obrigou a parar o carro no segundo treino livre de hoje. O mundo estava preparado para mais um momento épico. Alonso ficou procurando sua cadeira. Todo mundo esperava a aparição da cadeira. Enquanto isso...

Foto: Reprodução
Alonso chutava e fazia embaixadinhas com pedras para passar o tempo. E nada da cadeira...


Alonso ficou sentado em uma cadeira e operou uma câmera de transmissão, como dá para ver no gif acima. Sabendo que estava sendo filmado, acenava e se divertia, para delírio dos bons e para deixar em êxtase aqueles que acompanhavam o treino livre. Como cameramen, Alonso é um excelente piloto.

Sempre um personagem duro e polêmico, Alonso se deixou levar pelo bom humor. Só assim para lidar com os inúmeros infortúnios da McLaren nesses dois anos. Sorte de nós, fãs. Precisamos dessa interatividade na transmissão, de alguém que quebre o protocolo e nos proporcione diversão também fora da pista. Alonso é o cara, dentro e fora das pistas. Um meme cada vez mais engraçado. O que será que ele ainda vai aprontar?

Foto: Getty Images
Contrariando os prognósticos dos anos anteriores, Hamilton dominou os dois treinos livres. No primeiro, Verstappen se intrometeu entre as Mercedes para ficar em segundo e deixar Nico em terceiro. Ricciardo e Bottas fecharam o top 5, seguidos de Pérez, Hulkenberg e Massa. A Ferrari ficou apenas em nono e décimo (Vettel e Kimi, respectivamente). Nasr foi o décimo sexto.

No TL2, a Williams surpreendeu e conseguiu ficar em terceiro e quarto, com Bottas e Massa. O brasileiro, no entanto, não se iludiu e afirmou que a briga é contra a Force India pelo sétimo lugar, mas disse acreditar em pódio em uma "corrida maluca". Mais do que nunca, chover é preciso para tornar a prova emocionante. Red Bull ficou em quinto e sexto (Ricciardo e Verstappen) e Ferrari em sétimo e oitavo (Vettel e Kimi). Nasr foi o 17°, quatro posições a frente de Ericsson.

Rosberg está extremamente cauteloso e apenas administrando a vantagem que possui. Talvez seja o mais correto, embora uma vitória domingo defina tudo. Entretanto, se chover, a situação pode inverter... O alemão não pode correr riscos. Vamos aguardar o que vem por aí. Estou muito ansioso!

Uma última informação: Magnussen foi oficializado pela Haas, como escrito ontem. Nasr não é prioridade na Sauber e pode trocar de lugar com Wehrlein, alemão preterido por Ocon na disputa do assento da Force India. Por enquanto, é isso.

Confira a classificação do primeiro treino livre do Grande Prêmio do Brasil:



Até!

GP DO BRASIL - Programação

O Grande Prêmio do Brasil é disputado desde 1972 (1973 na F1), sendo realizado em Interlagos (1972-1977, 1979, 1980, 1990-atualmente) e já foi sediado em Jacarepaguá (1978, 1981-1989).

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Juan Pablo Montoya - 1:11.473 (Williams, 2004)
Pole Position: Rubens Barrichello - 1:10.646 (Ferrari, 2004)
Último vencedor: Nico Rosberg (Mercedes)
Maior vencedor: Alain Prost - 6x ( 1982, 1984, 1985, 1987, 1988 e 1990)

OCON NA FORCE INDIA

Foto: Motorsport
A notícia foi confirmada ontem à tarde pela equipe. Apresentação oficial será hoje após o primeiro treino livre. O maior injustiçado é Pascal Wehrlein: ele conseguiu a façanha de pontuar pela Manor e será preterido pelo companheiro que sequer completará meia temporada na F1. Mesmo que esteja supostamente sendo preparado para a Mercedes nos próximos anos, assumir um carro bom o tornaria mais apto para pilotar as flechas de prata do que permanecer outro ano no fundo do grid.

BREAKING NEWS: Gutiérrez anunciou que não fica na Haas para o ano que vem. O mexicano é candidato a segunda vaga da Sauber. No seu lugar, Magnussen será anunciado para um contrato de dois anos. 

DESIGNER DA AUDI DEVE IR PARA A SAUBER EM 2017

Foto: Motorsport
Depois de contratar Xevi Pujolar e Ruth Buscombe nas últimas semanas, o conceituado designer Jorg Zander também irá assinar com os suíços. Ele atualmente está na Audi para a disputa da WEC, mas precisava procurar emprego porque os alemães irão encerrar a participação no Mundial de Endurance no fim do ano.

Ele já trabalhou na F1, com passagens na Toyota (2003), BAR, Williams, BMW-Sauber e Honda/Brawn antes de deixar os monopostos. Atualmente, é o chefe de tecnologia da Audi. A Sauber busca, desesperadamente e de forma atrasada, evoluir nos próximos anos. Não sei será suficiente já para 2017 em virtude do projeto do novo carro estar atrasado, mas esperamos que a Sauber volte a ser aquela equipe simpática que pontua com frequência no circo da F1. Andar atrás da Manor não dá mais. É preciso melhorar.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Nico Rosberg (Mercedes) - 349 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 330 pontos
3 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 242 pontos
4 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 187 pontos
5 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 178 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 177 pontos
7 - Sérgio Pérez (Force India) - 85 pontos
8 - Valtteri Bottas (Williams) - 85 pontos
9 - Nico Hulkenberg (Force India) - 60 pontos
10- Fernando Alonso (McLaren) - 52 pontos
11- Felipe Massa (Williams) - 51 pontos
12- Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 38 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 29 pontos
14- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 25 pontos
15- Jenson Button (McLaren) - 21 pontos
16- Kevin Magnussen (Renault) - 7 pontos
17- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 1 ponto
18- Jolyon Palmer (Renault) - 1 ponto
19- Pascal Wehrlein (Manor) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 679 pontos
2 - Red Bull TAG Heuer - 427 pontos
3 - Ferrari - 365 pontos
4 - Force India Mercedes - 145 pontos
5 - Williams Mercedes - 136 pontos
6 - McLaren Honda - 74 pontos
7 - Toro Rosso Ferrari - 55 pontos
8 - Haas Ferrari - 29 pontos
9 - Renault - 8 pontos
10- Manor Mercedes - 1 ponto


TRANSMISSÃO:




quinta-feira, 10 de novembro de 2016

E AGORA, NASR?

Foto: HTE Sports
Depois de longos meses de especulação, bastaram-se dois dias para que as duas principais vagas disponíveis fossem definidas na F1, e com um desfecho nada bom para Felipe Nasr.

Favorito para a vaga da Force India, segundo apurou Reginaldo Leme, o brasileiro foi preterido pelo francês Esteban Ocon, hoje na Manor. Ele é piloto da Mercedes, que também fornece motores para a equipe de Vijay Mallya. Certamente haverá um desconto no custo anual dos motores do ano que vem para que o acordo fosse feito. Achei injusto. Ocon, por questões óbvias, ainda não mostrou credenciais para subir de estágio, até porque não tem nem dez corridas de F1. É a sua grande chance de mostrar qualidade em uma boa equipe, que briga por pontos e pódios. Por outro lado,quem merecia a vaga era Pascal Wehrlein, também piloto Mercedes e que conseguiu pontuar no GP da Áustria. Um grande feito. Será que está sendo preparado para 2018, no lugar de Hamilton ou Rosberg? Não seria melhor ir para a Force India? Teoricamente, ele está mais preparado que o francês. Enfim, Pascal terá que amargar mais um ano na Manor.

Na Renault, menos cotado, uma surpresa: a renovação com Jolyon Palmer. Embora tenha as credenciais de campeão da GP2, em 2014, ele estava a bordo da Carlin, o melhor carro sem sombra de dúvida. Na F1, o carro da Renault não permite muita coisa, mas Palmer também não teve desempenhos notáveis. Na comparação com o companheiro de equipe, está perdendo de 7 a 1. Certamente permanecerá pelo aporte financeiro que leva. Dá a impressão que a Renault não quer ser grande. Haviam opções melhores no mercado. Depois reclamam e querem sair da categoria, francamente... Hulkenberg terá vida fácil ano que vem.

Foto: F1 Fanatic
Na Haas, outra vaga interessante, a informação é quase concreta que Kevin Magnussen irá assinar com os estadunidenses por dois anos, com a opção de renovação por mais uma temporada. O dinamarquês, pra mim, é ainda uma incógnita. Badalado pelos resultados na categoria de base, foi queimado pela McLaren e nessa Renault não teve um desempenho tão espetacular, embora o carro não permita muita coisa. Esperava que Magnussen dominasse Palmer nos treinos, e isso não está acontecendo. Então, essa chance na Haas é um tira-teima, a última chance de demonstrar capacidade na F1. Para isso, irá contar com uma estrutura interessante e um bom companheiro de equipe para que a análise possa ser feita. A dupla da Haas será interessante de acompanhar. Convenhamos, qualquer coisa no lugar de Gutiérrez tá ótimo, não?

Nasr tem duas semanas para definir seu futuro. Só resta uma vaga na própria Sauber ou uma na Manor. Gutiérrez, Haryanto e até Giovinazzi, da GP2, foram especulados nessas vagas. Agora, quem pagar mais leva. Mais do que nunca, o Brasil corre risco de não ter representantes na categoria no ano que vem e, honestamente, seria melhor para Nasr buscar outra categoria do que correr no fundão do grid.

Foto: Williams
Para finalizar, o efeito Massa: A Petrobras anunciou que não seguirá na Williams e deixará na F1. Outra especulação é que o Banco do Brasil também deixaria de se envolver com a categoria. Isso seria um xeque-mate. Vamos aguardar.

Mais do que nunca, Nasr precisa se mexer. Ele é o único brasileiro em condições de correr na F1. Sem ele, não há ninguém pronto. Um importante mercado para F1 ficar sem representantes por alguns seria um desastre e diminuiria ainda mais o pouquíssimo interesse que existe na categoria atualmente.

Nasr está contra a parede e precisa dar um jeito de sair dessa situação.

Até!