quarta-feira, 18 de setembro de 2019

ANDARILHO

Foto: Divulgação
Depois do passado tenso com a Ferrari, os escândalos na primeira passagem da McLaren e a má fama de desagregador, Alonso deixou a F1 no fim do ano passado cansado de andar no fim do grid e com a estagnação da McLaren, além do fracasso com a Honda.

Isso fez do espanhol, o bicampeão, considerado ainda um dos melhores pilotos do mundo, cair no limbo, sem saída. Diante do objetivo de conquistar a tríplice coroa, continuou na WEC até a metade do ano, onde foi campeão e mais uma vez vencedor das 24 Horas de Le Mans, tentou outra vez a sorte na Indy 500. A parceria McLaren/Carlin foi um fracasso e o espanhol sequer ficou entre os 33. Um mico mundial.

Embora a McLaren esteja de volta ao grid em tempo integral na junção com a Peterson no ano seguinte, a participação de Alonso é uma grande incógnita. Um ponto de interrogação gigante no que se refere ao médio/longo-prazo da Fênix. Qual será o próximo passo de Alonso?

Ao menos na página seguinte, o próximo objetivo é o Rali Dakar, no início de 2020. Alonso já havia realizado alguns testes com a Toyota no ano passado e agora os intensificou. É o novo alvo do andarilho.

Na semana passada, Alonso participou de uma etapa da Série Cross Country, na África do Sul, o Lichtenberg 400, tendo como co-piloto Marc Coma, campeão do rally de motos. Na fase de treinos, o "prólogo", Alonso foi competitivo: fez o terceiro melhor tempo, apenas atrás de Henk Lanegan, líder do campeonato, e Giniel De Villers, campeão da competição e vencedor de Dakar em 2009.

No entanto, existem os perigos e armadilhas de uma corrida num rali. Aos 23 quilômetros do primeiro estágio, Alonso capotou. Com o impacto, o para-brisa quebrou e os dois precisaram usar óculos de proteção para finalizar o estágio. Com o carro reparado, a dupla foi autorizada a começar o segundo estágio 15 minutos antes dos demais, só que logo no início o carro atingiu um bando de pássaros que novamente danificou o pára-brisas. Coma teve que segurar a tela de danos no lugar que desmontou até o final. A dupla terminou a prova mas não se classificou em virtude do tempo perdido. Lategan venceu, seguido de De Villers e Chris Visser.

Foto: Divulgação


A prova era uma espécie de aquecimento para Alonso, estreante na Toyota Hilux, para o próximo desafio: o rali de Marrocos, que acontece entre 3 e 9 de outubro e vai ter as presenças de grandes nomes do rali como Carlos Sainz (o pai), Nani Roma e o atual campeão Nasser Al-Attiyah. É um preparatório pesado para o Rali Dakar, portanto é uma prova bem importante para Alonso ganhar experiência. São 2500 km disputados, sendo 1.868 deles cronometrados.

E assim segue a saga da Fênix, provando que o mundo da velocidade é muito mais que a F1. Claro que ele está sendo forçado a fazer isso pela figura controversa que era na categoria, mas mesmo assim não deixa de ser interessante e um pouco triste um talento desses longe dos grandes palcos. Me lembrei, de certa forma, do Ronaldinho jogando no Querétaro. Um desperdício, mas uma experiência muito interessante e um aprendizado enorme.

Seguimos acompanhando a saga da Fênix, o andarilho da velocidade.

Até!

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