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quarta-feira, 16 de novembro de 2022

FUTURO ANIMADOR

 

Foto: Reprodução/Instagram

Diante de tantos acontecimentos e holofotes que sempre são diferentes na semana da corrida em Interlagos, talvez uma delas, muito importante, tenha ficado fora do radar.

Logo no sábado, Enzo Fittipaldi anunciou que agora é um piloto da academia da Red Bull. Uma notícia excelente para quem tinha saído da Ferrari há algum tempo.

O timing é o melhor possível por vários motivos. O primeiro é que a Red Bull sempre utiliza mais os pilotos que formam. O segundo é que a concorrência ajuda. Dennis Hauger, os japoneses e Daruvala não convenceram na F2 e não tem os pontos necessários para a superlicença. Juri Vips está fora.

Sim, por mais que tenham vários “candidatos”, ninguém ali seduziu Helmut Marko a ser promovido, tanto que os taurinos optaram por contratar Nyck De Vries para substituir Pierre Gasly. E reforçar a academia com Fittipaldi é muito interessante pelos outros aspectos óbvios.

O sobrenome do bicampeão mundial, o sempre mercado brasileiro aquecido e ávido por um novo piloto na categoria e os patrocínios que chegam justamente desse pacote.

Enzo não é somente um sobrenome. Claro que isso o ajudou a atalhar em muitas situações, mas o timing da contratação também é excelente porque o brasileiro foi o melhor novato da temporada, na modesta Charouz. Isso chama a atenção.

Agora, com uma academia por trás e mais ambientado a F2, Enzo provavelmente vai dar um pequeno salto. Dizem que o brasileiro vai correr pela Carlin em 2023, outro time tradicional nas categorias de base do automobilismo. Felipe Nasr esteve por lá antes de ser o último brasileiro a subir para a F1.

Portanto, as expectativas são muito positivas. Enzo mostrou muita qualidade e potencial no primeiro ano na F2. Ano que vem tem tudo para ser melhor, ainda mais se considerarmos que a Alpha Tauri tem Tsunoda, que ainda não impressionou, e De Vries, que não é de lá.

Isso, somado aos concorrentes que aparentemente não são tão talentosos assim, nos permitem sonhar que, nesse instante, Enzo Fittipaldi é a grande esperança brasileira para termos novamente um piloto no grid titular da F1, quem sabe em dois ou três anos.

Agora, só depende de Enzo.

Até!


terça-feira, 7 de junho de 2022

A HORA É AGORA

 

Foto: Getty Images

Desde a aposentadoria de Felipe Massa, em 2017, a F1 ficou sem brasileiros na categoria. Algo inédito para um país com oito títulos mundiais. O recado estava claro: o automobilismo de base enfrentava problemas. O principal e mais óbvio deles, o dinheiro. Mas e o talento?

Desde então, as discussões seriam sobre quem iria pegar a tocha. O próprio Massa aposta em Caio Collet, hoje na academia da Alpine/Renault, como o próximo representante do país na F1. Vale ressaltar que Collet e Massa são empresariados por Nicholas Todt, influente, mas não sei se a opinião do Massa é deveras enviesada por esse fator. Enfim...

Outros candidatos surgiram: Sérgio Sette Câmara, que ficou anos na F2 e inclusive foi companheiro de equipe de Lando Norris na Carlin. Primeiro, chegou a fazer parte da academia de pilotos da Red Bull, o que é sempre importante. Fez testes esporádicos com a ainda Toro Rosso. Depois, chegou a fazer parte da academia da McLaren, mas não vingou. Ficou pelo caminho.

Outros candidatos naturais seriam os que possuem o sobrenome e, consequentemente, alguma política e dinheiro. Pedro Piquet sobrou no Brasil mas o choque de realidade na Europa foi grande. Não está mais no caminho. Apadrinhado pela Shell, Gianluca Petecof foi inclusive apontado por Vettel como um nome para ficar de olho. Ao sair da Ferrari, todavia, o brasileiro com nome e sobrenome não tão brasileiro assim sentiu as dificuldades financeiras e abandonou a F2.

No início do ano, todo mundo ficou em polvorosa com a possível entrada do Pietro Fittipaldi no lugar de Mazepin na Haas, em virtude dos desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia. Reserva do time americano, por algum motivo o pessoal acreditou que o brasileiro seria escolhido. A patriotada era válida, mas Pietro em nenhum momento justificaria a escolha. A Haas escolheu o retorno de Magnussen e o Brasil, portanto, segue sem alternativas viáveis no curto prazo para ter um piloto do país na F1, ainda mais agora que só há dez times e todo aquele universo que canso de repetir: sobrenomes, filhos de bilionários e academia de pilotos.

No meio dessa história, um desconhecido chegou na F2 fazendo a pole na Áustria, em meio a pandemia. Seu nome? Felipe Drugovich Roncato. Paranaense de Maringá, nasceu no dia 23 de maio de 2000. 22 anos, portanto.

Depois de competir no kart no Brasil, Drugo partiu para a Europa. Em 2016, estreou na F4 alemã. No ano seguinte, também competiu na F4 italiana, na Euroformula, na Fórmula 3 Europeia e na MRF Challenge, onde ficou em quarto na temporada. Na F4 alemã, foi o terceiro.

Em 2017 e 2018, ascensão e títulos na MRF Challenge, na Euroformula e na F3 Espanhola. Em 2019, a subida para a F3, na Carlin Buzz Racing, até o ponto onde estávamos na F2, na modesta MP Motorsport.

Desconhecido, Drugo teve uma boa temporada de estreia numa equipe que não é das melhores na hierarquia da F2. Com duas vitórias na Sprint Race e uma na Feature Race, além de outro pódio, Drugo terminou em oitavo na tabela, com desempenho bom numa temporada onde geralmente a adaptação na categoria é muito complicada. É claro que isso despertou a atenção dos brasileiros. O salto parecia óbvio.

Na UNI Virtuosi, com Guanyu Zhou como companheiro de equipe, a tendência era Drugo brigar por mais poles e vitórias, pois estava mais ambientado e numa equipe melhor, apesar de enfrentar um duro adversário interno. No entanto, o resultado não foi o mesmo. Apenas três pódios e menos pontos do que na estreia. Drugovich perdeu valor e não confirmou a subida. Sem o sobrenome ou um grande apoiador, parecia estar destinado ao flop, no que tange a F1.

Na terceira temporada, acabou voltando para a MP. Sem grandes expectativas. É claro que está mais experiente na categoria, o que é uma vantagem considerável. Só lembrar dos casos recentes de Nyck de Vries e Nicholas Latifi, por exemplo, que só engataram na categoria depois de alguns bons anos. No entanto, isso também não quer dizer grande coisa. Geralmente os bons já chegam e mostram resultados: George Russell, Charles Leclerc, Alexander Albon, Lando Norris, Oscar Piastri...

Aproveitando da experiência e da maturidade, é inegável que Drugo vem fazendo uma temporada majestosa até aqui. Está sobrando no campeonato com uma MP, mais de 30 pontos de vantagem para o vice-líder Theo Pourchaire. Vitórias, poles, recuperações, a correção de alguns defeitos como as largadas e as disputas por posição. Se continuar nesse nível, são grandes as chances de Drugovich ser o primeiro brasileiro campeão do atual formato da GP2/F2. O país teve alguns nomes que bateram na trave: Nelsinho Piquet, Lucas Di Grassi, Luiz Razia e Felipe Nasr.

Felipe Drugovich campeão da F2 nesse ano. O que isso significaria, na prática?

Além do exercício de futurologia, precisamos de um contexto. Ser campeão na terceira temporada na categoria não é algo muito chamativo para as grandes equipes e academias, ainda mais considerando que temos apenas 20 vagas disponíveis. Se houvesse um ou mais times, a história poderia ser diferente... mas não é.

Em entrevista para a Motorsport há algumas semanas, o holandês Sander Dorsman, chefão da MP, falou que o caminho para o brasileiro sonhar com a F1 é um só: que as empresas brasileiras apoiem Drugo. Felipe Nasr só chegou na F1 graças ao apoio do Banco do Brasil. Com o texto da crise financeira do país num contexto político do golpe de 2016, Nasr deixou a categoria depois de dois anos na Sauber. Sem grana, sem vaga.

A questão é o retorno, o engajamento, o interesse, a política. É tudo muito complexo. Em um país em crise, é difícil grandes investimentos. É complicado. Muita gente não se interessaria em apostar em Drugo numa equipe intermediária, onde a chance de grandes resultados é muito pequena. Não teria grande retorno, não haveria engajamento que pagasse, apesar do barulho da internet brasileira ser um termômetro interessante para o mundo exterior.

O caminho mais fácil, no entanto, é de alguma academia de pilotos, seja Mercedes, Red Bull, Ferrari, Williams ou Alpine. Com 22 anos e sem aporte financeiro, Drugo pode ter chegado tarde demais, porém a esperança é a última que morre. Se for campeão com sobras, pode ser que consiga algo como piloto reserva ou de testes. É importante lembrar que o campeão da F2 não pode estar no grid do ano seguinte. De toda forma, Drugo precisa pensar no que vai fazer em 2023, considerando que o título da F2 é uma possibilidade muito grande.

Sendo otimista e com as estrelas se alinhando, quais vagas estariam em aberto? A Alpine está entre Piastri e Alonso. A Haas vai priorizar alguém da Ferrari caso Mick saia. A Williams seria o único caminho viável, visto que Latifi não deve permanecer. Alpha Tauri? Talvez se Gasly sair para a McLaren, caso Ricciardo deixe o time de Woking...

É uma situação complexa e difícil, porém não inédita. Outros campeões não chegaram perto de subir para a F2, como Davide Valsecchi, Fabio Leimer, Nyck de Vries e o próprio Oscar Piastri não subiu imediatamente. E se não der certo, como o panorama atual mostra?

Campeão da F2, Drugo sabe que o automobilismo é muito além da F2 e as opções mais óbvias seriam tanto a Fórmula E quanto a Indy.

Aproveito o espaço para elogiar o excelente e surpreendente início do Enzo Fittipaldi na temporada, depois de estrear na categoria no final do ano passado. Com a fraca Charouz, está no top 10 da classificação. Pelo sobrenome e pelos patrocinadores, Fitti tem mais chances de estar na F1 do que o próprio Drugo, mesmo tendo saído da academia da Ferrari. Se continuar se desenvolvendo, talvez seja a bola da vez, porque uniria talento, dinheiro e sobrenome.

Se o sonho ainda é a Fórmula 1, como não pode deixar de ser, a hora de Drugovich ir com tudo é agora. É continuar entregando grandes resultados e se aproximar de um título inédito para o país e contar com o jogo de cintura político, a visão de empresas interessadas e formar/aproveitar uma conjuntura que favoreça Drugo a realizar o grande sonho. Apoio da torcida e dos fãs é o que não falta. Que esse engajamento sensibilize empresas e bilionários entediados dispostos a investir em um jovem talento. Sendo patriotas, facilitaria tudo.

Mas cuidado: como escreveu Jorge Luis Borges, os sonhos não devem durar mais de uma noite.

Até!


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

(SEM) VÍDEOS E CURTINHAS #41

 

Foto: Reprodução/Instagram

Olá, pessoal. Agora que estou de volta com o meu notebook, vou lançar os meus dois centavos sobre as notícias do automobilismo nos últimos dias ou o que eu lembrar delas, claro. Vamos lá:

Alonso: A fênix deu mais um susto. Ontem, foi atingido por um carro enquanto andava de bicicleta na Suíça. Por sorte, quebrou alguns dentes e teve fratura no maxilar. Ainda não se sabe em quais condições o espanhol estará atê o fim do mês, quando começam os preparativos para a temporada 2021. Mas, para a alegria dos bons, o espanhol soberbo, como uma fênix, está bem. Em todo o caso, Zhou e Hulkenberg devem estar preparados para o ofício. Bicicletas e rali, os grandes inimigos dos pilotos de Fórmula 1. Webber e Kubica que o digam.

Band e Rio: fim do mistério - A F1 volta para a Rede Bandeirantes depois de mais de 40 anos. A Liberty não chegou a um acordo com a Globo e sim com a emissora dos Saad. Mariana Becker também vai para lá, assim como o produtor Jaime Brito. Falta um narrador. Reginaldo Leme, contratado no fim do ano passado, volta aos comentários da F1. A emissora também tem a Stock Car, a Indy e adquiriu os direitos da F2 e F3 que, juntos com a classificação, serão transmitidos na BandSports, o canal pago da Band. Ou seja: não mudou quase nada, a F1 continua em TV aberta e com a F2 e a F3 na TV também, além dos campeonatos europeus. O acordo é por dois anos. No mínimo ansioso para ver o que sai disso aí. 

Vou tentar resumir o máximo possível: a prefeitura do Rio engavetou o tal projeto de corrida no meio da floresta. Sem Chase Carey e o pessoal da Rio Motorsports, o retorno de Eduardo Paes e a chegada de Stefano Domenicali como novo chefão da F1, tudo isso virou um monte de papel inútil. Ainda bem.

Invenções e motores: A Red Bull conseguiu o congelamento dos motores para 2022. Isso significa que, para o ano que vem, vai continuar tudo como está, e os taurinos podem comprar e adquirir o conhecimento técnico da Honda, futura ex-parceira no fim do ano. Os treinos livres agora duram apenas uma hora e querem votar corridas classificatórias com grid invertido para a corrida de domingo. Por que já não proíbem o Hamilton de correr, afinal? Tenho certeza que isso seria emocionante.

Último ano? Hamilton renovou com a Mercedes por uma temporada, ganhando entre 40 e 55 milhões de euros anuais. Foi uma negociação difícil e arrastada. Pensando em 2022, tanto Wolff quanto Hamilton parecem exaustos do sucesso. Parece que pode ser uma despedida para ambos nessa temporada, teoricamente a última onde supostamente a Mercedes teria ampla vantagem em relação aos demais. Para ganhar o octa de uma vez e curtir a vida de pop star. Hamilton tem o meu apoio.

Brasileiros na base: Vamos lá - Enzo Fittipaldi saiu da Academia da Ferrari e foi para a base da Indy. Deve voltar a priorizar o automobilismo americano. Outro que deixou a Academia dos italianos foi Gianluca Petecof, que conseguiu um assento da Campos para disputar a F2. Não é o melhor e Petecof não tem patrocínio, embora o empresário seja um dos sócios do time. Ele não vai ter tempo para se adaptar e terá o "veterano" Ralph Boschung como parceiro de equipe. O brasileiro vai ter que mostrar serviço para não encerrar o sonho cedo demais.

Felipe Drugovich foi para a Uni Virtuosi. Caio Collet, da Alpine/Renault, vai disputar a F3. Sempre bom lembrar que essa é a aposta de Felipe Massa como próximo brasileiro na F1, afinal ambos são empresariados por Nicolas Todt. Igor Fraga deixou a academia da Red Bull. Vai ser uma F2 interessante para os talentos brasileiros, uma pena que esse calendário ridículo afaste o interesse do fã mais casual. Sem sequência de corridas, vai ser complicado acompanhar religiosamente os torneios de base. Culpa do Covid ou do quão caro tornou-se o automobilismo, ou as duas coisas?

Só consigo lembrar disso... ah, o ainda em recuperação Grosjean vai para a Indy. Meu Deus, que nunca chegue perto de um circuito oval. 

É isso, voltarei quando o início da temporada se aproximar. 

Até!