terça-feira, 14 de junho de 2022

O ESPELHO (PARTE 2)

 

Foto: Motorsport

Semana passada, escrevi sobre Sérgio Pérez e sua renovação com a Red Bull. Agora, vou mostrar o outro lado da moeda. Na verdade, é uma extensão de uma ideia que escrevi há algum tempo, mas que agora ficou mais evidente para ser expansionada.

Pérez até 2024 na Red Bull significa um cerco fechado para os pilotos da academia, sejam eles Tsunoda, Hauger, Vips, Daruvala, entre outros. E por que essa decisão foi tomada, visto que os taurinos têm como premissa formar os próprios pilotos? 1 – Pérez está totalmente encaixado com o time; 2 – não há convicção de que esses jovens possam ajudar a equipe principal no médio-prazo.

Bom, dentre os pilotos da Academia, um está no limbo há muito tempo: Pierre Gasly. O futuro estava traçado depois que foi rebaixado e substituído por Albon, ainda em 2019. A questão é que nesse meio tempo o francês se reinventou e recuperou a imagem. Agora, mais do que nunca, é preciso partir.

Continuar na Alpha Tauri sem perspectiva é perda de tempo. Gasly já passou dessa fase. O francês precisa lutar com unhas e dentes pela vaga na McLaren. Na época, falava da Alpine, mas os planos estão sendo concretizados para o futuro de Oscar Piastri. É o único caminho para Gasly buscar uma carreira relevante: lutar com Norris e ver o que acontece.

Pelo menos, nesse sentido, há o benefício da dúvida, de arriscar, ver o que acontece. Mesmo se der errado, se o desempenho for ruim ou a McLaren não for competitiva, com certeza é melhor uma mudança de ares do que permanecer sem perspectivas na Red Bull B.

Aliás, esse foi o recado implícito de Christian Horner e Helmut Marko ao renovarem com Checo: vá, meu filho, busque o seu caminho porque aqui não há mais nada.

Ah, a ironia: escrevi que Sainz precisava ser a inspiração porque ele passou pela mesma situação ao ser preterido por Verstappen. Agora, Gasly pode substituir outro ex-Red Bull que arriscou na carreira e até agora não deu certo na Renault e na McLaren, apesar de ter quebrado o jejum de quase dez anos sem vitórias da equipe de Woking: Daniel Ricciardo.

Espelhos é o que não faltam para o francês tentar mudar o destino que está sendo imposto pela empresa de energéticos. Quebrá-lo não vai fazer com que as dúvidas e angústias sumam, pelo contrário.

Até!


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