sexta-feira, 4 de março de 2016

BARCELONA, DIA 7 - F1 indo para o Halo

No penúltimo dia de atividades antes do GP da Austrália, daqui duas semanas, o que chamou a atenção foi a Ferrari de Kimi Raikkonen. O finlandês anotou o melhor tempo da pré-temporada até então (1:22.785, com os pneus ultramacios). Entretanto, o destaque foi o SF16-H ter dado algumas voltas com o "halo", uma proteção de cockpit produzida pela Mercedes e que provavelmente deve ser implantada pela FIA nos carros no ano que vem.

Foto: Globoesporte.com
Esteticamente, é horrível. Outra: Esse trambolho atrapalha a visão do piloto e não evitaria os acidentes que aconteceram nos últimos dias. A ação da FIA é evitar os acidentes recentes que ocorreram na F1, especialmente os de Felipe Massa (2009) e Jules Bianchi (2014). Todavia, a mola que atingiu o brasileiro ainda poderia passar facilmente pelo halo e atingir o capacete do piloto e o francês acabou falecendo na bruta e rápida desaceleração do carro ao atingir o trator, no Japão. É louvável que a FIA esteja preocupada com a integridade dos pilotos, mas esse "troço" aí não vai ser a solução de nada. Mais: Pouquíssimos fãs gostaram dessa tal novidade. Mas quem disse que a F1 se importa com a opinião de seu público?

Carros mais lentos, corridas monótonas, regras confusas, ações que não agradam, o distanciamento da F1 com os fãs e as redes sociais... Tudo isso mostra que a FIA, FOM e equipes estão jogando a F1 para o halo. Do jeito que está, a categoria não atrai ninguém, e ainda repele os fãs que ficam desapontados com a falta de emoção, competitividade e interatividade do esporte. Enfim, a F1 parece querer morrer aos poucos.

A zueira foi forte no Twitter rsrs Foto: Reprodução/Twitter
Voltando para o treino, o dia foi muito bom para os brasileiros. Felipe Massa foi o segundo mais rápido (1:23,193, pneus macios, 117 voltas). O brasileiro elogiou muito o FW38 e afirmou que esse foi o melhor dia de trabalho nos testes. Ele volta amanhã para encerrar sua participação na pré-temporada. A Williams mostra força e dá indícios de que irá permanecer como terceira força da F1. Se vai conseguir incomodar a Ferrari? Difícil saber. Chutando, creio que é improvável.

Felipe Nasr conseguiu coletar mais dados do seu C35. Dessa vez, foram 114 voltas e o sexto tempo (1:24.768, pneus macios). Aparentemente, o carro não tem nenhum problema crônico de nascença. Dos três dias, o time suíço completou mais de 100 voltas em dois, apenas ontem que a roda traseira direita saiu do carro de Ericsson. Todavia, os suíços estão 4 dias atrás do resto, o que pode prejudicá-los nas primeiras corridas. Nasr só volta a pilotar no primeiro treino livre do GP da Austrália, daqui exatas duas semanas.

Foto: Getty Images
Outros destaques foram a Toro Rosso, como sempre. O STR11 mostrou resistência e foi, novamente, o carro que mais andou no dia: 159 voltas. Carlos Sainz Jr e Verstappen dispõem de um carro confiável. Entretanto, o fato de estarem utilizando o motor Ferrari 2015 não vai ajudar muito durante a temporada, caso Honda e Renault consigam evoluir e igualar ou ultrapassar o motor ferrarista do ano passado. A McLaren, de novo, conseguiu andar muito. Alonso deu 116 voltas e foi o sétimo, utilizando pneus supermacios. O novo motor e a chegada de Yusuke Hasegawa, novo diretor e engenheiro chefe da Honda em assuntos de F1, otimizou a integração de trabalho entre britânicos e japoneses, o que era rechaçado pelo antigo diretor, Yasuhisa Arai. Pequenos, porém importantes passos dados pelo MP4-31 na busca da recuperação da McLaren.

Confira os tempos do penúltimo dia de testes da pré-temporada, em Barcelona:

Foto: ArteGloboesporte.com
Até!

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