domingo, 1 de julho de 2018

BOM PARA QUASE TODO MUNDO

Foto: Getty Images
Depois da largada, quando Raikkonen passou Bottas, chegou a incomodar e depois perdeu as posições para a Red Bull, estava vendo a corrida apenas no automático. Com Hamilton abrindo para Verstappen e com Vettel largando mal e perdendo posições, apenas o imponderável poderia salvar a corrida do marasmo habitual.

Tal qual na Copa do Mundo, onde a maioria torce para os fracos em detrimento dos mais fortes, em questão de poucas horas duas gigantes caíram: a Espanha e a Mercedes. Aliás, o problema em Bottas teve fundamental importância para a boa corrida que tivemos hoje em Spielberg.

O problema no câmbio de Bottas foi o sinal amarelo para a Mercedes: quebra do novo carro em seu primeiro final de semana. Com o Virtual Safety Car acionado, Ferrari e Red Bull correram para os boxes e trocaram os pneus. Voltaram para a pista com menos desvantagem para Hamilton, que não parou. Impressiona como a Mercedes está batendo cabeça nas estratégias, principalmente quando acontece algo na pista. Sem saber se continuava ou não pista, o inglês já estava com os pneus desgastados e parou pouco depois, voltando para quarto. Desde então, Verstappen assumiu a ponta para não mais largar.

Foto: Reprodução
Ficar atrás dos outros, gerando turbulência e aumentando a temperatura do carro podem ter sido fatores que contribuíram para que Hamilton abandonasse com problemas no motor. Antes da VSC, o inglês caminhava para uma vitória tranquila. Os alemães não só perdem pontos importantíssimos para o campeonato como também deixaram Vettel, de atuação apagada, reassumir a liderança, agora com um ponto a mais.

Max teve uma atuação espetacular. Controlou a liderança com maestria, poupando os pneus e não deixando Raikkonen se aproximar na reta final para tentar a ultrapassagem. Depois da última bobagem em Mônaco, o holandês não errou mais. Está sendo consistente e vencendo Ricciardo, que hoje abandonou. Aliás, o tal novo motor Renault demonstrou ter sido um fracasso, pois Hulkenberg abandonou e Sainz sequer pontuou. Delírio da Red Bull, ao vencer em casa, e também da númerosa torcida holandesa, que invadiu mais ainda a Áustria e teria sido responsável pela grande comemoração do dia, não fosse a insanidade dos russos em Moscou depois da classificação diante da Espanha.

A Ferrari talvez foi a que tenha mais a que comemorar com os abandonos da Mercedes e do australiano. Raikkonen foi razoavelmente combativo, mas ficou a impressão de que se forçasse mais poderia ter vencido a prova. Impressionante como os pneus da Ferrari estavam durando mais. Vettel conseguiu chegar em terceiro e, estranhamente, os italianos não fizeram jogo de equipe para beneficiar o alemão. Três pontos a mais ou a menos podem decidir um campeonato. Será que eles pensaram nas críticas de 2001 e 2002 e recuaram?

Foto: Getty Images

O efeito dominó da Mercedes deu um boost para boa parte do grid. Por exemplo, Grosjean. Até então zerado, o francês conseguiu conquistar o melhor resultado da Haas até aqui, seguido por Magnussen. Era para isso ter acontecido na Austrália, se não fossem os erros nos pit stops. É definitivamente a quarta força do grid essa Ferrari de 2017... Na sequência, a dupla da Force India, com Ocon e Pérez. Pode ser uma das últimas corridas da equipe, ao menos com esse nome. Os problemas financeiros estão ficando cada vez piores e a chance do time acabar é mais do que provável.

Pra mim o piloto do dia é esse extraterrestre chamado Fernando Alonso. Com uma asa dianteira do ano passado, depois de ele e Vandoorne terem arrebentado nos treinos, o espanhol largou dos boxes para chegar numa inacreditável oitava posição, sem sequer ser mostrado durante a corrida. Como isso aconteceu? Isso só reforça o talento desperdiçado que o espanhol virou. Por outro lado, Vandoorne teve um toque na largada que comprometeu toda a sua corrida. Críticas pesadas ao belga. Só se Lando Norris não ganhar a F2 para que Stoffel se mantenha na equipe na F1, ao que tudo indica. Ainda acho as críticas excessivas, mas é fato que está devendo.

Até Ericsson pontuou, em 10°! Ficou atrás, como sempre, de Charles Leclerc. Uma coisa é certa: não vai ficar na Sauber ano que vem. Resta saber se vai para o próximo degrau, que é a Haas (no lugar de Grosjean, mesmo que o francês conquiste os pontos que não conseguiu até aqui) ou sobe vários de uma vez para aposentar Raikkonen e ser parceiro de Vettel.

Além de Mercedes e Renault, os perdedores de hoje foram a Williams (como sempre), a Toro Rosso e a Renault, que não pontuaram e tiveram problemas durante a corrida. Mais uma vez, o VSC salvou uma monótona corrida e a transformou em algo que nos entreteu. Veremos o que nos aguarda em Silverstone, na semana que vem, terra de Hamilton:

Confira a classificação final do GP da Áustria:


Até!

sexta-feira, 29 de junho de 2018

OSOM (FORA DE VISTA, FORA DA MENTE)

Foto: Getty Images
A Mercedes resolveu estrear um carro feito do zero em plena temporada. Os alemães sentiram o peso do equilíbrio da disputa com a Ferrari e buscam uma cartada para voltar ao domínio relativamente absoluto dos últimos anos. Tomando como base somente os treinos de hoje, parece que o carro é muito bom. Ele impressionou os rivais como a Red Bull. Contando com a sorte de não vir a chuva que estava sendo prevista, cada piloto teve três horas para aprimorar o W09.

Melhor para Hamilton, líder das duas sessões, mas sempre seguido de perto por Bottas e também pela Ferrari, que não parece estar tão longe, considerando que os italianos melhoram de desempenho no qualyfing. Uma distante Red Bull fecha a terceira fila. No entanto, a Renault já iniciou que seus clientes poderão usar o "modo festa" do motor no classificatório, com 15 cv a mais. Pode ser um treino interessante, uma pena que a corrida não deve ser. Dependemos da chuva que não vem faz tempo e quando vem a FIA paralisa a prova até a pista secar.

Outros destaques do treino foram Charles Leclerc, de novo, e Pierre Gasly, que chegaram a ficar no top 10. A Haas parece estar estabilizada em 7-8. Digo, Magnussen. Grosjean sempre é uma incógnita, disposta a fazer baguncinha pelos circuitos.

Evidente que em uma semana o panorama não muda. Alonso ficou entre os últimos (17° e 19°), enquanto Vandoorne conseguiu ser o nono no TL2. Veremos se o modo festa ajuda o time de Woking a ir para o Q2 ao menos. A Williams vai seguir fechando o grid. Kubica foi um segundo mais lento que Stroll e reclamou de vibrações no FW41. Aí não dá pra tomar muita base, a não ser que esse carro é bisonho.

No topo e no fundo, Mercedes, Williams e McLaren estão fora de vista, fora da mente, correndo fora do tempo...


Confira a classificação dos treinos livres para o GP da Áustria:





GP DA ÁUSTRIA - Programação

O circo da Fórmula 1 voltou a Áustria em 2014, após a Red Bull comprar e reformular o complexo que abriga o circuito, rebatizando-o de Red Bull Ring. A prova não acontecia no país desde 2003.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:07.411 (Mercedes, 2017)
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:04.251 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Valtteri Bottas (Mercedes)
Maior vencedor: Alain Prost - 3x (1983, 1985 e 1986)


AINDA ZERADO

Foto: LAT Images

Oito etapas na temporada e Romain Grosjean segue sem brilhar. Pelo contrário. Até agora, somente ele e o novato Sergey Sirotkin, da péssima Williams, que ainda não pontuaram em 2018. Os motivos são diversos, mas a maioria deles é que a culpa é do próprio francês. Quando estava na zona dos pontos, bateu bisonhamente durante o Safety Car no Azerbaijão, ou então envolveu-se em acidentes, seja na corrida ou no treino, o que inviabiliza seu desempenho. Na França, foi o 11°. Grosjean não consegue esconder a decepção.

“A gente tentou o máximo que pôde, mas tinha alguns danos no carro por causa da primeira volta. Foi difícil porque isso tirou nosso equilíbrio aerodinâmico. Tentei ao máximo me recuperar, mas estava muito para trás. O carro está muito rápido e o Kevin [Magnussen] fez um ótimo trabalho, então fico feliz por ele. Mas quero minha vez. Essa sequência de azar está ficando dolorosa”, disse.

Enquanto isso, Kevin Magnussen chegou em sexto e anotou mais oito pontos para o campeonato, totalizando 27 contra zero do francês. É constrangedor e pressiona demais o errático Romain. Apesar disso, a Haas segue confiando em seu piloto, ao menos nas palavras de Gunther Steiner, o chefão da equipe.

“A gente teve isso com o Kevin ano passado, quando ele estava em uma fase ruim e as pessoas estavam implicando”, comparou Steiner. “Agora é com o Grosjean que as coisas sempre dão errado. Não é uma chuva, é uma tempestade. Ele está tentando voltar a ficar de pé, mas aí recebe uma punição. Isso cansa depois de algum tempo, mas acho que ele tem força para superar”, afirmou.


Além dos erros, o descontrole emocional de Grosjean também é um fator que lhe atrapalha muito. Ele sente demais o erro. Sua personalidade reclamona também não ajuda. Por mais que Steiner não jogue o francês para os leões (corretamente), me parece claro que o francês não tem mais clima para continuar na F1. Errou demais no início da carreira, amadureceu, mas voltou a ser errático. Charles Leclerc, caso não seja alçado diretamente para a Ferrari, fatalmente vai fazer parceria com o dinamarquês Magnussen no ano que vem.

HÁ DISPUTA (?)

Foto: JPB Images
É o que diz Toto Wolff, o chefão da Mercedes. Apesar da vitória sem sustos da Mercedes logo na estreia de seu novo motor, chamado de "fase 2.1.", Wolff também acha que Ferrari e Renault fizeram importantes atualizações em seus motores. "As três unidades de potência estão muito próximas, entre Ferrari, Renault e nós. O objetivo, então, é buscar vantagens sem perder a confiabilidade. Esse é o truque. A batalha vai continuar até o final da temporada", afirmou o dirigente.


O grande problema da F1 está na pista. Ferrari e Mercedes estão muito mais equilibradas do que imaginávamos. Depende do encaixe do circuito. A questão é que não há briga na pista, uma batalha direta entre Vettel e Hamilton, por exemplo. Quando um sobra, o outro é discreto ou comete erros. A grande questão é saber se esse tal novo motor da Mercedes vai lhe dar novamente uma soberania, mesmo que não seja tão grande quanto nos últimos anos, ou vai depender outra vez das características dos carros em cada circuito. Vamos ver.

CLASSIFICAÇÃO: 
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 145 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 131 pontos
3 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 96 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 92 pontos
5 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 83 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 68 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 34 pontos
8 - Fernando Alonso (McLaren) - 32 pontos
9 - Carlos Sainz Jr (Renault) - 28 pontos
10- Kevin Magnussen (Haas) - 27 pontos
11- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 18 pontos
12- Sérgio Pérez (Force India) - 17 pontos
13- Esteban Ocon (Force India) - 11 pontos
14- Charles Leclerc (Sauber) - 11 pontos
15- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
16- Lance Stroll (Williams) - 4 pontos
17- Marcus Ericsson (Sauber) - 2 pontos
18- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 237 pontos
2 - Ferrari - 214 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 164 pontos
4 - Renualt - 62 pontos
5 - McLaren Renault - 40 pontos
6 - Force India Mercedes - 28 pontos
7 - Haas Ferrari - 27 pontos
8 - Toro Rosso Honda - 19 pontos
9 - Sauber Ferrari - 13 pontos
10- Williams Mercedes - 4 pontos

TRANSMISSÃO:







quarta-feira, 27 de junho de 2018

SHOW ANTES DO TERCEIRO HIATO

Foto: Getty Images
Depois de ter se beneficiado de ordens de equipes nas últimas duas edições e sofrido muitas críticas, muita coisa tinha mudado para Michael Schumacher naquele fim de semana de maio, quinze anos atrás.

A começar pelo fato de, diferentemente dos anos anteriores, quando estava sobrando no campeonato, dessa vez Schumi estava atrás. Depois de um péssimo início e uma reação que iniciou em Ímola, o alemão estava na vice-liderança do campeonato, atrás de um ainda jovem Kimi Raikkonen, que tinha vencido na Malásia e sendo bastante regular durante o campeonato.

A reação começou no sábado. Schumacher foi o último a entrar na pista, naquele antigo sistema de classificação. Em uma volta espetacular, superou Kimi e foi o pole. Montoya foi o terceiro, com um surpreendente Nick Heidfeld em quarto com a Sauber e Rubinho em quinto. Ainda na Jaguar, Pizzonia foi o oitavo, enquanto Cristiano da Matta foi o 13° com a Toyota.


No domingo, Schumacher fazia de tudo para disparar na ponta. Mais leve que Raikkonen e Montoya, que estavam em seu encalce, o alemão foi o primeiro a parar nos boxes. Parecia mais uma parada normal, mas algo estava estranho. A bomba de combustível (quando ainda podia reabastecer) ficou presa, derramando combustível na parte quente do carro, o que causou um princípio de incêndio. Doze segundos depois e com tudo solucionado, Schummy saiu com sua Ferrari em terceiro. Agora, precisava fazer uma corrida de recuperação no travado circuito de A1 Ring.

Logo na volta seguinte, Raikkonen foi para os boxes. Montoya, o outro rival, abandonou com problemas de motor em sua Williams. Caminho aberto para o alemão finalmente vencer com seus próprios méritos em solo austríaco. O sempre regular Raikkonen ficou em segundo e Barrichello, vencedor moral de 2002, fechou em terceiro. Button (BAR), Coulthard (McLaren), Ralf Schumacher (Williams), Webber (Jaguar) e Trulli (Toyota) fecharam o top-8 que pontuava. Na época, a pontuação era 10-8-6-5-4-3-2-1.

Apesar da terceira vitória seguida, Schumacher ainda pagava pelo péssimo início. A regularidade de Kimi manteve o finlandês na liderança do campeonato com 40 pontos, agora apenas dois a frente do então pentacampeão.

Diante de um campeonato tão equilibrado, essa vitória e a quebra de Montoya foram fundamentais para a conquista do sexto título de Schumacher, que se avizinhava não tão fácil - o que acabou se confirmando. Depois disso, a Áustria só retornou à F1 em 2014, quando Massa fez sua última pole da carreira. O resto é história.




Até!


terça-feira, 26 de junho de 2018

ABISMO SEM FIM

Foto: LAT Images
Era unânime dizer que a culpa era da Honda. Todos nós embarcamos nessa de que os japoneses eram o motivo da McLaren produzir tão pouco. Diante dos resultados ruins e da pressão de Alonso, o acordo foi rompido e veio a Renault em seu lugar. Parecia ser a solução.

Durante os testes de pré-temporada, alguns resultados tímidos. Depois, a revelação: o carro novo só iria estrear em Barcelona. Tudo bem, afinal Alonso ia para o Q3 e conseguia mais pontos no início da temporada do que em três anos de Honda.

Chegou a corrida de Montmeló e o desempenho continuou o mesmo. Nas corridas seguintes, piorou. Hoje, a equipe de Woking disputa com Haas e Force India o posto de quinta força. Ainda assim, o desempenho da McLaren continua pífio, e até piorou. Em Paul Ricard, eliminação logo no Q1, para os dois. Vandoorne cada vez mais pressionado pelo efeito Lando Norris. Não seria surpresa ver o belga ser sacado pelo jovem inglês no fim do ano, principalmente se Lando for campeão da F2 (atualmente é o líder do campeonato). Zak Brown admite que o MCL33 tem problemas que não conseguem ser incorrigíveis no túnel de vento.

Se algo não for solucionado lá, a tendência é que os erros se repitam para 2019. Sem mais o vasto dinheiro vindo da Honda e sem grandes patrocínios, uma hora o dinheiro da McLaren, que está vindo de outros setores da empresa, vai acabar. Zak Brown parece mais interessado em levar a equipe pra Indy do que focar na F1, pode ser aí um dos motivos dos conflitos internos, além do caso dos chocolates que acabou vazando semana passada.

Fechando o grid, sem dinheiro, Alonso provavelmente indo embora... se continuar assim, a McLaren vai continuar à risca o planejamento para se tornar uma nova Williams. Que o tal novo regulamento de 2021 possa fazer com que essa tradicional equipe renasça rumo ao protagonismo da categoria, o que sempre esteve em seu DNA.

Aliás, é triste ver Williams e McLaren fechando o grid. Entretanto, como já escrevi milhões de vezes sobre o primeiro caso, isso é uma escolha deles. Que arquem com as consequências.

Até!

segunda-feira, 25 de junho de 2018

INSIRA UM TÍTULO AQUI

Foto: Reuters
A Fórmula 1 em época de Copa do Mundo parece algo completamente inútil e desnecessário. Entre a expectativa para Japão e Senegal e o primeiro do bom jogo de bola que teve em Ecaterimburgo, coube preencher o vazio com o retorno de Paul Ricard ao circo de 28 anos.

Arquibancadas lotadas. Parte da torcida de amarelo em alusão a Renault (lembrou a torcida do Valentino), tudo bonito e pomposo. O roteiro é o mesmo: expectativa-largada-procissão.

Bom, digamos que a largada quebrou um pouco essa monotonia, e só por isso dá para falar que foi uma corrida melhor que a do Canadá. Impressionante como Vettel se envolve em acidentes que lhe custam pontos para o campeonato. Com a pista estreita, tentou passar Bottas, não conseguiu, travou e bateu no carro do finlandês, que rodou. Com o assoalho danificado, os dois caíram para o final do pelotão.

Na sequência, Gasly bateu em Ocon, e os dois compatriotas (que não se bicam) abandonaram em casa. Triste sina. Na confusão da largada, Raikkonen e Ricciardo caíram algumas posições. Sainz era o terceiro e Leclerc o sexto. Com o Safety Car por algumas voltas, cheguei a pensar: teremos corridas, ao menos por algumas voltas.

Foto: EFE
Foto: Getty Images
Foi questão de tempo pra quase tudo voltar ao normal. Hamilton e Verstappen dispararam na ponta. Raikkonen e Vettel abriram caminho no pelotão como uma ambulância faz nas ruas. Hamilton, que dominou o fim de semana todo, mostrou que o novo motor da Mercedes pode ser um diferencial para a sequência do campeonato. Max emplacou outra boa corrida e, ainda rancoroso, parece responder a imprensa pelas constantes críticas (justas, aliás) pelo péssimo início de campeonato. Raikkonen, aproveitando os problemas de seus principais adversários, fechou o pódio.

Ricciardo, com problemas, foi o quarto e Vettel o quinto, eleito bisonhamente como o piloto do dia pelo público. Só pode ser voto de protesto por mais uma porcaria de corrida. Magnussen ganhou mais pontos para a Haas. Bottas, com o problema da largada, não foi além do sétimo tempo. A dupla da Renault segue pontuando, assim como Leclerc, com um valioso décimo lugar com a Sauber. Não sei se já está pronto para a Ferrari, mas é natural que substitua o ainda zerado Grosjean na equipe americana ano que vem.

O pior final de semana do ano da McLaren. Bisonho, deprimente. Depois de uma rodada na relargada para não bater em Vettel, Alonso ficou se arrastando na pista até abandonar no final. Vandoorne foi o 12°. Ducha de água fria para quem achava que o problema era só a Honda (mea culpa). Inacreditável os ingleses não terem resolvido o problema de arrasto aerodinâmico. O pior é que agora eles estão cada vez mais sem grana. A Williams eu nem falo mais nada. Como é triste ver duas gigantes da F1 fechando o grid sem perspectiva de melhora no curto/médio-prazo.

A F1 de hoje não permite saber se o circuito de Paul Ricard é bom ou ruim. Qualquer traçado vai ser considerado um lixo diante de tais circunstâncias. Entretanto, seria mais legal se acabassem com aquela chicane e deixassem solto o retão. Poderia ter mais ultrapassagens.

De resto, assistir a F1 em 2018 virou um grande estorvo, um simples ruído que serve como fundo de um ambiente e que só é notado quando começa e quando termina, para delírio daqueles que acompanhavam o Grande Prêmio. Era melhor ter assistido a partida inteira de Japão e Senegal.

O pior (?) é que teremos mais duas corridas seguidas durante a Copa. Ou seja: mais duas procissões para testar nossa (im)paciência, servindo de ruído para o ambiente da sala durante o almoço de domingo.

A única coisa boa (?) foi o simpático trófeu de um gorila (?) tricolor, francês para ser mais exato. É realmente algo único, digno de ser lembrado nos grande hall de troféus da categoria, como o eterno Sonic de Ayrton Senna ou as mini cafeteiras do Santander. Minha reação é a mesma que a do Kimi:


Confira a classificação final do Grande Prêmio da França:


Até!


sexta-feira, 22 de junho de 2018

O ÔNIBUS ESTACIONADO

Foto: Reprodução/Twitter
Chegou a melhor época do ano, o que acontece em períodos bissextos. Futebol e Copa do Mundo, tudo junto, no mesmo dia, no mesmo horário, ao mesmo tempo. O que olhar? Tudo, é claro.

Por falar no futebol e na Copa, estamos vendo um Mundial marcado pela organização tática, com defesas bem postadas, não deixando espaços para os meias e atacantes conseguirem triangulações e jogadas que resultem em gol. Algumas até atuam com esse conceito defensivo de forma extrema: nesse caso, se diz que o técnico da equipe "estacionou o ônibus na área", de tão defensivo que está a sua equipe.

Na defensiva ficam a maioria das equipes no treino de sexta (né, Ferrari?). Outras, nem tanto. A Mercedes, por exemplo. Aproveitou para estrear os novos motores que, segundo Niki Lauda, deixam  o carro "um ou dois décimos mais veloz". Isso pode explicar muita coisa sobre o desempenho das flechas de prata no Canadá. Coincidência ou não, Hamilton liderou sem grandes problemas os dois treinos.

Foto: Getty Images
Havia grande ansiedade para ver como estava o novo traçado de Paul Ricard. Logo no retorno da F1 para a França, todos os bilhetes (65 mil) foram vendidos. Entretanto, apenas pouco mais de 25 mil deles conseguiram chegar ao autódromo, que fica na pequena cidade de Le Castellet, de apenas quatro mil habitantes. O restante ficou trancado em intermináveis filas nas rodovias próximas, que eram de mão dupla. Até pilotos como Vettel e Grosjean sofreram com o congestionamento. Uma reunião da Force India foi cancelada pela impossibilidade de chegar ao autódromo.

Não é possível que esse tipo de situação não tenha sido minimamente planejada, discutida e avaliada pela organização e pelas autoridades. Imagina se isso acontece em qualquer país terceiro mundista fora da Europa... ou pior: se tá assim agora, em um mero treino livre, imagina a logística para assistir o qualyfing e a corrida. Simplesmente lamentável.

Algumas curtinhas: Ricciardo recebeu uma proposta da McLaren, que não quer ser pega com as calças na mão caso Alonso rume para a Indy, onde a equipe de Woking pretende voltar a ter uma equipe. A princípio, parece que tudo se encaixa. Sem vaga em Mercedes e Ferrari e com uma incógnita Red Bull com os motores Honda, o sorridente australiano terá que tomar uma importante decisão nas próximas semanas, sem dúvida alguma a mais importante e que irá defnir os rumos de sua promissora carreira. Isso é que vai separar se Ricciardo será protagonista de títulos ou apenas mais um talentoso no lugar errado na hora errada.

Por falar em McLaren, o clima não é lá muito bom. Parece que funcionários receberam como "bônus" (ou "agradecimento", "prêmio") barras de chocolate que custam menos de dois reais. E o pior: não foi a primeira vez que isso acontece. Obviamente, o clima da equipe parece estar indo de mal a pior, e a cabeça de Boullier parece estar a prêmio. Com Zak Brown cada vez mais interessado no mercado americano (junto de Alonso), talvez seja a hora dos acionistas da McLaren tomarem alguma atitude, tanto na definição de pilotos quanto de um corpo técnico competente para os próximos anos. Do contrário, uma nova Williams parece estar cada vez mais consolidada.

A Ferrari parece que já vai lançar Leclerc para a equipe principal no ano que vem e aposentar definitivamente Kimi Raikkonen. Ao menos é o que diz a imprensa europeia. É claro que Leclerc está surpreendendo e talvez tirando mais do que o carro pode dar, mas o pessoal não pode esquecer é que o monegasco é muito jovem, propenso a erros e inconstância, o que inclusive aconteceu no início do ano, ainda desacostumado com o funcionamento de um F1. O ideal seria uma promoção gradual, como substituir Grosjean na Haas, por exemplo. Entretanto, diante de um finlandês burocrático e que não empolga (não venceu nenhuma vez desde que voltou pra Ferrari, em 2014), os italianos parece que serão forçados a correr riscos, pois aparentemente não deve brigar com unhas e dentes por Ricciardo. Influência de Vettel?

Confira aqui a classificação dos primeiros treinos livres do GP da França:



Até!