segunda-feira, 25 de junho de 2018

INSIRA UM TÍTULO AQUI

Foto: Reuters
A Fórmula 1 em época de Copa do Mundo parece algo completamente inútil e desnecessário. Entre a expectativa para Japão e Senegal e o primeiro do bom jogo de bola que teve em Ecaterimburgo, coube preencher o vazio com o retorno de Paul Ricard ao circo de 28 anos.

Arquibancadas lotadas. Parte da torcida de amarelo em alusão a Renault (lembrou a torcida do Valentino), tudo bonito e pomposo. O roteiro é o mesmo: expectativa-largada-procissão.

Bom, digamos que a largada quebrou um pouco essa monotonia, e só por isso dá para falar que foi uma corrida melhor que a do Canadá. Impressionante como Vettel se envolve em acidentes que lhe custam pontos para o campeonato. Com a pista estreita, tentou passar Bottas, não conseguiu, travou e bateu no carro do finlandês, que rodou. Com o assoalho danificado, os dois caíram para o final do pelotão.

Na sequência, Gasly bateu em Ocon, e os dois compatriotas (que não se bicam) abandonaram em casa. Triste sina. Na confusão da largada, Raikkonen e Ricciardo caíram algumas posições. Sainz era o terceiro e Leclerc o sexto. Com o Safety Car por algumas voltas, cheguei a pensar: teremos corridas, ao menos por algumas voltas.

Foto: EFE
Foto: Getty Images
Foi questão de tempo pra quase tudo voltar ao normal. Hamilton e Verstappen dispararam na ponta. Raikkonen e Vettel abriram caminho no pelotão como uma ambulância faz nas ruas. Hamilton, que dominou o fim de semana todo, mostrou que o novo motor da Mercedes pode ser um diferencial para a sequência do campeonato. Max emplacou outra boa corrida e, ainda rancoroso, parece responder a imprensa pelas constantes críticas (justas, aliás) pelo péssimo início de campeonato. Raikkonen, aproveitando os problemas de seus principais adversários, fechou o pódio.

Ricciardo, com problemas, foi o quarto e Vettel o quinto, eleito bisonhamente como o piloto do dia pelo público. Só pode ser voto de protesto por mais uma porcaria de corrida. Magnussen ganhou mais pontos para a Haas. Bottas, com o problema da largada, não foi além do sétimo tempo. A dupla da Renault segue pontuando, assim como Leclerc, com um valioso décimo lugar com a Sauber. Não sei se já está pronto para a Ferrari, mas é natural que substitua o ainda zerado Grosjean na equipe americana ano que vem.

O pior final de semana do ano da McLaren. Bisonho, deprimente. Depois de uma rodada na relargada para não bater em Vettel, Alonso ficou se arrastando na pista até abandonar no final. Vandoorne foi o 12°. Ducha de água fria para quem achava que o problema era só a Honda (mea culpa). Inacreditável os ingleses não terem resolvido o problema de arrasto aerodinâmico. O pior é que agora eles estão cada vez mais sem grana. A Williams eu nem falo mais nada. Como é triste ver duas gigantes da F1 fechando o grid sem perspectiva de melhora no curto/médio-prazo.

A F1 de hoje não permite saber se o circuito de Paul Ricard é bom ou ruim. Qualquer traçado vai ser considerado um lixo diante de tais circunstâncias. Entretanto, seria mais legal se acabassem com aquela chicane e deixassem solto o retão. Poderia ter mais ultrapassagens.

De resto, assistir a F1 em 2018 virou um grande estorvo, um simples ruído que serve como fundo de um ambiente e que só é notado quando começa e quando termina, para delírio daqueles que acompanhavam o Grande Prêmio. Era melhor ter assistido a partida inteira de Japão e Senegal.

O pior (?) é que teremos mais duas corridas seguidas durante a Copa. Ou seja: mais duas procissões para testar nossa (im)paciência, servindo de ruído para o ambiente da sala durante o almoço de domingo.

A única coisa boa (?) foi o simpático trófeu de um gorila (?) tricolor, francês para ser mais exato. É realmente algo único, digno de ser lembrado nos grande hall de troféus da categoria, como o eterno Sonic de Ayrton Senna ou as mini cafeteiras do Santander. Minha reação é a mesma que a do Kimi:


Confira a classificação final do Grande Prêmio da França:


Até!


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá, esse é o espaço em que você pode comentar, sugerir e criticar, desde que seja construtivo. O espaço é aberto, mas mensagens ofensivas para outros comentaristas ou para o autor não serão toleradas.