sexta-feira, 29 de junho de 2018

OSOM (FORA DE VISTA, FORA DA MENTE)

Foto: Getty Images
A Mercedes resolveu estrear um carro feito do zero em plena temporada. Os alemães sentiram o peso do equilíbrio da disputa com a Ferrari e buscam uma cartada para voltar ao domínio relativamente absoluto dos últimos anos. Tomando como base somente os treinos de hoje, parece que o carro é muito bom. Ele impressionou os rivais como a Red Bull. Contando com a sorte de não vir a chuva que estava sendo prevista, cada piloto teve três horas para aprimorar o W09.

Melhor para Hamilton, líder das duas sessões, mas sempre seguido de perto por Bottas e também pela Ferrari, que não parece estar tão longe, considerando que os italianos melhoram de desempenho no qualyfing. Uma distante Red Bull fecha a terceira fila. No entanto, a Renault já iniciou que seus clientes poderão usar o "modo festa" do motor no classificatório, com 15 cv a mais. Pode ser um treino interessante, uma pena que a corrida não deve ser. Dependemos da chuva que não vem faz tempo e quando vem a FIA paralisa a prova até a pista secar.

Outros destaques do treino foram Charles Leclerc, de novo, e Pierre Gasly, que chegaram a ficar no top 10. A Haas parece estar estabilizada em 7-8. Digo, Magnussen. Grosjean sempre é uma incógnita, disposta a fazer baguncinha pelos circuitos.

Evidente que em uma semana o panorama não muda. Alonso ficou entre os últimos (17° e 19°), enquanto Vandoorne conseguiu ser o nono no TL2. Veremos se o modo festa ajuda o time de Woking a ir para o Q2 ao menos. A Williams vai seguir fechando o grid. Kubica foi um segundo mais lento que Stroll e reclamou de vibrações no FW41. Aí não dá pra tomar muita base, a não ser que esse carro é bisonho.

No topo e no fundo, Mercedes, Williams e McLaren estão fora de vista, fora da mente, correndo fora do tempo...


Confira a classificação dos treinos livres para o GP da Áustria:





GP DA ÁUSTRIA - Programação

O circo da Fórmula 1 voltou a Áustria em 2014, após a Red Bull comprar e reformular o complexo que abriga o circuito, rebatizando-o de Red Bull Ring. A prova não acontecia no país desde 2003.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:07.411 (Mercedes, 2017)
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:04.251 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Valtteri Bottas (Mercedes)
Maior vencedor: Alain Prost - 3x (1983, 1985 e 1986)


AINDA ZERADO

Foto: LAT Images

Oito etapas na temporada e Romain Grosjean segue sem brilhar. Pelo contrário. Até agora, somente ele e o novato Sergey Sirotkin, da péssima Williams, que ainda não pontuaram em 2018. Os motivos são diversos, mas a maioria deles é que a culpa é do próprio francês. Quando estava na zona dos pontos, bateu bisonhamente durante o Safety Car no Azerbaijão, ou então envolveu-se em acidentes, seja na corrida ou no treino, o que inviabiliza seu desempenho. Na França, foi o 11°. Grosjean não consegue esconder a decepção.

“A gente tentou o máximo que pôde, mas tinha alguns danos no carro por causa da primeira volta. Foi difícil porque isso tirou nosso equilíbrio aerodinâmico. Tentei ao máximo me recuperar, mas estava muito para trás. O carro está muito rápido e o Kevin [Magnussen] fez um ótimo trabalho, então fico feliz por ele. Mas quero minha vez. Essa sequência de azar está ficando dolorosa”, disse.

Enquanto isso, Kevin Magnussen chegou em sexto e anotou mais oito pontos para o campeonato, totalizando 27 contra zero do francês. É constrangedor e pressiona demais o errático Romain. Apesar disso, a Haas segue confiando em seu piloto, ao menos nas palavras de Gunther Steiner, o chefão da equipe.

“A gente teve isso com o Kevin ano passado, quando ele estava em uma fase ruim e as pessoas estavam implicando”, comparou Steiner. “Agora é com o Grosjean que as coisas sempre dão errado. Não é uma chuva, é uma tempestade. Ele está tentando voltar a ficar de pé, mas aí recebe uma punição. Isso cansa depois de algum tempo, mas acho que ele tem força para superar”, afirmou.


Além dos erros, o descontrole emocional de Grosjean também é um fator que lhe atrapalha muito. Ele sente demais o erro. Sua personalidade reclamona também não ajuda. Por mais que Steiner não jogue o francês para os leões (corretamente), me parece claro que o francês não tem mais clima para continuar na F1. Errou demais no início da carreira, amadureceu, mas voltou a ser errático. Charles Leclerc, caso não seja alçado diretamente para a Ferrari, fatalmente vai fazer parceria com o dinamarquês Magnussen no ano que vem.

HÁ DISPUTA (?)

Foto: JPB Images
É o que diz Toto Wolff, o chefão da Mercedes. Apesar da vitória sem sustos da Mercedes logo na estreia de seu novo motor, chamado de "fase 2.1.", Wolff também acha que Ferrari e Renault fizeram importantes atualizações em seus motores. "As três unidades de potência estão muito próximas, entre Ferrari, Renault e nós. O objetivo, então, é buscar vantagens sem perder a confiabilidade. Esse é o truque. A batalha vai continuar até o final da temporada", afirmou o dirigente.


O grande problema da F1 está na pista. Ferrari e Mercedes estão muito mais equilibradas do que imaginávamos. Depende do encaixe do circuito. A questão é que não há briga na pista, uma batalha direta entre Vettel e Hamilton, por exemplo. Quando um sobra, o outro é discreto ou comete erros. A grande questão é saber se esse tal novo motor da Mercedes vai lhe dar novamente uma soberania, mesmo que não seja tão grande quanto nos últimos anos, ou vai depender outra vez das características dos carros em cada circuito. Vamos ver.

CLASSIFICAÇÃO: 
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 145 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 131 pontos
3 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 96 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 92 pontos
5 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 83 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 68 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 34 pontos
8 - Fernando Alonso (McLaren) - 32 pontos
9 - Carlos Sainz Jr (Renault) - 28 pontos
10- Kevin Magnussen (Haas) - 27 pontos
11- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 18 pontos
12- Sérgio Pérez (Force India) - 17 pontos
13- Esteban Ocon (Force India) - 11 pontos
14- Charles Leclerc (Sauber) - 11 pontos
15- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
16- Lance Stroll (Williams) - 4 pontos
17- Marcus Ericsson (Sauber) - 2 pontos
18- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 237 pontos
2 - Ferrari - 214 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 164 pontos
4 - Renualt - 62 pontos
5 - McLaren Renault - 40 pontos
6 - Force India Mercedes - 28 pontos
7 - Haas Ferrari - 27 pontos
8 - Toro Rosso Honda - 19 pontos
9 - Sauber Ferrari - 13 pontos
10- Williams Mercedes - 4 pontos

TRANSMISSÃO:







quarta-feira, 27 de junho de 2018

SHOW ANTES DO TERCEIRO HIATO

Foto: Getty Images
Depois de ter se beneficiado de ordens de equipes nas últimas duas edições e sofrido muitas críticas, muita coisa tinha mudado para Michael Schumacher naquele fim de semana de maio, quinze anos atrás.

A começar pelo fato de, diferentemente dos anos anteriores, quando estava sobrando no campeonato, dessa vez Schumi estava atrás. Depois de um péssimo início e uma reação que iniciou em Ímola, o alemão estava na vice-liderança do campeonato, atrás de um ainda jovem Kimi Raikkonen, que tinha vencido na Malásia e sendo bastante regular durante o campeonato.

A reação começou no sábado. Schumacher foi o último a entrar na pista, naquele antigo sistema de classificação. Em uma volta espetacular, superou Kimi e foi o pole. Montoya foi o terceiro, com um surpreendente Nick Heidfeld em quarto com a Sauber e Rubinho em quinto. Ainda na Jaguar, Pizzonia foi o oitavo, enquanto Cristiano da Matta foi o 13° com a Toyota.


No domingo, Schumacher fazia de tudo para disparar na ponta. Mais leve que Raikkonen e Montoya, que estavam em seu encalce, o alemão foi o primeiro a parar nos boxes. Parecia mais uma parada normal, mas algo estava estranho. A bomba de combustível (quando ainda podia reabastecer) ficou presa, derramando combustível na parte quente do carro, o que causou um princípio de incêndio. Doze segundos depois e com tudo solucionado, Schummy saiu com sua Ferrari em terceiro. Agora, precisava fazer uma corrida de recuperação no travado circuito de A1 Ring.

Logo na volta seguinte, Raikkonen foi para os boxes. Montoya, o outro rival, abandonou com problemas de motor em sua Williams. Caminho aberto para o alemão finalmente vencer com seus próprios méritos em solo austríaco. O sempre regular Raikkonen ficou em segundo e Barrichello, vencedor moral de 2002, fechou em terceiro. Button (BAR), Coulthard (McLaren), Ralf Schumacher (Williams), Webber (Jaguar) e Trulli (Toyota) fecharam o top-8 que pontuava. Na época, a pontuação era 10-8-6-5-4-3-2-1.

Apesar da terceira vitória seguida, Schumacher ainda pagava pelo péssimo início. A regularidade de Kimi manteve o finlandês na liderança do campeonato com 40 pontos, agora apenas dois a frente do então pentacampeão.

Diante de um campeonato tão equilibrado, essa vitória e a quebra de Montoya foram fundamentais para a conquista do sexto título de Schumacher, que se avizinhava não tão fácil - o que acabou se confirmando. Depois disso, a Áustria só retornou à F1 em 2014, quando Massa fez sua última pole da carreira. O resto é história.




Até!


terça-feira, 26 de junho de 2018

ABISMO SEM FIM

Foto: LAT Images
Era unânime dizer que a culpa era da Honda. Todos nós embarcamos nessa de que os japoneses eram o motivo da McLaren produzir tão pouco. Diante dos resultados ruins e da pressão de Alonso, o acordo foi rompido e veio a Renault em seu lugar. Parecia ser a solução.

Durante os testes de pré-temporada, alguns resultados tímidos. Depois, a revelação: o carro novo só iria estrear em Barcelona. Tudo bem, afinal Alonso ia para o Q3 e conseguia mais pontos no início da temporada do que em três anos de Honda.

Chegou a corrida de Montmeló e o desempenho continuou o mesmo. Nas corridas seguintes, piorou. Hoje, a equipe de Woking disputa com Haas e Force India o posto de quinta força. Ainda assim, o desempenho da McLaren continua pífio, e até piorou. Em Paul Ricard, eliminação logo no Q1, para os dois. Vandoorne cada vez mais pressionado pelo efeito Lando Norris. Não seria surpresa ver o belga ser sacado pelo jovem inglês no fim do ano, principalmente se Lando for campeão da F2 (atualmente é o líder do campeonato). Zak Brown admite que o MCL33 tem problemas que não conseguem ser incorrigíveis no túnel de vento.

Se algo não for solucionado lá, a tendência é que os erros se repitam para 2019. Sem mais o vasto dinheiro vindo da Honda e sem grandes patrocínios, uma hora o dinheiro da McLaren, que está vindo de outros setores da empresa, vai acabar. Zak Brown parece mais interessado em levar a equipe pra Indy do que focar na F1, pode ser aí um dos motivos dos conflitos internos, além do caso dos chocolates que acabou vazando semana passada.

Fechando o grid, sem dinheiro, Alonso provavelmente indo embora... se continuar assim, a McLaren vai continuar à risca o planejamento para se tornar uma nova Williams. Que o tal novo regulamento de 2021 possa fazer com que essa tradicional equipe renasça rumo ao protagonismo da categoria, o que sempre esteve em seu DNA.

Aliás, é triste ver Williams e McLaren fechando o grid. Entretanto, como já escrevi milhões de vezes sobre o primeiro caso, isso é uma escolha deles. Que arquem com as consequências.

Até!

segunda-feira, 25 de junho de 2018

INSIRA UM TÍTULO AQUI

Foto: Reuters
A Fórmula 1 em época de Copa do Mundo parece algo completamente inútil e desnecessário. Entre a expectativa para Japão e Senegal e o primeiro do bom jogo de bola que teve em Ecaterimburgo, coube preencher o vazio com o retorno de Paul Ricard ao circo de 28 anos.

Arquibancadas lotadas. Parte da torcida de amarelo em alusão a Renault (lembrou a torcida do Valentino), tudo bonito e pomposo. O roteiro é o mesmo: expectativa-largada-procissão.

Bom, digamos que a largada quebrou um pouco essa monotonia, e só por isso dá para falar que foi uma corrida melhor que a do Canadá. Impressionante como Vettel se envolve em acidentes que lhe custam pontos para o campeonato. Com a pista estreita, tentou passar Bottas, não conseguiu, travou e bateu no carro do finlandês, que rodou. Com o assoalho danificado, os dois caíram para o final do pelotão.

Na sequência, Gasly bateu em Ocon, e os dois compatriotas (que não se bicam) abandonaram em casa. Triste sina. Na confusão da largada, Raikkonen e Ricciardo caíram algumas posições. Sainz era o terceiro e Leclerc o sexto. Com o Safety Car por algumas voltas, cheguei a pensar: teremos corridas, ao menos por algumas voltas.

Foto: EFE
Foto: Getty Images
Foi questão de tempo pra quase tudo voltar ao normal. Hamilton e Verstappen dispararam na ponta. Raikkonen e Vettel abriram caminho no pelotão como uma ambulância faz nas ruas. Hamilton, que dominou o fim de semana todo, mostrou que o novo motor da Mercedes pode ser um diferencial para a sequência do campeonato. Max emplacou outra boa corrida e, ainda rancoroso, parece responder a imprensa pelas constantes críticas (justas, aliás) pelo péssimo início de campeonato. Raikkonen, aproveitando os problemas de seus principais adversários, fechou o pódio.

Ricciardo, com problemas, foi o quarto e Vettel o quinto, eleito bisonhamente como o piloto do dia pelo público. Só pode ser voto de protesto por mais uma porcaria de corrida. Magnussen ganhou mais pontos para a Haas. Bottas, com o problema da largada, não foi além do sétimo tempo. A dupla da Renault segue pontuando, assim como Leclerc, com um valioso décimo lugar com a Sauber. Não sei se já está pronto para a Ferrari, mas é natural que substitua o ainda zerado Grosjean na equipe americana ano que vem.

O pior final de semana do ano da McLaren. Bisonho, deprimente. Depois de uma rodada na relargada para não bater em Vettel, Alonso ficou se arrastando na pista até abandonar no final. Vandoorne foi o 12°. Ducha de água fria para quem achava que o problema era só a Honda (mea culpa). Inacreditável os ingleses não terem resolvido o problema de arrasto aerodinâmico. O pior é que agora eles estão cada vez mais sem grana. A Williams eu nem falo mais nada. Como é triste ver duas gigantes da F1 fechando o grid sem perspectiva de melhora no curto/médio-prazo.

A F1 de hoje não permite saber se o circuito de Paul Ricard é bom ou ruim. Qualquer traçado vai ser considerado um lixo diante de tais circunstâncias. Entretanto, seria mais legal se acabassem com aquela chicane e deixassem solto o retão. Poderia ter mais ultrapassagens.

De resto, assistir a F1 em 2018 virou um grande estorvo, um simples ruído que serve como fundo de um ambiente e que só é notado quando começa e quando termina, para delírio daqueles que acompanhavam o Grande Prêmio. Era melhor ter assistido a partida inteira de Japão e Senegal.

O pior (?) é que teremos mais duas corridas seguidas durante a Copa. Ou seja: mais duas procissões para testar nossa (im)paciência, servindo de ruído para o ambiente da sala durante o almoço de domingo.

A única coisa boa (?) foi o simpático trófeu de um gorila (?) tricolor, francês para ser mais exato. É realmente algo único, digno de ser lembrado nos grande hall de troféus da categoria, como o eterno Sonic de Ayrton Senna ou as mini cafeteiras do Santander. Minha reação é a mesma que a do Kimi:


Confira a classificação final do Grande Prêmio da França:


Até!


sexta-feira, 22 de junho de 2018

O ÔNIBUS ESTACIONADO

Foto: Reprodução/Twitter
Chegou a melhor época do ano, o que acontece em períodos bissextos. Futebol e Copa do Mundo, tudo junto, no mesmo dia, no mesmo horário, ao mesmo tempo. O que olhar? Tudo, é claro.

Por falar no futebol e na Copa, estamos vendo um Mundial marcado pela organização tática, com defesas bem postadas, não deixando espaços para os meias e atacantes conseguirem triangulações e jogadas que resultem em gol. Algumas até atuam com esse conceito defensivo de forma extrema: nesse caso, se diz que o técnico da equipe "estacionou o ônibus na área", de tão defensivo que está a sua equipe.

Na defensiva ficam a maioria das equipes no treino de sexta (né, Ferrari?). Outras, nem tanto. A Mercedes, por exemplo. Aproveitou para estrear os novos motores que, segundo Niki Lauda, deixam  o carro "um ou dois décimos mais veloz". Isso pode explicar muita coisa sobre o desempenho das flechas de prata no Canadá. Coincidência ou não, Hamilton liderou sem grandes problemas os dois treinos.

Foto: Getty Images
Havia grande ansiedade para ver como estava o novo traçado de Paul Ricard. Logo no retorno da F1 para a França, todos os bilhetes (65 mil) foram vendidos. Entretanto, apenas pouco mais de 25 mil deles conseguiram chegar ao autódromo, que fica na pequena cidade de Le Castellet, de apenas quatro mil habitantes. O restante ficou trancado em intermináveis filas nas rodovias próximas, que eram de mão dupla. Até pilotos como Vettel e Grosjean sofreram com o congestionamento. Uma reunião da Force India foi cancelada pela impossibilidade de chegar ao autódromo.

Não é possível que esse tipo de situação não tenha sido minimamente planejada, discutida e avaliada pela organização e pelas autoridades. Imagina se isso acontece em qualquer país terceiro mundista fora da Europa... ou pior: se tá assim agora, em um mero treino livre, imagina a logística para assistir o qualyfing e a corrida. Simplesmente lamentável.

Algumas curtinhas: Ricciardo recebeu uma proposta da McLaren, que não quer ser pega com as calças na mão caso Alonso rume para a Indy, onde a equipe de Woking pretende voltar a ter uma equipe. A princípio, parece que tudo se encaixa. Sem vaga em Mercedes e Ferrari e com uma incógnita Red Bull com os motores Honda, o sorridente australiano terá que tomar uma importante decisão nas próximas semanas, sem dúvida alguma a mais importante e que irá defnir os rumos de sua promissora carreira. Isso é que vai separar se Ricciardo será protagonista de títulos ou apenas mais um talentoso no lugar errado na hora errada.

Por falar em McLaren, o clima não é lá muito bom. Parece que funcionários receberam como "bônus" (ou "agradecimento", "prêmio") barras de chocolate que custam menos de dois reais. E o pior: não foi a primeira vez que isso acontece. Obviamente, o clima da equipe parece estar indo de mal a pior, e a cabeça de Boullier parece estar a prêmio. Com Zak Brown cada vez mais interessado no mercado americano (junto de Alonso), talvez seja a hora dos acionistas da McLaren tomarem alguma atitude, tanto na definição de pilotos quanto de um corpo técnico competente para os próximos anos. Do contrário, uma nova Williams parece estar cada vez mais consolidada.

A Ferrari parece que já vai lançar Leclerc para a equipe principal no ano que vem e aposentar definitivamente Kimi Raikkonen. Ao menos é o que diz a imprensa europeia. É claro que Leclerc está surpreendendo e talvez tirando mais do que o carro pode dar, mas o pessoal não pode esquecer é que o monegasco é muito jovem, propenso a erros e inconstância, o que inclusive aconteceu no início do ano, ainda desacostumado com o funcionamento de um F1. O ideal seria uma promoção gradual, como substituir Grosjean na Haas, por exemplo. Entretanto, diante de um finlandês burocrático e que não empolga (não venceu nenhuma vez desde que voltou pra Ferrari, em 2014), os italianos parece que serão forçados a correr riscos, pois aparentemente não deve brigar com unhas e dentes por Ricciardo. Influência de Vettel?

Confira aqui a classificação dos primeiros treinos livres do GP da França:



Até!


quinta-feira, 21 de junho de 2018

GP DA FRANÇA - Programação

O Grande Prêmio da França foi o primeiro a ter justamente o nome "Grande Prêmio". A primeira edição aconteceu em 1906, nos arredores de Le Mans.

No calendário desde 1950, a corrida francesa passou por diversos circuitos, entre eles Reims (1950-1951, 1953-1956, 1958-1961, 1963 e 1966), Rouen-Les-Essarts (1952, 1957, 1962, 1964 e 1968), Charade (1965, 1969-1970), Dijon (1974, 1977, 1979, 1981 e 1984), Paul Ricard (1971, 1973, 1975-1976, 1978, 1980, 1982-1983, 1985-1990) e mais recentemente Magny Cours (1991-2008).

Dez anos depois de ter saído do calendário, a F1 retorna ao país no lendário circuito de Paul Ricard.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Nigel Mansell - 1:09.593 (Ferrari, 1990)
Pole Position: Nigel Mansell - 1:04.402 (Ferrari, 1990)
Último vencedor: Felipe Massa (Ferrari)
Maior vencedor: Michael Schumacher (1994, 1995, 1997, 1998, 2001, 2002, 2004 e 2006) - 8x

ALFINETADAS

Foto: Motorsport

Talvez hoje a Ferrari esteja vivendo seu ambiente mais tranquilo na F1 nos últimos anos. Em virtude disso, é necessário manter a polêmica acesa. Luca di Montezemolo, ex-diretor esportivo que tirou os italianos da fila nos anos 1970 e presidente da Ferrari que liderou a escuderia em seu melhor momento na história no século XXI junto com Michael Schumacher, Ross Brawn e Jean Todt, afirmou em entrevista que seu sucessor, Sérgio Marchionne, tem inveja desse passado vencedor ferrarista.

“Fico triste por ver que o Marchionne tem muita inveja do passado”, disse Montezemolo. “Isso é ruim, porque ter inveja do passado significa que você está com algo estranho ocupando a mente. Tenho muito orgulho do que nós fizemos. Michael, Ross, Jean. Muito feliz pelo que fizemos”, seguiu.

Montezemolo foi presidente da Ferrari de 1991 até 2014, quando foi demitido após temporadas decepcionantes da equipe de Maranello. O então diretor esportivo Marchionne foi o seu substituto.

 Antes disso, Marco Mattiacci passou rapidamente pelo comando da equipe. Enfim, o que interessa é escrever que os dois não se davam bem naquela época, o que fica mais evidenciado agora, diante de alfinetadas sem sentido no momento em que Vettel lidera o Mundial de pilotos depois de tanto tempo de esforço para os italianos superarem as Mercedes. Deve fazer parte do modus operandi o eterno clima de tensão e drama, interna e externamente.

RETORNO? 

Foto: Motor Racing
A informação é do site inglês Grand Prix. A falta de resultados na McLaren pode provocar uma nova reviravolta interna. Martin Whitmarsh, que gerenciou a operação da equipe por 25 anos, teria sido procurado por um grupo de engenheiros da McLaren para voltar a equipe. Whitmarsh admitiu o contato inicial e afirmou que a negociação progrediu."“Algumas pessoas sugeriram me enviar uma carta pedindo que eu voltasse. Eu respondi que o destinatário dessa carta deveria ser Mansur Ojjeh (executivo maior do grupo McLaren), a quem já expliquei minha visão sobre a situação, onde vejo que alguns nomes devem partir. Agora cabe a ele e aos acionistas decidirem o que fazer.”, disse.

Diante de uma dura administração de Eric Boullier e Zak Brown mais preocupado em levar o nome da McLaren para outros campeonatos como a Fórmula Indy, entende-se que a capacidade da equipe da F1 está sendo diminuída. Outras pessoas apontam que o temperamento de Boullier é um fator complicador para o desenvolvimento para o time de Woking. A demisão de Tim Goss, no mês passado, teria sido a gota d'água.

Não vejo muito sentido nessa notícia. A McLaren, quando dirigida por Whitmarsh, começou a decadência que está hoje. Zak Brown talvez seja o grande responsável por ainda dar um pouco de carisma a essa gélida escuderia, através do carro laranja, Alonso na Indy e a provável própria equipe na categoria americana ano que vem. Substituí-lo seria um erro. Boullier veio para o lugar do inglês justamente para dar uma nova abordagem e oxigenar a administração da McLaren e vão retomar esse caminho que não deu certo de novo? Parece os times brasileiros do Rio Grande do Sul que apostam cegamente em Celso Roth ou os cariocas que contratam Joel Santana no momento do desespero...

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 121 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 120 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 86 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 84 pontos
5 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 68 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 50 pontos
7 - Fernando Alonso (McLaren) - 32 pontos
8 - Nico Hulkenberg (Renault) - 32 pontos
9 - Carlos Sainz Jr (Renault) - 24 pontos
10- Kevin Magnussen (Haas) - 19 pontos
11- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 18 pontos
12- Sérgio Pérez (Force India) - 17 pontos
13- Esteban Ocon (Force India) - 11 pontos
14- Charles Leclerc (Sauber) - 10 pontos
15- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
16- Lance Stroll (Williams) - 4 pontos
17- Marcus Ericsson (Sauber) - 2 pontos
18- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 206 pontos
2 - Ferrari - 189 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 134 pontos
4 - Renault - 56 pontos
5 - McLaren Renault - 40 pontos
6 - Force India Mercedes - 28 pontos
7 - Toro Rosso Honda - 19 pontos
8 - Haas Ferrari - 19 pontos
9 - Sauber Ferrari - 12 pontos
10- Williams Mercedes - 4 pontos

TRANSMISSÃO