segunda-feira, 18 de abril de 2016

DESPONTANDO PARA A GLÓRIA

Foto: Blog do Fábio Seixas
Diante da catarse política que vive o país, esperei para fazer o texto logo depois da votação. Enfim, vou para o que interessa:

O GP da China foi espetacular, talvez o mais movimentado dos últimos anos. Todavia, faltou a disputa pela vitória. Nico Rosberg dominou alheio, de ponta a ponta, as confusões que praticamente todos os pilotos enfrentaram na pista. O alemão alcançou marcas importantes: Sexta vitória consecutiva - Perde apenas para Ascari, Schumacher (7) e Vettel (9), podendo superá-los (?), a 17a vitória na carreira - Agora é o piloto não-campeão (até quando?) com maior número de vitórias na categoria, superando Stirling Moss; Outra, mais animadora: Sempre que um piloto começou a temporada vencendo as primeiras três corridas, ele sagrou-se campeão.

Nico abre uma considerável vantagem para Hamilton: 75 a 39. Já são 36 pontos (ou mais que uma corrida). Faltam 18 corridas, mas o sinal de alerta do tricampeão já está quase no vermelho. Rosberg não desperdiçou as oportunidades que apareceram e agora pode tanto aumentar a distância quanto administrar moderadamente. Contudo, o inglês pode (e deve) reagir, para o bem do campeonato.

Na largada, Ricciardo pulou para a ponta. Na disputa das Ferraris, a Red Bull de Kvyat foi mais esperta e passou ambos. Vettel, para não "bater" no russo, acertou a Ferrari de Raikkonen, que rodou, e o alemão perdeu diversas posições. Largando em último e no meio da confusão, Hamilton acertou Nasr e perdeu o bico, precisando ir para os boxes reparar os danos. No fim da segunda volta, o pneu do líder Ricciardo estourou, forçando o RB12 ir aos boxes e acionar o Safety Car.

Foto: Divulgação
O grid embaralhou tudo, o que proporcionou belas disputas e muitas ultrapassagens. Mesmo na madrugada, não foi uma corrida sonolenta e, apesar do horário, todos que assistiram estavam bem acordados. No fim das contas, As Ferraris e Ricciardo se recuperaram. Vettel foi o segundo e o russo conquistou seu segundo pódio na carreira ao chegar em terceiro, desencantando na temporada. Kvyat parece demorar a pegar no tranco, mas quando vai bem... Após a corrida, o alemão tentou enquadrar o jovem russo pelo incidente da primeira curva, que respondia sorrindo as acusações. Vettel errou. Kvyat foi mais esperto e passou os dois sem nenhum problema. Isso é corrida. Ricciardo escalou o pelotão e terminou em quarto, evidenciando a ascensão da Red Bull. Mesmo sem um motor potente, o chassi do RB12 projetado por Adrian Newey está mostrando resultados muito bons. Os franceses prometem um novo pacote para o GP do Canadá. Quando os austríacos disporem de um motor competitivo, certamente irão brigar pelo título nas próximas temporadas.

O grande "pega" da corrida foi protagonizado por Felipe Massa e Lewis Hamilton. O brasileiro, que chegou a ser segundo após a parada dos demais carros após a entrada do Safety Car, apostou em duas paradas, utilizando os pneus macios e médios. Com o desgaste dos compostos e os carros de trás virando mais rápido por usarem pneus mais novos e macios (ou supermacios), Massa foi despencando até a 5° posição, quando passou a ser atacado pelo inglês, que parou cinco vezes. Com ambos utilizando os pneus médios, Hamilton forçava e não conseguia ultrapassar. Raikkonen e Ricciaardo, vieram de trás e ultrapassaram ambos (estavam com pneus melhores). Hamilton não foi bem. Não fez a melhor estratégia, errou demais ao tentar passar Massa que desgastou rapidamente os pneus médios e perdeu pontos importantes na briga pelo título. O brasileiro da Williams fez uma ótima prova e conquistou um bom resultado, vista a condição do carro no momento, que alterna entre a quarta e a quinta força junto com a Toro Rosso. Mais importante: Massa está 100% na temporada a frente de Bottas (22 a 7 no campeonato). O finlandês teve uma corrida apática e foi o décimo.

Foto: Voando Baixo
No fim do grid, o calvário da Sauber será longo e agoniante. Depois do toque com Hamilton, Nasr desapareceu da transmissão. Com sérios problemas de chassi (o brasileiro "acusa" a equipe de dar a Ericsson o melhor carro; o Sueco traz mais grana para a equipe que Nasr), foi apenas o 20°, somente a frente de Haryanto e Palmer, enquanto que Ericsson foi o 16°. É preocupante o fato de Nasr estar perdendo com frequência de um companheiro de equipe não tão talentoso assim. Se com um carro ruim é difícil de chamar a atenção das outras equipes, imagina perder sem contestações para a Ericsson... Isso não vai ajudar o brasileiro na busca por outras equipes no ano que vem (dizem que a Renault estaria interessada, mas não saiu nada concreto). O C35 precisa de uma mudança estrutural urgente no chassi, ou que seja disponibilizado ao brasileiro o mesmo equipamento de Ericsson pois, aparentemente, o carro do Sueco é a versão mais atualizada do problemático bólido suíço.

Confira a classificação final do GP da China:


A próxima corrida será o Grande Prêmio da Rússia, em Sochi, nos dias 29 e 30 de abril e 1 de maio. Até lá!

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