segunda-feira, 11 de abril de 2016

O PANAMA PAPERS E A F1


Edward Snowden afirmou que é o maior vazamento da história, e não é a toa. No último dia 3, o jornal alemão Sueddeustche Zeitung divulgou, distribuindo mundialmente pelo mundo pelas organizações de imprensa que possuem parceria com o ICIJ (International Consortium of Investigative Journalists) mais de 11,5 milhões de documentos com dados financeiros de mais de 200 mil companhias. Esses documentos estão ligados ao escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca.

Essa empresa trabalho junto a alguns dos maiores bancos do mundo na administração de ativos offshore de clientes. Mas o que são offshores São empresas localizadas legalmente em um país diferente da sua origem, por isso comumente utilizadas para acordos dos famosos "paraísos fiscais" (ou refúgio fiscal...)

A grande questão é a fama de criação em paraísos fiscais dessas empresas justamente para a fuga de seus associados das cargas de tributação de seu país de origem, sendo essa a única função da empresa. Ou seja: A Mossack Fonseca atua, desde os anos 1970, para que empresários soneguem impostos.

Os documentos vazados datam de 1977 até o final do ano passado, e diversos nomes da cultura, política e esporte estão inclusos nele, como por exemplo Lionel Messi, Gianni Infantino (atual presidente da FIFA), os presidentes da Rússia,Vladimir Putin, e Argentina,  Maurício Macri, o diretor de cinema espanhol Pedro Almodóvar e diversos políticos do Brasil, além de pilotos, ex-pilotos e dirigentes da F1 (o que fica explícito no título do texto, né? Hahaha)

Foto: Flatout
Começamos pelo ex-presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo. A ICIJ encontrou documentos de 2007 que mostram contratos assinados em 2007 pelo italiano como advogado do grupo de advocacia Lenville. A suspeita é de que trata-se de uma sociedade na qual Montezemelo opera uma conta na Suíça. Ele negou as acusações.

Foto: FOM
Jarno Trulli: O ex-piloto italiano, com 252 GPs e uma vitória (em Mônaco 2004) aparece como acionista da Baker Street S.A (???), sociedade registrada nas Ilhas Seichelles.

Foto: Encicloédia F1
Nico Rosberg: O atual líder do campeonato, segundo a emissora pública alemã NDR e o Jornal "Bild", teria se beneficiado de uma empresa de fachada nas Ilhas Virgens Britânicas, relacionado a renovação de seu contrato com a Mercedes. O acordo seria entre a equipe alemã e uma empresa intitulada Ambitious Group Limited. A assessoria de imprensa do piloto não se manifestou, enquanto seu advogado afirmou ao "L'Équipe" que isso é um assunto privado. A Daimler, empresa dona da Mercedes, mencionou a confidencialidade de seus negócios para negar que a empresa está registrada sob sua propriedade ou mesmo da Mercedes. A empresa alemã afirma que não vê indícios de que nenhuma das partes praticou alguma atividade ilegal.

Foto: Renan Prates
 Felipe Massa e Rubens Barrichello: A informação é do blog do Fernando Rodrigues, do UOL. No caso de ambos, a Mossack Fonseca apenas reteve as cópias de contratos envolvendo direito de imagem. As operações foram legais e nenhum dos dois foram donos de companhias da Mossack. O advogado de Massa esclareceu a situação: Segundo ele, não houve qualquer irregularidade e que devido ao fato do piloto não morar no Brasil desde 2002, ele estaria desobrigado em relação ao pagamento de impostos no país. Barrichello ainda não se pronunciou.


Enfim, essa é a ponta do iceberg. Agora é aguardar a divulgação de novos documentos...

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