sábado, 27 de maio de 2017

VÍDEOS E CURTINHAS #30 - Especial Indy

Foto: Divulgação
Fala, galera! Esse post traz um resumão com vídeos e estatísticas da Indy 500, que terá sua 101ª disputada no domingo.

Começando com os maiores vencedores:  A.J. Foyt (1961, 1964, 1967 e 1977), Al Unser (1970, 1971, 1978 e 1987) e Rick Mears (1979, 1984, 1988 e 1991) são os maiores vencedores da prova.
Logo atrás, está o brasileiro Helio Castroneves (2001, 2002 e 2009), Dario Franchitti (2007, 2010 e 2012), Johnny Rutherford (1974, 1976 e 1980) e Bobby Unser (1968, 1975 e 1981).


Helinho, além de ser o brasileiro que mais venceu a Indy 500, é o único que venceu as duas primeiras edições consecutivamente (como rookie e na sequência) e, na terceira corrida, foi o segundo. Um retrospecto excelente!



Emerson Fittipaldi tem duas vitórias (1989 e 1993); Gil de Ferran (2003) e Tony Kanaan (2013) uma, totalizando sete. Excetuando os EUA, que têm 70 triunfos e desconsiderando o Reino Unido, o Brasil é o país que me venceu as 500 Milhas de Indianapólis.


Alexander Rossi pode repetir um feito e tanto: ser o sexto piloto da história a vencer duas Indy 500 consecutivas. O último foi justamente Hélio Castroneves, o único novato bicampeão em sequência. Outros pilotos que venceram consecutivamente as 500 Milhas: Wilbur Shaw (1939-1940), Mauri Rose (1947-1948), Bill Vukovich (1953-1954) e Al Unser (1970-1971).

Foto: USA Today
Scott Dixon conquistou a sua terceira pole em Indianápolis, mas só venceu em 2008, quando largou na posição de honra pela primeira vez. O recorde é de Rick Mears, com seis. O último pole a vencer foi Hélio Castroneves, em 2009.


O vencedor mais jovem da história das 500 Milhas é Troy Ruttman. Ele tinha 22 anos e 80 dias em 1952. O mais velho é Al Unser, que tinha 47 anos e 360 dias quando venceu em 1987. A.J.Foyt é quem mais participou da Indy 500: 35 vezes.
O vencedor que saiu da pior posição de largada foi a 28°, com Ray Harroun (1911) e Louis Meyer (1936).

Graham Hill é o único que venceu a tríplice coroa do automobilismo: Indy, Le Mans e Mônaco. Ele venceu em Indianápolis em 1965, cinco vezes em Mônaco (1963, 1964, 1965, 1968 e 1969) e uma vez as 24 Horas de Le Mans (1972)

Além de Hill, outros quatro pilotos foram campeões mundiais da Fórmula 1 e vencedores da Indy 500: Jim Clark (1965 na Indy e campeão em 1963 e 1965 na F1), Mario Andretti (1969 na Indy e 1978 na F1), Emerson Fittipaldi (1989 e 1993 na Indy; 1972 e 1974 na F1) e Jacques Villeneuve (1995 na Indy e 1997 na F1). A.J. Foyt venceu Le Mans e Indy.


Além de Graham Hill, Montoya também venceu o GP de Mônaco (2003) e as 500 Milhas (2000 e 2015).

Historicamente, como não poderia deixar de ser, quem larga nas primeiras posições tem grande chance de ganhar a prova. O pole venceu 20 vezes, a última com Hélio Castroneves, em 2009. 11 vencedores da Indy 500 largaram em segundo e terceiro. Alonso, que larga em quinto, pode quebrar um tabu de 21 anos: o último vencedor que largou nessa posição foi Buddy Lazier, em 1996. Nunca o último do grid conseguiu vencer as 500 Milhas de Indianápolis.

Agora, é só aguardar o domingo para que a história continue sendo feita...

Até mais!

Antes, faltou as vitórias de Gil de Ferran (2003), com três brasileiros nas três primeiras posições (Castroneves em segundo e Tony Kanaan em terceiro) e de Tony Kanaan (2013)




sexta-feira, 26 de maio de 2017

O NOVO E O VELHO

Foto: Getty Images
Faz parte da tradição de Monte Carlo lembrar-se durante ou depois dos treinos que a sessão é, excepcionalmente no Principado, na quinta-feira. Pois bem. Os testes foram bastante inconclusivos, mas é possível tirar algumas coisas interessantes.

No TL1, Hamilton foi o mais rápido. Seu companheiro de equipe Bottas foi o quarto. Entre eles, Vettel e Verstappen. Apenas três décimos separaram a Mercedes da Red Bull. Ricciardo ficou em quinto e Kvyat, o grande destaque do dia, foi o sexto. Completando o top 10: Raikkonen, Pérez, Sainz e Ocon. Massa foi o 11°. Button, para quem estava aposentando e mal treinou no simulador, ficou em 14°, apenas dois décimos mais lento que Vandoorne.

O que foi movimentado mesmo foi o TL2. Com direito a quebra de recorde de pista, Vettel é o primeiro a fazer um tempo abaixo de 1:13 na atual configuração da pista (1:12.720). Quatro décimos depois, veio Ricciardo e Raikkonen. Completaram o top 5 as duas Toro Rosso, com um desempenho acima da média por enquanto, mas tudo está ainda bastante indefinido (Sainz e Kvyat). As flechas de prata priorizaram a simulação para corrida e Hamilton foi o oitavo, duas posições à frente de Bottas. Massa foi o 13°.

Foto: Getty Images
O que era esperado aconteceu. Movimentando as casas de apostas bolões dos fãs, estava tudo mundo preparado para o momento em que Lance Stroll iria bater. Foi logo no segundo treino, na subida após a primeira curva e uma mini-reta. Mais um carro danificado. Antes disso, o canadense já era um segundo mais lento que Massa. Mais do que acumular quilômetragem em um circuito inédito e o mais complicado da temporada, Stroll está pressionado pela crítica e pelos fãs. A Williams certamente irá se questionar se valerá a pena perder três posições nos construtores em troca do dinheiro de Sr. Lawrence, quantia essa utilizada no reparo dos FW40 que o novato arrebenta pelo mundo.

Fica cada vez mais claro que o passo foi muito além da perna. O staff de Lance se precipitou. Uma experiência na GP2 seria muito melhor para o amadurecimento do piloto, que poderia chegar na F1 com outro status além de ser filho de um rico patrocinador.

Confira o vídeo do acidente:


Outro que está com a batata assando é Palmer, embora hoje ele tenha andado pouco, vítima de um problema de vazamento de óleo no início do segundo treino livre. A imprensa europeia especula que o inglês pode ser substituído no meio da temporada. Até o momento, o favorito seria o piloto reserva da escuderia, o russo Sergey Sirotkin, que chegou a ser especulado como piloto titular da Sauber em anos anteriores, o que obviamente não se confirmou. O sonho de consumo da equipe é Fernando Alonso para 2018. Enquanto isso, Hulk sofre com as dificuldades do projeto francês, que ficou pelas últimas posições nos treinos de hoje.

Confira a classificação dos dois primeiros treinos livres:



Até!




quinta-feira, 25 de maio de 2017

GP DE MÔNACO - Programação

O Grande Prêmio de Mônaco é um dos GPs mais conhecidos do automobilismo, juntamente com as 500 milhas de Indianopólis e as 24 horas de Le Mans. É um circuito de rua de Monte Carlo, com 3340 metros de extensão e que exige  muita precisão, devido a uma grande quantidade de curvas e a estreita largura das ruas que formam o percurso.
Passou a integrar o calendário da Fórmula 1 em 1955.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:14.439 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:13.556 (RBR, 2011)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Ayrton Senna - 6x (1987, 1989, 1990, 1991, 1992 e 1993)

MUDANÇA DE TRADIÇÃO

Foto: Grand Prix
Você já sabe que em Mônaco tudo é diferente. Os treinos livres são na quinta para que a sexta os pilotos fiquem livres para os compromissos comerciais e festas. O Principado é o único que não é agraciado com a estrutura padrão do pódio. A premiação acontece nos degraus do primeiro andar do camarote da família real, os Grimaldi. Acontecia.

O Automóvel Clube de Mônaco (ACM), organizador da corrida, optou por montar, nesse ano, o pódio no segundo andar do camarote, com a presença das chatas e sem graças bandeiras em LED que aparecem acima dos pilotos durante toda a cerimônia de premiação.


Pela primeira vez em muito tempo, não será possível ver a celebração dos pilotos na rua, com as equipes, jogando champanhe em todo mundo: mecânicos, fiscais, câmera e na família real também, principalmente. Uma tradição a menos em 2017.

OI E TCHAU

Foto; Motorsport
O retorno de Jenson Button chega a ser despercebido por todos. Também, todos os olhos estão em Alonso na sua aventura das 500 Milhas de Indianápolis. O campeão mundial de 2009 irá competir na categoria pelo 18° ano seguido. Como já escrevi inúmeras vezes, desde que eu me conheço como gente, lá estava Button na corrida, e em 2017 isso não será diferente.

Button realiza testes no simulador da equipe de Woking. Ele chegou a declarar que caiu duas vezes na Marina. Ele sentiu a diferença dos carros, mais pesados e difíceis de serem guiados nessa temporada. "Depois da curva um e subida da colina, deslizei para o lado direito e rodei. Tive sorte porque o impacto não é tão grande quanto na realidade, mas notei uma sacudida e um pouco de força G", comentou.

Segundo o inglês, o MCL-32 pode evoluir de produção com a atualização de componentes. Ao mudar as configurações do bólido e encaixá-las na sua característica de pilotagem, Jenson gostou do resultado: Quando entrei no carro, inicialmente não gostei da sensação do carro - isso foi antes das atualizações. Fizemos algumas mudanças na configuração e melhorou bastante, se adequou muito mais ao meu estilo. Com as atualizações é bastante impressionante de pilotar", disse

O retorno relâmpago de Button, de fato, não é muito empolgante. Aposentado e em uma equipe errática que dicilmente conseguirá algo de destaque, a McLaren opta pelo conservadorismo (como sempre) ao invés de talvez apostar em algum outro nome. Button, já aposentado, cumpre tabela. 

Nesse momento, a McLaren precisa de pontos e referências. O que torna, talvez, a decisão de "ressuscitar" Jenson é o fato de que, mesmo inativo, sua experiência é mais importante que a inexperiência de um jovem talento em um carro ruim e um contexto todo adverso.

Vai que Button roube as manchetes de Alonso e consiga pontuar no domingo, não?

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 104 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 98 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 63 pontos
4 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 49 pontos
5 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 37 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 35 pontos
7 - Sérgio Pérez (Force India) - 34 pontos
8 - Esteban Ocon (Force India) - 19 pontos
9 - Felipe Massa (Williams) - 18 pontos
10- Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 17 pontos
11- Nico Hulkenberg (Renault) - 14 pontos
12- Romain Grosjean (Haas) - 5 pontos
13- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 4 pontos
14- Kevin Magnussen (Haas) - 4 pontos
15- Pascal Wehrlein (Sauber) - 4 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 161 pontos
2 - Ferrari - 153 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 72 pontos
4 - Force India Mercedes - 53 pontos
5 - Toro Rosso Renault - 21 pontos
6 - Williams Mercedes - 18 pontos
7 - Renault - 14 pontos
8 - Haas Ferrari - 9 pontos
9 - Sauber Ferrari - 4 pontos

TRANSMISSÃO





terça-feira, 23 de maio de 2017

UMA SINGELA HOMENAGEM

Foto: Reprodução
A situação já era quase irreversível e foi confirmada hoje. Campeão da Moto GP em 2006, o americano Nicki Hayden morreu aos 35 anos. Na quarta-feira passada, ele foi atropelado enquanto andava de bicicleta em Riccione, na Itália. Ele estava internado em Cesena, no Hospital Maurizio Bufalini.

O piloto, que corria no Mundial de Superbike, treinava em grupo com outros ciclistas quando foi acertado por um carro. O impacto fez com que Hayden girasse pelo capô, quebrando o para-brisas, para depois ir ao chão. Ele sofreu um grave hematoma cerebral, além de uma fratura exposta na perna.

O americano correu na MotoGP entre 2003 e 2015, na Honda, Ducati e Aspar. Em sua única temporada na Superbike, terminou o campeonato em quinto lugar. Nesse ano, era o 13°.

Ele não tem filhos, mas deixa a noiva, Jackie, os pais Earl e Rose, além de dois irmãos e duas irmãs: Roger Lee, Tommy, Jenny e Kathleen.

Para homenagear o campeão, nada como alguns clipes para exaltar a sua brilhante carreira. Vá com Deus, Hayden!
#RideOnKentuckyKid




Confira a batalha que Hayden travou com Valentino Rossi em 2006 para sagrar-se campeão do mundo:



Até!

segunda-feira, 22 de maio de 2017

NÃO É SORTE DE INICIANTE

Foto: Chris Owens
A relação Alonso-Indy-Oval começou em menos de um mês. Com muitos ajustes e adaptação (ainda não plena por necessidades óbvias de tempo), o rookie de 35 anos foi evoluindo aos poucos nos testes que participava. A expectativa geral (ou a impressão particular do autor do post) foi a de que o espanhol conseguiria largar, no máximo, na metade do grid, o que já seria um resultado satisfatório.

Nesse momento, a Fênix mostra porque é diferenciada e leva ao delírio os milhares de aficionados pela Alonsomania e pelo automobilismo. Com muito trabalho e talento, o bicampeão conseguiu avançar para o Fast Nine (os nove que disputam a pole das 500 Milhas) com o sétimo tempo.

Ontem, fez melhor e irá largar na segunda fila, em quinto, na estreia e em um dos palcos mais importantes do automobilismo mundial. Deixou o filho do dono da equipe para trás. De tirar o chapéu. Tudo isso não é sorte de iniciante. Tudo o que ele quer é repetir o feito de Rossi, vencedor no ano passado e que irá largar em terceiro. Tudo para se eternizar mais ainda na história.

Foto: Reprodução
O pole, pela terceira vez, será Scott Dixon, com Ed Carpenter em segundo. Sato, outro ex-F1, é o quarto. Tony Kanaan larga em sétimo. Hélio Castroneves, buscando o tetracampeonato da Indy 500 para se igualar a nomes como A.J. Foyt, Al Unser e Rick Mears e se tornar o maior vencedor da prova, é o 19°. Os 33 carros que irão disputar a prova terão a semana livre para fazer os testes e ajustes necessários para a corrida.

O quinto lugar de Alonso ficou de bom tamanho. O resultado valoriza e ratifica seu imenso talento sem desmerecer os pilotos da Indy, como certamente seria injustamente feito por fãs da F1 que não acompanham muito a outra categoria. Assim sendo, há de se exaltar Alonso e Dixon, os grandes nomes do final de semana da Indy. A próxima semana será espetacular para quem gosta de automobilismo!

Confira o grid de largada da 101a edição das 500 Milhas de Indianápolis:

Foto: Reprodução/Twitter
Foto: Reprodução/Twitter
No sábado, Sebastian Bourdais (ex-Toro Rosso) sofreu um forte acidente e acabou quebrando a bacia e o quadril. O francês já foi operado e passa bem, mas irá perder todo o restante da temporada. Nesse momento, isso é o que menos importa. É uma pena, pois fazia uma bela temporada na nanica Dale Coyne e certamente seria um dos candidatos a vitória porque era um dos mais rápidos nos treinos livres. Que tenha uma ótima recuperação:

Para quem não viu o acidente:



Aguardem que durante a semana teremos material especial sobre a Indy... Até!

terça-feira, 16 de maio de 2017

DO INFERNO AO CÉU

Foto: Reprodução/Twitter
Quase três meses atrás, retratei o drama de Pascal Wehrlein e todos os acontecimentos que lhe culminaram no chamado "inferno astral" (Relembre o post AQUI), desde a recusa da Mercedes em lhe efetivar na vaga deixada por Rosberg e na preferência por Ocon na Force India até o grave acidente na Corrida dos Campeões, em janeiro, que culminou na ausência da pré-temporada e das duas primeiras corridas do ano, na Austrália e na China.

Diante desse cenário de desesperança e desconfiança, Wehrlein chegou no Bahrein e, distante das melhores condições, conseguiu levar o pior carro do grid para o Q2. Um feito considerável que ele já havia alcançado algumas vezes com a Manor no ano passado. Entretanto, nada se compara com o feito de ontem.

Administrando os pneus e contando com uma estratégia certeira, facilitada pelo Safety Car do incidente entre Vandoorne e Massa, o alemão foi para os boxes e voltou em sétimo, onde chegou a ocupar a quinta posição. Pressionado a corrida toda por Sainz, Kvyat, Grosjean e Magnussen, nem mesmo a punição de 5 segundos acrescidas ao tempo final tirou o #94 dos pontos. Pelo segundo ano seguido, Wehrlein conquista a zona de pontuação com o pior carro, dessa vez em circunstâncias épicas: ausente de duas corridas depois de um grave acidente.

Foto: Motorsport
Os desempenhos de Ocon e Wehrlein explicam cada vez menos a escolha conservadora da Mercedes por Bottas. Não confiar na capacidade de seus jovens pilotos invalida o sentido de existir uma academia de pilotos. Nada contra o finlandês, que é um bom piloto, mas acredito que o francês ou o alemão mereciam mais. Embora Verstappen seja de um nível muito superior, a Red Bull não exitou em colocá-lo rapidamente no topo, mesmo que tenha sido através de uma manobra criticável mas que deu o resultado esperado para os taurinos.

Os pontos e a atuação soberba não são apenas importante para a Sauber na briga pelos construtores, mas sim para a retomada de confiança do #94. Se, após passar pelo pior momento da carreira ele consegue reverter uma situação difícílima com relativa rapidez, essa confiança pode lhe ajudar a dar passos maiores na carreira. Para isso, basta que a Mercedes confie em seu trabalho. Se um piloto que pontua com os piores carros da categoria não serve para a equipe, qual jovem talento irá corresponder?

O pior já passou. Que Wehrlein consiga se estabelecer na carreira. Talento ele tem, de sobra. Os resultados na DTM e agora na F1 ratificam isso.

Foto: Motorsport

segunda-feira, 15 de maio de 2017

CHATO E EMPOLGANTE

Foto: Reprodução
"A nova F1" teve uma surpreendente boa e movimentada corrida na Espanha, sempre candidata a ser uma das piores provas da temporada. O que antes era provável agora ficou óbvio: É Vettel contra Hamilton e nada mais. Que disputa maravilhosa a dos dois. Limpa, arrojada e agressiva, do jeito que os fãs desejam ver. A Mercedes foi mais esperta na estratégia e levou a melhor, no vacilo dos italianos. Entretanto, a regularidade do tetracampeão, que só chegou em primeiro ou em segundo nesse ano, está sendo fundamental para ainda liderar o campeonato: 104 a 98, dois a dois.

Mais uma vez o tricampeão fez uma péssima largada, perdendo a liderança logo nos primeiros metros. Na primeira curva, Bottas, Raikkonen e Verstappen dividiram o mesmo espaço, causando um 'efeito dominó': O finlandês da Mercedes bateu no da Ferrari, que se tocou com a Red Bull e os dois últimos acabaram abandonando a prova com a suspensão dianteira danificada. Incidente de corrida. Foi muito bom ver os comissários liberando (quase) tudo, sem punições injustas. Isso é que é uma corrida de verdade. Também na primeira curva, Massa jogou Alonso para fora da pista, reeditando 2007. O brasileiro teve o pneu furado e comprometeu toda a corrida, caindo para último e terminando em 13°, enquanto o espanhol foi 12°. Poderia ter pontuado se não fosse o incidente, mas como o "se" não existe...

Foto: Reprodução
Após Vettel parar pela primeira vez e voltar atrás de Bottas, o finlandês fez o legítimo papel de "escudeiro", segurando o alemão enquanto Hamilton tentava se aproximar. Os segundos de vantagem recuperados por Lewis foram cruciais para a vitória. Mais lento desde o início, Bottas ficou para trás. Utilizando o motor antigo, acabou abandonando. Sem Raikkonen, Verstappen e o finlandês da Mercedes, o caminho ficou livre para Ricciardo conquistar o primeiro pódio do ano, talvez o mais fácil de sua carreira.

Bom, aí que está o chato. Se as disputas na pista estão menos artificiais e com pegas mais bonitos de ver, embora não tenha a quantidade artificial dos últimos anos, as forças parecem bem definidas na parte da frente e a aerodinâmica também dificulta no processo de ganho de posições. A corrida teve poucas alterações, embora tenha sido bastante disputada, o que também torna o espetáculo mais agradável, entendem o que eu quero escrever?

A disparidade é tamanha entre Mercedes e Ferrari para o resto que somente os três que foram para o pódio terminaram a corrida na mesma volta, o que não acontecia há quase dez anos, no atípico Gp da Inglaterra de 2008, também vencido por Hamilton. Aproveitando os abandonos, a Force India mostra que é a equipe mais regular e eficiente da "F1 B". Os indianos foram os únicos que pontuaram em todas as corridas com os dois pilotos, Pérez em quarto (na zona de pontuação pela 16a vez seguida) e Ocon em quinto, melhor resultado na carreira, se aproximando do mexicano em termos de desempenho e garantindo o time do detento Vijay como quarta força (alô, Corinthians) da F1.

Foto: Getty Images
A Renault vem evoluindo. Digo, Hulkenberg. Sexto lugar, o melhor desempenho do ano. Enquanto isso, Palmer briga com Stroll pelo posto de pior piloto da F1. Quando um parece estar na frente, o outro se supera. É inacreditável que o inglês tenha renovado na F1. Conseguiu ser o penúltimo. A Williams abriu mão dos construtores para ganhar dinheiro às custas do canadense. Adeus competitividade. O FW40 é um desperdício de carro, que conta com os pontos de um piloto ex-aposentado irregular que, mesmo perdendo quase um minuto entre entrar nos boxes com o pneu furado e voltar a pista, conseguiu ultrapassar Stroll, sem a presença do Safety Car para reaproximar todo mundo. Se a Renault não se equivalesse a Williams no sentido de existir apenas um piloto, era capaz do time de Glove perder o quinto lugar nos construtores.

A corrida de Pascal Wehrlein foi soberba. Todo o sofrimento que o alemão passa desde o ano passado foi pulverizado com maestria nesse fim de semana. Se antes ele já havia conseguido passar para o Q2, ontem o feito foi enorme: um oitavo lugar (que poderia ser sétimo senão fosse a punição de cinco segundos da direção de prova). Uma estratégia arriscada que deu muito certo. Pelo segundo ano seguido, Pascal faz milagre com o pior carro do grid. Hoje, ele segurou a Toro Rosso e a Haas. Mais uma vez, Ericsson será dominado por um companheiro de equipe, mas isso não faz diferença pois é o dono da Sauber. Menção honrosa para Kvyat, que largou em penúltimo e conseguiu um nono tempo, assim como Sainz, o sétimo na corrida caseira.

Foto: Beto Issa


Alonso fez mágica no sábado, mas o toque com Massa tirou suas possibilidades de pontuação. A velha rotina de ser ultrapassado na reta foi retomada. A grande surpresa foi o MCL32 ter resistido a corrida toda. Estão começando a cobrar Vandoorne de forma injusta ao meu ver. Com equipamento horrível, é difícil do belga mostrar alguma coisa, ainda mais com Alonso como companheiro de equipe, que atrai todos os holofotes, e por ser sua primeira temporada. Entretanto, hoje errou ao colidir com Massa na primeira curva, o que custou o abandono na prova e três posições de punição em Mônaco, próxima etapa do Mundial de F1, nos dias 25, 27 e 28 de maio, sem Alonso mas com Jenson Button.

Confira a classificação final do GP da Espanha:


Até!