terça-feira, 16 de maio de 2017

DO INFERNO AO CÉU

Foto: Reprodução/Twitter
Quase três meses atrás, retratei o drama de Pascal Wehrlein e todos os acontecimentos que lhe culminaram no chamado "inferno astral" (Relembre o post AQUI), desde a recusa da Mercedes em lhe efetivar na vaga deixada por Rosberg e na preferência por Ocon na Force India até o grave acidente na Corrida dos Campeões, em janeiro, que culminou na ausência da pré-temporada e das duas primeiras corridas do ano, na Austrália e na China.

Diante desse cenário de desesperança e desconfiança, Wehrlein chegou no Bahrein e, distante das melhores condições, conseguiu levar o pior carro do grid para o Q2. Um feito considerável que ele já havia alcançado algumas vezes com a Manor no ano passado. Entretanto, nada se compara com o feito de ontem.

Administrando os pneus e contando com uma estratégia certeira, facilitada pelo Safety Car do incidente entre Vandoorne e Massa, o alemão foi para os boxes e voltou em sétimo, onde chegou a ocupar a quinta posição. Pressionado a corrida toda por Sainz, Kvyat, Grosjean e Magnussen, nem mesmo a punição de 5 segundos acrescidas ao tempo final tirou o #94 dos pontos. Pelo segundo ano seguido, Wehrlein conquista a zona de pontuação com o pior carro, dessa vez em circunstâncias épicas: ausente de duas corridas depois de um grave acidente.

Foto: Motorsport
Os desempenhos de Ocon e Wehrlein explicam cada vez menos a escolha conservadora da Mercedes por Bottas. Não confiar na capacidade de seus jovens pilotos invalida o sentido de existir uma academia de pilotos. Nada contra o finlandês, que é um bom piloto, mas acredito que o francês ou o alemão mereciam mais. Embora Verstappen seja de um nível muito superior, a Red Bull não exitou em colocá-lo rapidamente no topo, mesmo que tenha sido através de uma manobra criticável mas que deu o resultado esperado para os taurinos.

Os pontos e a atuação soberba não são apenas importante para a Sauber na briga pelos construtores, mas sim para a retomada de confiança do #94. Se, após passar pelo pior momento da carreira ele consegue reverter uma situação difícílima com relativa rapidez, essa confiança pode lhe ajudar a dar passos maiores na carreira. Para isso, basta que a Mercedes confie em seu trabalho. Se um piloto que pontua com os piores carros da categoria não serve para a equipe, qual jovem talento irá corresponder?

O pior já passou. Que Wehrlein consiga se estabelecer na carreira. Talento ele tem, de sobra. Os resultados na DTM e agora na F1 ratificam isso.

Foto: Motorsport

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