segunda-feira, 5 de setembro de 2016

LEWIS VACILA E NICO ENCOSTA

Foto: Divulgação
O GP da Itália é o mais curto da temporada. Ainda bem, pois a corrida foi uma porcaria digna de dar sono. Como é de praxe nessa temporada, a largada ia decidir o vencedor da prova. E não deu outra. Mais uma vez Hamilton largou e entregou de bandeja a vitória para Rosberg diminuir a vantagem do britânico de nove para apenas dois apenas no campeonato. Foi a primeira vitória dele no mítico circuito italiano. É o grande calcanhar de aquiles do tricampeão, embora o alemão também sofra. A Mercedes não consegue solucionar esse problema. "Sorte" deles que o carro é tão superior que permite uma fácil recuperação na corrida, então menos mal. Quero ver se no ano que vem isso vai ficar impune...

No final da primeira volta, Hamilton estava em sexto. Passou com facilidade Ricciardo e ficou algumas voltas empacado na Williams de Bottas, que tem o motor dos próprios alemães como a única virtude, principalmente num circuito como o de Monza. Com isso, a chance de vitória ficou nula e só restava buscar a segunda posição, e assim o fez, muito em conta da equivocada estratégia da Ferrari em fazer três paradas, o que facilitou o trabalho de Hamilton. Restou a Vettel e Raikkonen chegarem em terceiro e quarto, resultado mediano que poderia ter sido melhor frente aos sempre presentes e animados tifosi. Inadmissível Hamilton perder uma corrida onde dominou em todos os treinos e chegou a colocar meio segundo no companheiro de equipe. Pontos de hoje e de Baku podem fazer falta.

Tifosi nunca decepcionam na festa. Foto: Divulgação
A Red Bull, inferiorizada por dispor de um motor menos potente que o de Mercedes e Ferrari, pouco pode fazer. Ricciardo, sempre constante, foi o quinto. A ultrapassagem sobre Bottas, o sexto, foi lindíssima, no melhor estilo do australiano: O "mergulho" no final da curva. Verstappen, discreto, foi o sétimo, seguido por Pérez, Massa (que largou bem e manteve-se no top 10 a corrida toda, sofrendo com o desgaste dos pneus) e Hulkenberg.

Numa corrida sem muitas emoções, cabe destacar uma velha rivalidade da GP2 aflorada na F1: Palmer x Nasr. Na segunda volta, o brasileiro ultrapassou o britânico na primeira curva e defendeu a posição na reta seguinte, quando foi tocado e teve o pneu furado. Palmer, por sua vez, quebrou a asa dianteira. Ambos abandonaram. Incrivelmente, a direção de prova considerou o brasileiro culpado, fazendo-o pagar uma punição de 10 segundos. O brasileiro, que já estava fora da prova, voltou para pista só para fazer tal ato. Bizarro. Palmer reclamou e pediu punição do brasileiro, afirmando que "qualquer um da GP2 ou GP3 faria um trabalho melhor". Velha rixa. Palmer não tinha espaço para atacar e deixou acertar a traseira do brasileiro. Acidente evitável e péssimo para os dois, que seguem zerados na temporada.

Foto: Divulgação

Alonso não foi bem na corrida, mas alcançou um feito importante: Fez a volta mais rápida da corrida (1:25.340), sua 22a volta mais rápida na carreira (A última vez havia sido em Abu Dhabi 2013) e a primeira da Honda depois de 24 anos (A última vez havia sido com Senna, em Portugal 1992).

Confira a classificação final do GP da Itália:


Com isso, está encerrada a parte europeia da F1 nessa temporada. A próxima corrida será o noturno Grande Prêmio de Cingapura, que será realizado nos dias 16, 17 e 18 de setembro. Até lá!





sábado, 3 de setembro de 2016

DANÇA DAS CADEIRAS PEGANDO FOGO!

Foto: Divulgação
Que semana para a F1! Para quem achava que o clima anúncio de aposentadoria de Massa na quinta-feira seria o ápice, se enganaram. Logo depois do qualyfing de hoje (que escreverei sobre no final do texto), mais anúncios desencadearam uma série de especulações, como um efeito dominó.

Pois bem, vamos começar com o mais importante: Minutos depois do qualyfing, a McLaren anunciou que Jenson Button renovou o contrato com a equipe por mais dois anos, mas que não seria titular em 2017. O campeão do mundo foi substituído por Stoffel Vandoorne, que finalmente terá chance na F1 ao lado de Alonso. É aí que mora o porém. Button não se aposentou, por enquanto. Ele está dando um hiato na carreira porque pode estar de volta à McLaren em 2018, caso Alonso saia da equipe. Honestamente, duvido muito que Jenson retorne. Foi mais uma belíssima jogada de Ron Dennis para conciliar todos os seus interesses: Não perder nem Button, nem o jovem belga, que já estava sendo cobiçado por outras equipes, diante de tanta demora em ser efetivado. Dois coelhos em uma cajadada só!

Pérez renovou com a Force India e esfriou o mercado. O mexicano era ventilado em Williams e Renault. Abriu espaço para outros jovens pilotos em busca de vagas. Talvez o mais interessante seria migrar para uma equipe de fábrica, mas como isso não foi possível, a Force India sempre é garantia de bons resultados, ainda mais agora que está crescendo.

Começa o efeito dominó: Com Button e Massa fora, abriu-se espaço para os jovens pilotos em cockpits importantes. Começando pela Williams: Ao que parece, a disputa para ser companheiro de equipe de Bottas está entre Nasr e o jovem Lance Stroll, canadense filho de um pai que tem muito dinheiro e chega com promessa de injetar essa grana pesada na Williams. Entretanto, Lawrence Stroll comprou uma equipe de GP2 para seu filho no ano que vem (A Prema). O temor é que Nasr seja apenas um "esquenta-banco" do canadense, assim como foi Bruno Senna em relação a Bottas. Parece ser questão de tempo para que a Williams anuncie o retorno do brasileiro para a equipe, agora como titular.

Foto: Divulgação
A Renault é um grande mistério. Sem os dois veteranos, Nasr (provavelmente), Pérez, Sainz e Vandoorne, é difícil apostar na dupla de pilotos dos franceses. Ocon, que parecia ser o mais confirmado, pode permanecer na Manor, que virou equipe satélite da Mercedes, assim como Wehrlein. Palmer não deve continuar. Magnussen, que não vem bem, pode ser um segundo piloto caso faltem opções. Resta Kvyat (?) e quem mais? Ao mesmo tempo que são as vagas mais cobiçadas do grid, parecem ser as mais complicadas de terem um encaixe lógico. Embora tenham muito dinheiro e estrutura, a desconfiança em torno do corpo técnico dos franceses é muito grande, por isso a recusa de vários pilotos. O fato de abandonar a F1 constantemente gera um clima de insegurança para quem deseja ir para a Renault, que é a Lotus de 2015 com o motor francês. Resumindo: Magnussen e Palmer foram boi de piranha, pagando o pato por usar um carro remendado às pressas e que não se desenvolveu em momento algum, se preservando para tentar dar o pulo do gato em 2017.

A dupla da Renault pode ficar a pé, ou não. Se Nasr sair da Sauber, Magnussen já teria iniciado contatos para formar uma dupla nórdica com Ericsson. Seria interessante. Palmer, por sua vez, é especulado junto com o jovem Charles Leclerc da GP3, ligado a Ferrari, para substituir Gutiérrez na Haas. Negócio difícil. O dinheiro de Carlos Slim e a parceria técnica com os italianos são uma vantagem importantíssima para o mexicano. Nesse caso, infelizmente, a pilotagem é o que menos interessa. Guti é fraco, mas tem dinheiro. Isso basta nos dias atuais.

Cockpits da Renault estão disponíveis. Foto: F1
Para finalizar o pacote de especulações, parece ser evidente que Kvyat será subsituído por Pierre Gasly, ainda mais caso o francês seja campeão da GP2 (que, aliás, foi um corridaço - Giovinazzi saiu em último, aproveitou o SC causado por Pic e Canamasas e venceu na última volta, com dobradinha italiana; Marciello foi o 2°, Gasly o 4°). Completamente destruído psicologicamente pós-rebaixamento, o russo deve terminar o ano na rua. É muito triste. Entretanto, com o dinheiro russo que dispõe, pode brigar pelas vagas disponíveis, tanto em Sauber, Renault, Williams, Haas e até Manor. Se vai conseguir, é outra conversa... Mas a "tentiada é livre".

Foto: Getty Images
Enquanto isso no treino, o de sempre: Hamilton pole, com direito a quatro décimos de vantagem sobre Rosberg. Humilhou. Se não acontecer nada catastrófico, Lewis vem para uma vitória tranquila. Ele se igualou a Senna e Fangio em número de poles em Monza: cinco. Foi a 56a da carreira.

Logo atrás, as duas Ferraris. Previsível. Vettel e Raikkonen. Praticamente um segundo atrás das flechas de prata. Difícil lutar nessas circunstâncias. Os tifosi terão que esperar. Bottas alcançou um excelente e improvável quinto lugar, enquanto Massa foi somente o 11°. Logo atrás, as duas Red Bull, com Ricciardo à frente de Verstappen, seguido das duas Force India (Pérez e Hulk) e o Gutiérrez em 10° (sim, o mexicano foi para o Q3 pela primeira vez na carreira).

Na parte de trás, destaque para Wehrlein, que larga em 14°, um grande resultado da Manor. à frente de Button e Sainz, por exemplo. Kvyat segue ladeira abaixo e Nasr larga em 18°, enquanto Ericsson é o 19° e as duas Renault ocupam 20° e 21° posições, com Palmer e Magnussen. Ocon não paricipou do treino.

Na corrida mais curta do ano (1h15), a tendência é de outro passeio dos alemães. Estamos sempre esperando o sobrenatural de Almeida que nunca aparece, mas somos esperançosos. Confira o grid de largada para o GP da Itália da F1. Até!



NADA DE NOVO EM MONZA (NAS PISTAS)

Foto: Getty Images
Difícil tecer muitas linhas sobre os treinos livres de Monza. Não consigo mais acompanhar ao vivo e acontece o mesmo de sempre: Domínio das Mercedes. Rosberg o mais rápido no TL1 e Hamilton no TL2. A única modificação das forças dominantes é que a Ferrari deve ser a segunda força desse final de semana. É compreensível. Afinal, pelo fato de ser pista que tem praticamente só reta, o motor Ferrari leva vantagem sobre o Renault, superando assim a Red Bull, caracterizada pela boa aerodinâmica e aceleração em curvas, mas sem o mesmo desempenho em velocidade de reta. Force India, Bottas e Alonso chegam logo depois e talvez teremos a Haas bem consistente nessa corrida, pelo fato de também estar utilizando o novo motor Ferrari.

Começando o tour de despedida da F1, Massa teve um dia complicado. Foi o 14° no TL1 e 11° no TL2, sempre atrás de Bottas. Nasr também não foi, ficando atrás de Ericsson nos dois treinos: 19° (15°) e 21° (15°).

Button, Verstappen e Pérez aproveitaram para testar o Halo e o novo protótipo de pneu da Pirelli, que deve estrear no GP da Malásia, em outubro.

Foto: Getty Images
Por falar em Verstappinho, mais uma vez ele foi polêmico. Depois que Villeneuve afirmou que o holandês iria "matar alguém" se continuar pilotando dessa forma, ele não deixou por menos e respondeu: Disse que Villeneuve não poderia falar porque já "matou alguém", se referindo ao acidente que teve com Ralf Schumacher no GP da Austrália de 2001, quando um fiscal morreu após a BAR do canadense atingiu o alambrado onde havia uma fenda cujo intuito era permitir o trabalho dos fiscais. O problema é que o tamanho da fenda era o suficiente para que a roda do carro atingisse o peito do fiscal à 175 km/h, que morreu na hora. Max quer ser o vilão da F1, e tem o aval dos fãs e da própria categoria. Estão criando um monstro. Comparação ridícula e sem contexto nenhum. Para quem se comparou ao superestimado, arrogante e amarelão Ibrahimovic, está no caminho certo.

Finalizando o post com as informações mais importantes: Depois de utilizar a famosa tática de "ameaçar tirar do calendário se não realizarem reformas e pagar mais", a F1 renovou com o circuito de Monza até 2019. Uma ótima notícia. A princípio, parecia ser a última edição. Que bom que tudo deu certo. A F1 precisa manter os circuitos clássicos no calendário!

Informações da imprensa europeia apontam que, aparentemente, Jenson Button não irá mais para a Williams e que estaria conversando com Ron Dennis para ficar mais uma temporada na McLaren. Isso seria péssimo. Vandoorne não pode mais esperar para estrear na F1. O belga é frequentemente visto conversando no paddock com dirigentes da Renault no paddock e seria uma das alternativas da equipe francesa para o ano que vem, assim como Pérez e Bottas, embora esse esteja praticamente apalavrado para permanecer na Williams por mais dois anos. A equipe de Glove, por sua vez, não descarta o mexicano e o belga, com Nasr correndo por fora nas duas e equipes. Tantas confusões, ilações e "chutes" nessa silly season frenética, né não? Não é por menos, afinal estão em jogo as 3 vagas mais cobiçadas e possíveis para o ano que vem: Os dois assentos da Renault e um da Williams (considerando que Bottas renovará com a equipe inglesa). O jeito é esperar e ver o que de fato irá se concretizar (rimou!).

Confira a classificação dos primeiros Treinos Livres do Grande Prêmio da Itália. O TL3 é daqui a pouco, às 6h. Até!

1. N. Rosberg Mercedes 01:22.959 37
2. L. Hamilton Mercedes 01:23.162 36
3. K. Raikkonen Ferrari        01:24.047 16
4. S. Vettel Ferrari        01:24.307 17
5. S. Perez Force India 01:24.650 32
6. R. Grosjean Haas        01:24.763 17
7. V. Bottas Williams 01:24.785 37
8. M. Verstappen Red Bull 01:24.982 25
9. E. Gutiérrez Haas        01:25.113 19
10. D. Ricciardo Red Bull 01:25.120 17
11. J. Button McLaren        01:25.351 23
12. A. Celis Jr. Force India 01:25.367 30
13. F. Alonso McLaren        01:25.507 14
14. F. Massa Williams 01:25.840 18
15. M. Ericsson Sauber        01:25.853 20
16. C. Sainz Jr. Toro Rosso 01:25.973 20
17. D. Kvyat Toro Rosso 01:26.074 20
18. E. Ocon Manor        01:26.391 30
19. F. Nasr Sauber        01:26.439 21
20. P. Wehrlein Manor        01:26.762 28
21. J. Palmer Renault 01:26.811 35
22. K. Magnussen Renault 01:26.956               32



sexta-feira, 2 de setembro de 2016

GP DA ITÁLIA - Programação

O Grande Prêmio da Itália foi disputado pela primeira vez em 1921, em Montichiari, na província de Bréscia, num circuito feito de vias públicas. Está desde sempre no calendário da Fórmula 1, e sempre é realizado em Monza, à exceção de 1980, quando o GP foi disputado em Ímola para atender a demanda dos fãs da Romagna.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Rubens Barrichello - 1:21.046 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Rubens Barrichello - 1:20.089 (Ferrari, 2004)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 5x (1996, 1998, 2000, 2003 e 2006)

AZEDOU O CLIMA

Foto: NBC

Mais uma atuação abaixo das expectativas de Marchionne, justamente em casa e na frente dos tifosi, pode ebulir o ambiente em Maranello. O cavalinho rampante já foi ultrapassado pela Red Bull na vice-liderança dos construtores e parece ser difícil alcançá-los. A Ferrari sem Schumacher, Todt e Brawn e os testes intermináveis é isso: Desperdício de dinheiro. 

Os italianos não conseguem administrar, são muito passionais, esperam resultados imediatos e cometem erros atrás de erros. Vettel, que era o salvador da pátria, daqui a pouco vai virar problema igual aconteceu com Alonso.

Que tenham um projeto sólido para os próximos anos. Do contrário, mais um jejum de duas décadas à vista.

QUEDA LIVRE

Foto: F1
O óbvio ululante aconteceu. Com a Force India marcando muitos pontos e a Williams em um desempenho pífio, os ingleses foram superados pelos indianos. Em Spa, foram 22 pontos contra 5 da Williams, totalizando 103 a 101. E a perspectiva não é das melhores. Com a Williams pensando em 2017, a tendência é que a vantagem só aumente. Massa foi ultrapassado por Pérez e caiu para o décimo lugar no Mundial de Pilotos.

São dois pódios do mexicano contra um de Bottas. Pat Symonds já afirma que o foco é para 2017. O clima é de incertezas: Nenhum dos dois pilotos está garantido para o ano que vem. É quase certo que Massa saia no fim do ano. Bottas deve permanecer e fazer dupla com Button. Enquanto isso, um pontinho aqui, outro acolá em 2016 e o cuidado para que não sejam ultrapassados por McLaren e/ou Toro Rosso.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 232 pontos
2 - Nico Rosberg (Mercedes) - 223 pontos
3 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 151 pontos
4 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 128 pontos
5 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 124 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 115 pontos
7 - Valtteri Bottas (Williams) - 62 pontos
8 - Sérgio Pérez (Force India) - 58 pontos
9 - Nico Hulkenberg (Force India) - 45 pontos
10- Felipe Massa (Williams) - 39 pontos
11- Fernando Alonso (McLaren) - 30 pontos
12- Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 30 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 28 pontos
14- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 23 pontos
15- Jenson Button (McLaren) - 17 pontos
16- Kevin Magnussen (Renault) - 6 pontos
17- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 1 ponto
18- Pascal Wehrlein (Manor) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 455 pontos
2 - Red Bull TAG Heuer - 274 pontos
3 - Ferrari - 252 pontos
4 - Force India Mercedes - 103 pontos
5 - Williams Mercedes - 101 pontos
6 - McLaren Honda - 48 pontos
7 - Toro Rosso Ferrari - 45 pontos
8 - Haas Ferrari - 28 pontos
9 - Renault - 6 pontos
10- Manor Mercedes - 1 ponto

TRANSMISSÃO

Foto: Globoesporte.com






ÚLTIMAS VOLTAS

Foto: Getty Images
O que era tendência virou confirmação. Mesmo assim, não deixou de ser uma bomba, surpresa, chocante e até triste. Felipe Massa convocou a imprensa para anunciar que está se aposentando da F1 no final da temporada. Fim da linha para quem irá ficar no circo da F1 por 15 anos e 250 GPs.

Esse post não irá fazer retrospectiva ou análise muito elaboradas até aqui. É um espaço para registro do que será feito no futuro: Especiais de várias partes contando a biografia do piloto desde as corridas de kart no Brasil até a data final, no dia 27 de novembro. Semana que vem irei tentar fazer uma crônica que relaciona a F1 do passado e do futuro com a minha vida, também do passado ao futuro.

Foto: Divulgação
A decisão foi tomada em julho. Até a família se surpreendeu, mas Massa já estava decidido. Comunicou a chefe Claire sua decisão. A diretora não aguentou e chorou de emoção. Massa é um dos pilares da reconstrução da Williams nos últimos três anos. Com o novo regulamento, a experiência do brasileiro foi fundamental para o ajuste dos pilares que tornaram a Williams competitiva de novo. Além do motor, sua experiência na área de desenvolvimento do carro proporcionou um feedback importantíssimo para a Williams alcançar bons resultados com ele e Valtteri Bottas.

Enfim, o post não é para isso hoje. Como escrevi há menos de duas semanas atrás no post do Futuro dos Veteranos, era a melhor decisão a ser feita. Com a queda de desempenho do carro, que acentuou sua própria "decadência", era difícil para Massa arranjar algo melhor na F1, pela idade e o contexto que carrega. É um fim digno. Serão oito corridas onde irá desfrutar fazer o que mais ama, com o respeito, admiração, homenagens e muitos bolos dos fãs, imprensa e paddock. Não precisou se rastejar para uma equipe menor ou ser "convidado a se retirar". Agora é o momento de aproveitar a presença de Massa no cockpit de um carro. A ficha ainda vai cair quando o fim se aproximar.

Massa, Barrichello e tantos outros não têm o respeito que merecem, principalmente dos leigos que não entendem nada, que só acompanham o esporte quando um brasileiro está bem, é "viúva" saudosista e mesmo assim comenta sem noção sobre o assunto. A maioria covarde xinga na Internet. Massa tem muito mais prestígio dentro da F1 e dos fãs do Exterior do que do próprio país, que só valoriza campeões, e quem não é campeão é um "fracassado". Muitos pilotos se surpreenderam e lamentaram sua decisão de sair - Sainz, Vettel, Raikkonen, Bottas, além das ex-equipes Ferrari e Sauber. Ele é muito querido no paddock, por ser um cara muito gente boa, divertido e de família. Tenho certeza que Massa será muito bem tratado nesse suspiro final de sua carreira na F1.

E o futuro? Bem, Massa pode correr onde quiser, e se quiser. WEC, DTM, F-E, Stock? Não faço a mínima ideia. Ele é jovem ainda, tem 35 anos. Dá para competir em alto nível nessas categorias por mais algum tempo. A situação não ajuda Nasr, pois Button deve retornar a Williams para se aposentar por lá também. Com isso, Vandoorne finalmente será titular da McLaren e Pérez tem tudo para fechar com a Renault. Nasr está ficando sem opções: Ou fica na fraca Sauber ou tenta dar um jeito (por isso a reunião com Temer: Arrecadar mais fundos para brigar por vagas em escuderias maiores) de arrumar mais grana e intensificar contatos com Renault, a própria Williams ou Haas. Enfim, me alonguei demais no futuro. A possibilidade do Brasil ficar sem pilotos em 2017 é real. Bernie Ecclestone terá que mexer os pauzinhos para não perder um importante mercado da categoria. O que irei me referir sobre o futuro e outros aspectos nos posts adiante é um lado pessoal que se mistura com a F1, é claro.

 Desde já, muito obrigado, Massa! Muitas emoções irão por vir! Apenas isso que posso escrever. Até!

Foto: Divulgação

terça-feira, 30 de agosto de 2016

MAX: AME OU ODEIE

Foto: Motorsport
O adolescente holandês está mudando a F1. O público jovem está interessado nele. Nunca tantos holandeses estiveram num autódromo prestigiando um piloto do país (eles invadiram a Bélgica), um movimento que lembra os "azuis das Astúrias" de Alonso, os alemães com Schumacher nos anos 1990 e o frenesi inglês com Button e Hamilton. Além da jovialidade, da estreia antes da maioridade e do comportamento dentro da pista, Max Verstappen também chama a atenção, de forma precoce, pelos seus posicionamentos no paddock.

As brigas intensas com Ferrari e Mercedes, roda com roda e beirando o limite da legalidade e do excesso de arrojo, Max fala o que pensa nas entrevistas. Não importa a repercussão, Max está sempre no topo dos comentários, seja pelas falas ou pelos atos na pista. Ainda na Toro Rosso, pediu para equipe mandar Sainz lhe dar passagem na Austrália. No ano passado, quando foi o contrário, respondeu com um sonoro "Noooo", o que viralizou e ajudou a ter admiradores.

Estava certo em um e errado em outro. O cerne do post foi a postura de excessos ontem. É normal da idade e da falta de experiência, mas uma frase de Verstappen preocupa. Após a corrida, ele esbravejou para a TV holandesa Ziggo que "Eles acabaram com a minha corrida na primeira curva. Depois disso, não há chances de eu deixar eles passarem. Prefiro jogá-los para fora da pista". Eles refere-se as duas Ferraris. Vettel e Raikkonen reclamaram e Max não deixou por menos. Toto Wolff o comparou a Senna e Hamilton, de espírito indomável, competitivo e que evita até o fim a possibilidde de ser superado na pista.

Foto: EFE
Até aí, tudo bem. Mas querer acabar com a corrida do outro por vingança é ridículo e imaturo. No caso de ontem, era evidente que não houve intenção, foi um incidente de corrida. Ninguém seria burro o suficiente para se auto-sabotar e prejudicar o próximo a troco de nada. Então se alguém atrapalhar Verstappen ele vai fazer o mesmo na pista, a 300 km/h por vingança? Imagina a merda que isso vai dar. Imagina se Kimi, Vettel, Pérez ou qualquer outro resolva agir igual Max nas disputas de posição. Será preciso se acidentar gravemente para aprender a lição?

Tenho convicção de que Verstappen será o campeão mais jovem da história. Já é o piloto mais jovem a estrear e vencer, e são recordes que dificilmente serão batidos (afinal, a FIA agora só autoriza estreantes a partir dos 18 anos). Por ser muito precoce, precisa amadurecer muito, principalmente nesse aspecto. Somos fãs de sua pilotagem, mas existe uma linha tênue entre ser um Schumacher ou um Maldonado/Ide na hora de disputar posições. Uma coisa é certa: Para o bem e para o mal, a F1 tem o seu protagonista das próximas duas décadas, um novo "vilão" ou "mocinho", aquele que desperta sentimentos de alegria e raiva. Max Verstappen, ame ou odeie. Não há meio termo para esse holandês.

Até!

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

VENCEDOR?

Foto: Reprodução
Rosberg fez o seu papel. Largou na pole e liderou TODAS as 44 voltas do caótico e movimentado Grande Prêmio da Bélgica. Spa dificilmente decepciona, e os primeiros movimentos da corrida foram espetaculares. Diante de tudo isso, a vitória de Nico ficou quase em segundo plano pois mal apareceu na transmissão, não por culpa dele, mas pelo contexto que cercou a prova. Por exemplo, diante das inúmeras trocas de componentes do carro, Hamilton conseguiu arrancar um ótimo terceiro lugar, o que certamente não estava nos planos de seu rival. Lewis deve ter pensado nisso quando declarou que "talvez Nico não estivesse contente em o ver no pódio". O prejuízo poderia ser grande, mas foi de apenas 10 pontos na tabela: 232 a 223 no campeonato. Ricciardo também sobreviveu aos incidentes de corrida e foi o segundo, afirmando seu bom momento na temporada. Só falta uma vitória para coroar o trabalho bem feito até aqui.

Foto: EFE
Inegavelmente os três protagonistas da corrida foram Vettel, Verstappen e Raikkonen. Afinal de contas, o trio se envolveu no incidente desencadeador de toda a mudança de disputas da prova. Tudo começou na primeira curva. Vettel alonga na Source, enquanto Verstappen (que largou muito mal) foi otimista demais ao tentar passar Raikkonen, que ficou espremido entre os dois, pelo meio. Resultado: Toque de Verstappen em Raikkonen, que bateu em Vettel, que rodou. Incidente de corrida. O finlandês teve o bico danificado e o holandês também foi aos boxes. Vettel ficou para o fim do pelotão.

Foto: Reprodução
A partir de então, os três se propuseram a uma corrida de recuperação. Antes de tudo isso, outro fato que fez a diferença na corrida de hoje: A pancada fortíssima de Magnussen na Eau Rouge. Para a sorte do dinamarquês, o choque foi de traseira. Se fosse de frente, poderia ser muito pior. O piloto saiu com um corte no tornozelo e foi levado ao hospital para que fossem realizados exames. Está tudo bem com Magnussen, que espera ter condições de correr na semana que vem. A porrada destruiu a barreira de pneus, que teve de ser reconstruída, paralisando a prova por cerca de 10 minutos. A bandeira vermelha permitiu que houvesse trocas de pneus, o que alterou completamente a dinâmica da corrida. Todo mundo ficou com a mesma estratégia.

Foto: Reprodução
Diante disso, o trio da corrida voltou a disputar posições e chegaram a se cruzar. Verstappen, agressivo como é, se defendia de Raikkonen a qualquer custo. Em um dos ataques na grande reta, Verstappen chegou a mudar duas vezes o carro de direção, o que é proibido, além de praticamente fazer um "brake-test". Se não fosse o finlandês, teria acontecido outro acidente grave. Kimi reclamou com razão. Max retrucou dizendo que não era seu problema. Max também se envolveu em outros incidentes com Vettel e Pérez. Ambos tiveram que recolher para que não houvesse um acidente. Apesar disso, em nenhum momento o holandês chegou a ser investigado pelos comissários.

Entretanto, no paddock, muitas críticas: Da Ferrari, pois seus dois pilotos estiveram envolvidos em incidentes com Max, e também de outras pessoas, como Niki Lauda e Toto Wolff, da Mercedes. Lauda chegou a dizer que Verstappen precisa de um psiquiatra. É evidente que o arrojo de Max é ótimo para a F1. Ir para cima, vender caro a posição, jogar duro, essas coisas. Todavia, não foi isso o que ele fez hoje (ou ontem): Max jogou para todos os lados de forma irresponsável como se fosse videogame, contando com o bom senso dos adversários para que não acontecesse algo pior. Daqui a pouco essa paciência acaba e Max terá que aprender da pior maneira a medir a consequência de seus atos. Espero que não precise disso. Hoje ele fez uma das piores atuações da carreira, chegando em 11°, e deveria ter sido punido. Max não pode ser protegido só porque é popular e queridinho entre os fãs. Do contrário, as coisas irão piorar: Ele continuará jogando e espalhando o carro em excesso, e será irreversível. Estão deixando ele "se criar".

No fim das contas, Vettel foi o sexto e Kimi o nono, aquém do que a Ferrari poderia render hoje. Outro destaque da corrida foi ele, a Fênix Fernando Alonso. Seu feito foi maior que o de Hamilton, dadas as condições dos carros. Sem praticamente andar no final de semana, com a incrível punição de 65 posições, largou em último e também se aproveitou da corrida caótica para galgar posições. Chegou a ficar em quarto, mas caiu de rendimento quando todo mundo esteve com a estratégia nivelada. Mesmo assim, conteve os ataques de Massa a corrida toda, mostrando que o chassi da McLaren é bom e o motor Honda evoluiu um pouquinho, mas ainda continua abaixo de Mercedes e Ferrari. Enfim, Alonso conseguiu um ótimo sétimo lugar em uma pista dominada por retas. Button, no seu GP número 300, não teve a mesma sorte: Abandonou na primeira volta após ser atropelado pela Manor de Wehrlein.

Foto: Reprodução
A Force India confirmou o ótimo momento na temporada e fez o que se esperava: 4° e 5° com Hulkenberg e Pérez. O alemão bateu na trave em busca do pódio inédito, de novo. Com o resultado, a equipe de Vijay Mallya finalmente ultrapassou a Williams na tabela de construtores, alcançando o quarto lugar. A equipe de Grove, por sua vez, segue em franca decadência: Com um chassi fraquíssimo até em circuitos de alta, Bottas foi o oitavo e Massa, combativo, o décimo. Apesar de ficar em sexto quase toda a corrida, perdeu rendimento e foi ultrapassado por Pérez, seu companheiro de equipe e as duas Ferraris. O brasileiro parece estar se despedindo da F1. Nasr terminou em 17° (último dos que completaram a prova), mas a Sauber mostrou-se mais competitiva com as novas atualizações, ao menos. Foi atrapalhado por um pneu furado. Esteban Ocon, o estreante, ficou em 16°. Olho no francês, provável piloto da Renault no ano que vem!

Confira a classificação do Grande Prêmio da Bélgica:


A próxima corrida será o Grande Prêmio da Itália, em Monza, na semana que vem, nos dias 2, 3 e 4 de setembro. Até!