domingo, 2 de agosto de 2020

O QUE FICA PARA A ETERNIDADE


Foto: Getty Images

A Mercedes é um carro muito superior aos demais, que também pioraram, tirando a cópia rosa. A corrida depois dos Safety Car causados pela batida de Albon e Magnussen e o erro de Kvyat, em uma batida e tapa no câmera, estava um saco. Nada de interessante, tudo definido. Até que surge o imponderável, como quem não quer nada.

Não basta perder três corridas seguidas e se afastar do sonho do título. O pneu dianteiro esquerdo de Bottas estoura, e não basta estourar, tem que ser logo após ele ter cruzado os boxes, percorrendo uma volta inteira com três rodas. 18 pontos jogados no lixo. Na sequência, o sortudo da vez foi Carlos Sainz, que vinha herdando um ótimo quarto lugar. Parece que é uma espécie de ritual para se acostumar com a Ferrari a partir do ano que vem.

Depois, quem diria, a outra Mercedes também teve um estouro no dianteiro esquerdo, repetindo as corridas de 2013 e 2017, onde o tal pneu é bastante exigido pelas curvas. Dessa vez, isso se acentuou com a alta temperatura da pista, maior que o normal, realizada no verão na Inglaterra e também pelo fato de todos terem parado cedo após o Safety Car e seguido até o final.

O que fica para eternidade é que Hamilton, mesmo colocando um segundo por volta nos concorrentes e com uma vantagem de 40 segundos para Verstappen, venceu guiando por meia volta um carro com apenas três pneus funcionando. O requinte de crueldade para a Red Bull é que, após o problema em Bottas, Max parou. Do contrário, teria vencido. No entanto, é fácil cornetar a decisão só agora. Mesmo que Bottas tenha aberto um precedente, seria impensável imaginar acontecer a mesma coisa com Lewis segundos depois. Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.

Foto: Getty Images

No terceiro lugar, mais um aproveitamento especial de Charles Leclerc. Em uma Ferrari em crise e capengando, ele aproveita as chances que têm e consegue dois pódios em quatro corridas. Enquanto isso, Vettel sofreu para marcar um mísero pontinho... não sei até que ponto os italianos já largaram de vez a mão com o alemão para priorizar o monegasco, futuro e presente ferrarista.

Na melhor corrida do ano, a Renault consegue ótimos 20 pontos com Ricciardo e Ocon, quase um pódio. A corrida foi melhor que o imaginado para a McLaren, uma pena o azar com o espanhol. A batata de Albon começa a assar, igual Kvyat, o acidentado. A questão da Red Bull número 2 é um problema histórico. Gasly, por outro lado, conseguiu pontos importantes em uma boa atuação com a Alpha Tauri.

Com Haas e Alfa Romeo enfiados na rabeira, Raikkonen terminou em último. Parece uma turnê de despedida, e bem melancólica por sinal. Na Racing Point, falta piloto, e Hulkenberg é muito azarado, impressionante. Nem largar com um carro bom ele pôde.

Corrida chata, Mercedes inalcançáveis e vantagem absurda. Isso tudo é verdade mas, para sempre, essa vai ser a corrida onde Hamilton venceu se arrastando no final, mesmo que tudo da linha anterior seja corretamente citado. Afinal, é o diferente, o espetáculo e o heroico é que ficam para a eternidade e assim a história é desenhada para cunho popular. Os números? Esses sim são inquestionáveis: 91 poles e 87 vitórias. A caminho de ser o maior da história. Lewis Hamilton, aquele que já está na eternidade.

Ah, e convenhamos: duas corridas seguidas nessa Silverstone... só com uma chuva de leve na causa, do contrário... haja pneu estourado para dar emoção. Isso também fica para a eternidade.

Confira a classificação final do GP da Inglaterra:


Até!

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