segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

TUDO ESTÁ EM SEU LUGAR

 

Foto: Getty Images

Brasil e Interlagos continuam na Fórmula 1. Na semana passada, a FIA confirmou o calendário de 2021, que a princípio terá 23 corridas. A única diferença é que agora a corrida vai se chamar GP de São Paulo porque a Rio Motorsports comprou o nome GP do Brasil. Prejuízo mínimo diante da cagada monumental que estava prestes a ser feita.

O bigodudo Chase Carey caiu na lábia da Rio Motorsports e fez de tudo para sabotar São Paulo. Conseguiu parcialmente. No entanto, viu a furada que se meteu e manteve o certo em detrimento do mundo da fantasia. Ninguém quer Interlagos fora do calendário e o Rio de Janeiro não precisa de um autódromo (se não tivesse demolido Jacarepaguá...)

O nome vai valorizar ainda mais o município e, para a alegria de todos, nos dias 12, 13 e 14 de novembro do ano que vem estaremos todos em São Paulo, se Deus, vacina e o covid assim permitirem. 

Chama a atenção a confiança da Liberty/FIA em realizar tantas corridas em uma temporada, considerando que ainda estamos na pandemia. Seria a maior de todos os tempos. Além disso, a corrida do Vietnã pode sair sem nem ao menos ter entrado, tudo isso porque o ex-prefeito, responsável pelo projeto, foi preso acusado de corrupção. A data, reservada para 25 de abril, permanece com um grande asterisco.

Corrida demais é um problema. Desvaloriza o produto. Lamentável ver que Paul Ricard, Barcelona, Sochi, Abu Dhabi e agora o tal GP da Arábia Saudita nas ruas de Jidá tenham espaço. E o pior: as duas últimas citadas decidem o campeonato. O jeito é torcer para que tudo se encerre antes, no Brasil.

A princípio, o calendário fica assim:

21/03 - Austrália

28/03 - Bahrein

11/04  - China

25/04 - ?

09/05 - Espanha (precisa de confirmação)

23/05 - Mônaco

06/06 - Azerbaijão

13/06 - Canadá

27/06 - França

04/07 - Áustria

18/07 - Inglaterra

01/08 - Hungria

29/08 - Bélgica

05/09 - Holanda

12/09 - Itália

26/09 - Rússia

03/10 - Cingapura

10/10 - Japão

24/10 - EUA

31/10 - México

14/11 - Brasil

28/11 - Arábia Saudita

05/12 - Abu Dhabi


Foto: Getty Images

Enquanto isso, na Mercedes, o lema é continuidade com algumas mudanças. Toto Wolff, que se diz cansado, fica na equipe por mais três temporadas como chefão. Além disso, a Ineos, empresa britânica do ramo químico que chegou nessa temporada, comprou da Daimler (que administra a Mercedes) 1/3 da equipe, dividindo as partes com a empresa alemã e o próprio Wolff.

No meio da temporada, Eddie Jordan afirmou que a Ineos iria adquirir 70% da equipe. Bem, errou pela metade, mas também esteve meio certo. O contrato diz que Toto Wolff pode fazer a transição para outro cargo na organização quando se sentir confortável, e isso pode ser provavelmente quando encerrar o vínculo atual, válido agora até 2023. Hamilton, que oficialmente ainda não renovou contrato, deve fazer isso até o início da próxima pré-temporada, segundo o chefão.

Curiosidade: a Ineos atua na área de produtos químicos, petroquímicos, gases e plásticos, sendo fundada e administrada por Jim Ratcliffe, homem mais rico do Reino Unido. O faturamento anual da companhia é de cerca de R$ 434 bilhões.

A Ineos resolveu entrar no esporte apenas nos últimos anos. Desde 2017 é dona da Lausanne Sport, equipe de futebol da Suíça, e se juntou ao velejador Ben Ainslie (dono de quatro ouros e uma prata) para disputar a America's Cup 2021, regata de iatismo, com investimento próximo a um bilhão de reais. Eles simplesmente têm capim no bolso, digamos assim.

Interlagos, F1, Toto Wolff e Mercedes. Tudo está em seu lugar, como diz a canção de Benito di Paula. E não devemos esquecer de dizer "graças a Deus, graças a Deus".

Até!



sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

MERECIMENTO

 

Foto: Getty Images

É tão estranho quando um ambiente como a Fórmula 1, repleta de diversos interesses, faz justiça. Depois de treze anos, a Red Bull resolve contratar um piloto de fora da academia de pilotos para ocupar o carro principal. 

Os taurinos anunciaram Sérgio Pérez hoje pela manhã. Contrato de um ano. A duração é o que menos interessa, até porque o japonês Yuki Tsunoda será a bola da vez. O que interessa escrever aqui é que Sérgio Pérez, na parte final da carreira, finalmente foi recompensado pelo talento subestimado. Pódios com Sauber, Force India, Racing Point e uma vitória com a agora Aston Martin deveriam credenciá-lo a uma vaga melhor há bastante tempo e isso parecia improvável por ser ex-Ferrari e não ter ido tão bem na McLaren quando o time de Woking começou a decadência.

A vaga para a Red Bull é um prêmio merecido para a carreira de Sérgio Pérez. Não vai bater Max, talvez nem fique perto disso, mas seu objetivo é claro: ser o quarto lugar e estar ali, pronto, quando algo der errado com as Mercedes. Gasly e Albon não conseguiram fazer isso pelos mesmos motivos. Assim como não haveria motivo para o mexicano, um forasteiro, ser protegido, Pérez é duro e talvez haja cláusulas que não permitam que ele pareça um idiota incapaz no volante comparado a Max. 

Isso só veremos a partir do ano que vem. Independente do que vier, Pérez já é um vencedor ao conseguir um carro capaz de vitórias na parte final da carreira quando tudo parecia contra. É um grande dia para a justiça e o talento na F1.

Alexander Albon foi rebaixado a piloto reserva, como foi antecipado no post de segunda. É o único que não foi rebaixado de volta para a Alpha Tauri, como Kvyat e Gasly. Aliás, o tailandês me parece ser um novo Kvyat: quando Tsunoda subir ou Gasly deixar o programa, o tailandês nascido e criado na Inglaterra vai ser o ficha um pra pegar essa vaga emergencial, evidenciando que talvez o problema não sejam os talentos da academia dos taurinos, e sim a gestão de Helmut Marko.

Enfim, é um grande dia para quem é fã do Checo há quase uma década. O momento é para celebrar. 

Até!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

ANÁLISE DA TEMPROADA 2020: Parte 1

 

Foto: Getty Images

Olá, pessoal. Nesse calendário maluco, o ano já está terminando e só agora é possível destrinchar uma análise desta temporada 2020 tão diferente. Nesta primeira parte, vamos analisar Mercedes, Ferrari, Red Bull, McLaren e Renault:

Foto: Getty Images

MERCEDES:

Lewis Hamilton – 10,0: Não tem muito o que escrever contra. A temporada de Hamilton só não foi totalmente perfeita em virtude do Covid que o derrubou em Sakhir. Ademais, venceu 11 corridas, fez história com o número de vitórias, campeonatos e está se aproximando das 100 poles. Além de veloz, é um piloto que sabe quando poupar e quando acelerar, tem um QI de corrida apuradíssimo. Melhor do que nunca, apenas o tempo pode bater Lewis Hamilton nesse momento;

Valtteri Bottas – 7,5: Não está no nível da Mercedes. Até começa bem, faz todo mundo pensar que “agora vai” e depois sucumbe. Foram várias corridas fracas e algumas horríveis, como Itália, Turquia e Sakhir. Também teve azar, mas ser dominado por George Russell deixa claro que 2021 deve ser seu último ano na Mercedes para vencer e fazer poles porque todos sabemos que não é adversário para Hamilton.

Foto: F1

FERRARI:

Charles Leclerc – 8,0: Diante de um carro ruim, Charles fez o que pode. Dois pódios inesperados e andando mais que o carro. É o jovem líder que os ferraristas precisam. Como todo jovem, é claro, ainda precisa amadurecer e parar com alguns barbeiragens ou se culpar tanto. Nesta temporada, mais uma vez não é possível absolver a Ferrari e o péssimo carro + motor. Charles vai precisar ter paciência e agir como um jovem líder que pode guiar o cavalinho rampante para os dias de glória.

Sebastian Vettel – 6,5: Demitido pelo telefone, fez uma temporada melancólica, seja pela pilotagem e colocação no campeonato, seja pelo evidente clima azedo entre ele e Mattia Binotto que nos deixam imaginar se o alemão realmente correu em igualdade de condições. O pódio na Turquia é um alento porque mostra que ali ainda existe alguém que se aproxime do tetracampeão que é. Em um novo (e último) desafio na Aston Martin, quem sabe a motivação e o apreço na montadora (apesar de Stroll) possam fazer voltar a velha forma.

Foto: Getty Images

RED BULL:

Max Verstappen – 8,5: Foi sempre constante. No entanto, quando a Mercedes vacilou, não aproveitou as chances. Se envolveu em alguns acidentes na primeira volta que lembraram o velho novo Max inconsequente. Quando for o protagonista pelo título, precisa rever esse comportamento. Sem um segundo piloto combativo, correu sozinho e se intrometeu constantemente entre Hamilton e Bottas. Fez seu papel, portanto. Precisa de carro para ser mais cobrado também.

Alexander Albon – 6,5: A boa vontade em defendê-lo mesmo sabendo que não está em igualdade a Max foi se esvaindo conforme passou a temporada. O contexto não ajuda, mas ele também não. Distante de Max e também do meio de tabela, conseguiu dois pódios por acaso, muito pouco pelo carro que tem. É verdade que no final foi mais constante, mas será que fez o suficiente para continuar na equipe? Por mim, que voltasse para a Alpha Tauri, mas o tailandês nascido e criado na Inglaterra não merece uma nova temporada na Red Bull.

Foto: Getty Images

McLAREN:

Carlos Sainz Jr – 8,5: Constante. Sempre nos pontos e beliscando um pódio. Tem um ritmo de corrida muito bom e apesar dos azares e de saída, o espanhol segue em franca evolução. Não é o mais virtuoso, mas o que mais se aproxima da regularidade de Sérgio Pérez, por exemplo. É exatamente disso que precisa a Ferrari agora: um acumulador dos pontos disponíveis. É notável a evolução do espanhol desde quando chegou a F1.

Lando Norris – 8,0: Começou bem a temporada e foi caindo, igual a McLaren. É um bom piloto, talvez não aquele prodígio que foi vendido antes de estrear e principalmente na F2. A McLaren prova que é melhor ter uma boa dupla de pilotos do que um primeiro e um segundo declarados, não a toa os ingleses ficaram em terceiro na tabela mesmo sem ter o terceiro melhor carro do grid. O inglês precisa brilhar um pouco mais, mas a consistência é ótima para a idade que tem. O amigo Daniel Ricciardo é um teste e tanto.

Foto: Getty Images

RENAULT:

Daniel Ricciardo – 8,0: Com a evolução da Renault, anda bem. É um grande piloto e merecia um carro que brigasse por vitórias, coisa que nem a própria McLaren ano que vem terá, mas é uma aposta com o motor Mercedes. Conseguiu pódios e andando na parte de cima, sendo regular. Uma pena que o tempo joga contra o australiano, então o jeito é torcer para um pulo do gato da McLaren no regulamento de 2022. Talento todos sabemos que ele tem.

Esteban Ocon – 7,0: Também não é aquele fenômeno que foi pintado antes, muito pelo contrário. Não sei se o ano ausente da F1 o deixou enferrujado, mas foi uma temporada bem mediana de Ocon, distante de Ricciardo. O pódio em Sakhir dá alento, esperança e confiança ao menos, até porque vai precisar: mesmo que Alonso esteja velho e enferrujado de dois anos ausentes da categoria, será um desafio logístico muito maior que o australiano, e bem menos amigável também. O francês está, sim, devendo.

E essa foi a primeira parte da análise. Nos próximos dias sai o post com as outras equipes.

Até!



quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

MAIS UM JAPONÊS VOADOR

 

Foto: Divulgação/Toro Rosso

O que já era óbvio há meses finalmente é oficial. Yuki Tsunoda será o parceiro de Pierre Gasly na Alpha Tauri em 2020. É o primeiro piloto nascido nos anos 2000 a guiar na F1 como titular e o primeiro japonês em sete temporadas, desde a saída de Kamui Kobayashi da Caterham em 2014.

O ficha um da academia de pilotos da Red Bull era o estoniano Juri Vips, que foi disputar a Super Fórmula. A pandemia estragou os planos e Vips não conseguiu correr lá, sem atingir os pontos necessários para a super licença da F1.

Tsunoda, além do apoio da Honda, que ainda será parceira de Red Bull/Alpha Tauri em 2021 antes de sair, foi campeão no Japão e disputou provas na F3. Na F2, foi o novato do ano, ficando em terceiro, com várias poles, vitórias e um ritmo consistente. 

É um piloto que, com essas credenciais e todo o entorno, talvez tenha mais paciência do sempre exigente Helmut Marko. No entanto, teoricamente, o japonês deve ser o próximo na linha sucessória da Red Bull, independente se Albon permanecer ou Pérez ser contratado. Não deixa de ser uma pressão, até porque Gasly sairá da Alpha Tauri/Red Bull para outra equipe. 

Isso significa, claro, que Daniil Kvyat foi chutado da Red Bull pela terceira vez e agora parece ser definitivo. Com apenas 26 anos, é necessário olhar além da F1, a não ser que faltem talentos para pegar a Alpha Tauri e não sei se ele aceitaria isso outra vez. O bonde da história passou.

Veremos as peripécias do novo japonês voador da F1. Ao contrário dos outros, esse tem mais talento que folclore ou protecionismo nipônico.

Até!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

DECISÕES

 

Foto: Getty Images

A Fórmula 1 2021 tem apenas uma vaga em aberto. Hamilton vai se acertar com a Mercedes e a Alpha Tauri em breve vai anunciar o japonês Yuki Tsunoda para o lugar de Daniil Kvyat. Sobra, portanto, a vaga da Red Bull, que aparentemente está sendo disputada entre Alexander Albon e Sérgio Pérez, agora ex-Racing Point.

A Red Bull disse que resolveria o futuro do tailandês ainda na parte europeia da temporada, mas acabou postergando. Agora, a expectativa é que tudo seja resolvido até o Natal, até porque em janeiro serão lançados os carros da temporada 2021.

É uma decisão difícil para a Red Bull, apesar do óbvio apontar que o mexicano é mais piloto e pode contribuir mais do que o tailandês, mas é uma questão complexa. Tirar Albon e contratar Pérez é mandar um claro sinal de que a academia de pilotos da Red Bull está com problemas. O último piloto contratado foi Mark Webber lá nos primórdios do projeto, em 2007. Pierre Gasly não foi reconduzido, deixando claro que é carta fora do baralho e deve procurar novos ares na carreira.

Depois da corrida de ontem, começaram a surgir novas informações. Depois de Helmut Marko ter parabenizado a vitória do mexicano em Sakhir, a imprensa europeia noticia que há um suposto acerto de Pérez com a Red Bull e que Albon será piloto reserva e de testes. 

Se Albon sair da Red Bull ele não volta mais para a F1. Isso que ele já estava assinado com a Fórmula E no fim de 2018 quando houve o chamado surpresa. Contratar um forasteiro para ser companheiro de Max pode significar um baque para o orgulho da Red Bull e coloca em xeque o programa de pilotos: do que adianta colocar jovens talentos se eles não têm pé de igualdade com Max e são queimados instantaneamente?

A chegada de Pérez seria um grande prêmio para coroar a carreira do mexicano, finalmente agora em um grande carro. Se for competitivo contra Max, já será um grande papel.

Agora é a Red Bull que precisa tomar uma decisão, ou decisões, no caso.

Até!


domingo, 13 de dezembro de 2020

ZZZ...

 


Abu Dhabi é irritante, insuportável. Essa pista não dá mais. Não dá uma corrida boa ou com alguma lembrança marcante tirando 2010, 2012, 2014 e 2016. É sempre aquele clima de fim de festa, de pelada de fim de ano, despedidas e as pessoas pensando já no Natal e ano novo. Parece que só está lá para aquele foguetório e pirotecnia na chegada e mostrar o hotel. O traçado não tem atrativo algum.

Além do mais, hoje ainda tiveram azar. O Safety Car causado pelo abandono de Pérez fez todo mundo parar e ir com os pneus duros até o final. Uma verdadeira procissão. Vitória de Max Verstappen, seguido de Bottas que chegou a correr riscos contra o debilitado Lewis Hamilton em terceiro. Alexander Albon, distante de Max, ficou em quarto e não se sabe se fez o suficiente para a Red Bull para permanecer em 2021. Para o resto de nós, a resposta é óbvia.

Na sequência veio a dupla da McLaren, Lando Norris e Carlos Sainz Jr, que garantiram o terceiro lugar da equipe nos construtores, a melhor posição dos ingleses desde 2012. O renascimento é em passos lentos. Vejamos agora como será com o retorno da Mercedes na unidade de potência. Valeu a importância de ter dois pilotos semelhantes na equipe para garantir consistência e bons pontos. 

Ricciardo, Gasly, Ocon e Stroll completaram a pontuação. O canadense filho do dono conseguiu a proeza de ficar em 11° no campeonato com o terceiro melhor e 50 pontos atrás do mexicano mesmo com as peças novas sendo colocadas antes no carro dele e ter disputado uma corrida a mais. Patético.

Na parte final, Pietro Fittipaldi vinha atrás das Williams e inexplicavelmente fez uma parada a mais para não terminar a frente de Kevin Magnussen, que se despediu da categoria. Segundo a equipe, houve um superaquecimento do motor e o brasileiro poderia tentar a melhor volta com pneus novos. Tá bem... o brasileiro evoluiu mas mostrou que Schumaquinho e o psicopata Mazepin terão trabalho. Pode-se afirmar que a Haas virou a pior equipe do grid e não há um George Russell para extrair algo a mais.

Uma corrida medonha dessas poupou o meu trabalho de escrever bastante. Abu Dhabi não pode estar na F1, tampouco no calendário. E assim termina o louco ano de 2020 na categoria que, apesar do marasmo na frente, proporcionou grandes histórias de superação e reviravoltas. Um período histórico e memorável, sem dúvidas. Depois de sete meses sem corridas, os três meses que separam até a Austrália (será?) nem parecem muita coisa (será?). 

Confira a classificação final do GP de Abu Dhabi:


Até!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

RETORNOS E DESPEDIDAS

 

Foto: Getty Images

Como o GP de Abu Dhabi tradicionalmente é uma corrida que não vale nada, o final de semana é marcado pelas despedidas, como as corridas finais de alguns pilotos, seja na carreira ou na equipe, além de equipes com o nome ou falindo, etc.

Como o grid de 2021 será bastante modificado, teremos várias despedidas neste final de semana e alguns mistérios. Esta será a última corrida de Sebastian Vettel na Ferrari, de Daniel Ricciardo na Renault e Carlos Sainz na McLaren. Além disso, teremos a última corrida de Kevin Magnussen na F1 e também de Sérgio Pérez (ao menos por enquanto). Pietro Fittipaldi encerra a participação como piloto da Haas e o restante é mistério ou ainda precisa de uma confirmação oficial: Kvyat está deixando a F1 outra vez e o futuro de Alexander Albon apenas Helmut Marko sabe.

Além disso, são as corridas derradeiras de Racing Point e Renault, ao menos com esse nome, transformadas em Aston Martin e Alpine para 2021. Mas nem só de adeus vive a F1. Também há os retornos.

Lewis Hamilton, recuperado da covid, tenta a 12a vitória no ano, mesmo sem estar 100%. Talvez nem precise, afinal é Bottas que está do outro lado. É bom ver o campeão de volta mas quem perde com isso é a própria corrida. Abu Dhabi já é chatíssima, imagina com o retorno de um extraclasse em um carro muito superior aos demais...

Também tivemos o retorno de Robert Kubica, realizando mais um treino livre com a Alfa Romeo e, claro, todos os holofotes na nostalgia: no intervalo entre um treino e outro, Fernando Alonso guiou com sua Renault de 2005, que lhe deu o primeiro título mundial. Só faltou o capacete da época para o exercício de nostalgia estar completo. Como é gostoso o barulho dos carros antigos!

Foto: XPB/James Moy Photography



Também tivemos a estreia de Mick Schumacher em um final de semana de F1, agora pela Haas, sua futura equipe. Não deixa de ser uma nostalgia também, o filho do homem honrando os passos do pai. Como sempre escrevo, faria mais sentido se fosse na Alfa Romeo.

Já ia esquecendo: pode ser a última corrida da F1 na Rede Globo também, o que não deixa de ser emblemático. 

Já ia esquecendo 2: com a volta de Lewis Hamilton para a Mercedes, George Russell volta para casa na Williams depois do conto de fadas com as flechas de prata.

Abu Dhabi, o palco das despedidas, retornos e estreias. Um ar melancólico, nostálgico e ao mesmo tempo de esperança para um futuro melhor que nem sempre chega.

Confira a classificação dos treinos livres do GP de Abu Dhabi:




Até!