terça-feira, 10 de novembro de 2020

O AVISO DA FÊNIX

Foto: Reprodução/Renault

 Nas últimas semanas, Fernando Alonso tem feito um verdadeiro intensivão com os carros da Fórmula 1, visando retomar o ritmo que tinha até 2018 e, com o mínimo possível, se adequar com o carro de 2020 da Renault.

Depois de andar os 300 km permitidos para ações promocionais, o espanhol vem utilizando o carro de 2018 para realizar testes em Barcelona e no Bahrein. O que mais chama a atenção, porém, é sua franqueza.

Duas temporadas distante da Fórmula 1 e mais acostumado com as experiências na Indy, Le Mans, 24 Horas de Daytona e o Rali Dakar, o espanhol admitiu que precisa se reacostumar com a potência de um F1 e voltar a acertar o timing das frenagens e outras coisas que fazem toda a diferença para um piloto de alto nível.

Além disso, aos 39 anos, seu retorno é comparável a quando Schumacher voltou à F1, em 2010, quando foi para a Mercedes. Eu já não olho dessa forma. As únicas semelhanças são a idade avançada e algum tempo afastado. No entanto, a F1 não mudou radicalmente entre 2018 e 2021 em relação a 2007 e 2010, período de afastamento e retorno do alemão.

Mesmo assim, sem tempos para testes (afinal, a pré-temporada em 2021 terá apenas quatro dias), Alonso já adiantou para os fãs e analistas que vai chegar na Austrália muito aquém de suas capacidades ou daquilo que vimos e esperamos do espanhol. Seu processo de evolução será contínuo ao longo da extenuante temporada de 23 corridas.

Como escrevi anteriormente, na oficialização do retorno do espanhol, eu não espero Alonso no auge físico e técnico nessas temporadas finais. Esse tipo de aviso também pode ser um sinal da questão física de Fernando, o que é natural, não podemos superar o tempo. 

A grande questão é a expectativa de cada um. Alguns esperam o Alonso do auge, que vai fazer a Renault/Alpine brigar por vitórias. Talvez o próprio Alonso acredite nisso. Eu, sinceramente, apenas aguardo duas temporadas de despedida em um bom nível, como escrevi antes, algo como o Jordan nos Wizards no segundo retorno ao basquete. 

É como diz o ditado: a expectativa é a mãe da decepção. O aviso foi dado.

Até mais!

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