domingo, 27 de setembro de 2020

DELIVERY

 

Foto: Getty Images

O GP da Rússia é um desafio logístico. Duas horas mais cedo que o habitual, até consegui acordar para assistir a largada. Tive sorte. Nela, Sainz cometeu uma barbeiragem ao tentar voltar para a pista depois de escapar da curva 2 e Leclerc tocou Stroll, que bateu. Fim de corrida para os dois e Safety Car por algumas voltas, o que poderia ser interessante: é uma pista que consome pouco pneu, então poderia da margem para alguma mudança de estratégia.

No entanto, não vi nada disso porque dormi e só acordei na última volta. E pelo jeito não teve mais nada também. A corrida se decidiu no sábado e no início da tarde de domingo na Rússia. Em virtude do Q2 atribulado, Hamilton gastou um jogo de pneu macio e teve que largar com ele. Uma estratégia diferente de Bottas, portanto. No domingo, o inglês fez duas simulações de largada em local proibido e, segundo o regulamento, teve uma punição de dez segundos no pit stop. 

Sem pneu e com a estratégia prejudicada, a corrida caiu no colo de Bottas. A impressionante sinergia com o traçado russo ficou evidente logo na largada, quando despachou Verstappen. Depois, fez apenas o dever de casa e voltou a vencer depois de quase três meses (a única havia sido na abertura da temporada, na Áustria).

O grande público desconhece essas regras. Pelo jeito, até mesmo a Mercedes, que mais uma vez "comprometeu" com a corrida de Hamilton. Eles deram o ok para que Lewis pudesse realizar a ação. E assim, de forma sonolenta e confusa, foi adiada para a Alemanha, terra de Schumacher, a provável vitória 91 de Hamilton. Talvez assim seja mais poético e significativo.

Em uma pista medonha, Bottas volta a brilhar, tenta retomar a confiança, dispara contra os críticos mas a verdade é que é uma vitória amistosa, sem muito valor prático para o campeonato. 

Vale destacar os desempenhos de Sérgio Pérez (apenas um ponto atrás do primeiro piloto da Racing Point mesmo duas corridas ausente), Chares Leclerc (a nova Fênix da F1), Daniil Kvyat e Esteban Ocon (por quê não?). 

Em duas semanas, a F1 volta para a Alemanha, assim como novamente retorna aquela expectativa por uma das vitórias históricas que Hamilton vai ter nessa temporada. Uma corrida delivery: entregou no início e depois voltou para seu canto.

Confira a classificação final do GP da Rússia:


Até!

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