terça-feira, 8 de setembro de 2020

CARAS NOVAS?

 

Foto: Getty Images

Nessa semana tivemos anúncios de "novidades" na Fórmula 1. A Williams, vendida para a Dorilton Capital, encerra um capítulo enquanto negócio familiar e garagista que acontecia desde os anos 1970. Com isso, definitivamente, encerra-se uma era na categoria. O fim de Frank e Claire e a terceira maior equipe da história do Mundial. 

Convenhamos, a Williams do jeito que conhecíamos acabou em 2005, quando não quis ser vendida para a BMW. Dali em diante, a decadência foi cada vez maior, exceção pela solitária e inesperada vitória de Maldonado em 2012 e as temporadas de 2014, 2015 e 2016 onde a Williams, beneficiada pelo potente motor Mercedes, conseguiu alguns pódios e poles até o fim definitivo.

Agora, a empresa Williams é controlada pela americana Dorilton Capital, um fundo de investimento comandado por Matthew Savage. Além dele, a equipe será comandada por Darren Fultz e James Matthews na direção. Matthews, por curiosidade, é ex-piloto e cunhado da Duquesa de Cambridge.

Algumas mudanças já foram feitas: Claire Williams deixou a chefia da equipe e o CEO, Mike O'Driscoll, vai se aposentar no final do ano. Simon Roberts vai ocupar o primeiro cargo interinamente. Vale notar que o contrato dos dois pilotos foi renovado antes da venda do time.

Fundo de investimento são geridos por várias pessoas. Não é fácil corrupção ou lavagem de dinheiro por lá, em tese. Ou seja, se compraram é porque acreditam que a Williams pode dar lucro no futuro. Na F1, isso é muito complicado. Sendo realista, a questão é saber por quanto tempo essa empresa vai aguentar gerir uma equipe de Fórmula 1 que, apesar de histórica, vive na rabeira do grid e sem perspectivas de lucro, mesmo com a ajuda de Latifi pai. Vejo com bastante desconfiança esse novo "capítulo" de Grove, infelizmente.

Foto: Quatro Rodas

No domingo, a Renault anunciou que vai mudar de nome para a próxima temporada. Em 2021, vai passar a ser Alpine F1 Team. Mas o que diabos seria isso? 

Inicialmente, a Alpine foi criada em 1954 como uma fabricante francesa de carros esportivos, fundada por Jean Redélé, proprietário de um dos poucos carros franceses que fazia sucesso no automobilismo após a Segunda Guerra Mundial, o Renault 4CV. A empresa comprou a Alpine em 1973. 

A Alpine foi campeã mundial de Rali em 1973, com seu modelo mais famoso, o Alpine A110 e o A442 venceu as 24 Horas de Le Mans, na última vez que um Alpine participou de corridas. Na época, já foi escrito como um Renault-Alpine. Com o passar do tempo, a empresa foi absorvida pela Renault e transformou-se em um carro esportivo, não mais de competição. 


Alpine A442b, com Didier Pironi no volante, venceu as 24 horas de Le Mans em 1978. Foto: Getty Images











Atualmente, a Alpine está na LMP2 do Mundial de Endurance, sendo recentemente campeã com o brasileiro André Negrão como um de seus pilotos.

De acordo com um comunicado, o objetivo é "acelerar o desenvolvimento e influência da marca". O processo de reestruturação é liderado por Luca De Meo, novo CEO. Vale lembrar que, recentemente, a Renault se viu em um escândalo com a prisão do ex-presidente, o líbano-brasileiro Carlos Ghosn. Além do mais, os franceses tiveram muitos prejuízos em virtude da pandemia, precisando demitir milhares de funcionários e colocando em risco a permanência na categoria.

Bom, mesmo assinado até 2025, a mudança de um nome histórico na F1 para de uma marca importante no automobilismo francês possa ser indício de que as coisas não estão fáceis por lá. Tecnicamente falando, a terceira passagem da Renault na F1 encerra-se no fim do ano como um grande fracasso. Até lá, é possível que nenhum pódio tenha sido atingido. Muito pouco para uma equipe de fábrica. 

Basicamente, o nome Alpine tem o mesmo peso de Alfa Romeo na antiga Sauber: apenas uma mudança de nomenclatura para fins comerciais. 

Ou seja: Fernando Alonso não vai ter sua terceira passagem na Renault, e sim seus dois últimos anos de carreira na Alpine F1 Team. Impossível não associar ao nome do famoso chocolate. Esperamos que não seja um carro docinho.

Até!

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