segunda-feira, 14 de setembro de 2020

O CLUBE DOS 10

 

Foto: Getty Images

Aos poucos, os detalhes do novo Pacto de Concórdia, que será valido a partir do ano que vem até 2025, começam a aparecer. E uma delas é bem preocupante.

Ficou acordado que, se uma nova equipe quiser adentrar na F1, ela terá que simplesmente pagar 200 milhões de dólares para as outras equipes, onde cada uma ficaria com 20 milhões. É isso mesmo: 200 milhões. 

O recado é claro: não vai entrar ninguém. Esqueçam. A F1 não é um negócio vantajoso para as montadoras. Essas estão na Fórmula E, muito mais barata e "ecologicamente correta e sustentável". É claro que o objetivo também é aumentar o valor das equipes que atualmente estão lá, mas não deixa de ser uma medida lamentável, que transforma a F1 num clubinho de dez equipes e poucos donos.

Vamos lá: temos Mercedes, Renault, Red Bull e Ferrari, basicamente. Os alemães terão influência na ainda "independente" McLaren e na agora corporação Williams, os franceses continuam solitários mas já mudaram o nome para o ano que vem prevendo as dificuldades financeiras que existem num mundo durante/pós-pandemia, os taurinos têm a Alpha Tauri e a Ferrari tem tentáculos na Alfa Romeo e Haas.

Esqueçam a entrada de novas equipes, um grid maior, que seja capaz de colocar mais pilotos talentosos no grid. Isso não vai acontecer. Foi assinada essa reserva de mercado. É um péssimo modelo de negócio que só pode ser quebrado, talvez, com uma medida: se uma Mercedes ou Renault pularem fora do barco.

Mesmo assim, considero difícil que algo seja feito. É mais provável que todo mundo tenha um terceiro carro do que a entrada de novas equipes. 

É a F1 em mais um estágio avançado no processo de DTMitização. É mais um golpe no que virou o futuro, agora mais presente, do automobilismo: em breve, uma equipe ou duas vão dominar o grid inteiro, mas tem gente que não vai achar diferença alguma. Afinal, quanto mais Ferrari e Mercedes melhor, certo? Quem se importa com uma garagista nanica se arrastando no final do grid e atrapalhando o espetáculo?

São os tempos modernos. Algo precisa ser feito. Se nem uma pandemia evitou tudo isso, o que será necessário?

Até!

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