terça-feira, 2 de julho de 2019

MAX MUDOU

Foto: Getty Images
No início da temporada passada, escrevi este texto aqui sobre o péssimo início de temporada de Max Verstappen, repleto de erros e acidentes em tão poucas corridas. Ali, resumidamente, escrevi que Max precisava mudar o estilo de pilotagem: mais cerebral e menos porra louca inconsequente.

Durante a temporada, Max ainda bateu nos treinos em Mônaco, corrida que o companheiro dele, Ricciardo, venceu. De lá pra cá, tudo mudou: o holandês chegou a experimentar não ter a presença do pai nas corridas e o desempenho melhorou. Mais constante e fazendo o máximo que podia com a terceira força que era (e ainda é) o carro da Red Bull. Muitos pódios e uma vitória que caiu dos céus na Áustria, um domínio no México e uma vitória tirada no Brasil graças a idiotice do Ocon.

Meu grande ponto de interrogação era saber se Max manteria essa constância para este ano. Diante das atuações e resultados que teve, já estava na vontade de escrever este texto, mas esperei até vir alguma vitória que parecia improvável, não para Max.

Contrariando o meu título, talvez Max não tenha mudado. Ele continua selvagem e agressivo, sem desperdiçar toda e qualquer chance de ultrapassagem que existe. Não costuma negociar e é bem duro quando preciso, como ficou evidenciado na última corrida. Max na verdade amadureceu. Apesar de apenas 21 anos (vai ter 22 em setembro), já é a quinta temporada na Fórmula 1. Parece um jovem veterano, pois é isso que a categoria faz, cada vez mais precoce.

Como o próprio disse em uma entrevista bem recente, a própria Fórmula 1 foi o tubo de ensaio de Max. Os erros bobos e infantis, natural de alguém bem jovem, foram cometidos todos para o mundo inteiro ver, onde a cobrança é maior e algumas questões são quase intoleráveis. Não é bem esse o padrão, até porque Max deve ser o único da história a estrear na categoria com menos de 18 anos. Todos os outros já chegam na categoria com alguma razoável experiência e ambientação, sendo assim, improvável de cometer tantos erros "bobos". Leclerc e Russell, novatos desta temporada, são exemplos.

O desafio final de Max, hoje, depende mais da Red Bull e da Honda do que dele. Se mesmo com a terceira força o cara já conseguiu seis vitórias em quatro temporadas, além de outras atuações exuberantes e tirando tudo o que o carro pode e mais um pouco (principalmente em 2019), o que Max faria com um carro um pouco mais competitivo? Aí sim seria o grande de Max: como ele se comportaria sendo a vidraça e o candidato a título ao invés de apenas mais um franco atirador selvagem e talentoso que não quer desperdiçar as poucas chances que tem de vencer.

É o que todos estão torcendo que aconteça, eu suponho.

Até!

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