quinta-feira, 9 de março de 2017

BARCELONA, DIA 6 - Alonso x Honda

Foto: Getty Images
A grande atração do antepenúltimo dia de testes de pré-temporada em Barcelona foi a cobrança pública de Alonso para a Honda, parceira de sua equipe. Dessa vez, não houve problemas técnicos, mas segue o baixo rendimento do MCL32. Com um limitador na casa dos 15 mil rpm e sem 160 cavalos dos dois sistemas de recuperação de energia liberados, Alonso andou apenas 27 voltas e foi o último, quase quatro segundos mais lento que Bottas, o líder da sessão que fez a melhor volta da pré-temporada até aqui (1:19.310, pneu supermacio). A McLaren é cerca de 30 a 40 km mais lenta nas retas, o que é muita coisa e um absurdo ainda maior, considerando que todas as fornecedores de unidade híbrida poderão desenvolver esses motores durante todo o ano e estão se preparando para essa temporada há um bom tempo.

Alonso exigiu uma reação imediata. "Estamos preparados para ganhar, mas a Honda não". Palavras fortes. Os japoneses merecem esse puxão de orelha público. Como dito ontem, a teimosia em não trabalhar em conjunto com a tecnologia e infraestrutura do grupo McLaren está cobrando o preço. Hoje, o time de Woking irá brigar com unhas e dentes para ultrapassar o Q2, e será uma dura missão. Depois de um 2015 horroroso e uma leve evolução em 2016, todo mundo esperava que os ingleses iriam aproveitar a mudança de regulamento e dessem o "pulo do gato" para voltar a ser grande, mas involuíram mais ainda, voltando as casas de 2015. A paciência já não existe e isso é público. Ou as duas partes encontram maneiras de solucionar esses problemas, ou é melhor encerrar a parceria, o que iria acarretar em multas e cláusulas. Afinal, a Honda despeja muito dinheiro em Woking. O grande erro da McLaren foi não ter uma "cobaia" para ver se valia a pena retornar aos motores nipônicos. Apostaram na mística e também na falta de opções, afinal quando tudo foi oficializado já se sabia que era o último ano da Mercedes como fornecedora dos ingleses. A McLaren laranja é um fiasco em todos os aspectos. Está mais para Arrows e Spyker, em todos os aspectos.

Foto: Motorsport
Um problema de fluidos no SF70H encerrou mais cedo as atividades de Kimi Raikkonen depois de 39 voltas. Foi o terceiro, um segundo mais lento que os dois primeiros. O segundo foi Felipe Massa, apenas um décimo atrás de Bottas, mas usando o pneu ultramacio. Depois da sessão, ele admitiu que a Williams entregou o seu máximo e que estava quase vazia, em ritmo de classificação. Não parece ser blefe, realmente. Os elogios dos rivais não significam muita coisa. A Williams deve ser, hoje, a quarta força, brigando com a Force India que ainda não se encontrou nos testes. Entretanto, vale sempre lembrar: 2018 com Dirk de Beer e Paddy Lowe pode ser o grande salto do time de Frank.

A Red Bull foi a que menos andou. Não teve contratempos. Verstappen deu só 34 voltas e ficou em quarto. Quando os taurinos vão realmente mostrar seu potencial? Se não for agora, somente na Austrália (comentário óbvio do dia). Certamente estão testando e providenciando novas peças para modificar algumas coisas. O problema maior é o motor Renault, menos potente que o de Mercedes e Ferrari. Enfim, mesmo que a Red Bull seja hoje a terceira força, não parece tão distante das outras duas. É perfeitamente possível reverter a situação durante o ano, como já foi feito várias vezes. Eles têm Newey e isso basta.

A Renault conseguiu imprimir um bom ritmo e Hulkenberg ficou na quinta posição, com 61 voltas. Tanto Hulk quanto Pérez (Force India) marcaram tempo na casa dos 1:21.2 (1:21.213 e 1:21.297, respectivamente). Esse bloco intermediário, liderado pelos indianos, são daqueles que irão brigar pelos pontos finais disponível. Renault, Force India, Haas e Toro Rosso lidam com dificuldades. Baseado na força atual e em quem tem capacidade de investir, Force India, Toro Rosso e Renault superam os americanos. Vai ser uma luta bem encarniçada.

Sauber 2016/2017 ao menos mostra que é resistente. Wehrlein andou 59 voltas e ficou na frente de Alonso, mas está isolada na última fila. A única dúvida é saber quem irá largar em último. Aposto que na maioria das vezes será Marcus Ericsson.

Confira a classificação do sexto dia de testes de pré-temporada em Barcelona, na Espanha:




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