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terça-feira, 14 de novembro de 2017

O FUTURO DO BRASIL NA F1

Foto: Globoesporte.com
Não vamos falar sobre o impacto da ausência de um representante do país na categoria. A questão é ampla. Uma série de acontecimentos lamentáveis desse final de semana permitem a reflexão sobre os próximos anos da corrida em Interlagos e no país.

Para começar: o contrato da F1 com a organização do autódromo vai até 2020. Teremos F1 em São Paulo no mínimo em mais três edições. Na semana passada, a Câmara de Vereadores de São Paulo aprovou o projeto de privatização do autódromo de Interlagos. Segundo João Doria (PSDB), prefeito de São Paulo, os serviços vão melhorar e o autódromo receberá mais eventos (além do Lollapalooza) e melhorias. O que preocupa os fãs de velocidade é que a ideia é também construir um shopping, condomínios e um restaurante panorâmico. O temor é que Interlagos vire Jacarepaguá.

Todavia, os vereadores aprovaram com um adendo ao projeto: o autódromo tem que ser para uso do esporte a motor. Desse modo, teoricamente isso evita que Interlagos vire vários condomínios residenciais, restaurantes ou qualquer outra porcaria a partir de 2021, quando encerra-se o contrato com a FIA/FOM/Liberty Media.

Circuito de Jacarepaguá virou gramado de golfe dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Foto: Google Maps
O ponto preocupante é, sem dúvida nenhuma, a segurança. Nesse final de semana, assaltos à van da Mercedes na sexta e tentativas de roubo em um carro da FIA e uma van da Sauber no sábado. No domingo, depois da prova, ladrões tentaram abordar um carro da Pirelli, mas o veículo escapou sem ter nada roubado. Diante disso, tanto a fornecedora de pneus quanto a McLaren cancelaram os testes que seriam feitos no circuito terça e quarta. Três dias seguidos com casos de furtos e insegurança.

Nada de novo no Brasil. Isso é uma consequência de diversos erros que se repetem há séculos, mas esse não é o mote do texto. Muito se argumentou nos últimos dias que a segurança irá melhorar com a privatização do circuito. Será mesmo que seguranças particulares dão conta se os incidentes são no entorno de Interlagos? Essa medida é o suficiente? A imagem do Brasil indo por água abaixo por não proporcionar sequer o mínimo de segurança para a realização de um grande evento justamente depois de receber a Copa do Mundo e as Olímpiadas.

Também existem os problemas financeiros: sem uma patrocinadora principal, o GP do Brasil segue dando prejuízos. Apesar da Petrobras e da Heineken (em 2017) apoiarem, relatórios apontam que o prejuízo será de R$ 100 milhões. A prefeitura não pode arcar com esse custo, ainda mais com tantas prioridades a lidar de gastar dinheiro público em automobilismo, mas não pode ser 8 ou 80. Se a tal privatização acontecer, a prioridade é para uso do esporte a motor com a evidente melhorias dos serviços e infraestruturas.

Desde o ano passado existe um impasse em relação a São Paulo. A FOM entrou em contato com Florianopólis para possivelmente receber uma corrida de rua  a partir de 2021, caso São Paulo e Interlagos não consigam mais realizar o evento. O trajeto teria a Avenida Beira-Mar Norte e também iria utilizar a imagem da Ponte Hercílio Luz, grande cartão-postal da cidade. Os contatos foram telefônicos e até agora não passaram disso, segundo a Folha de S.Paulo.

Entretanto, um problema para a realização da corrida seria a mobilidade urbana na capital catarinense. Com dificuldades no trânsito por ser uma ilha e ter apenas uma ligação com o continente, Florianópolis tem dificuldade com filas e deslocamento dentro da cidade. Sexta-feira, dia de treino livre na F1, é um dos momentos mais complicados para locomover-se pelas ruas do município.

Florianopólis: plano B? Foto: Divulgação/David Sadowski
A Argentina também estaria disposta a voltar para a F1 (a última edição foi em 1998). A FIA e a FOM preferem aguardar os desdobramentos de São Paulo para se manifestar e tomar os próximos passos. Entretanto, a mensagem que fica dessa semana é bem clara: se as coisas não mudarem, o Brasil não só estará sem piloto como corre o risco de perder um dos circuitos mais tradicionais do automobilismo mundial. Uma perda esportiva e financeira para todas as partes.

Que o destino nos proteja.


terça-feira, 4 de outubro de 2016

NÃO HÁ DE SER NADA

Foto: Hares Pascoal/Autódromo de Interlagos
Semana passada, uma parte da imprensa brasileira repercutiu bastante assustada a informação da FIA de que o Grande Prêmio do Brasil esteja com um asterisco em relação a sua realização no ano que vem.

Pois bem, Bernie quase sempre fala que o Brasil precisa de reformas na pista de Interlagos e faz uma série de exigências (entre elas uma fatia gorda de dinheiro). Então, Interlagos é um canteiro constante de obras há alguns anos. O que parece, como sempre, é a eterna ganância de Bernie ganhar mais dinheiro dos organizadores. Ele está apertando das corridas tradicionais (Brasil, Canadá e Alemanha) porque eles pagam menos que os modernos circuitos do Oriente Médio. Bernie não está nem aí se o circuito está no calendário há décadas, ele quer o quê? Dinheiro! Sim, você acertou.

Esses boatos saem anualmente, até semestralmente, eu diria. A F1 possui contrato com o autódromo até 2020. Portanto, as corridas serão realizadas, a princípio, até esse ano, caso o acordo não seja renovado posteriormente. O que podemos concluir: Até 2020, terá Grande Prêmio do Brasil. Depois, não sabemos. Há uma série de fatores (atração de público, infraestrutura, pilotos brasileiros no grid, dinheiro, entre outros). Bernie pressiona para ganhar dinheiro. Não duvidaria que nos próximos meses surja uma notícia anunciando a renovação de contrato da FOM com Interlagos. É o modus operandi do chefão da F1.

Foto: Grande Prêmio
Mudando de assunto: A FIA anunciou algumas novidades para a próxima temporada. A mais triste e bizarra é a seguinte: "As largadas na chuva não serão mais realizadas atrás do Safety Car." Essa aberração nunca poderia ter existido. Entretanto, se houver a necessidade de tal ato, a corrida será adiada até que haja condições da prova ser disputada. Ou seja: Choveu um pouquinho mais forte, a F1 não corre mais na chuva. É ridículo e inacreditável. Como se os acontecimentos do Japão dois anos atrás fossem culpa da chuva... Se cair um temporal, a corrida será adiada para outro dia? E a logística? Vou torcer para isso, quero que o circo pegue fogo...

Outras mudanças: Os pilotos só poderão mudar a cor do capacete uma vez no ano ou se trocarem de equipe durante a temporada. Em um fim de semana de corrida, se o piloto precisar de mais de uma peça de unidade de motriz ele será punido, e só a última das peças adquiridas poderá ser usada nos eventos seguintes sem punição. Nas cinco primeiras corridas do ano que vem, a Pirelli já determinou a escolha dos pneus porque o prazo antecede aos testes da pré-temporada e a maioria das equipes sequer usou os novos compostos. Serão dois jogos dos pneus mais duros, quatro dos médios e sete dos mais macios.

Foto: Because Race Car
Uma das promessas de campanha de João Doria, futuro prefeito de São Paulo eleito no último domingo, seria de privatizar espaços como Interlagos e o estádio Pacaembu, que não recebe mais muitos jogos depois que Corinthians e Palmeiras construíram seus próprios estádios (no caso do Verdão, ele foi reformado). "A proposta é privatizar Interlagos, com a garantia de que continuará a ser utilizado como autódromo, kartódromo e parque com acesso público. Com a privatização, será também um grande centro de eventos musicais e culturais ao ar livre na cidade", explicou Doria ao portal Grande Prêmio.

Tamas Rohonyi, promotor da corrida de F1, vê com bons olhos a privatização do autódromo e garantiu que não há risco da corrida sair do calendário da Fórmula 1, pois, como explicamos antes, o contrato vai até 2020. Por outro lado, Rohonyi acrescentou que a utilização de um circuito particular custaria mais caro para as categorias nacionais empobrecidas, que poderiam encontrar problemas para realizar as provas tradicionais no autódromo.

Muita gente diz que o processo burocrático dificultaria muito o processo de compra e transformação do autódromo em algo privatizado. A única coisa que não pode acontecer é o local virar um condomínio. O país está sem pilotos para um futuro próximo (talvez Nasr e no máximo Sette Câmara). A corrida é um evento altamente rentável para a cidade, que atrai muitos turistas. Que isso não seja modificado. O Brasil sem a F1 seria praticamente sepultar o automobilismo nacional. Interlagos, sem a F1, talvez também estaria se sepultando.

Melbourne, a eterna abertura das temporadas da F1. Foto: F1Fanatic
Para finalizar, a FIA soltou o calendário provisório de 2017. Como já escrito, Brasil, Canadá e Alemanha ainda precisam de uma confirmação. Apenas o caso alemão é complicadíssimo. Em anos ímpares, a corrida seria em Nurburgring, mas o autódromo vive uma séria crise financeira (tanto é que em 2015 não houve corrida na Alemanha em virtude desse problema). A tendência é que a Alemanha fique realmente de fora e só retorne em 2018, quando o rodízio apontar a vez de Hockenheim. Confira o calendário provisório da F1 em 2017:

1ª etapa - 26 de março - Austrália
2ª etapa - 9 de abril - China
3ª etapa - 16 de abril - Bahrein
4ª etapa - 30 de abril - Rússia
5ª etapa - 14 de maio - Espanha
6ª etapa - 28 de maio - Mônaco
7ª etapa - 11 de junho - Canadá*
8ª etapa - 18 de junho - Azerbaijão
9ª etapa - 2 de julho - Áustria
10ª etapa - 9 de julho - Inglaterra
11ª etapa - 23 de julho - Hungria
12ª etapa - 30 de julho - Alemanha*
13ª etapa - 27 de agosto - Bélgica
14ª etapa - 3 de setembro - Itália
15ª etapa - 17 de setembro - Malásia
16ª etapa - 1 de outubro - Cingapura
17ª etapa - 8 de outubro - Japão
18ª etapa - 22 de outubro - EUA
19ª etapa - 5 de novembro - México
20ª etapa - 12 de novembro - Brasil*
21ª etapa - 26 de novembro - Abu Dhabi
* Sujeitos a confirmação

Até!