quinta-feira, 27 de outubro de 2022

GP DO MÉXICO: Programação

 O Grande Prêmio do México foi disputado entre 1962 e 1992, com exceção de 1971 à 1985, participou do campeonato da Fórmula 1. Em 2015, o circuito voltou a fazer parte do calendário do mundial da categoria. Em 2020, o circuito ficou ausente em virtude do Coronavírus, retornando ao calendário em 2021.

Foto: Wikipédia


ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Nigel Mansell - 1:16.788 (Williams, 1992)
Pole Position: Daniel Ricciardo - 1:14.759 (Red Bull, 2018)
Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)
Maior vencedor: Max Verstappen (2017, 2018 e 2021) - 3x

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 391 pontos (CAMPEÃO)
2 - Charles Leclerc (Ferrari) - 267 pontos
3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 265 pontos
4 - George Russell (Mercedes) - 218 pontos
5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 202 pontos
6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 198 pontos
7 - Lando Norris (McLaren) - 109 pontos
8 - Esteban Ocon (Alpine) - 79 pontos
9 - Fernando Alonso (Alpine) - 65 pontos
10- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 46 pontos
11- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 38 pontos
12- Daniel Ricciardo (McLaren) - 29 pontos
13- Kevin Magnussen (Haas) - 26 pontos
14- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 23 pontos
15- Lance Stroll (Aston Martin) - 13 pontos
16- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 13 pontos
17- Mick Schumacher (Haas) - 12 pontos
18- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 6 pontos
19- Alexander Albon (Williams) - 4 pontos
20- Nicholas Latifi (Williams) - 2 pontos
21- Nyck De Vries (Williams) - 2 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Red Bull RBPT - 656 pontos (CAMPEÃ)
2 - Ferrari - 469 pontos
3 - Mercedes - 416 pontos
4 - Alpine Renault - 144 pontos
5 - McLaren Mercedes - 138 pontos
6 - Alfa Romeo Ferrari - 52 pontos
7 - Aston Martin Mercedes - 51 pontos
8 - Haas Ferrari - 38 pontos
9 - Alpha Tauri RBPT - 36 pontos
10- Williams Mercedes - 8 pontos

CULPADO

Foto: Divulgação/Aston Martin

A Aston Martin foi uma das equipes que ultrapassou o teto de gastos de 2021. Diferentemente da Red Bull, que nega as acusações, a equipe de Lawrence Stroll parece diposta a entrar em um acordo com a FIA.

Assumir a culpa é estar disposta a receber a punição devida. O chefão, Mike Krack, revelou conversas com a entidade durante o fim de semana do GP dos EUA, em Austin:

Acredito que é algo que vamos tentar concluir nas próximas semanas. Tivemos algumas conversas com eles no final de semana, mas estou bastante confiante de que vamos resolver isso em breve", disse.

Segundo informações de bastidores, a questão da Aston Martin é a seguinte: os ingleses teriam cometido "descumprimento processual relacionado a uma série de protocolos administrativos de contabilidade, resultado de variações na interpretação regulatória." 

A Williams, segundo a própria FIA, também teve uma quebra prévia no orçamento, devidamente acertada com a Administração do Teto de Gastos em maio, durante o GP da Espanha.

 "Isso nos mostra o que é preciso fazer para melhorar o trabalho no futuro, para não termos esses problemas. Mas ao final do dia, acredito que o mais importante é que estávamos dentro do teto. O resto é processual", completou Krack.

Segundo a Autosport, a equipe e a FIA estão próximas de formalizar um acordo. A Aston Martin aceitaria um Acordo de Violação pela Infração, que é admitir o erro e aceitar qualquer penalização que a Federação possa aplicar.

Muito juridiquês e interpretações. Numa regra nova, pormenores como esse podem ser comuns de haver um desacerto. No entanto, sete das outras dez equipes cumpriram corretamente o acordo, então não justifica. 

Mesmo sendo inocente num mundo competititivo tão desleal e agressivo, acredito que a Aston Martin não fez por mal, tanto é que essa violação não ficou traduzida nos desempenhos na pista, pelo contrário. O time de Stroll ainda está muito distante do investimento que faz e das condições que tem no atual grid da F1.

INOCENTE

Foto: Getty Images

Com os títulos definidos, a única pendência da Red Bull que sobrou em 2022 é a questão da possível quebra no teto de gastos em 2021.

Para o bicampeão Max Verstappen, a equipe não será punida.

“Nós sabíamos que estava vindo [o relatório de gastos]. Mas de nosso lado, realmente acreditamos que está tudo certo. Vamos ver no momento certo, se chegarmos a esse ponto”, comentou.

Para Sérgio Pérez, a verdade é que as outras equipes estão utilizando de todas as artimanhas possíveis para frear a superioridade dos taurinos, sobretudo a que está sendo vista nesse ano.

“Obviamente, vou deixar para minha equipe resolver isso junto à FIA. Mas no fim do dia, sempre existem equipes que querem tirar performance de você, especialmente quando você está ganhando. Então, é parte do esporte e sempre foi assim. Só acho que é uma situação normal, e no fim, os fatos vão surgir e as pessoas vão entender a situação”, disse.

Bom, quem decide é a FIA e a própria Red Bull admite o erro. A questão é o tamanho do prejuízo. Financeiro? Com certeza. Técnico? Talvez. E se todo o trabalho de superioridade dos taurinos foi construído através de uma irregularidade? Não sabemos. 

E se, igual a Ferrari e o acordo dos motores, a Red Bull surgir em 2023 igual a Mercedes desse ano, com muito menos rendimento? São as consequências de burlar um regulamento, mesmo que talvez não houvesse a intenção totalmente maldosa em ferir a situação, se é que isso existe em um ambiente altamente competitivo como a F1.

TRANSMISSÃO:
28/10 - Treino Livre 1: 15h (Band Sports)
28/10 - Treino Livre 2: 18h (Band Sports)
29/10 - Treino Livre 3: 14h (Band Sports)
29/10 - Classificação: 17h (Band Sports)
30/10 - Corrida: 17h (Band Sports)

terça-feira, 25 de outubro de 2022

ACELERADO

 

Foto: Divulgação/Williams

Uma notícia meio despercebida do final de semana, entre a morte de Mateschitz e o UFC 280 (muito triste), foi a confirmação da Williams em colocar Logan Sargeant como companheiro de equipe de Alexander Albon para 2023.

Com uma condição: o americano precisa ter os 40 pontos exigidos da superlicença.

Para conquistar a vaga, basta terminar a F2 entre os sete primeiros (atualmente é o terceiro) e completar mais 200 km de testes na F1, o que vai ser feito nos treinos livres do México, já na sexta-feira, e também de Abu Dhabi, no final da temporada.

A questão para o grande público é: quem é Logan Sargeant?

Atento as informações, talvez a mais relevante até aqui: ele é americano, o que a Liberty tanto deseja. Nascido no dia 31 de dezembro de 2000, na Flórida. Aos nove anos já foi para a Europa. Teve passagens pela F4 britânica, a F3 (na Prema e na Carlin, onde competiu com Felipe Drugovich e Oscar Piastri, por exemplo) e chegou nesse ano somente na F2, apesar de ter estreado no fim do ano passado.

Portanto, é alguém que está impressionando na temporada de estreia, o que é importante, além da nacionalidade.

Outro fato alinhado: desde o ano passado, Logan virou piloto da academia da Williams, talvez o ficha um depois do Jake Aitken ter substituído o Russell em 2021. Com a saída de Latifi, a equipe de Grove simboliza que o dinheiro não faz tanta diferença perante a recuperação financeira que está em curso desde que a família Williams não administra mais, virou somente o nome.

Com 22 anos, Sargeant estreia relativamente “velho” na F1, embora vocês possam me lembrar que De Vries vai chegar aos 27. No entanto, com apenas um ano de F2 e um desempenho razoável considerando a qualidade do grid (provavelmente vai ficar atrás também de Theo Pourchaire, já protegido da Sauber/Alfa Romeo), a impressão é que Sargeant foi acelerado pela Williams.

O motivo? Financeiro, talvez. Não sei. É um cara barato, sem dúvidas. Sem a grana de Latifi e toda a operação que permitiu a permanência de Albon, uma solução caseira é um alento para uma equipe que ainda não saiu da linha da pobreza.

O que esperar desse jovem americano no pior carro do grid contra o tailandês nascido e criado na Inglaterra que tem muito mais rodagem e talento? Quase nada. 2023 será um ano de aprendizado para Logan. A coisa não é fácil para os novatos.

No entanto, há algo positivo: como Sargeant está na pior equipe do grid e ninguém espera nada dele, esse é justamente o trunfo. Logan será superado por Albon e vai figurar no grid. Se não bater e não for muito lento, já está no lucro. Não é pagante, apenas americano, no lugar certo, na hora certa.

Um nome novo no grid que, diante das opções, causa estranheza. Tão estranho quanto a Williams ter uma academia de pilotos. Bom, pelo menos ela está sendo utilizada e Sargeant vai ser o primeiro a passar na peneira. Se for apenas um piloto normal, será aprovado.

Apesar de ocupar o pior carro do grid sem nenhuma experiência ou grande currículo, Sargeant não vai ser nem de longe o piloto mais pressionado do grid. Assunto para o fim do ano.

Até!

O FACILITADOR

 

Foto: Getty Images

Uma notícia triste dominou a F1 no final de semana. De forma surpreendente, foi anunciada a morte de Dietrich Mateschitz, aos 78 anos, criador da Red Bull. Surpreendente porque o motivo da morte não foi anunciada, somente que ele estava doente havia algum tempo.

Mateschitz criou a Red Bull nos anos 1980 depois de conhecer, na Tailândia, o criador do energético. Desde então, a história fala por si.

A Red Bull sempre apostou no marketing dos esportes radicais e do público jovem. Desde os anos 1990, Mateschitz também começou a apostar no automobilismo, patrocinando equipes da F1 e também de base.

Até o início dos anos 2000, era possível observar o logo nos carros da Sauber e da Arrows. Todavia, um patrocínio não era suficiente. Era preciso arriscar ainda mais.

A oportunidade veio em 2004. A Jaguar era deficitária e não engrenou. Mateschitz comprou e transformou uma fábrica de energéticos em equipe da F1. No ano seguinte, comprou a Minardi e transformou na Toro Rosso, a equipe B. O conceito de “academia de pilotos” foi fortemente colocado em prática por eles: em tese, formar os próprios pilotos.

O resto é história. Mateschitz foi um cara importantíssimo na era moderna do automobilismo. O time de energéticos, desprezado por pilotos importantes na época do crescimento, conseguiu contratar Adrian Newey e tem seis títulos de pilotos e cinco de construtores em uma década. Só a Mercedes, graças ao novo regulamento, consegue ter maior sucesso no período de tempo.

As tradicionais McLaren e Ferrari ficaram para trás, isso que nem contei a Williams.

Mateschitz foi responsável direto e indireto por possibilitar a ascensão de diversos pilotos a F1, desde Sebastian Vettel, Daniel Ricciardo e Max Verstappen, até Carlos Sainz, Pierre Gasly, Brandon Hartley, Sebastien Buemi, Vitantonio Liuzzi e Christian Klein.

Há ainda o sucesso no futebol, através do Salzburg, o Leipzig e mais recentemente o Bragantino aqui no país, além do New York.

Curioso para saber como vai ser o futuro da empresa de energéticos e, obviamente, dos outros tentáculos. Diante dos gastos e também do sucesso nos empreendimentos, não é possível imaginar que a equipe Red Bull seja afetada no curto-prazo. Certamente o novo manda-chuva é alguém da linha de Mateschitz, o que significa manter a estratégia de marketing nos esportes.

Dietrich Mateschitz: um nome muito importante para a história do automobilismo.

Até!


domingo, 23 de outubro de 2022

MAIS SÍMBOLOS

 

Foto: Peter Fox/Getty Images

Mesmo com a temporada praticamente finalizada, Austin proporcionou o show americano que todos esperavam. Desde a maciça presença de celebridades no paddock, de Pharell até Brad Pitt, foi uma típica prova americana, marcada pelas amarelas, Safety Car e emoção até o final.

A Ferrari... mais uma pole. Leclerc, que seria punido, já tinha pipocado. Sobrou para Sainz. O roteiro foi o mesmo: o espanhol larga mal e, como desgraça pouca é bobagem, foi atropelado por Russell. O sonho da Ferrari despedaçado e Verstappen já era líder, seguido das Mercedes. Leclerc e Pérez, punidos, faziam a corrida de recuperação, assim como Alonso.

A Aston Martin teve um grande desempenho, o melhor do ano, sobretudo Vettel: parece que as últimas faíscas do tetracampeão estão sendo mostradas para o público mais jovem, que talvez não tenha visto a forma como ele dominou a categoria no início da década passada.

O primeiro Safety Car foi causado por uma rodada de Bottas, o que ajudou Leclerc a se aproximar do pelotão e brigar pelo pódio. O segundo foi logo após a relargada, quando a Fênix Don Alonso quase voou ao ser bloqueado por Stroll na hora da ultrapassagem.

Mais impressionante que o impacto foi o fato da nossa Fênix continuar na pista, trocar os pneus e a asa dianteira e ainda assim chegar em sétimo. O eterno rival Vettel foi combativo, chegou a liderar a corrida, teve uma parada horrível e mesmo assim, brigando e mostrando o talento que ainda tem, foi o oitavo.

Parecia mais uma corrida tranquila para Verstappen vencer e igualar o recorde de 13 vitórias numa temporada, algo impressionante mas nem tanto, considerando o número de corridas que temos por ano. Eis que a perfeita Red Bull, que vivia um final de semana difícil, resolve fazer um desafio digno daqueles modos da F1 da Codemasters.

Fazer uma parada ruim e, em menos de 20 voltas, ultrapassar os rivais e vencer. A Red Bull teve problemas na troca de pneus e Max caiu para terceiro. A chance de Hamilton vencer a primeira no ano e manter o impressionante recorde de ganhar em todos os anos da carreira era real. Max custou a se livrar de Leclerc e foi à caça de Lewis. A velha rivalidade reacendida.

Com os pneus médios, Max tirou a vantagem, degradando menos os compostos. Lewis lutou, mas não tinha jeito. Estava escrito. Era o destino e o outro símbolo. Vitória de Max Verstappen.

Se o holandês foi campeão na terra da Honda, a Red Bull, graças ao quarto lugar de Pérez e o abandono de Sainz, conquistou os construtores depois de nove anos justamente na semana onde morreu o dono da empresa, Dietrich Mateschitz, figura fundamental do automobilismo moderno e que será explorado pelo blog em um momento mais oportuno. Era o destino, inexorável.

Verstappen, cada vez mais avassalador, assim como a Red Bull. Mesmo errando, parece fácil. Uma humilhação contra os rivais. Um momento mágico que precisa ser aproveitado. Afinal, com essa violação no teto orçamentário, não sabemos as consequências para o futuro competitivo do time.

Com os títulos definidos, Verstappen pode ir atrás dos recordes e também ser altruísta: ajudar Pérez a vencer no México. Seria histórico e incrível e estarei torcendo para isso, à distância, porque não pretendo estar sóbrio daqui uma semana, nesse horário.

Leclerc fechou o pódio. Norris fez outra corrida brilhante de recuperação, chegando em sexto, atrás de Norris. Magnussen, com uma parada só, se arrastou, mas conseguiu os pontos. Tsunoda fechou o top 10.

Cheio de simbolismos e significados, a Red Bull hoje potencializou todo o trabalho iniciado por Mateschitz timidamente nos anos 1990, estabelecido nos anos 2000 e confirmado como força respeitável e da alta hierarquia nos anos 2010. Verstappen é, certamente, uma das consequências das ideias aplicadas desse bilionário austríaco. 

Mais símbolos para um ano espetacular da Red Bull em todos os aspectos.

Confira a classificação final do GP dos EUA:


Até!

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

SEGUNDO PLANO

 

Foto: Jared C. Tilton/ Getty Images

Nesse fim de festa que virou a F1 2023, há apenas um ritmo de espera quase torturante para definir coisas não tão importantes. Faltam duas vagas do grid para serem preenchidas e a disputa dos construtores está quase matematicamente selada.

Esse horário esquisito. É publicar o texto e curtir a sexta. Inventaram de colocar mais 30 minutos no segundo treino livre para testar os pneus Pirelli de 2023. Amanhã tem UFC e domingo Roma x Napoli. Com o campeonato decidido, a corrida fica em segundo plano, até mesmo para a F1.

Em Austin, as equipes optaram por alguns testes de novatos obrigatórios. A Ferrari lançou Robert Shwartzman, russo nascido em Israel, um dos grandes prejudicados pela guerra. A Williams colocou o piloto da casa, Logan Sargeant. Já estão pensando em 2023? A McLaren fez uma escolha surpreendente: o espanhol Alex Palou, campeão da Indy ano passado e pivô de polêmica contratual inclusive com os ingleses por lá, pegou a vaga de Ricciardo. Ah, também tivemos Theo Pourchaire na Alfa Romeo.

O interessante é que o campeão da F2, Felipe Drugovich, só participa dos testes em Abu Dhabi, em novembro.

Na Haas, não houve um novato, mas agiu como se fosse um. Bancado pela Ferrari, Giovinazzi durou cinco minutos: bateu sozinho e deu mais prejuízo para o time de Gene. É a Ferrari quem vai escolher o piloto pela parceria que possuem, mas Gunther e Gene já devem estar preocupados com os candidatos que só batem, ainda mais Giovinazzi, experiente, mas que infelizmente nunca confirmou o potencial da F2 na F1.

Sainz foi o mais rápido do TL1, com Verstappen em segundo e reclamando de algumas coisas.

A segunda sessão foi basicamente testar os pneus Pirelli de 2023, mais lentos, além dos tradicionais stints de corrida, visando domingo. A mesma coisa de sempre: Ferrari e Red Bull acima do resto. Resta saber se o ritmo de férias e ressaca dos taurinos e do holandês vai deixar brechar para os italianos garantirem o vice-campeonato de pilotos e construtores. Leclerc briga com Pérez pela medalha de prata. Leclerc foi o mais rápido, um dos poucos a também usar os pneus atuais.

Austin vai ter shows, espetáculos, aquela coisa americana da Liberty e recorde de público. No externo, um sucesso absoluto. No interno, não há grandes emoções. Todo mundo está com a cabeça em outro lugar. É um circuito legal de pilotar, seja assistindo pelo on board ou jogando pelo videogame, mas não tem corridas memoráveis.

Até março de 2023, a F1 fica em segundo plano, mas precisamos terminar isso, porque somos loucos, viciados, desocupados e masoquistas.

Confira o tempo dos treinos livres do GP dos EUA:




Até!

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

GP DOS EUA: Programação

 O Grande Prêmio dos EUA entrou no calendário da Fórmula em 1950. Até 1960, as 500 Milhas de Indianapólis faziam parte do circo da Fórmula 1. Desde então, o GP foi disputado nos circuitos de Riverside (1960), Watkins Glen (1961-1980), Sebring (1959), Phoenix (1989-1991), Indianapólis (2000-2007) e Austin (2012-).

Em 2020, em virtude do coronavírus, a etapa foi cancelada, retornando para o calendário em 2021.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Charles Leclerc - 1:36.069 (Ferrari, 2019)

Pole Position: Valtteri Bottas - 1:32.029 (Mercedes, 2019)

Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior vencedor: Lewis Hamilton (2007, 2012, 2014, 2015, 2016 e 2017) - 6x


CAMPEONATO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 366 pontos (CAMPEÃO)

2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 253 pontos

3 - Charles Leclerc (Ferrari) - 252 pontos

4 - George Russell (Mercedes) - 207 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 202 pontos

6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 180 pontos

7 - Lando Norris (McLaren) - 101 pontos

8 - Esteban Ocon (Alpine) - 78 pontos

9 - Fernando Alonso (Alpine) - 65 pontos

10- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 46 pontos

11- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 32 pontos

12- Daniel Ricciardo (McLaren) - 29 pontos

13- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 23 pontos

14- Kevin Magnussen (Haas) - 22 pontos

15- Lance Stroll (Aston Martin) - 13 pontos

16- Mick Schumacher (Haas) - 12 pontos

17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos

18- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 6 pontos

19- Alexander Albon (Williams) - 4 pontos

20- Nicholas Latifi (Williams) - 2 pontos

21- Nyck De Vries (Williams) - 2 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 619 pontos

2 - Ferrari - 454 pontos

3 - Mercedes - 387 pontos

4 - Alpine Renault - 143 pontos

5 - McLaren Mercedes - 130 pontos

6 - Alfa Romeo Ferrari - 52 pontos

7 - Aston Martin Mercedes - 45 pontos

8 - Haas Ferrari - 34 pontos

9 - Alpha Tauri RBPT - 34 pontos

10- Williams Mercedes - 8 pontos


TRÊS NÃO É DEMAIS?

Foto: Divulgação


A F1 desembarca em Austin e comemora 10 anos do Circuito das Américas no calendário, que sinalizou o retorno da categoria para a terra do Tio Sam depois de cinco anos ausente.

Neste ano, tivemos a estreia do GP de Miami e, no ano que vem, chega Las Vegas. Três corridas no mesmo país é inédito na F1. Já é o suficiente no calendário, certo? Bem, Gunther Steiner não pensa assim.

O americano, chefe da americana Haas, ainda vê condições do país receber mais etapas da F1 no futuro:

“Eu diria que o Circuito das Américas é para os fãs hardcore — eles marcam presença aqui há 10 anos e todos amam. É uma ótima pista, um ótimo evento e uma ótima cidade. Miami é Miami. Tivemos muitas pessoas lá esse ano, mais do que isso, e é outro grande evento. Mas foi completamente diferente, como se fosse um grande festival.

Não sei como será em Las Vegas, mas sei que será grande também. Temos que sempre pensar que os Estados Unidos são um país enorme — e ter três corridas lá ainda não é o suficiente, eu acredito. Sempre há algo para todo mundo lá e cada evento tem algo particular. Dois deles fizeram um bom trabalho e tenho certeza que Las Vegas também fará”, disse o chefão.

Entendo o Gunther puxar sardinha por ser uma equipe americana, tem o lado do patriotismo e tal, mas já chega, né? Dois circuitos de rua apenas pela grife dos lugares já é algo forçado somente porque a Liberty é americana também. A F1 é mundial, não um clubinho dos Estados Unidos. É um absurdo esse calendário inchado centralizar tudo na América ao invés de ser um calendário mundial, de fato. Volta Malásia, volta Mugello!

EM BREVE...

Foto: Getty Images

A Mercedes vive uma situação inédita na era híbrida: coadjuvante de luxo. Sem vitórias, a ainda atual octacampeã de construtores tem como consolação tentar o vicecampeonato da Ferrari, embora seja improvável.

Os alemães, obviamente, olham para frente, sobretudo na relação Hamilton-Russell. Até aqui, o novato George leva vantagem nos pontos. Toto Wolff, o chefe, afirma que Russell será campeão mundial pela Mercedes, embora também acredite que no meio do caminho Hamilton também conquiste mais um título.

“Certamente ele esperava vencer corridas e campeonatos estando em um Mercedes”, disse o dirigente ao canal britânico Channel 4. “Ele errou no timing, mas pelo menos progrediu do meio do pelotão.
Então essa hora vai chegar, ele vai ganhar corridas, ele vai lutar por campeonatos. Sem dúvida, há isso nele. Mas talvez haja outro título de Lewis no meio do caminho”, disse.

Toto destaca o bom relacionamento dos dois no estilo "mestre e aprendiz", mas também ressaltou que os compatriotas ainda não se enfrentaram diretamente por uma vitória ou pelo título, o que torna tudo incerto nesse possível novo contexto no curto/médio-prazo.

"Eu descreveria o relacionamento como respeito. O respeito do novato por saber que seu companheiro de equipe é o maior piloto de todos os tempos — assim como Michael [Schumacher] — e o respeito de Lewis, que se vê [em George]”, continuou. “Em termos de talento, idade e crescimento — por mais estranho que pareça, porque seu companheiro de equipe é seu primeiro adversário —, Lewis orienta George, e George aceita o papel de um jovem leão”, finalizou.

É a melhor dupla do grid. Se completam. Nesse ano, a Mercedes deixou a desejar. Russell está maturando, acostumando a andar entre os ponteiros. Se a Mercedes fazer o que realmente faz, as chances dos dois brigarem e conquistarem algo é, de fato, enorme.

O mais interessante nesse processo é saber como seria a relação interna do time. George seria mais um Valtteri ou um Nico?

TRANSMISSÃO:
21/10 - Treino Livre 1: 16h (Band Sports)
21/10 - Treino Livre 2: 19h (Band Sports)
22/10 - Treino Livre 3: 16h (Band Sports)
22/10 - Classificação: 19h (Band e Band Sports)
23/10 - Corrida: 16h (Band)


terça-feira, 18 de outubro de 2022

O PRÓXIMO PASSO

 

Foto: Getty Images

Houve, por alguns anos, o temor que o talento de Max Verstappen fosse sufocado pela juventude e até então imaturidade do holandês. Muito arisco e ousado, mas também inconsequente.

Quando disputava posições sem brigar pelo título, sem a responsabilidade, Max se sobressaía porque os adversários tinham algo a perder. Mesmo assim, já cometeu erros pelo ímpeto. Uma coisa é a idade, outra é a experiência. Max tem o raro caso de ser um jovem experiente.

Houve, por um período, o temor que Verstappen fosse apenas um cara muito rápido e talentoso, mas sem consistência e equilíbrio na hora de brigar pelos títulos.

Mesmo quando campeão, Max não afrouxou e foi muitas vezes temerário contra Hamilton, que cansou de estender o tapete e passou a se defender também, inclusive mandando o holandês para o hospital em Silverstone.

E foi também na agressividade e coragem que Max superou a dinastia da Mercedes. O que vimos em 2022 foi o oposto. Verstappen não precisou subir o tom, e sim apenas ser consistente e oportunista, com a tranquilidade que um título pode dar para um piloto.

O resultado? 32 vitórias e 2 títulos, o mesmo que Fernando Alonso. Esse é o paralelo que pretendo construir.

Alonso também finalizou uma era histórica, a de Schumacher, também com sete títulos. Tal qual Verstappen, o espanhol superou o alemão diretamente em uma e na outra derrotou a McLaren cheia de problemas, que tinha Kimi Raikkonen como rival. Agora, a Red Bull derrotou a Ferrari, o que mais se aproximava de algum contraste, pois Hamilton e a Mercedes foram carta fora do baralho.

O que vem depois? Max Verstappen sempre foi um futuro campeão. Era questão de tempo, da Red Bull dar um carro bom e do holandês controlar os impulsos mais primitivos. Tudo aconteceu. Tal qual Alonso na Renault e o próprio Schumacher na Benetton, Max constrói um período de superioridade na fábrica de energéticos, feito primeiramente por Sebastian Vettel.

O que todos têm em comum, nesse caso? O desafio pelo novo, mas em circunstâncias diferentes.

Schumacher foi para a Ferrari com a missão de acabar com o jejum dos italianos. Conseguiu, mas perdeu quatro anos no processo, numa época que era possível testar os carros semanalmente lá em Mugello.

Antes mesmo de ser campeão do mundo, Alonso foi o escolhido para ser o cabeça do projeto da McLaren. Desde então, ele simplesmente virou “o cara que vai suceder Schumacher”. Um certo Lewis Hamilton, o gênio forte e as decisões equivocadas na carreira sepultaram precocemente uma carreira que poderia (e deveria) ser muito mais brilhante do que já foi.

O desafio na Ferrari foi na trave, uma crueldade não ter vindo ao menos um título. A McLaren foi outro erro de leitura e, agora, o espanhol está apenas nos brindando com sua habilidade, já quarentão. A aposta é na Aston Martin, que não dá motivos para empolgação, e sim o lugar que era disponível para a Fênix.

Vettel foi diferente: o desafio de repetir o ídolo Schumacher veio após ser varrido da Red Bull por um Daniel Ricciardo. Houve um momento que era possível acreditar na história sendo reescrita, mas Hockenheim terminou com a carreira competitiva de Seb e da Ferrari por alguns anos.

Max Verstappen pode ser tudo o que Alonso não foi: ambos são anti-heróis, abraçam a vilania e possuem personalidades peculiares. A diferença é a leitura da carreira. Max e Red Bull se encaminham para um relacionamento mais que duradouro. Já são seis anos na equipe mãe e a ideia é continuar. Muitos títulos e vitórias podem surgir. Mas e o desafio?

Max vai abandonar a zona de conforto para tentar conquistar um projeto pessoal e motivacional? Veja, até Lewis Hamilton fez o movimento de deixar a McLaren, que fez tudo por ele, para ir à Mercedes. Na época, foi considerado um tiro no pé. Hoje, sabemos o que aconteceu...

Max se importa ou ele apenas quer estar no lugar que é mais confortável e pode ter todo um ambiente positivo a favor, com uma equipe trabalhando por ele? É justo e faz sentido. Roeu osso por tanto tempo e vai sair da mesa agora que chegou a picanha e o filé mignon?

Já existiram notícias no passado que ligavam Verstappen a Mercedes, pensando na eventual aposentadoria de Hamilton. E a Ferrari? Se cansarem de Leclerc? A sedução do cavalinho rampante para terminar com outra seca de títulos é o suficiente? Max não dá indicativos, embora também tenha cláusulas de performance da Red Bull para continuar no time e não romper o contrato.

Bato na tecla: Max Verstappen tem tudo para ser o que Fernando Alonso não foi, em números e conquistas. A questão é? E depois? Max vai ser o primeiro cara que vai ser só o piloto de um time, desconsiderando Mika Hakkinen e sua aposentadoria precoce sendo o escolhido de Ron Dennis na McLaren?

Por falar no finlandês, ele mesmo acredita que Max não encerra a carreira na Red Bull por uma série de motivos: mudanças técnicas no regulamento, a saída de pessoas importantes do corpo técnico da equipe ou simplesmente querer um novo desafio, como quiseram tantos outros campeões na história do esporte.

Só o futuro dirá. Estamos ansiosos para descobrirmos os próximos passos do holandês. Nem parece, mas ele tem só 25 anos, mas a jornada já é longa. Estamos acostumados com a precocidade de Max que esquecemos desse detalhe. No mínimo ele tem uns 15 anos de carreira, se quiser e não enjoar do circo, se não estiver estafado de conquistas, o que é normal.

No entanto, se perder ou tiver algum risco, aí sim aquela motivação do competidor voraz retorna quase que instantaneamente.

Seguimos acompanhando a jornada de um dos maiores pilotos da história da F1.

Até!