domingo, 5 de setembro de 2021

OVAÇÃO LARANJA

 

Foto: Getty Images

Basicamente choveu no lugar errado. Tirando o caráter de estreia e todo o clima de festa preparada para celebrar Max Verstappen, vencedor incontestável do GP da Holanda e com direito a hino acapella no pódio, Zandvoort não encaixa com a F1 atual. Circuito curto e estreito, onde nem mesmo a largada ou erros que causassem acidentes salvou, até porque não houve.

As únicas ultrapassagens eram de carros muito desiguais ou com diferenças de pneus gritante. É o caso de Pérez, que largou lá no fim do grid e conseguiu o nono lugar. A tour de despedida de Kimi Raikkonen ganha desfalques importantes. O finlandês está com covid e também vai ficar ausente de Monza, outro palco histórico que, assim como Spa, o Iceman não teve direito a uma última dança. Em seu lugar, Robert Kubica. Ao menos se mantém o caráter nostálgico da situação.

Dentro da pista, além do inconteste Max, tivemos dois destaques formidáveis: Pierre Gasly, num estrondoso quarto lugar com a Alpha Tauri e Don Alonso, a Fênix Fernando. Numa pista onde não há possibilidade de ultrapassar, ele levou uma Alpine que largou em nono para chegar em sexto. Rolou até um "Esteban is faster than you" reclamado pelo francês mas ele precisa respeitar o Don das Astúrias. Uma pena que Gasly não tenha alternativas. A esta altura, ficar na Alpha Tauri é um desperdício de tempo.

A Mercedes bateu cabeça na hora de tentar pegar Max. Antecipou parada e forçou a reação da Red Bull. Na segunda vez, Hamilton parou mais cedo e voltou no meio do tráfego. Max colocou os pneus duros e disparou para a vitória. Bottas teve o stint sacrificado para tentar segurar o holandês e depois, bizarramente, parou para fazer a volta mais rápida, tirando o ponto de Hamilton, que precisou fazer a mesma tática para minimizar os danos. Agora, Max tem apenas três pontos de vantagem no campeonato, o que define um empate técnico.

A Ferrari se comportou como uma boa terceira força, enquanto as McLaren ficaram para trás e Ricciardo segue tendo dificuldades. Também está cada vez mais difícil para Tsunoda, mas é normal, apenas 20 anos e ainda um estreante. Na Haas, é questão de tempo para que Mazepin e Schumacher se espalhem pela pista. Gunther Steiner, amarrado pelo dinheiro de um e a hierarquia do outro, segue sem saber o que fazer.

Podia ter chovido hoje. Zandvoort tem apenas a força comercial de Max para se sustentar no grid. Com os carros atuais, vai ser uma Mônaco versão circuito. Uma pena. Os fãs mereciam mais, mas aparentemente eles não ligam, desde que Max siga vencendo no local. E assim, agora, a Red Bull tem oito vitórias na temporada contra apenas quatro da Mercedes. Hamilton venceu uma das últimas nove, quando mandou Max para o hospital. A Mercedes segue em dificuldades, mas o que valeu nesse domingo foi o ovação do mar laranja.

Confira a classificação final do GP da Holanda:


Até!

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