segunda-feira, 16 de maio de 2016

MAD MAX!

Foto: Getty Images
Helmut Marko e Max Verstappen simplesmente calaram a minha boca e a de muitos que criticaram a repentina troca da Red Bull na semana passada. Sempre bom esclarecer: A crítica não foi pela qualidade dos pilotos, pois todos sabemos que Max tem muito mais potencial que Kvyat, mas o jeito que foi conduzido. Nisso, mantenho minha opinião. Aliás, a vitória dá cada vez mais autonomia para que Helmut Marko conduza suas trocas e siga queimando a carreira de vários pilotos em prol de um só. Mas é inegável que o caolho tem visão diferenciada (humor negro irresistível).

Pois bem, aos 18 anos, 7 meses e 16 dias, Max Verstappen torna-se o mais jovem vencedor da F1 da história, além de ser o mais jovem a ir ao pódio, pontuar e liderar uma volta de corrida. Dificilmente será batido. São recordes inatingíveis (A marca anterior era de Vettel, que venceu o GP da Itália de 2008 com 21 anos). De quebra, tornou-se o primeiro holandês a vencer na categoria, que agora conta com vencedores de 23 nacionalidades diferentes (separando Escócia e Inglaterra, pois são considerados como 'Reino Unido'). Quem é prodígio e tem talento mostra suas credenciais na hora. E Max conseguiu a façanha de estrear numa nova equipe e, sem contato nenhum com o carro antes do final de semana, vencer, sendo que o seu pódio também foi o primeiro. Ouviremos e leremos muito o seu nome por muitos e muitos anos na F1. Em um ano e meio, sua carreira já é mais relevante que a do pai, que em 107 corridas conquistou dois pódios (dois terceiros lugares).

Foto: Getty Images
Tudo isso aconteceu graças a dois fatores: Primeiro, a barbeiragem incrível das Mercedes. Hamilton acertou Rosberg e ambos abandonaram logo na curva 3. Inicialmente, parecia que o inglês havia cometido mais um erro incrivelmente estúpido. Todavia, depois de analisar as imagens, mudei minha visão. Primeiro, Nico novamente fez uma largada excepcional, e Lewis de novo foi péssimo. Estranho ver o inglês deixar tanto espaço para o alemão usar o vácuo e ultrapassar por fora. Agora, as explicações:
1 - Rosberg largou com a configuração de motor errada, o que lhe dava menos potência. Mesmo assim, conseguiu passar o companheiro. Como? Não sei.
2 - No meio da curva 1, a luz traseira do carro de Rosberg começa a piscar, o que indica a diminuição da velocidade.
3 -  Se encaminhando para a curva 3, Hamilton vê o espaço livre na direita e parte para cima. Rosberg, "distraído", mexe nos botões do volante para tentar consertar o problema e acaba espalhando Hamilton. O resultado, todos vimos...
Resumindo: O Rosberg largou na configuração errada do motor, na hora de alinhar no grid ele esqueceu de colocar o motor em máxima potência, sendo que ele só notou o erro no meio da curva 3 onde você viu ele ajustando no volante.

Ou seja, no final, foi um acidente de corrida. Nenhum dos dois teve tanta culpa. O certo é que levaram um esporro federal de Niki Lauda, Toto Wolff e o presidente bigodudo da Mercedes que esqueci o nome Dieter Zetsche. Ambos, nas entrevistas, pediram desculpas pelo ocorrido. Na verdade, os fãs agradecem: Todo mundo quer ver disputa quente entre os pilotos, e no final das contas, um botão errado de Rosberg foi fundamental para a vitória histórica de Max. Ninguém foi punido, mas o incidente foi "bom e ruim" para os dois: Rosberg podia estar se encaminhando para a oitava vitória seguida e aumentar a vantagem para 50 pontos. No fim, manteve os 43, agora com uma corrida a menos. Hamilton tem, agora, 16 provas para se recuperar, mas a pressão só aumenta...

Foto: Reprodução
Outra situação que decidiu a prova em favor do holandês foram as estratégias equivocadas de Vettel e Ricciardo. Os dois fizeram três paradas, o que geralmente seria o correto. Não em Barcelona, um circuito travado e de difícil ultrapassagem. Vettel andou inexplicáveis 8 voltas de macios para fazer um novo pit-stop, repetindo a estratégia de Ricciardo, Ali eles perderam a chance de vencer. Além do mais, Ricciardo tentou passar Vettel, mas o alemão segurou com muita maestria. Numa tentativa ousada, o australiano chegou a fritar pneus para não bater no alemão, que se irritou e reclamou no rádio. Seb está muito histérico e chorão para o meu gosto. Corrida é assim: Se houver o mínimo espaço para realizar a ultrapassagem, é válida a tentativa. No fim, Ric gastou tanto o pneu que o traseiro direito estourou na volta final. Ainda assim, conseguiu ir aos boxes e terminar em quarto. Entretanto, o australiano deve se preocupar: Terá um companheiro muito forte e que, com o tempo, será o número 1 da equipe. Como lidará com a pressão?

Verstappen e Raikkonen optaram por duas paradas e se deram bem. O Iceman, entretanto, não conseguiu atacar Max e não ousou nada. Parecia satisfeito com o segundo lugar. O clima na exigente Ferrari esquenta: Marchionne não está nada satisfeito, mas berrar para os quatro cantos que exige vitórias não fará com que o cavalinho rampante saia vencendo a partir de agora... O finlandês, aliás, assumiu a segunda posição no campeonato.

A vitória do holandês ofuscou outros bons desempenhos na Catalunha: O dono da casa, Carlos Sainz, fez uma ótima largada, chegando a ficar em terceiro. Ficou em sexto. O espanhol está crescendo de produção e foi muito superior ao seu novo companheiro de equipe, Kvyat, que chegou em décimo. Aliás, coitado do russo. Na corrida seguinte em que foi rebaixado, viu o seu "algoz" vencer na estreia em uma corrida em que poderia ter vencido e foi superado pelo seu companheiro de equipe... Alonso vinha muito bem até abandonar, por problemas de confiabilidade. Coube a Button marcar dois pontos para a equipe de Woking, que evolui a passos lentos e graduais.

Massa fez uma boa corrida de recuperação e conseguiu chegar em oitavo, depois de um péssimo qualyfing. Sérgio Pérez parece estar se recuperando: Sétimo lugar, enquanto que Nico Hulkenberg sofreu com o estouro do motor Mercedes. Pela primeira vez na temporada, Gutiérrez foi superior a Grosjean, que também abandonou. mas não foi suficiente para pontuar. Bottas fez o que pode e chegou em quinto. A Williams é, definitivamente, a quarta força da F1.

A Sauber segue o seu calvário e Nasr segue perdendo para Ericsson: 15° e 12°, respectivamente. O futuro dos três, equipe e pilotos, são incertos. É triste ver uma equipe tão tradicional e de um dono tão apaixonado pelo que faz se arrastar pelo grid desde 2014... Estão pagando os erros administrativos da Monisha e o caro preço que é se manter na F1 atual.

Para finalizar, a imagem do fim de semana:

Foto: Reprodução

Confira a classificação final do Grande Prêmio da Espanha:


A próxima prova é o Grande Prêmio de Mônaco, em Monte Carlo, que será realizado nos dias 26, 28 e 29 de maio. Até lá!

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