quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

BARCELONA, DIAS 1 E 2: DAS

Foto: Getty Images
E começou a pré-temporada de 2020 (ou 2019 parte 2). Todos os carros na pista e, desde já, com muita quilometragem. Até a Williams andou bastante na Catalunha. Vamos então para os destaques:

Geralmente, nos primeiros testes, a Mercedes faz tempos altos, priorizando a confiabilidade. Bem, desta vez não foi assim. Hamilton e Bottas já fizeram dobradinha logo no primeiro dia, com pneus macios e tudo. Qual será a estratégia? Daqui a pouco voltamos para escrever mais sobre os prateados.

A Ferrari entendeu que tempos de pré-temporada são a mãe da decepção. Desta vez, Charles Leclerc ficou lá no final da tabela. Desde o final do ano passado, surgiram notícias de que o novo carro teve problemas de desenvolvimento no túnel de vento e que isso acarretou em perda de tempo e de desempenho. É a Ferrari correndo atrás do prejuízo ou um blefe reverso?

Outra coisa que chamou a atenção foram os carros que não possuem motor Ferrari com o bico afinado. Muitos estão acusando que a Racing Point é basicamente uma Mercedes B, algo nos moldes Ferrari-Sauber no início do século. A McLaren já chiou, mas os rosinhas andaram bem e já avisaram que irão brigar pelo top 4. Ah, e foi a primeira vez que um projeto foi desenvolvido do zero. Nos últimos anos, pela crise financeira da antiga Force India, existiam muitos atrasos no carro da temporada. Não é o que vemos desta vez.

Racing Point: Mercedes B? Foto: Montagem
Verstappen foi o mais que andou (168), o que definitivamente prova que a Red Bull/Honda está em dia no quesito confiabilidade. Potência? Saberemos. Kubica deu algumas voltinhas pela Alfa Romeo e foi o único piloto de testes a participar da atividade. Os tempos do dia 1:


Hoje, o mais rápido do dia foi Kimi Raikkonen, com os pneus macios da Alfa Romeo. No entanto, esse não é o principal fato do dia.

Pois bem: a Mercedes revelou ao mundo o DAS. O que significa isso? Vou pegar a explicação do Rafael Lopes:

O Dual Axis System (DAS), Sistema de Duplo Eixo em português, "se refere aos movimentos laterais (eixo x no plano cartesiano) e de empurrar e puxar (eixo y). A novidade permite que o piloto mude o alinhamento das rodas dianteiras nas retas. A ideia é diminuir a perda de temperatura nos pneus nos trechos de aceleração plena. Nas curvas, ele volta ao normal."

Ou seja: Hamilton e Bottas movimentam o volante para a frente e para trás durante as retas, retornando a posição original nas curvas. Mas qual o ganho disso?

A Mercedes não fez uma explicação completa sobre o sistema, mas o DAS auxilia na manutenção da temperatura dos pneus, que cai durante as retas. O dispositivo, a princípio, não é algo aerodinâmico, o que seria proibido pelo regulamento. Os alemães garantem que a FIA está ciente do recurso e que não há nada ilegal mas, todos sabem, as decisões da FIA sobre regulamentos não são somente esportivas. Várias vezes algo que era legal virou ilegal da noite para o dia.

Pulo do gato ou não, esse dispositivo pode ser a garantia definitiva do domínio da Mercedes por mais um ano e certamente será palco de muitas discussões e de muitas manchetes durante o ano.


Na pista, dessa vez as flechas de prata priorizaram o ritmo de corrida e confiabilidade, pois Hamilton (9°) e Bottas (13°) ficaram na rabeira da tabela. Sérgio Pérez confirmou os testes promissores da Racing Point ao ficar em segundo. A Ferrari novamente foi tímida com Leclerc e Vettel. Todo mundo apresentando quilometragem alta. A Renault, que foi a que menos andou, fez 92 voltas. A Haas de Grosjean fez 158 voltas.

Foto: Getty Images


Resumindo: a Mercedes - com volante móvel ou não - vem forte. A Ferrari esconde o jogo, a Red Bull parece promissora e a Mercedes B Racing Point quer ser a melhor do resto do pelotão.

Amanhã tem o terceiro dia de testes.

Até!

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

LANTERNA BONITA

Foto: Reprodução
A grande notícia é que pelo menos nesse ano a Williams vai se arrastar nas pistas com um carro bonito. Uma mistura de azul, branco e vermelho que não significa nada, mas que por incrível que pareça, deu certo.

O vermelho na Williams é uma exigência da Rokit, o patrocinador chinês que vende milhares de celulares. Lembra, de certa forma, a Williams de 1999, que tinha o patrocínio da Winfield.

Foto: LAT Images

A Renault preta segue fazendo mistério com a identidade do carro. Williams e Haas foram para a pista andar os 100 km de publicidade que são permitidos.

Os americanos voltaram com a pintura branca/cinza tradicional, agora que não possuem mais o patrocínio picareta daquele energético lá, o Rich Energy. O cargo de carro preto parece que ficou a postos da Renault.

Foto: Getty Images
Olhando de relance algumas fotos na rede social da Haas, uma estava o carro com o fundo preto dos boxes. Achei que era alguma releitura da McLaren West. A parte da frente me faz lembrar disso ou estou vendo demais?

A Racing Point apresentou o último carro iogurte de sua curta história, pois no ano que vem eles irão se transformar na Aston Martin.

Amanhã começa a pré-temporada da F1 e só falta o visual da Alfa Romeo. Tomara que continuem com o camuflado.

Até!

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

A NOVA

Foto: Reprodução
Nessa temporada 2020 que mais parece um 2019 parte 2, pouquíssimas coisas são interessantes. Quase tudo é o mesmo. O ponto positivo é o aparente retorno das cerimônias mais pomposas de apresentação dos carros, o que era mais comum até o início do século.

Uma das poucas novidades é a Alpha Tauri. Além do nome, as cores também são inéditas: preto com prateado (?). Sei lá, é algo bonito e diferente. Qualquer coisa que seja isso hoje atualmente já é o suficiente para ser exaltado.

Foto: Reprodução
A Alfa Romeo lançou uma pintura camuflada pra andar os 100 km que cada equipe tem direito para as atividades de marketing. Claro que o intuito é esconder "as novidades aerodinâmicas", mas convenhamos: essas pinturas de pré-temporada sempre são melhores que as originais, né?

Foto: Reprodução
Williams, Racing Point e Haas não devem ter mudanças. A Haas até anunciou a nova pintura, mas não achei interessante divulgar, por ora. Vou esperar a apresentação oficial.

Essa semana começam os primeiros três dias de pré-temporada em Jerez de La Frontera. Até lá!

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

RECOMEÇANDO

Foto: Reprodução/Ferrari
Todo mundo pensando em 2021, mas antes disso há o 2020. A F1 começa a apresentar os carros para o início da pré-temporada.

No Teatro Valli, na Itália, a Ferrari apresentou o SF1000. O vermelho remete aos carros da equipe nos anos 1980, assim como a serifa dos números lembra dos tempos de Gilles Villeneuve e Didier Pironi.

É um carro bonito, mas convenhamos: o vermelho do Inter nesse ano é incomparável. Risos.

Foto: Reprodução/Ferrari

Hoje, a Red Bull e a Renault também lançaram o visual de seus carros. Como os taurinos estão iguaizinhos, não faz sentido postar foto. É a mesma coisa do ano passado, e do outro, e do outro...

A Renault, por sua vez, vai ficando mais preta com o passar dos anos. Como todo carro preto e com detalhe amarelo, vão comparar com a Lotus, mas prefiro a analogia que soltaram de que a Renault está ficando igual a uma banana que vai apodrecendo.

Agora que a Haas voltou a ser branca, os franceses preenchem o espaço de carro preto dessa temporada.

Foto: Reprodução
Como esperado, o GP da China está, a princípio, adiado. Foi a decisão que a FIA tomou em conjunto com os órgãos e autoridades do país. A grande questão é como esse pepino vai ser descascado. Surgiram especulações de realocar a prova para o final da temporada, mas isso acarretaria em uma semana a menos de férias para os pilotos e/ou para os funcionários das fábricas.

A última vez que um evento foi cancelado por motivo de força maior foi o GP do Bahrein de 2011, em virtude dos protestos da Primavera Árabe. Com muito dinheiro em jogo de estatais e patrocinadores, a China é um mercado importante para qualquer negócio que queira se prezar global. É um grande problema que o bigodudo Carey vai ter que resolver juntamente com as equipes.

Voltamos amanhã com a "nova" McLaren. Até!

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

ALARME FALSO

Foto: Getty Images
Post quase como um drops.

A Mercedes não vai deixar a F1. Toto Wolff disse em entrevista para o jornal alemão "Auto Motor und Sport" que as flechas de prata seguem na categoria. O novo pacto de Concórdia não será um problema, embora nem todas as arestas tenham sido aparadas.

E mais: as negociações com Hamilton serão retomadas agora com o início da pré-temporada.

Aparentemente, nada mudou e nem vai mudar. As teorias mirabolantes foram dissipadas rapidamente. A grande curiosidade, é claro, é saber como os alemães vão estar com o novo regulamento e o teto orçamentário, apesar de, honestamente, não acreditar que isso faça alguma diferença signficativa a curto-prazo.

China e Vietnã seguem com as corridas ameaçadas em virtude do coronavírus. Até poderia acrescentar o Japão, mas é necessário dar tempo ao tempo.

Semana que vem os carros serão apresentados. A única mudança estética significativa deve ser a tal Alpha Tauri, que certamente terá cores diferentes do que foi a Toro Rosso.

Confira as datas das apresentações:

11/02 - Ferrari
12/02 - Renault e Red Bull
13/02 - McLaren
14/02 - Mercedes e Alpha Tauri
17/02 - Williams e Racing Point
19/02 - Alfa Romeo e Haas

Até!


sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

ENTRE VÍRUS E AMEAÇAS

Foto: Grand Prix
O noticiário calmo da F1 em 2020 contrasta com a ebulição que vai acontecer no próximo ano. E uma dessas bombas caiu no meio dessa semana.

Mesmo hexacampeã de pilotos e construtores e uma das principais marcas do mundo, a Mercedes pode estar de saída da F1 como equipe no fim do ano. O time ainda não chegou a um acordo com a Liberty sobre o novo acordo da categoria no ano que vem e, além disso, a Daimler (que administra a equipe alemã), deseja um profundo corte de gastos. Mesmo com títulos e prêmios de arrecadação, a conta não está fechando, com muitas demissões na empresa. Nos próximos dias, uma reunião será realizada para definir tudo isso.

É realmente uma grande bomba, que impacta o futuro de milhares de profissionais que formam uma estrutura vencedora há seis anos, além dos rostos principais, como Lewis Hamilton, Bottas e o chefão Toto Wolff, dito por muitos como o futuro chefe da F1. Imagina como seria para o mercado (aka Ferrari) o futuro maior vencedor da história da categoria e heptacampeão sem contrato? E Toto? Como e onde ficaria, pois também é acionista da Mercedes?

Uma outra parte da equação foi resolvida hoje. Lawrence Stroll, em conjunto com o grupo chinês Geely, adquiriram 16,7% da montadora Aston Martin. Não só isso. A Racing Point será rebatizada Aston Martin a partir de 2021. A montadora britânica, que há anos flertava com a F1, agora será uma equipe de fato na próxima temporada, com grande aporte financeiro de Stroll. Isso, é claro, encerra a parceria com a Red Bull no final do ano.

Com a Mercedes indo embora, pode surgir uma nova força na categoria, além de Ferrari e Red Bull. A Aston Martin, com estrutura e dinheiro, pode dar trabalho. Pode.

O problema é que, obviamente, uma das vagas será do filhote Stroll. Isso é um soco daqueles que acreditam em meritocracia. Estamos aqui, em pleno início de 2020, debatendo a possibilidade de Lance pilotar um carro e ter chances de vencer corridas e coisa e tal. É surreal. Queria torcer que Pérez também tire a sorte grande, mas acho que isso é meio complicado de projetar agora.

Mas pensando bem, mesmo com um carro bom, Stroll não conseguiria fazer muita coisa mesmo. Apenas uma ameaça e um alarde que ainda assim me deixam revoltado.

Foto: EBC
O coronavírus deixa o mundo inteiro em alerta. A nova epidemia vem lentamente se alastrando para o resto do mundo, com casos e suspeitas em todos os continentes. A China foi onde tudo isso, e o país está fazendo o que pode para conter o vírus. É claro que, além da morte e doença de milhares de pessoas, existem grandes prejuízos financeiros para o país. Comércio fechado, aulas canceladas, as pessoas não saem de casa e outros eventos estão sendo cancelados e/ou transferidos.

Em abril, tem corrida em Xangai. Tem corrida? A F1 não se manifestou oficialmente, mas fontes extraoficiais afirmam que ela está de olho no coronavírus. Caso a situação não seja controlada, obviamente que a corrida não será realizada por lá esse ano, mas isso também pode ameaçar outras corridas na Ásia e adjacências.

Que começo de ano, hein? Sem contar no Kobe... Entre vírus e ameaças, a F1 continua, mais de olho no futuro do que no presente.

Até!

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

POR ENQUANTO

Foto: Reprodução
"Mudaram as estações, nada mudou. Mas eu sei que alguma aconteceu, tá tudo assim, tão diferente."

Poderia estar escrevendo sobre a canção imortalizada pela voz de Cássia Eller mas essa é, na verdade, a F1 2020. Com todo mundo pensando nas novas regras de 2021 e o quão nova a categoria será até lá, a temporada atual se assemelha muito com 2013, também o último daquele Pacto de Concórida: todo mundo empurrando com a barriga para ver o que dá.

As "mudanças" é que comprovam isso. Ocon no lugar de Hulkenberg na Renault e o tal endinheirado Nicholas Latifi no lugar do Kubica na Williams. É isso.

Faz até sentido. Como está todo mundo pensando na próxima temporada, que promete ser revolucionária, não faz sentido fazer muitos movimentos agora. Portanto, deve ser uma repetição de 2019 mesmo. Quem perde somos nós, mas este é um ano de sacrifício.

Talvez o que possa despertar mais emoção seja as especulações e a silly season. Poucos ali possuem contrato duradouro com suas equipes. De cabeça, posso citar Pérez, Leclerc e Max Verstappen (este uma certa surpresa).

O que fará Vettel, Hamilton e Bottas? Qual será a movimentação no pelotão do meio? Perguntas que serão respondidas durante a temporada onde, aí sim, as coisas vão começar a mudar e serem diferentes.

Mudaram as estações, mas nada mudou. Por enquanto.

Até!