terça-feira, 1 de dezembro de 2020

O BAFO DO DESERTO

 

Foto: Getty Images

Com o perdão do trocadilho, mas as coisas estão quentes lá no Bahrein. Além do deserto e do acidente de Grosjean, as notícias não param. Depois de Pietro Fittipaldi substituir o francês na Haas, agora o trono da Mercedes está vago possivelmente até o fim do ano.

Lewis Hamilton foi diagnosticado com covid-19 e está fora do GP do Sakhir, possivelmente pode também se ausentar do GP de Abu Dhabi e, assim, ter encerrada sua participação na temporada 2020.

Seu substituto? Ainda é um mistério. Os candidatos naturais: George Russell, piloto da Williams que está na Mercedes; Stoffel Vandoorne, o belga piloto reserva da Mercedes que está na Espanha fazendo testes pela Fórmula E e, como sempre, Nico Hulkenberg, o coringa alemão.

É bom que fique claro que o substituto de Lewis dificilmente vai fazer frente a Valtteri Bottas. Por mais que os três estejam em atividade, a adaptação em um carro, sobretudo de ponta, é complicada. Mesmo que o finlandês não esteja nada bem, o tempo lhe ajuda, por mais que o GP de Sakhir tenha a particularidade de ser praticamente um oval e, portanto, talvez menos desgastante para os pilotos.

Além do mais, ninguém realmente conhece o traçado e como serão os comportamentos dos carros. Está todo mundo na mesma nesse oval. Pietro e o outro substituto podem capitalizar diante disso.

Se Russell for realocado para a Mercedes, a Williams teria que encontrar outro piloto. Me parece improvável. Hulkenberg, se estiver em negociação com a Red Bull, também é carta fora do baralho. Sobra o belga Vandoorne, outrora promessa do automobilismo que naufragou com a McLaren Honda e não teve segunda chance. Seria redentor para a carreira ter a possibilidade de fazer um bom resultado com o melhor carro do grid. Vai que não surja algo para o futuro talvez?

Sem Hamilton e num oval, o GP de Sakhir promete ser o mais equilibrado e emocionante da temporada, típico de ovais e suas incertezas. Quem ganha é o fã que, além do mais, vai ter um horário super agradável para assistir por aqui, apesar do título estar definido.

Foto: Getty Images

E o que era esperado aconteceu. Com o aporte bilionário do pai, que vai despejar 40 milhões de dólares por ano, a Haas anunciou Nikita Mazepin como um dos pilotos da equipe para 2021. O outro será Mick Schumacher, que será oficialmente anunciado assim que se sagrar campeão da F2.

Nas próximas semanas eu prometo fazer um post mais detalhado da carreira do bilionário russo, mas a ascensão desse psicopata só mostra como o automobilismo perde e como esse não se importa em ter virado um espaço para lavagem de dinheiro e hobby de bilionários, onde todo o resto não importa. O dinheiro pode fabricar até resultados razoáveis, mas não dá para julgar a Haas. Eles fizeram a escolha deles, como diria Galvão.

Com a pandemia, os gastos e a falta de resultado, é necessária uma alternativa para sobreviver a não ser a venda do time. Esse foi o caminho escolhido. Se vai dar certo eu não sei, mas Nikita (não o da música de Elton John) será o quarto russo da categoria, provavelmente substituindo Daniil Kvyat nessa empreitada em 2021.

E seguimos no aguardo de mais abafamento no Bahrein. A semana por lá está quente!

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