quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

CAUTELA E OUSADIA

 

Foto: Getty Images


A Mercedes optou pelo caminho mais conservador. Talvez esse seja o segredo dos vencedores: o pragmatismo quando necessário. Os alemães escolheram George Russell, da academia da equipe, como o substituto de Lewis Hamilton para o GP de Sakhir e talvez até na semana que vem, em Abu Dhabi.

Gostaria de ver Hulk ou até mesmo o renascimento de Vandoorne em uma corrida, mas a F1 deixa claro: tirando a Haas, o piloto reserva não serve para nada. No entanto, finalmente a Mercedes vai utilizar alguém de sua academia na equipe principal depois de escantear Wehrlein e Ocon.

Para o inglês, é uma grande oportunidade de finalmente pontuar e acabar com esse trauma psicológico que tanto lhe incomoda. Com o melhor carro do grid, certamente não vai ser apto, em tese, a desafiar Bottas, pelo pouco tempo de adaptação apesar de já ter feito alguns testes como piloto Mercedes.

Não entanto, não deixa de ser uma observação para o futuro: se Russell for bem, certamente estará dando um passo ou para substituir Hamilton ou até mesmo para pegar o lugar de Bottas. A pressão está toda com o finlandês e 2021 pode ser a chance final.

Foto: Divulgação/Williams

No efeito dominó, a Williams anunciou pouco depois que Jake Aitken será o substituto de Russell e, junto de Pietro Fitipaldi, vai fazer a estreia na F1. O inglês de 25 anos disputou a F2 pela Campos e se juntou a equipe de Grove no início do ano. Na sorte, ganha uma chance, tal qual Roberto Merhi e o outro inglês da Marussia que esqueci o nome (lembrei: Will Stevens). Certamente é a pior dupla da história da Williams, que busca uma reestruturação. É o velho papo: se não bater tá bom.

Foto: Getty Images

Mais um dia agitado na Haas. No mesmo instante onde Romain Grosjean dava alta do hospital, a Haas anunciou que Mick Schumacher, o filho do homem, será o parceiro de Nikita Mazepin em 2021. Foi mais rápido que imaginei. Esperava que isso fosse oficializado após a decisão da F2, mas isso enterra definitivamente as chances do inglês Callium Ilott.

Depois de uma primeira temporada abaixo do que se esperava, Mick evoluiu ao ponto de ser virtual campeão da F2. Não é para qualquer um, mesmo com o hype do sobrenome. Não deixa de ser um momento histórico mais um familiar de um grande nome da F1 entrar no automobilismo. Depois de Fittipaldi, o terceiro Schumacher. Como fã do Michael, fico muito feliz com o anúncio e a simbologia.

Olhando para a pista, a Haas aposta em dois novatos pensando no novo regulamento de 2022. Ou seja: 2021 será para aclimatação dos jovens. O carro é um dos piores, portanto não há o que esperar. Se ambos não baterem ou cometerem muitos erros, já vão estar dentro da margem. A Haas, que desperdiçou anos com uma dupla experiente, agora vai para o outro extremo: arrisca com dois jovens; o bilionário aporte do Nikita pai e o apoio da Ferrari com o sobrenome Schumacher.

Enquanto a Mercedes optou pela cautela, entendendo sua posição como dona do campinho, a Haas vai para o tudo ou nada no médio prazo. Não há o que perder (pelo contrário: vai receber 40 milhões de dólares anuais dos russos). Extremos que explicam a diferença de camada de cada um dos dois. E a Williams? Bem, ela faz o que pode, não?

Até!




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