terça-feira, 18 de julho de 2023

MONTANHA RUSSA

 

Foto: Red Bull Content Pool

Ricciardo é um dos pilotos que eu mais escrevi por aqui em quase dez anos, por diferentes motivos. Ele estava em alta quando comecei o projeto por aqui, desbancando Sebastian Vettel na Red Bull e depois teve toda a trajetória até surgir Max e o “expulsar” para a Renault.

A aposta foi em vão e a McLaren seria uma última chance. Mesmo que tenha vencido, Ric nunca entregou o que se esperava e pelo que ainda recebe de Woking. Escrevi que a trajetória na F1 como piloto de elite tinha acabado e que um retorno não faria sentido, em termos competitivos, para projetos menores ou coadjuvantes.

Acontece que o tempo é imprevisível e as circunstâncias mudam. Lembro de, anos atrás, Ricciardo estar frustrado com o fato de que o tempo passava e ele já estava ficando “velho” para ser campeão. Tinha poucas vitórias para alguém do gabarito dele. É um pensamento compreensível. Todo mundo quer chegar na F1 para dominar e fazer história.

Acontece que nem todo mundo vai ser um Fangio, Schumacher ou Hamilton nos números absolutos. É um elemento raro, depende claro da qualidade mas também do timing. Aí, cria-se pensamentos duvidosos. Como que a carreira de Ricciardo deu errado se um menino saído da Austrália subiu para a Red Bull, desbancou um tetracampeão e venceu oito vezes na categoria e por duas equipes diferentes?

A expectativa é mãe da decepção. Se olhar pela frieza dos números e da análise, Ricciardo nunca brigou pelo título. Culpa dele, do carro, do timing, de ter Verstappen no momento errado e na hora errada? E quando teve Kvyat e o carro não era o suficiente (inclusive perdeu em pontos para o russo)?

Bom, a jornada do herói Ricciardo parece que agora tem um propósito mais evidente: voltar a ser feliz. Sete meses ausente para alguém que vive isso desde adolescente lhe permitiu repensar prioridades e conceitos. Claro, todos estão ali para ser o melhor, mas o objetivo principal do australiano parece ter sido atingido: voltar a ser feliz em um ambiente onde ele fica feliz.

O segundo passo é retomar a confiança nessas corridas que restam em 2023. Não é falta de pretensão, mas está entre a diversão de correr e o que será possível fazer com a Alpha Tauri, a nova Toro Rosso. Caso as respostas sejam positivas, será inegável para todos a comparação com Sérgio Pérez: o Ricciardo 2.0. seria páreo para Verstappen em uma Red Bull que tem alguns anos de domínio pela presente?

É possível pensar em várias óticas e critérios. Não há um lado ou um pensamento totalmente certo ou completamente equivocado. São visões, narrativas. O que é inegável, no entanto, é que a vida e a carreira de Daniel Ricciardo estão numa verdadeira montanha russa de emoções recentemente. O blog é testemunha dessa repercussão.

Até!

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