terça-feira, 10 de setembro de 2019

O MONSTRO

Foto: Getty Images
No texto da corrida do GP da Itália do ano passado, fiz um paralelo entre a obra "O Médico e o Monstro". Nela, traçei um paralelo dividindo as duas personalidades, onde o "Médico" seria Lewis Hamilton e o "Monstro" seria Sebastian Vettel, um pela frieza nos momentos importantes e o outro pelo oposto nas mesmas situações.

Nada mudou. Hamilton segue cerebral e dominante, a caminho do hexacampeonato. Enquanto isso, Vettel tem zero vitórias nesse meio termo, está longe de brigar pelo título e vê um fantasma se repetir: o novato que chega botando banca e, aos poucos, vai conquistando o espaço que deveria ser do tetracampeão.

Até domingo, Vettel estava na frente de Leclerc nos pontos, mas as atuações não condiziam. De modo geral, desde a França que o monegasco estava começando a bater o tetracampeão, que deveria ter uma vitória, que foi roubada no Canadá, enquanto Leclerc perdeu o Bahrein graças a Ferrari e na Áustria por uma certa ingenuidade diante do visceral Verstappen.

Logo em Monza, outro erro. Uma escapada de traseira enquanto era o quarto colocado. Sempre foi sua dificuldade lidar com esses problemas na traseira, acentuados após a era Adrian Newey. Pior foi a saída de juvenil, batendo em Stroll e quase provocando uma catástrofe. Agora com nove pontos na carteira, se Vettel "conquistar" mais três pontos em Cingapura ou na Rússia, será suspenso por uma corrida.

Errar assim em meio a vitória do novo ídolo local e em casa, quebrando um jejum de nove anos sem vitórias em Monza é mais um baque psicológico para Seb. Além das deficiências que vêm apresentando na pista, me parece que a cabeça também anda bem ruim. Muitas críticas, muita pressão por resultados, por ser o líder que não parece ter mais condições de ser na equipe. E pensar que se não fosse a honra da palavra do falecido Marchionne era para Raikkonen ainda continuar na equipe, com tudo isso sendo mascarado.

Vettel nunca venceu largando abaixo do top três. Isso quer dizer muita coisa. Claro que teve grandes atuações, como Abu Dhabi 2012 e mais recentemente na Alemanha, mas a tônica do alemão é: se não sair voando na ponta logo no início, as coisas se complicam. Na Red Bull, essas deficiências praticamente não se mostravam pela eficiência do carro. Agora está tudo mais claro.

Como escrito até durante o auge da Era Vettel/Red Bull em outros lugares, Seb nunca foi piloto para quatro títulos mundiais, não é demérito disso. Dois já estaria de bom tamanho. Concluo que, diante das más atuações, erros e ascensão de Leclerc, o futuro do alemão não é dos mais promissores. Sem Hamilton, a tendência é que o protagonismo seja do #16 e de Max. Com contrato até ano que vem, talvez não seja surpreendente que o emocional Vettel peça o boné no fim do ano. Não há espaço em outras equipes. Aguentaria andar em uma equipe intermediária para coletar pontos e andar sem pressão?

O monstro está quase tomando conta do piloto Sebastian Vettel. O tetracampeão ainda existe ou é um estado acelerado de decomposição da carreira do terceiro maior vencedor da história da categoria?

Até!

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