terça-feira, 25 de julho de 2017

O FUTURO DO AUTOMOBILISMO

Foto: Reprodução/Red Bull
Pela primeira vez, me recusei a escrever um texto para o blog. O motivo? Minha total contrariedade a decisão que a FIA tomou na semana passada, ao regularizar o Halo para a próxima temporada. Fiquei muito decepcionado. Passaram-se alguns dias e o sentimento é o mesmo. Entretanto, acho que agora consigo despejar essa raiva de forma um pouco mais racional, eu acho.

A FIA argumenta que, após o dispositivo passar por rigorosos testes de impacto, a decisão foi confirmada pelo Halo ter passado com êxito em todos eles. Além do mais, a medida não poderia entrar esse ano porque as equipes precisariam ainda testar minimamente. Niki Lauda foi contra, as equipes também. A Associação de Pilotos, liderada pelo ex-piloto Alexander Wurz, apoiou.

Foto: Reprodução
Automobilismo sempre foi e sempre será um esporte de risco. Por mais que a tecnologia se desenvolva, andar a 300 km/h sempre será perigoso. O motivo para o Halo entrar na F1 é simples: uma espécie de resposta a morte de Jules Bianchi. Acontece que o piloto francês faleceu não pela F1 ser insegura, mas sim por um erro humano, uma irresponsabilidade atroz da direção de prova do GP do Japão que deixou um trator na pista. O Halo em nada evitaria que Jules tivesse falecido, assim como não teria contribuído em evitar que uma mola atingisse Felipe Massa na Hungria, em 2009.

O Screen talvez fosse mais seguro que o Halo. Apesar de Vettel reclamar de tontura com aquele vidro, ele poderia ser transparente e melhorar. O Halo tem aquela "tira de Havaianas" que além de prejudicar a visão do piloto pode causar sérios danos em casos de capotamento ou batidas. Em todo caso, a FIA diz que isso não é problema.

Colocar uma proteção no cockpit por conta de uma morte que não tem nada a ver com a insegurança de um carro de F1 é uma decisão retrógada e arbitrária. Nenhum fã gostou. A maioria dos pilotos se posicionaram contra. Isso não é F1. Isso não é explorar os riscos onde não é qualquer ser humano que tenha coragem para encarar um carro de corrida.

Foto: Reprodução

Talvez o esporte a motor não seja mais isso. Com o advento das redes sociais, e-sports, youtubers e novas formas de entretenimento, o carro ficou para trás. Além de caro, é um esporte de nicho, visto como um poluente. Não a toa muitas montadoras estão migrando para a Fórmula E e em breve os carros deixarão de ser à gasolina.

Categorias como F1, Indy, Nascar, WEC, entre outras, devem estar com essa geração como sendo a última que respira o automobilismo dos tempos antigos. A próxima não deve se interessar por carros. Decisões como essa da FIA podem afastar ainda mais pessoas que gostam do automobilismo, do perigo e do arrojo. Uma pena, mas vejo o esporte a motor se definhando, com custos altíssimos, fora da realidade e buscando à forceps atrair o público jovem nas redes sociais.

Mas acho que isso é assunto para outro post, talvez.

Por enquanto é isso.

Até!

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