segunda-feira, 26 de outubro de 2020

EXTINÇÃO

 

Foto: Getty Images

Na semana passada, foi confirmado que Kevin Magnussen e Romain Grosjean deixam a Haas no fim da temporada. O francês esteve com o time desde quando os americanos ingressaram na F1. Magnussen chegou um ano depois para substituir o mexicano Esteban Gutiérrez.

Grosjean já fazia hora extra na F1 há duas ou três temporadas. Magnussen ainda é um piloto mediano que poderia ter renovado mais uma temporada sem problemas. No entanto, a discussão do post não é individualmente sobre a qualidade dos dois pilotos, e sim o que a saída de ambos representam para esse momento de Fórmula 1.

Sem Grosjean e Magnussen, estão extintos os pilotos "journeyman". Aqueles que não eram virtuosos mas podiam fazer uma carreira sólida na categoria, sempre em carros medianos. Exemplos antigos não faltam: Johnny Herbert, Jarno Trulli, Olivier Panis, Jos Verstappen, etc. Hoje, os únicos que podem estar nesse termo são, com boa vontade, Pérez (que tem o aporte de Carlos Slim) e Hulkenberg, que inclusive saiu da F1 e está tentando retornar para a categoria.

Motivos para essa extinção não faltam: menos equipes e consequentemente menos carros e, principalmente, a mudança de como chegar a categoria. Com a ascensão das categorias de pilotos (na qual Magnussen e Grosjean fizeram parte no início), os altos custos da categoria e chegada cada vez maior de pilotos bilionários ou com sobrenomes pesados praticamente expurgou os ditos "independentes" da jogada.

Resumindo: hoje, para estar na F1, é preciso ser um grande piloto/campeão, fazer parte de uma academia de pilotos ou ser bilionário/sobrenome pesado. As histórias românticas de antigamente, de perseverança e talento, ficaram para trás. Talvez se a F1 tivesse mais equipes e mais vagas os "journeyman" retornem, mas isso não é do interesse da categoria, que deseja cada vez mais formar um clubinho seleto, exclusivo. 

Do contrário, a figura desses pilotos "independentes" está extinta da F1. Uma pena. Perde a categoria sem as histórias e até uma questão mais humana, biográfica e de abordagem diferente que tornam os pilotos figuras mais peculiares e dignas de admiração, empatia, entre outros. Fazer o quê se eles não se importam, não é mesmo?

Até!

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