segunda-feira, 20 de julho de 2020

O ELO MAIS FRACO E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Foto: MotorSport
Em qualquer área no mundo, infelizmente, ser bom e talentoso apenas não é o suficiente. Existe variáveis de comportamento, poder e outras normas. A F1 é um símbolo disso. Certamente não são os 20 melhores pilotos do mundo ou os melhores nos principais carros. É tudo uma questão de conjuntura, política e oportunidade.

Como é algo histórico na categoria, sempre existem aqueles que estão lá para pagar a conta dessa brincadeira toda e, como investidores, exigem contrapartidas que justifiquem um alto investimento diante do nada.

Anos atrás, Lawrence Stroll comprou uma vaga na Williams. Depois, ao ver que aquele lugar era uma furada para o filho e que nem a grana poderia ajudar, viu na falida Force India uma oportunidade. Uma equipe competente mesmo na crise e na bagunça que o excêntrico Vijay Mallya tentou transformar aquilo, mas que nas pistas parecia a prova desses problemas.

Lawrence comprou as ações do time, que virou Racing Point e agora vai ser Aston Martin. Uma boa injeção financeira em uma equipe média com o investimento e o nome de uma grife importante do automobilismo. Para isso existem contrapartidas óbvias, não? O filho tem que estar lá. É o que justifica esse montante todo que, para ele, deve ser apenas um troco de pinga.

Nesse caso, o elo mais fraco da questão é Sérgio Pérez, piloto muito superior e mais competente que Lance, mas se for comparar, nos últimos dois anos, quem trouxe o melhor resultado foi o canadense (dois quarto lugares). E Pérez ainda tem o aporte de Carlos Slim e o apoio do ex-presidente do México, que fez questão de trazer o circo da F1 de volta para o renovado Hermanos Rodríguez.

É claro que se Vettel ir para a Aston Martin, quem dança na questão é o mexicano, e ele sabe disso. É o elo mais fraco e isso traz consequências interessantes para a Fórmula 1: um bom piloto, experiente e com grana vai estar disponível no mercado.

As opções são, no entanto, somente duas: a Haas, que não renovou ainda com a eterna dupla de trapalhões e a Alfa Romeo, um sustentáculo da Ferrari. As duas, principalmente a Haas, precisam de dinheiro (aliás, quem não precisa, durante essa crise da pandemia?). Seria o casamento perfeito: bom piloto + dinheiro.

Talvez quem saia perdendo é Pérez, indo para uma organização com menos dinheiro, um carro pior e lideranças complicadas. Caso a saída se confirme, são os ossos do ofício. A vida não é justa, não é mesmo? No entanto, é a chance de um novo começo, talvez o último do Checo na F1.

Até!

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