quarta-feira, 3 de abril de 2019

O FENÔMENO MICK E O EXAGERO

Foto: Grande Prêmio
Ser filho do maior piloto da história sempre vai render um buzz a mais. Para o bem e para o mal. Desde o ano passado, quando arrancou rumo ao título na F3 Europeia, Mick se vê cercado por diversos repórteres, uma coisa até desproporcional, comparável a grandes astros como Lewis Hamilton e Sebastian Vettel. Tudo pelo sobrenome, é claro.

Não me entenda mal. Não estou dizendo que Mick é ruim, pelo contrário. Graças ao seu trabalho, assinou com a academia da Ferrari e nesta terça-feira andou com a Ferrari pela primeira vez na vida. Amanhã é a vez da Alfa Romeo. É claro que a relação Ferrari-Schumacher sempre vai ser icônica.

O que quero dizer é que a Liberty usa Mick como grande chamariz da categoria sendo que ele sequer está lá, mas o motivo é compreensível. Ser filho de Michael, ainda mais com o pai na situação que vive e pela representatividade que tem, sempre vai ser um chamariz, principalmente para o público médio. Estamos falando mais de Mick do que os outros tópicos do automobilismo, muito mais por ser quem ele é do que pela sua boa capacidade e isso não é uma crítica, é algo normal, da lógica de quem vende e de quem compra.

É claro que aqueles mais hardcore se irritam com tamanho hype por alguém que ainda não mostrou de fato a que veio. Isso é verdade. No entanto, para reforçar esse valor, começam os extremismos: Mick só é o que é pelo sobrenome. Se ganhar, é porque tem o melhor carro e houve ajuda, se perder é fraco. Assim fica fácil. Do outro lado, já tem gente imaginando que ele vai igualar e honrar o nome do pai e que já deve ir para a Ferrari no lugar do Vettel. Calma.

Foto: Getty Images


O fenômeno Mick Schumacher é fantástico. Junto com a devida utilização das redes sociais pela Liberty, é um grande combustível para atrair novos fãs e interatividade. Além do mais, pode cativar aquele que está desgostoso, os nostálgicos. Pois bem, é impossível não lembrar do pai e ver o filho hoje no mesmo lugar. É uma lembrança gostosa, dos tempos de infância, de relembrar o ídolo. Falo isso por mim. Eu acho fascinante e histórico. Mick correndo com Max Verstappen, Alonso e Raikkonen numa mesma sessão. Estamos em 1994, 2003 ou 2019? É incrível!

No entanto, o exagero desse fenômeno é muito tóxico, para usar um termo da moda pela internet. Mick não vai ser Michael. Se for Ralf, já é um grande feito. Se vai ser? Não sei. Precisa provar na F2. Todos os jovens testam pelas grandes equipes e isso não quer dizer que entraram na Fórmula 1. Nem ao céu e nem a terra. Deixem Mick se desenvolver, como disse Vettel.

Agora, que ele é um personagem fascinante por tudo o que representa em passado, presente, futuro e as lembranças desses tempos isso é inegável, mas tenho certeza que a Ferrari e aqueles que administram sua carreira vão se deixar levar pela emoção e nostalgia. Sem exageros, pessoal. Sigo, como fã incondicional de Schummy, na torcida para que Mick se desenovolva da melhor forma possível na carreira, mereça e conquiste os resultados pelo seu talento e esforço.

Até!

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