terça-feira, 28 de agosto de 2018

RITO DE PASSAGEM - Parte 3

Foto: Reprodução/Fernando Alonso.eu

Acabo de completar 23 anos. Meu pai e meu irmão vieram aqui, comemos pizza. Ganhei dois livros de presente.  A princípio, são muito interessantes: “A elite do atraso”, do Jessé de Souza, e um do Mário Sérgio Cortella cujo nome não lembro agora e está muito escuro e tarde para eu levantar e ver. A velha preguiça. Quase dois anos depois, estou aqui de volta para fazer um balanço de como as coisas estão.

Ao contrário do que esperava, Kimi e Alonso seguem. Ou, não tão contrário assim, pode ser suas últimas temporadas. Alonso já disse que se despede no fim do ano. O ponto central do texto. Quando comecei a escrever, tudo se motivava em perceber como as saídas de Button e Massa (essa só, de fato, no ano passado) mostravam que a F1 e a minha vida estavam caminhando para um novo momento.

Tinha acabado de me mudar de residência. Primeiros dois meses, mas já pareciam mais. Agora, são mais de dois anos. Parece mais do que já. Aqui, concluí os semestres que faltavam. Me formei. Uma etapa concluída. Parecia o fim da fase de estudos e de um destino guiado desde pequeno. Quis o destino, minhas decisões e a consequência delas que voltasse para a sala de aula. Curso técnico. Necessário o DRT para trabalhar. Comecei uma nova língua, estou tentando aprender a falar em italiano. Inglês parecia mais fácil no início, mas vamos lá.

A saída de Alonso é mais um passo rumo ao final definitivo de um capítulo da minha vida: o do estudo acadêmico,acompanhado desde Canoas até agora. Sem ele e Raikkonen, eu e a F1 estaremos começando um novo ciclo e procurando por novos desafios, assim como a fênix.

Bom, talvez o curso técnico seja o último suspiro, tal qual as permanências de Raikkonen e Alonso na categoria. Quem diria que o IceMan seria o veterano mais longevo dos quatro, olhando lá de trás? Quem diria que ainda estaria estudando e com um ano mais corrido do que o anterior?

Foto: Reprodução/Twitter
Assim como na F1, não sei o que virá em diante. O simples e óbvio é dizer que uma hora ou outra estarei empregado em algum lugar. Assim espero. O que será da F1? Já temos Halo, um monte de modernidades e coisas artificiais, mas cadê as verdadeiras mudanças? O equilíbrio financeiro, a gestão responsável e o crescimento de quem está lá atrás? E os novos pilotos? Vamos seguir acompanhando Vettel e Hamilton empilhando títulos até cansarem? Aliás, os dois se encaminham para serem não só os mais vencedores como também os mais longevos.


Estranho perceber que o primeiro negro da F1 e aquele que parecia o Justin Bieber representam o que eu enxergava em Schumacher na infância. Bom, dessa vez são dois grandes campeões na mesma geração, dois entre os maiores de todos os tempos. Saudosismo em excesso? São as transformações da vida.

Assim como Raikkonen, Vettel e Hamilton, talvez continue estudando ou encontrando alternativas para seguir minha vida e minha carreira (?). Estamos sem respostas e sim com muitas dúvidas, incertezas, inseguranças, inquietações e ao mesmo tempo animação e ansiedade em descobrir o desconhecido. Resta para eu e a F1 buscarmos essas respostas aos nossos anseios, lembrando o passado que nos acompanha mas também buscando o que vai nos sustentar lá na frente
.
Talvez pela primeira vez em muito tempo que nós estejamos tão incertos. O que vai ser de nós em 2021? Hora de percorrer (ou continuar) o caminho que me levará a essa resposta. Prometo não demorar a voltar. Quando sentir as coisas igual eu estou sentindo agora, estarei pronto para descrever tudo isso.

Até.

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