terça-feira, 17 de outubro de 2023

TANTA COISA ERRADA

 

Foto: Reprodução

Ao mesmo tempo que a F1 cresce em audiência e no sentido de espetáculo nos últimos anos graças a entrada da Liberty Media na categoria e a administração à la Hollywood, essa tentativa de transformar tudo em show também traz consequências embaraçosas para a F1.

2021 mesmo terminou com um erro humano de Michael Masi, que passou por cima do regulamento para transformar o fim da corrida de Abu Dhabi em algo de cinema. Foi tão equivocado que acabou sendo demitido, não só por isso, mas por uma série de regras e interpretações errôneas nas corridas durante aquele ano, juntamente com os comissários.

Talvez seja até repetitivo escrever isso aqui, mas temos novos elementos para mostrar como a F1 está indo por um caminho esportivamente equivocado. As punições (ou a falta delas), proibição de correr na chuva e agora casos que ficaram extremos e ridicularizaram a F1 no Catar.

Primeiro: correr num calor desgraçado onde diversos pilotos passaram mal, vomitaram e/ou quase desmaiaram durante e depois da corrida, no centro médico. Sargeant desistiu da corrida, por exemplo. Outros diziam que apagavam nas retas. Enfim, num clima desses, não deveria ter corrida. É colocar a saúde de todo mundo em risco. Imagina se o cara desmaia na reta e passa reto na curva?

A outra é o já conhecido limite de pista. Sem zebras ou britas, a F1 tem que ficar colocando sensor pra ver se o carro fica com as quatro rodas na pista. Se não, haja punições. Tivemos a questão ridícula de Piastri e Norris punidos enquanto davam entrevista na classificação de sexta e a mudança de resultados muito depois do fim da corrida.

É tão simples brita ou zebra? Ah, mas danifica o carro. É lógico, é por isso que os pilotos não podem errar e são muito bem pagos para isso, desde que o mundo é mundo. O que não faz sentido é não existir diferença entre estar ou não na pista.

Aliás, outra punição inútil é o tal dos segundos acrescentados no fim da prova para o infrator. Parece até uma tática: pega a Red Bull do Pérez, sai batendo por todo mundo e que as “punições” não vão ser suficientes para nada, pois o carro é tão mais rápido que os demais que é fácil fazer mais tempo que a punição imposta pela FIA. Quem se ferra, na verdade, é só quem teve o carro batido.

Por uma F1 menos artificial, não custa repetir. O presidente da FIA falou que são situações inaceitáveis e que até ameaçou tirar Catar e Áustria do calendário se algo não for feito, por exemplo.

O chefão também disse que tem muitas corridas no calendário. Concordo demais. O problema é que sabemos o que é mais fácil de ser feito para desinchar o calendário: tirar as corridas tradicionais como Interlagos, Spa, Suzuka, Monte Carlo e manter aberrações como Miami, Arábia Saudita, Catar, Holanda, entre tantas outras, porque elas pagam mais e sustentam toda essa brincadeira.

Bom, pelo menos Spa está garantida por mais dois anos. Vamos aproveitar enquanto dá tempo, afinal a campanha por vilanizar uma reta curva (Eau Rouge) é uma das maiores bizarrices que eu já vi na imprensa e nas redes sociais em muito tempo.

Até!

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