segunda-feira, 23 de outubro de 2023

O SONHO DO PAI

 

Foto: Getty Images

De tanto escrever sobre Stroll e os perigos que a jurisprudência do caso de ascensão dele poderiam proporcionar para o esporte, ainda olhei para o outro lado.

O óbvio está aí: Stroll está apanhando de Alonso (o que não é novidade), mas sequer consegue ir para o Q3 depois das férias. No Catar, estava nervoso, tratou mal a equipe e mal respondia as perguntas da imprensa. Estava irritado e de saco cheio, aparentemente. Faz parte, ele não deve estar satisfeito com o próprio rendimento.

No entanto, há meses que surgem notícias de que Stroll vai abandonar a carreira. Dizem que vai jogar tênis, dizem que cansou da F1. Dizem que é um pedido da mãe. Dizem que ele pediu para o pai, que não deixou.

Chegamos na figura do texto: o responsável, Lawrence Stroll. O homem que primeiro comprou uma vaga (Williams) e depois comprou um time para alocar o filho nem tão talentoso. Um pai que faz de tudo, inegavelmente. Está investindo pesado na estrutura da Aston Martin para a equipe ser protagonista no médio prazo. Do contrário, não teria trazido Vettel e depois Alonso. 6 títulos, somente.

Bom, se Lance não quer mais a F1, então é óbvio que Lawrence pularia fora, certo? Ele é um cara de negócios e bem sucedido, não rasgaria dinheiro por algo que não fosse a própria família.

Então, diante de todas essas informações e a postura do filho Lance, fiquei pensando: será que Lawrence e Lance não pode ser o caso do pai que vive o sonho do filho? Tipo mãe de miss ou pai de jogador, que jogam as frustrações da juventude na esperança através dos filhos para realizar o que eles não puderam ou conseguiram?

Bom, a diferença aí é que não se trata de dinheiro, e sim ambição, projeto de vida. Há negócios, claro, afinal Lawrence é acionista da Aston Martin e Mercedes e fez o maior investimento por um piloto na história, desde a base. Não falo somente de comprar vagas e equipes, mas tudo: equipamentos, estruturas, simuladores, profissionais gabaritados para extrair alguma coisa de Lance.

Não há talento que justifique a presença no grid. Todos sabem. Claro, com dinheiro e profissionais infinitos na preparação, é possível fazer um papel decente ou quase isso. Acontece que Stroll bateu no teto. Não tem mais a desculpa da inexperiência. Acreditou quem quis.

Quando que o sonho dele ou o do pai vão acabar? Estamos próximos do fim da jornada ou são apenas devaneios produzidos pela falta de relevância numa temporada chatíssima? Os dois? O meio do caminho?

Até!

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