quinta-feira, 10 de março de 2022

CAIU PRA CIMA

 

Foto: Motorsport Images

Juro que fiquei pensando nuns dias na possibilidade do Magnussen voltar pra Haas, mas só de sacanagem. Afinal, ele saiu da equipe justamente porque não tinha mais grana para competir com a chegada do Mazepin, no final de 2020.

E não é que isso realmente aconteceu? Graças ao apoio do homem mais rico da Dinamarca, K-Mag deixa os compromissos na Endurance e até na Indy para retornar a F1 em um contrato plurianual por 20 milhões de euros, uma quantia generosa para a Haas, que vai precisar de muitas verdinhas no médio e longo prazo, agora que não tem mais o dinheiro russo sustentando tudo isso.

Pode ser broxante o retorno de Magnussen por ser um velho conhecido e brecar o sonho patriótico de ter um brasileiro na figura de Pietro Fittipaldi, mas o que no primeiro momento foi surpreendente pra mim faz todo o sentido.

Com as calças na mão, sem tempo e sem dinheiro, a Haas não poderia se dar ao luxo de ficar sem dinheiro e sem um piloto experiente. É claro que quem pagasse mais levaria a vaga, e dizem que até a véspera Nico Hulkenberg, rival de K-Mag, é quem levaria a melhor. 

Por mais que eu queira a entrada imediata do Oscar Piastri no grid, sem dinheiro, seria uma calamidade dois jovens na equipe. Com Magnussen ou Giovinazzi, além da grana, a experiência na própria equipe vai contar bastante para o desenvolvimento do carro durante o ano. Além disso, o dinamarquês vai ser o primeiro parâmetro de competição para Mick Schumacher. Precisamos ver o nível dele. Será interessante.

Com 20 milhões anuais e sem Mazepin, a Haas caiu pra cima, considerando a gravidade da situação onde se encontra. Conseguiu repor a grana com um piloto melhor e ambientado na "aldeia" norte-americana. Todos os envolvidos ganham, menos, claro, os brasileiros, que já acham Pietro Fittipaldi um injustiçado nesse mundo cruel da F1.

Pietro nunca esteve perto da vaga, isso ficou nítido há vários dias. O que credenciaria ele a vaga, além do patriotismo e do sobrenome? Não canso de repetir: o grande feito do brasileiro foi vencer uma World Series decadente! Seja por dinheiro ou pela qualidade, Pietro certamente era a pior opção para a Haas, e o óbvio foi feito.

A perspectiva do time não é boa, todos sabem. Se arrastar no fim do grid e sem perspectiva futura, agora que o dinheiro russo não existe mais, é papo pra se preocupar com a longevidade da operação. Coincidência ou não, estão cada vez mais fortes os rumores do Michael Andretti comprar a equipe ou simplesmente ser a décima primeira do grid, o que seria melhor ainda.

Para quem lamenta a ausência de um brasileiro ou de um piloto bom sem depender de dinheiro, academia ou sobrenome, o problema está muito além: o alto custo do automobilismo e como a F1 virou um clubinho comandado por Mercedes, Ferrari e Red Bull. Se existisse interesse em ter mais equipe, certamente teria espaço para todos: Pietro, Piastri, qualquer pagante aleatório e quem sabe aventureiros garagistas, igual antigamente. Como isso não existe, precisamos nos adequar a realidade.

Até!

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