domingo, 2 de maio de 2021

IMPERFEIÇÕES

 

Foto: Getty Images

Chega um determinado momento onde, no topo da cadeia alimentar, estão aqueles que são considerados os "melhores". No alto rendimento e na competição, não há margem para o erro, o descuido ou a concentração porque basta um pisar em falso para que o espaço, conquistado diante de tanto suor e sacrifício, seja superado pelo leão mais jovem ou forte.

Na F1, onde um campeonato é disputado por dois pilotos, um erro ou uma tarde/noite pouco inspirada podem comprometer um projeto, por mais que agora tenham muitas corridas - 23. Os dois protagonistas, Hamilton e Verstappen, tiveram desempenhos parecidos: imperfeitos, porém com resultados diferentes.

Hamilton não largou bem e na relargada causada pelo Safety Car e o acidente de Kimi Raikkonen (onde claramente parece já estar sentindo a idade nos reflexos) foi presa fácil para Max. Caiu para terceiro e parecia em dificuldades. No entanto, encontrou o ritmo e, escalando degraus, deixou o holandês e Bottas para trás para vencer a segunda na temporada. Em entrevista após a corrida, o próprio reconheceu que esteve longe de ser um dia tão bom ou inspirado, mas o que valeu foram os 25 pontos e o aumento da vantagem no Mundial.

Verstappen foi o contrário: tirou Hamilton para nada na relargada mas depois sucumbiu no ritmo de corrida. Contou um problema de sensor e aquecimento de pneus na Mercedes de Bottas para conseguir o segundo lugar. No sábado e domingo, voltas anuladas custaram uma pole e um ponto extra de volta mais rápida. Detalhes assim podem fazer a diferença num campeonato que parece estar muito equilibrado, mesmo que os alemães ainda sigam levemente soberanos.

Bottas, o pole, mostra que está um degrau abaixo e é desperdício de vaga na Mercedes. Norris parece muito mais maduro e já constrange Ricciardo. Por falar em constrangimento, escrever sobre Sebastian Vettel é chover no molhado. Cansei. Na Ferrari, uma estratégia equivocada com o segundo piloto (sempre com o segundo!) custou uma corrida sem pontos para Carlos Sainz, que completou a primeira volta em primeiro.

Esteban Ocon se destaca na Alpine, enquanto Fernando Alonso fez uma corrida espetacular. Escrevi há tempos que o espanhol na Renault que trocou de nome seria igual a Jordan no Wizards: dane-se o desempenho, o que vale é a magia. E hoje ele teve ambos, o espanhol soberbo, para delírio daqueles que acompanhavam o grande prêmio.

Mick Schumacher é outra grande notícia. No pior carro do grid, pressionou Latifi, forçou o canadense a errar e fez uma ultrapassagem. Muito seguro, além de colocar um minuto no dono da equipe. 

O final de semana em Portimão permitiu que as imperfeições e desvios de rendimento nem sempre tem o mesmo peso e consequência para diferentes competidores. No entanto,a chance de recuperação é rápida: em Barcelona, no dia das mães, o quarto round dessa temporada que será tão cansativa para todos os envolvidos.

Confira a classificação final do GP de Portugal:


Até!

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