segunda-feira, 29 de maio de 2017

O FIM DOS TABUS

Foto: Reprodução
No sábado, Kimi Raikkonen quebrou uma sequência de quase uma década (!!!) sem largar na primeira posição. Hoje, Vettel interrompeu uma sequência de quatro vitórias consecutivas da Mercedes no Principado e venceu pela segunda vez em Monte Carlos, seis anos depois da então única vitória, pela Red Bull. A Ferrari não vencia em Mônaco desde 2001 e não fazia uma dobradinha desde 1999. Pessoas que nasceram nesse ano já são maiores de idade. Meu Deus.

Para Vettel, mais importante do que esses dados foi conseguir abrir uma grande vantagem para Hamilton, de 25 pontos (ou seja, mais de uma corrida). O inglês, que saiu na 14a posição por uma sequência de erros, problemas e azares, conseguiu chegar em sétimo e diminuir um pouco o prejuízo, contando com uma boa estratégia. Se na quinta parecia que as flechas de prata seriam competitivas no fim de semana, o sábado e o domingo dissiparam essas impressões. Bottas em nenhum momento sequer ameaçou as Ferrari. E pior: ficou fora do pódio. A última vez que uma cerimônia de pódio (bem sem graça por sinal; voltem com a tradição!) foi na Espanha, ano passado, quando Lewis e Nico se bateram.

Foto: Getty Images
Daniel Ricciardo mostrou que guia muito bem em Mônaco. Outra grande corrida. Com a menor distância entre as diferenças dos carros, a Red Bull imprimiu um bom ritmo e pressionou Mercedes e Red Bull. Talvez isso seja possível outra vez somente na Hungria e em Cingapura. Largando em quinto, conseguiu se valer de dois undercuts na estratégia de parar depois para superar Verstappen, que completou a corrida de Mônaco pela primeira vez na carreira e Bottas, chegando a pressionar Kimi pelo segundo lugar.

O "undercut" também decidiu a vitória. Vettel ficou cinco voltas de pista livre para acelerar, fazer voltas rápidas e voltar a frente do IceMan, que estava bastante insatisfeito após a corrida, visivelmente frustrado por ter nas mãos a possibilidade de voltar a vencer depois de um sábado maravilhoso. Muitos acusam a Ferrari de um certo jogo de equipe calculado para favorecer o alemão. Eu não acredito nisso mas não colocaria minha mão no fogo, até porque seria o correto, pensando-se no campeonato. A Mercedes não pode falar nada. O mesmo foi feito com Bottas no Bahrein, de forma clara.

Foto: F1Fanatic

Sainz repetiu o ótimo qualyfing e terminou em sexto, segurando a pressão de Hamilton. Junto com Pérez, parece ser o melhor e mais regular piloto do pelotão intermediário. Por falar no mexicano, hoje ele não foi bem. Danificou o assoalho durante a corrida, obrigando-o a fazer uma parada que o tirou do top 10. Quando começou a recuperar posições, fez uma manobra grosseira e bateu em Kvyat, novamente causando estragos ao seu carro e forçando o abandono do russo, que também vinha bem durante o fim de semana, assim como a Toro Rosso. Largando atrás, Ocon pouco pode fazer e, pela primeira vez no ano, a Force India saiu zerada, sem aproveitar as oportunidades oferecidas pela corrida. Acontece.

Essa série de problemas e abandonos possibilitou a Haas colocar os dois pilotos na zona de pontuação. Magnussen foi o oitavo e Grosjean o décimo. Na acirrada disputa da equipe estadunidense, vantagem para o dinamarquês por enquanto. O francês não está sendo o líder que muitos esperavam, cometendo alguns erros. Massa, sem carro para fazer muita coisa, escalou o pelotão através da desgraça dos outros, que viraram refresco para ele: nono lugar, coroando o fim de semana combativo. Stroll não conseguiu terminar a corrida. Recolheu para os boxes no final. Pode ter tido um problema ou se cansado de ficar em último para recolher. Desperdício de assunto para a Williams, que está colhendo o que planta.

Foto: Reprodução

Barbeiragens. O último ato de Button, até aqui, será uma tentativa descabível de ultrapassagem em cima da Sauber de Wehrlein. O alemão ainda parece estar envolto em toques e acidentes estranho. O carro virou e ficou de lado no muro. Ele teve que sair lateralmente do bólido e realizou exames médicos que não constataram lesões graves, apenas novas consultas para avaliação das costas e do pescoço, ainda lesionados pelo acidente ocorrido em janeiro. Seu parceiro de McLaren, Vandoorne, também cometeu outro erro bobo. O belga, no geral, fez um bom fim de semana. Chegou pela primeira vez ao Q3, mas acabou batendo no Q2. Largou mal, mas graças a estratégia estava na briga e fatalmente iria conquistar os primeiros pontos da equipe de Woking outra vez. De novo, outro erro: batida na Saint-Devote após ser ultrapassado por Pérez, logo na relargada.

O belga estreia em um ambiente pesado, com inúmeras pressões para conquistar qualquer resultado minimamente positivo e com um bicampeão do mundo como companheiro. São erros normais para um estreante nessas condições. Me parece injusto já tecer uma avaliação definitiva para Vandoorne. Ele tem muito potencial. Basta que as situações ao seu redor melhorem, pois certamente ao ficar mais experiente ele conseguirá dar conta do recado. Calma, pessoal.

Ericsson conseguiu bater durante o Safety Car. Desde o início ele reclamava de problemas nos freios e carro "inguiável". Do trio "ternura", apenas Palmer fez um papel digno e foi o 11°, quase pontuando. Que coisa.

Confira a classificação do Grande Prêmio de Mônaco. A próxima etapa será o Grande Prêmio do Canadá, nos dias 9, 10 e 11 de junho. Até!



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá, esse é o espaço em que você pode comentar, sugerir e criticar, desde que seja construtivo. O espaço é aberto, mas mensagens ofensivas para outros comentaristas ou para o autor não serão toleradas.