O Grande Prêmio de Miami aconteceu pela primeira vez na história em 2022, em um circuito de rua de 5,4 km. O contrato inicial com a categoria é de dez anos.
Foto: Wikipédia |
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Blog destinado para aqueles que gostam de automobilismo (principalmente F1), mas que não acompanham com tanta intensidade ou que não possuem muito entendimento do assunto. "Blog feito por um aprendiz para aprendizes."
O Grande Prêmio de Miami aconteceu pela primeira vez na história em 2022, em um circuito de rua de 5,4 km. O contrato inicial com a categoria é de dez anos.
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Foto: F1 |
O texto é até repetitivo, mas a F1 não tem novos assuntos ou
personagens para discussão. A temporada será longa e, consequentemente, a Red
Bull vai ter outro domínio. Tudo que a categoria não queria está acontecendo: o
tal do novo regulamento não surtiu efeito.
Aí, como tentativa de solução, a F1 está apelando para o
artificial: pistas de rua repetitivas, trocentas corridas no mesmo país e
corridas classificatórias que são um fiasco. Um falso espetáculo não se
sustenta, e me parece que muitas pessoas estão percebendo isso.
Parece tudo uma cortina de fumaça até esperar o novo
regulamento de motores em 2026 e a chegada de Audi, Ford e talvez Porsche e
Honda. Sem testes, talvez essas gigantes demorem um tempo para serem
competitivas, tal qual Renault e Honda quando retornaram a categoria.
O novo Pacto de Concórdia, a partir de 2024, ainda não foi
assinado pelos times. Isso também será um grande motivo de discussão e notícias
nos próximos tempos, até porque existe uma nítida rixa entre a Liberty, que
organiza os direitos da categoria, e a FIA. Quem ganha essa queda de braço? A
FIA quer novos times, as equipes querem proteger os investimentos. Mais
equipes, mais pilotos, mais oportunidades, menos dinheiro. Contas a pagar.
No fim das contas, como também sempre escrevo, a F1 sempre
foi e sempre será marcada por eras. A diferença é que antigamente, com os
testes liberados, os mais endinheirados podiam se recuperar mais rapidamente.
Agora, dependendo do nascimento do projeto no novo regulamento, é um processo
que leva muito tempo.
Enquanto isso, o desespero da artificialidade pelo
engajamento e manchetes fáceis, onde o clique que importa, nos leva a ter
coisas que são contra o verdadeiro espírito da F1. É bom que alguns bem
intencionados já estão caindo na real. O fiasco de Baku foi muito necessário.
Nesse desespero, só falta fazer o que todo mundo clama: grid
invertido, para priorizar o entretenimento fácil e vazio, ou então proibir a
Red Bull de ganhar, algo do tipo.
O desespero da artificialidade rende cliques vazios, mas
torna a F1 mais desinteressante de forma cada vez mais rápida durante as eras e
os domínios de uma equipe/piloto.
Até!
Foto: Byrn Lennon/F1 |
A imagem mais emblemática do final de semana foi, pasmem,
graças a uma inútil Sprint Race. Tudo porque, na disputa, George Russell tocou
em Verstappen. O holandês recuperou a posição e terminou em terceiro, mas teve
um buraco no carro causado pelo incidente, o que não passou batido.
Verstappen foi prontamente discutir com Russell ao vivo,
para o mundo todo, reclamando do incidente. Russell respondeu que os pneus
estavam frios, mas Max não aceitou conversa. Disse que da próxima vez vai
revidar e ainda chamou de otário. O dono do pedaço agindo como um valentão.
Não foi a primeira vez. Lembram dele empurrando Ocon em
Interlagos depois de perder a vitória? Tudo bem, ali ele tinha razão, mas me
chamou a atenção a passividade de Russell no negócio. Ao optar por dar de
ombros e mostrar Max como um desequilibrado, a impressão que passa é justamente
o contrário: parece que ninguém ali consegue peitá-lo.
Estamos na era Max Verstappen e não existe um antagonista
definido para o holandês, fruto da discrepância dos carros no estágio atual.
Leclerc e Russell são os naturais candidatos, talvez Norris se tiver um carro
bom. Hamilton, hoje é o grande rival, mas o Sir está próximo de se aposentar,
não é algo para o longo prazo.
Verstappen reclamar de incidentes ríspidos com os outros não
faz sentido porque esse é (ou foi) o modus operandi do holandês até ser
campeão: inconsequente, onde muitos acidentes não aconteceram porque os outros
recolheram. Hamilton, disputando o título em 2021, cansou dessa política de boa
vizinhança e mostrou que sabe fazer a mesma coisa. Não faz sentido. Verstappen
reclamando que os outros foram “Verstappen” com ele.
Falta isso para a F1: alguém que peite Max. Ele está muito
confortável. Na Red Bull isso jamais vai acontecer, mas se os próprios rivais
forem tão passivos, aí fica complicado. A F1 precisa de uma rivalidade,
disputa, alguém que se apresente a ser o antagonista do atual bicampeão, futuro
tri. Do contrário, narrativas não se constroem, se perdem e o produto fica desinteressante,
além de ser uma grande oportunidade de um piloto mostrar personalidade para os
fãs.
Senna foi cobrar o jovem Schumacher e deu um soco em Eddie
Irvine. Quem não lembra da discussão em Nurburgring onde Massa, em italiano,
xingava Alonso, o bicampeão e o “cara” do momento, que retrucava em espanhol?
Para Fernando, surgiram Hamilton e Vettel. Para Max, por enquanto, não há
ninguém.
A F1 precisa, entre tantas coisas, urgentemente de uma
rivalidade.
Até!
Foto: Mark Thompson/Getty Images |
O título é tão criativo quanto a corrida. Não houve caos. Só De Vries que bateu no início da corrida e causou um Safety Car que mudou a trajetória da corrida.
Era esperado que a Ferrari não fosse páreo para a Red Bull. A pole de Leclerc por si só já era um sinal de que as coisas melhoraram, ou ao menos encaixaram em Baku. Presa fácil para a Red Bull, tudo se encaminhava para um 1-2 de Verstappen e Pérez.
Como escrevi, o Safety Car foi no timing da parada de Max e o mexicano teve sorte. Aproveitou a situação para ser líder. Max teria que passar Leclerc novamente e ficou assim até o final. Um campeonato de um time só, não faz sentido ter jogo de equipe, embora a tensão sempre vá existir.
Assim, Sérgio Pérez vence pela segunda vez no Azerbaijão, a quinta em corridas de rua. Não é candidato a título, é claro, mas tem aproveitado as oportunidades diante de uma equipe tão superior as demais, o que permite a Pérez brigar com mais frequência pelas vitórias. É raro Verstappen ter azar ou problemas, mas esse final de semana foi atribulado. Escreverei mais sobre durante a semana, especificamente.
Leclerc consegue o primeiro pódio da Ferrari no ano, o que pode ser um sinal de recuperação. Alonso manteve-se entre os 4 e a Aston Martin continua no bolo. A Mercedes, tímida, não teve o resultado que esperava, principalmente pelo que Toto Wolff alardeou no último mês. Hamilton em sexto e Russell em oitavo. Não são grandes notícias.
Quem realizou bom trabalho foi Lando Norris e Yuki Tsunoda, que conseguiram pontos importantes para suas equipes, principalmente considerando a situação da Alpha Tauri, que terá um novo chefe de equipe ano que vem com a já anunciada aposentadoria de Franz Tost. Parece um time jogado as traças, assim como a Alfa Romeo, futura Sauber e futura futura Audi, que apenas espera o momento da transição para agir de fato.
O campeonato mais longo da história vai ter o domínio de uma equipe só, de novo. Com certeza isso não é legal para a imagem do esporte, mas sabemos que a F1 é feita de dinastias. O problema é que agora elas parecem cada vez maiores, seja nas temporadas, seja no extenso e insuportável calendário.
Confira a classsificação final do GP do Azerbaijão:
Até!
Foto: Giuseppe Cacace/AFP |
A F1 estreou um formato nessa sexta-feira, em Baku. Em finais de semana com Sprint Race, a classificação que define o grid de domingo é realizado na sexta. No sábado, uma classificação para definir a largada da Sprint Race. Ou seja, o sábado não vale nada. Mais uma ideia horrível na F1, mas vou escrever sobre o que interessa.
Baku tem um ritmo próprio. Treino e corrida duram mais e o limite do evento é explorado pelo simples motivo que sempre vai ter bandeira vermelha. Se você levar em consideração que os pilotos tiveram apenas um treino para se ambientar ao traiçoeiro circuito de rua, até que não houve tantos incidentes. Um deles foi do novato Nyck De Vries e outro foi Gasly danificando a suspensão dianteira direita ao raspar o muro.
Esse mês sem corrida, aparentemente, pode nos confirmar através do treino que Ferrari e McLaren andaram algumas coisas. Os italianos, ao menos em volta rápida, avançaram tanto que Charles Leclerc conquistou a primeira pole do ano. Surpresa, surpresa. Não pelo monegasco, que sempre é muito rápido e até em 2020 conseguiu largar na primeira fila com uma Ferrari péssima, mas a questão é saber se a Ferrari tem ritmo para se sustentar no pódio domingo. Para a corrida, a Red Bull é notória favorita.
Com as primeiras filas tomadas por Ferrari e Red Bull, Hamilton e Alonso ficaram na terceira. Russell ficou pelo Q2. Tsunoda também surpreendeu, enquanto Piastri e Norris chegaram no Q3. Pode ser o começo da recuperação do time de Woking ou apenas o encaixe no tipo de pista. Saberemos no futuro.
A Alpine segue irregular e até mesmo uma decepção, enquanto o resto continuou no mesmo patamar. Baku é uma pista de difícil projeção. Muitas bandeiras vermelhas e acidentes mudam as estratégias e sempre embaralham o grid. Certamente haverá caos no domingo e até mesmo amanhã. Um acidente mais forte na tal da Sprint Race compromete o domingo. Os favoritos precisam tomar cuidado. É um alto risco para nenhuma recompensa.
Leclerc faz a terceira pole seguida em Baku. Aproveitamento impressionante. Por si só, isso já torna o domingo de manhã (bota cedo nisso) bem interessante. Juntando com as ruas da capital do Azerbaijão, então, tudo promete ser longo, tenso e emocionante.
Confira o grid de largada do GP do Azerbaijão:
Até!
O circuito de rua de Baku, capital do Azerbaijão, recebe a F1 desde 2016. Nesse ano, foi com a alcunha de GP da Europa. Desde 2017 que o autódromo recebe o Grande Prêmio do Azerbaijão. O circuito retorna ao calendário depois de estar ausente em 2020 em virtude do coronavírus.
Um circuito urbano tão estreito como o de Mônaco, com retas tão rápidas como em Montreal, no Canadá, e com quase tantas curvas quanto o de Singapura.
O traçado é de autoria do arquiteto Hermann Tilke, responsável pelos desenhos de diversas pistas do calendário. A prova passará por diversos pontos turísticos, mostrando a mescla entre a arquitetura medieval e os modernos arranha-céus da cidade.
O traçado tem 6km, apenas menor que uma volta ao circuito de Spa-Francorchamps. A pista terá 20 curvas, perdendo apenas para Singapura, com 23, e Abu Dhabi, com 21.
Mas a grande característica do circuito é sua largura. Ainda que o regulamento exija que as pistas devem ter no mínimo 12m de largura, em Baku isso será consideravelmente menor, com o máximo de 13m e, em determinados pontos apenas 7,6m. Os carros atualmente têm 1,8m de largura.
A partida e chegada terá lugar na praça Azadliq, um dos principais pontos turísticos de Baku. A velocidade máxima deverá rondar os 340 km/h no final da enorme reta do circuito.
Foto: Wikipédia |
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Charles Leclerc - 1:43.009 (Ferrari, 2019)
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:40.495 (Mercedes, 2019)
Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)
Maior vencedor: Daniel Ricciardo, Lewis Hamilton, Valtteri Bottas, Sérgio Pérez e Max Verstappen - 1x (2017), (2018), (2019), (2021) e (2022)
CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 69 pontos
2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 54 pontos
3 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 45 pontos
4 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 38 pontos
5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 20 pontos
6 - Lance Stroll (Aston Martin) - 20 pontos
7 - George Russell (Mercedes) - 18 pontos
8 - Lando Norris (McLaren) - 8 pontos
9 - Nico Hulkenberg (Haas) - 6 pontos
10- Charles Leclerc (Ferrari) - 6 pontos
11- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 4 pontos
12- Esteban Ocon (Alpine) - 4 pontos
13- Oscar Piastri (McLaren) - 4 pontos
14- Pierre Gasly (Alpine) - 4 pontos
15- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 2 pontos
16- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 1 pontos
17- Kevin Magnussen (Haas) - 1 ponto
18- Alexander Albon (Williams) - 1 ponto
CONSTRUTORES:
1 - Red Bull RBPT - 123 pontos
2 - Aston Martin Mercedes - 65 pontos
3 - Mercedes - 56 pontos
4 - Ferrari - 26 pontos
5 - McLaren Mercedes - 12 pontos
6 - Alpine Renault - 8 pontos
7 - Haas Ferrari - 7 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 6 pontos
9 - Alpha Tauri RBPT - 1 ponto
10- Williams Mercedes - 1 ponto
A CULPA É DAS CORRIDAS HISTÓRICAS
Foto: Getty Images |
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Uma pausa incomum na F1. Graças ao cancelamento do GP da
China, tivemos um mês sem corridas e poucas notícias. Férias de outono lá na
Europa, a primeira antes da chegada do verão.
Só três corridas e faltam vinte. Parece que aconteceu muita
coisa e ainda vai acontecer tanto... “Como estamos?”, perguntaria o poeta.
A sensação de que mal começou e já acabou é óbvia: a Red
Bull não tem adversários. O trunfo pode ser, todavia, justamente a temporada
longa e a punição sofrida por exceder o teto orçamentário. Vai que os taurinos
não consigam ter tanta margem para crescimento e uma Mercedes da vida vai
ganhando espaço? Pode ser que não tenha campeonato, mas alguma disputa já é
algo, não? Sendo otimista...
Ferrari já afirma que não pensa nas três que estão acima.
Está na própria rotação de incerteza. É um colibri. Faz força, move mundos e
fundos, e no fim permanece no mesmo lugar.
A Aston Martin é a grande atração do ano. Doutor Lawrence
quer mais: legal, três pódios com a Fênix, mas eu quero saber de vitória. De
preferência do filho, claro. Dinheiro existe e margem para desenvolvimento
também. Mesmo assim, a curiosidade é saber se Alonso e cia já possuem
musculatura para competir a longo prazo com as flechas de prata ou até mesmo a
Ferrari.
Do meio pra trás, há um equilíbrio por baixo. A tabela de
pontos prova isso. Só os novatos Logan Sargeant e Nyck De Vries que ainda estão
zerados. É briga de coice no escuro. A McLaren enfrenta sérios problemas no
nascimento do carro e vai depender do talento de Lando Norris e do crescimento
de Oscar Piastri. A Haas vai precisar do oportunismo de seus pilotos, cujos
astros estão diferentemente alinhados.
A Alpha Tauri é um drama maior. Uma equipe já jogada as
traças e cobaia da prima rica. Tsunoda está até mais regular, mas ele ser o
líder do time a essa altura do campeonato já diz tudo.
A Alpine é um capítulo a parte. Esqueci deles, por um
instante. Eles também estão numa categoria particular de quarta a quinta força.
Tem dois bons pilotos e é questão de tempo para isso se traduzir nos resultados
de pista. É só parar de ter problemas e Ocon e Gasly não se destruírem. Ok,
duas coisas que não se resolvem somente como se fosse “só”.
A Alfa Romeo também já é outra em processo de sauberização e
Audização. O futuro é o que importa. Que presente? É a motivação do grande
salto que Bottas busca na última rotação da carreira, enquanto o chinês viável
Zhou luta para continuar no circo, embora também esteja em franca evolução.
Enfim, um texto tipo guia porque a pausa forçada da F1
realmente causou um sentimento de recomeço, embora já tenhamos três corridas.
Faltam só vinte. A caminhada é longa e, embora já saibamos o que vem por aí, a
ansiedade pela ausência de algumas polêmicas e voltas rápidas são o suficiente para
tornar tudo mais interessante do que realmente é. Saudade e carência definem.
Até!