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segunda-feira, 6 de novembro de 2017

O SEGUNDO ADEUS

Foto: Globoesporte.com
Não era novidade. Pelo contrário. É oficial: Felipe Massa irá se aposentar pela segunda vez da F1 no final da atual temporada. O brasileiro se antecipou a Williams e, através de suas redes sociais, fez o derradeiro anúncio.

A situação já era esperada, diante do interesse da equipe de Grove em fazer uma espécie de vestibular pela vaga com Robert Kubica, Paul di Resta, Pascal Wehrlein e agora até Daniil Kvyat como um dos postulantes, com os 15 milhões de euros que possuem de seus apoiadores russos.

Sobre a despedida de Massa e outras sensações pessoais, já escrevi nesse espaço no ano passado. Elas continuam atuais. O que dá para acrescentar nesse post é que vai pegar mal para Massa perder de Lance Stroll. Ademais, creio que no futuro apenas fãs hardcores como nós é que lembrarão desses detalhes. Pode ser até que a sua despedida verdadeira tenha sido em 2016. Talvez fosse melhor para a imagem do brasileiro afirmar desde o início do ano que essa seria a sua temporada derradeira, que retornou como um "favor" para Williams e nada mais. Ao menos não daria a impressão de estar sendo chutado e substituído como está sendo hoje. Repito: nada muda a sua brilhante história na F1. E, além do mais, não são poucos que têm uma segunda despedida da F1. Ele iguala seu mentor, Michael Schumacher, no mesmo palco. Lembro de Niki Lauda também, o resto precisaria pesquisar.

E quem será o substituto do brasileiro? Torcendo para que seja Pascal Wehrlein. Ele é, de longe, o melhor piloto disponível para a Williams no momento. Kubica com um braço é uma aposta arriscada. Di Resta e Kvyat nem considero, é um absurdo que ambos sejam realmente candidatos a substituto de Massa.

Ademais, você pode conferir (ou reler) outros textos relacionados a Massa que fiz no ano passado e o fim de uma era, pessoalmente falando:

O PRIMEIRO ANÚNCIO DE APOSENTADORIA DE MASSA

RITO DE PASSAGEM - PARTE 1 (aqui, em uma visão pessimista, achei que Raikkonen e Alonso iriam se aposentar no final desse ano; errei, mas a ideia segue a mesma)

RITO DE PASSAGEM - PARTE 2 (A então provável e depois confirmada saída de Bernie Ecclestone do comando da F1)


Até!

terça-feira, 3 de outubro de 2017

O QUE SOBROU DA WILLIAMS

Foto: Motorsport
Desde o início da temporada o foco da Williams está em 2018, ano do novo regulamento e a primeira temporada onde Paddy Lowe e seu staff irão trabalhar no carro do time de Grove. Com o know-how de ter sido campeão na Mercedes, é um bom indicativo para a equipe inglesa possa evoluir na aerodinâmica e não só depender do potente motor Mercedes, que deu resultado efetivo apenas em 2014. Com desconto para o uso do motor alemão, uma nova equipe para construir um novo carro para um novo regulamento para o ano que vem, as coisas parecem promissoras, não?

Bem... só falta o principal: pilotos. Sim, no plural. Esqueça: Stroll permanecerá na Williams até quando Sr. Lawrence cansar de queimar dinheiro. Ou seja, resta uma vaga, a mais importante disponível na F1 para o ano que vem, diante do fato que Ferrari, Red Bull, Mercedes, Renault, Force India e McLaren estão com seus cockpits definidos.

Felipe Massa está com sua posição ameaçada e corre sério risco de ser aposentado outra vez, agora sem direito a um retorno triunfal surpreendente. A questão é que o brasileiro vem perdendo rendimento nas últimas corridas e está próximo da façanha de ser ultrapassado pelo estreante rico no campeonato. O experiente brasileiro permaneceu na Williams para ser uma espécie de "tutor" de Stroll. Agora, a partir do momento em que Lance começa a superá-lo nos pontos, Massa já teria concluído sua missão nesse retorno à categoria e poderia ser descartado. Afinal, Stroll teria em seu currículo logo no primeiro ano de F1 superado um vice-campeão mundial. Nada mal, se não fosse por acasos e ordens de equipe como a realizada na última corrida, na Malásia.

Foto: LAT Images
Bom, e se Massa sair (o que acho provável), quem seria o seu substituto? Vamos com os candidatos: Paul di Resta. Sim, ele mesmo. O escocês ressuscitou na categoria ao substituir o brasileiro na Hungria. Não pode fazer muita coisa porque estava fora da F1 há quatro anos e entrou numa fria, num cockpit pequeno (ele é maior que Massa) e sem nunca ter andado com as novas unidades híbridas da F1. Bem, parece que ele impressionou o time de Grove e seria uma indicação de Sr. Lawrence. Nessas condições, seria mais um adversário fácil para Stroll vencer sem mais incomodações em seu segundo ano na F1. Se Di Resta quando mais jovem não empolgou durante os anos em que esteve na Force India, seria muito improvável conseguir fazer algo a essa altura da carreira, convenhamos.

Possível parceiro de Stroll para 2018. Foto: F1
Candidato dois: Robert Kubica. Depois de flertar com a Renault e ver Sainz pegar sua suposta vaga, as notícias envolvendo o polonês diminuíram justamente depois de seu teste coletivo pela equipe francesa na Hungria, em agosto. A informação de bastidores é que Kubica continua veloz, mas com stints inconsistentes para se manter competitivo na F1. Realmente, dirigir praticamente com uma mão só deve ser muito difícil, ainda mais afastado da categoria desde 2010. Dizem que Sr. Lawrence não deseja Kubica na equipe por dois motivos. 1) O polonês é naturalmente talentoso e 2) Mesmo bem longe de suas melhores condições físicas seria capaz de vencer Stroll, o que pegaria mal para o canadense. Como já escrevi antes, o retorno de Kubica seria fantástico para a F1, a questão é que sua real condição nesse momento é uma grande incógnita e ninguém parece, a princípio, disposto a embarcar nessa aposta.

Imagine um macacão da Williams aí? É possível. Foto: LAT Images
E a alternativa três surgiu de forma concreta nesse fim de semana. Toto Wolff, chefão da Mercedes, disse que Pascal Wehrlein é um dos candidatos a vaga da Williams. Ora, a equipe inglesa usa o motor alemão com um desconto... teria Toto, ex-sócio de Grove, poder de indicação? Ele diz que não. Também acho improvável, ainda mais com papai Stroll no comando... Outra situação que é um empecilho para a vida do jovem piloto alemão é o fato de a Martini, principal patrocinadora da Williams, exigir que um de seus pilotos tenha mais de 25 anos para que possa participar das campanhas de publicidade da empresa. Stroll tem 18 e Wehrlein 22. Ou seja, seria inviável. Entretanto, se o piloto reserva cumprisse esses requisitos, não haveria mais nenhum problema. Wehrlein vive situação parecida na Sauber. Prestes a ser substituído por Charles Leclerc, o talentoso alemão não teria condições de mandar Ericsson embora, o que seria o natural, pelo fato da Tetrapak mandar na Sauber e ser um dos patrocinadores do piloto.

Depois de pontuar com as duas piores equipes do grid, Pascal pode ganhar a grande chance da carreira. Foto: F1 Fanatic
Resumindo: é muito triste ver que a Williams, uma das três equipes mais tradicionais da F1 e que dominou os anos 1990, esteja nas mãos de um milionário canadense e se transformado em um playground de rico. Certamente Frank se arrepende de ter dispensado tantos grandes pilotos anteriormente como Hill, Mansell e Villeneuve pelo fato de que importava apenas o título de construtores para ter nos últimos anos pilotos como Maldonado e Nakajima. Desde a saída da BMW que os ingleses viraram coadjuvantes, apenas voltando a ter um leve brilhareco agora.

Se a equipe tem um bom material humano de engenheiros e saúde financeira para fazer um bom carro para 2018, certamente faltará pilotos capazes de extrair esse potencial, independente da escolha que será feita e que não fugirá desses nomes. O melhor seria dar uma chance para Wehrlein pelo trabalho do alemão nos dois últimos anos. Entretanto, Wehrlein e Stroll não é uma dupla compatível com a história da Williams. Minha segunda opção seria manter Felipe Massa porque Robert Kubica é uma incógnita e não existiria nenhum sentido o retorno de Paul di Resta para a categoria, mesmo que seja para levantar o hype de Stroll, isso seria muito feio.

Ou seja, o destino da icônica Williams está nas mãos e no dinheiro de Sr. Lawrence, que irá escolher ou um piloto aposentado, uma incógnita de um braço só ou uma jovem promessa. Independente da decisão, os ingleses sairão perdendo e Stroll será beneficiado. E o pai Lawrence está errado em querer o melhor para o filho? Claro que não, ainda mais que isso envolve muito dinheiro...

Qual a sua opinião?

Até mais!

sábado, 29 de julho de 2017

SUSTOS E REAÇÕES

Foto: GP Update
Fala, galera... Voltando a escrever no sábado, como nos tempos antigos. Dessa vez foi por necessidade, mas também pela importância dos acontecimentos. Vamos lá:

Pole número 48 para Vettel. A Ferrari escondeu o leite até o final para dominar com P1 e P2. Teoricamente, uma pista travada favorece mais a Ferrari. Depois de Hungaroring, em tese, sobrará apenas Suzuka, Cingapura e Malásia para os italianos se sobressaírem. A Red Bull não confirmou as expectativas, com Verstappen e Ricciardo na habitual terceira fila. Aliás, o holandês meteu meio segundo no australiano.

Na segunda fila fica a Mercedes, com ritmo preocupante. Hamilton, maior vencedor do circuito, ainda não se achou no final de semana. Foi superado por Bottas. No total, 6 x 5 para o poleman no ano. Até que o finlandês está equilibrando as coisas. O tricampeão irá largar uma posição a frente de Verstappen, que promete vir agressivo e despreocupado como sempre. Bottas terá a missão de passar Raikkonen na largada e tentar imprimir pressão em Vettel. Do contrário, será um passeio ferrarista amanhã.

Foto: Getty Images
O susto: a ausência confirmada de Felipe Massa. Realmente ele e a Hungria não combinam, muito pelo contrário. Depois do segundo treino livre, ele passou mal, com tontura, dor de cabeça, nos ouvidos e a temperatura corporal acima do normal. Foi para o hospital, fez um check-up e foi liberado. Durante o terceiro treino livre, a sensação estranha continuou e Massa, em conjunto com a equipe, optou por não disputar o grande prêmio.

A bomba ficou para Paul di Resta. Sem pilotar um F1 desde 2013, teve que entrar no FW38 ajustado para Massa. Mal cabendo no cockpit e com dificuldades para sair sozinho do carro, Paul não tinha muito o que fazer. Mesmo inativo todo esse tempo, irá largar em penúltimo. Diante dessas questões, me parece improvável que complete a prova, mas a culpa não é dele. É o que dá para fazer. Que Massa tenha uma boa recuperação e retorne mais forte para a metade final da temporada.

Foto: Getty Images
Outros destaques do treino: McLaren mostrando que o chassi é bom, mas o que falta é motor, assim como a Renault. Force India sofre do mesmo problema que a Williams: a ausência de pressão aerodinâmica.

Kvyat ganhou mais um ponto na carteira e chegou a 10, além de perder três posições por ter atrapalhado a volta rápida de Stroll. Mais dois e fica suspenso. Triste fim do russo na F1.

Confira o grid de largada (Hulkenberg trocou o câmbio e perde cinco posições) do Grande Prêmio da Hungria:


Até!