quarta-feira, 24 de agosto de 2022

O TRAMPOLIM

 

Foto: McLaren

O que era óbvio foi devidamente confirmado na semana que a F1 retorna. Daniel Ricciardo está oficialmente fora da McLaren. Em comum acordo, a equipe e o australiano concordaram em encerrar o vínculo no final da temporada. Em compensação ao fim de contrato, Ricciardo ainda vai receber 10 milhões de euros (R$ 50 milhões) pelo acordo.

Que o desempenho de Ricciardo era ruim e não se justificava a manutenção dele no time pelo desempenho direto contra Norris e o salário que recebe (um dos maiores da F1), numa equipe que vive dificuldades financeiras, todo mundo sabia. No entanto, o que ficou evidente desde o caso Piastri é que o time de Woking precisaria se livrar de Ricciardo e isso não seria barato.

Ou seja: a McLaren está pagando para o australiano ir embora. O que isso significa, também, é que há o entendimento de que Piastri está encaminhado. Há alguma segurança jurídica para isso. Do contrário, certamente a equipe não tomaria essa atitude. Imagina ficar sem dois pilotos, igual a Alpine?

Bom, a pergunta que começou a ser respondida nas últimas semanas é: e o futuro de Ricciardo? Obviamente, a única vaga compatível com o que ele ganha e almeja na carreira é um retorno para a Alpine. Ou é isso ou reduzir drasticamente os vencimentos para andar no fim do grid, como a Haas, outra equipe que foi surpreendentemente ventilada pela imprensa européia.

Outra alternativa é ir para o automobilismo americano. Todavia, diante da idade do australiano, isso poderia resultar no fechamento de portas definitivo na F1.

Com a iminente saída, Ricciardo deu várias entrevistas interessantes, inclusive hoje, quando anunciou a saída da McLaren. Desde falar que o amor e o fogo pela categoria não diminuíram até mesmo a se comparar com o caso de Pérez, demitido da própria McLaren em 2013 e da Racing Point em 2020 e que mesmo assim deu duas voltas por cima para continuar na F1 e ter o destaque merecido, mesmo que tardio.

Mesmo com a vitória em Monza que significou o fim do jejum da McLaren, Ricciardo sempre esteve muito abaixo das capacidades, principalmente neste ano. Ao sair da Red Bull por entender que toda a estrutura estava voltada para Max Verstappen, o australiano fez duas tentativas: a Renault, onde optou por encerrar precocemente a parceria e a McLaren, onde fracassou e viu a ascensão de Lando Norris.

O que resta para Ricciardo é a Alpine, não tem jeito. Não é o que ambos querem, mas é o que ambos têm a disposição. 

A McLaren era o trampolim de Ric, mas o próprio australiano serviu de trampolim para o compatriota: Oscar Piastri.

Até!

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