sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

GRIDS, KIDS E KITS

Foto: MotorSport
É, eu deveria ter feito esse post antes, mas não consegui, apenas agora. Vou tentar ser sucinto.

Primeira parte: Grids

A Liberty está tentando agradar um público que, em sua grande maioria, não assiste F1. É a única justificativa para o fim das grid girls. É evidente que para a esmagadora maioria dos espectadores a presença delas ali não faz diferença nenhuma, até porque muitos (aka eu) ligam a TV e os carros já estão na volta de aquecimento. Isso se restringe aos presentes nos autódromos.

As grid girls ficaram indignadas, é claro. A presença em um evento de porte mundial como uma corrida de F1 pode avalancar carreiras, além de ser um bom pagamento, onde em muitos casos é a fonte de renda para essas garotas custearem seus estudos. Se elas estão lá é porque querem. A Liberty, ao tomar essa medida, tenta impor o que é ou não aceito no mundo do automobilismo e mexe mais uma vez em uma atração do automobilismo.

Não é a coisa mais relevante, mas o acúmulo delas preocupam: novo logo sem ninguém pedir, a polêmica das grid girls e, o pior de tudo, o halo. Isso sim é de matar. Pra ser sincero, esse apetrecho ridículo, aliado a improvável perspectiva de que as forças mudem essa temporada, me fazem estar muito pouco empolgado para o que virá, muito em breve, por aí.

Isso nos leva a próxima atitude cínica da Liberty Media.

Segunda parte: Kids

Foto: CNET

A decisão foi tomada em virtude da repercussão das grid girls, isso é claro. Se pensarmos pelo mesmo raciocínio politicamente correto, posso escrever que essas crianças ficarão expostas o dia todo ao calor, em um ambiente que possui bebidas alcoólicas como patrocinadores e que isso pode influenciá-los a beber no futuro. Ridículo, né?

Segundo trecho publicado pelo Globo Esporte, "As crianças que acompanharão os pilotos serão escolhidas pelas federações locais, por mérito ou sorteio, com a ajuda dos promotores da prova, e precisarão já estarem competindo em karts ou categorias de monopostos. A ideia, dentro do possível, deve ser aplicada nas categorias de base, como a F2 e GP3. Os familiares receberão ingressos para acompanhar a corrida no domingo, com direito a entrada no paddock."

Ou seja: pelo que eu pude entender, as crianças escolhidas já estarão em contato com o mundo do automobilismo, pois estarão competindo. Ou seja, já são crianças que naturalmente gostam do esporte, independente de estar do lado do ídolo ou não. Outra: qual será o critério para que as crianças sejam escolhidas?  Como que a Liberty vai conseguir atrair os jovens com tais medidas, halo, DRS, corridas com disputas falsas, dominância de uma só equipe, etc?

Eles que se virem. Por essas e outras que estou mais empolgado com a Indy.

Terceira parte: Kits

Foto: Blank/Indycar
O novo kit universal da Dallara é baseado no IR-12, introduzido na categoria em 2012. O carro é mais leve que o dos últimos anos, com um total de 66% da pressão aerodinâmica sendo gerada na parte inferior do veículo - um aumento de 19%.

Com isso, espera-se que a turbulência diminua, o que pode facilitar aos pilotos na hora de acompanhar os rivais de perto para realizar as ultrapassagens. E o mais importante: não tem Halo!

Bom, tudo isso para escrever que, de forma até surpreendente, Pietro Fittipaldi assinou com a Dale Coyne para correr 7 das 17 etapas da Indy nesse ano. O campeonato começa dia 11 de março, no circuito de rua de St. Petersburg, na Flórida. A estreia de Pietro será no dia 7 de abril, no oval de Phoenix. Depois, o brasileiro participará das duas provas em Indianápolis, no circuito misto (12 de maio) e no oval da Indy 500 (29 de maio). Revezando o cockpit com o canadense Zachary Claman DeMelo, Pietro ainda disputará as provas do Texas (oval, dia 9/6), Mid Ohio (misto, 29/7), Portland (misto, dia 2/9) e a grande final da temporada no misto de Sonoma, em 16 de setembro.

Na semana passada, Pietro fez alguns testes em um carro da Indy Lights. Dias depois, recebeu o convite de Dale Coyne para fazer outro teste, agora com a Indy. Assim ele foi escolhido para ser um dos companheiros de equipe de Sebastièn Bourdais.

Teremos quatro brasileiros na Indy nessa temporada: Leist e Kanaan na temporada completa e companheiros de A.J. Foyt, enquanto Pietro irá disputar sete etapas e Hélio Castroneves apenas a Indy 500 pela Penske.

Foto: Divulgação
O discurso de Pietro é de que ele segue sonhando com a Fórmula 1. Entretanto, ir para a Indy não é um bom indício, até porque a F1 geralmente não liga para o que acontece fora do circuito europeu. Se fosse, Scott Dixon poderia ter sido piloto da categoria algum dia. Pietro diz que negocia com algumas equipes da F1 para ser piloto reserva ou algo do gênero. Entretanto, a decisão mais acertada seria ter migrado para F2, onde de fato estaria mais próximo da F1. O sobrenome também pesa. Vale ressaltar que Pietro foi campeão regional da Nascar aos 15 anos e migrou para os monopostos. Já possui experiência em ovais e pode se dar bem nas sete experiências que terá na Indy, mas seguirá distante da F1, por mais que o sobrenome ajude.

De resto, bom carnaval para vocês. Se cuidem. Até!

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