terça-feira, 5 de outubro de 2021

POR TRÁS DO CATAR

 

Foto: Fórmula 1

A notícia da semana passada confirmou que a F1 vai para o Catar no dia 21 de novembro e, a partir de 2023, assina um contrato de dez anos com a categoria. Finalmente o país entra na F1, depois de anos de experiência na Moto GP. Mas por quê, o que isso significa além de mais um país do Oriente Médio no calendário injetando grana para a F1?

Depois da Copa, o GP do Catar vai ser o grande evento esportivo do país, por isso a entrada definitiva somente em 2023. Neste final de ano, surgiu a oportunidade, como um teste. É importante frisar que o circuito de Losail é adaptado para as motos, então não duvido que tenha alguma obra depois da corrida desse ano.

No entanto, o que deve ser destacado é o seguinte: desde julho a F1 negocia com Audi e Porsche, que são do grupo Volkswagen, para que as montadoras forneçam motores para a F1 a partir de 2026. A negociação é conduzida por Stefano Domenicali, presidente da F1 que já administrou outra empresa do grupo Volks, a Lamborghini. Há uma boa relação aí.

Uma das novidades seria a retirada do MGU-H, componente da unidade de potência que converte gases de escape quentes em energia elétrica, sendo uma peça de alto custo. A ideia é manter os motores V6 com combustíveis totalmente sustentáveis, buscando também reduzir os custos, já que seria inviável alcançar a neutralidade do consumo de carbono com o conceito atual de unidade de potência.

O que precisa ser definido é o teto orçamentário. Audi e Porsche, novatas, querem o mais alto possível, enquanto a Mercedes é contra porque fabrica as próprias peças, sem precisar pagar. A Red Bull vai herdar o material da Honda e isso é um assunto que vai ser debatido. Tudo pode acontecer. Motores verdes e com tecnologias limpas são tudo que o grupo Volkswagen precisa pra limpar a imagem do escândalo do dieselgate dos últimos anos.

Tá, mas o que a Audi, Porsche, Volkswagen e motores têm a ver com a entrada do Catar na categoria? Pois bem, o fundo soberano do país é o terceiro com mais ações no Grupo Volkswagen e tem direito a 17% dos votos no conselho. 

Um acordo com o país para sediar corridas na próxima década é um bom indício de que a F1 está próxima de finalmente realizar o sonho de ter mais montadoras, principalmente Audi e Porsche, na categoria.

Até!


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