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Com a folga de um mês da Fórmula 1, o foco das notícias
passa a ser sobre o mercado de pilotos para a próxima temporada. Excetuando as
três grandes (Ricciardo tem tudo para renovar com a Red Bull), o restante do
grid não tem contrato definido para 2019. Vamos dar uma passadinha em cada caso
para tentar destrinchar o que vai acontecer no ano que vem.
Começamos pela situação mais complexa e dramática. Na última
sexta-feira, a Mercedes e Sérgio Pérez ingressaram na justiça contra a equipe,
que deve cerca de R$ 50 milhões para eles. A Force India decretou falência e está sendo administrada pelo
Ministério Público inglês enquanto aguarda compradores. Segundo a imprensa
europeia, além de Lawrence Stroll, os donos da BWT (empresa que patrocina o
time) e a própria Mercedes estariam interessados na compra do espólio.
No entanto, esse no momento não parece ser o principal drama
dos indianos. Para continuar no grid nessa temporada, a Force India precisa da
aprovação de todas as equipes e, segundo a “Auto Motor und Sport”, McLaren,
Williams e Renault são contrárias a isso. As duas primeiras pensam no
campeonato e a Renault deseja quebrar o domínio político de Ferrari e Mercedes.
Caso isso continue, é possível que a equipe só volte no ano que vem, sob nova
direção. Enquanto isso, caso Stroll seja acionista, é provável que o filhote vá
para lá. Pérez, que está se mexendo para salvar o time, deve permanecer também.
Pérez e Vijay: inevitável cisão para tentar salvar a equipe. Foto: Reprodução |
Até porque tanto Toto Wolff quanto Cyril Abiteboul confirmam
que estão negociando a ida de Esteban Ocon para a equipe francesa no ano que
vem. A instabilidade da Force India é um bom motivo para trocar de ares. Vale
lembrar que Ocon já foi piloto reserva da Renault em 2016. Nico Hulkenberg
segue na equipe. Pode sobrar para Carlos Sainz Jr.
Com a renovação de Ricciardo praticamente encaminhada com a
Red Bull, o espanhol vai seguir sem espaço nos taurinos. Caso Ocon vá de fato
para a Renault, qual seria o destino de Sainz? Bom, muitos apontam que ele pode
ser o companheiro de Fernando Alonso na McLaren, formando uma dupla espanhola
em Woking. Stoffel Vandoorne está longe de convencer e Lando Norris ainda não
mostra estar pronto para subir para a F1.
No entanto, não é mistério que a jovem promessa inglesa foi
procurada poucos meses atrás pela Toro Rosso para substituir o eterno tampão
Brendon Hartley. Quem seria o parceiro de Pierre Gasly? No momento, não há
outro piloto da academia dos taurinos com nível suficiente para adentrar a F1.
Alonso e Sainz: compatriotas podem ser parceiros na McLaren em 2019. Foto: Getty Images |
Por falar em promessa, quem está mostrando resultado na F2 é
George Russell, atual líder da categoria. Ele já chegou a fazer alguns testes
na Force India e também é piloto Mercedes. Com a negociação da cessão do câmbio
dos alemães para o time de Grove em 2019, também é possível que os tentáculos
das flechas de prata se extendam para outros negócios. Caso Stroll vá para a
Force India, abriria-se um espaço para a chegada do jovem britânico. Pérez
também já foi especulado, assim como Kubica também é um nome que está
ventilando por lá.
Na Sauber, a morte de Marchionne deixa algumas dúvidas
quanto a parceria estabelecida com os italianos, que colocaram o espólio da
Alfa Romeo no carro. Leclerc certamente não permanece. Vai para a Ferrari ou a
Haas. Não se sabe o quanto Ericsson ainda manda (se é que manda na equipe
ainda, que até ano passado tinha como dono um investidor sueco). Pode ficar
como pode sair. Se os dois saírem, certamente uma das vagas será preenchida por
Antonio Giovinazzi, da academia da Ferrari e que disputou duas corridas ano
passado. Se Ericsson também sair, pode ser que Antonio Fuoco, da F2, ou até
mesmo Kimi Raikkonen pudesse retornar para a equipe onde tudo começou, em 2001.
Raikkonen ou Leclerc: um dos dois vai ser companheiro de equipe de Vettel no próximo ano. Foto: Motorsport |
Para finalizar, na Haas, Grosjean vai ser substituído. A
falta de resultados vai pesar, ao contrário de Magnussen,que deve permanecer.
Uma dessas vagas pode ser de Charles Leclerc, caso não vá para a Ferrari.
Provavelmente deve evoluir um passo em um carro melhor para amadurecer e
mostrar serviço. A Haas também tem parceria com a Ferrari. Correm com a versão
ferrarista do ano passado, praticamente. Outro candidato a vaga é Sérgio Pérez,
oferecendo seu aporte financeiro por aí caso as tratativas com a Force India
(ou o que sobrou dela) fracassem.
Por enquanto, tudo é muito nebuloso e incerto. Nos próximos
meses, entretanto, os movimentos serão feitos. Os mais importantes: Daniel
Ricciardo e Fernando Alonso. O que os dois fizerem vai influenciar boa parte
das outras conjecturas, como um efeito dominó. Aguardemos que tudo isso vai se
resolver provavelmente somente no ano que vem.
Até!