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De tanto escrever sobre Stroll e os perigos que a
jurisprudência do caso de ascensão dele poderiam proporcionar para o esporte,
ainda olhei para o outro lado.
O óbvio está aí: Stroll está apanhando de Alonso (o que não
é novidade), mas sequer consegue ir para o Q3 depois das férias. No Catar,
estava nervoso, tratou mal a equipe e mal respondia as perguntas da imprensa.
Estava irritado e de saco cheio, aparentemente. Faz parte, ele não deve estar
satisfeito com o próprio rendimento.
No entanto, há meses que surgem notícias de que Stroll vai
abandonar a carreira. Dizem que vai jogar tênis, dizem que cansou da F1. Dizem
que é um pedido da mãe. Dizem que ele pediu para o pai, que não deixou.
Chegamos na figura do texto: o responsável, Lawrence Stroll.
O homem que primeiro comprou uma vaga (Williams) e depois comprou um time para
alocar o filho nem tão talentoso. Um pai que faz de tudo, inegavelmente. Está
investindo pesado na estrutura da Aston Martin para a equipe ser protagonista
no médio prazo. Do contrário, não teria trazido Vettel e depois Alonso. 6
títulos, somente.
Bom, se Lance não quer mais a F1, então é óbvio que Lawrence
pularia fora, certo? Ele é um cara de negócios e bem sucedido, não rasgaria
dinheiro por algo que não fosse a própria família.
Então, diante de todas essas informações e a postura do
filho Lance, fiquei pensando: será que Lawrence e Lance não pode ser o caso do
pai que vive o sonho do filho? Tipo mãe de miss ou pai de jogador, que jogam as
frustrações da juventude na esperança através dos filhos para realizar o que eles
não puderam ou conseguiram?
Bom, a diferença aí é que não se trata de dinheiro, e sim
ambição, projeto de vida. Há negócios, claro, afinal Lawrence é acionista da
Aston Martin e Mercedes e fez o maior investimento por um piloto na história,
desde a base. Não falo somente de comprar vagas e equipes, mas tudo:
equipamentos, estruturas, simuladores, profissionais gabaritados para extrair
alguma coisa de Lance.
Não há talento que justifique a presença no grid. Todos
sabem. Claro, com dinheiro e profissionais infinitos na preparação, é possível
fazer um papel decente ou quase isso. Acontece que Stroll bateu no teto. Não
tem mais a desculpa da inexperiência. Acreditou quem quis.
Quando que o sonho dele ou o do pai vão acabar? Estamos
próximos do fim da jornada ou são apenas devaneios produzidos pela falta de
relevância numa temporada chatíssima? Os dois? O meio do caminho?
Até!