Foto: The Drive |
Como já relatado no texto de março, a equipe indiana segue com gravíssimos problemas financeiros, agravados diante dos altos custos da F1 e a falta de receitas. A negociação com uma empresa de bebidas não prosperou, e a situação continua periclitante.
Caso não haja um comprador, a Force India pode fechar as portas no fim do mês, porque a partir daí não vai ter mais nada nos cofres. No fim de semana, o CEO da Liberty e da F1 Chase Carey se reuniu com Bob Fenrley, chefe administrativo do time. Nos últimos meses, a equipe não está conseguindo pagar os fornecedores e nem o transporte dos equipamentos para os GPs. Situação semelhante a que viveu a Lotus em 2015, antes de ser comprada pela Renault.
Nos últimos anos, a Force India já recebia a premiação antecipada da temporada durante o ano. Entretanto, desde a chegada da Liberty Media ao comando da categoria que os indianos não recebem mais esse dinheiro adiantado. Agora, para fazer esse adiantamento, é necessária a aprovação de todas as equipes. Os indianos chegaram a pedir no início da temporada. Apenas a Williams vetou a ação.
A solução óbvia é a venda da equipe. Aí, entretanto, o buraco é mais embaixo. Vijay Mallya, o dono, está preso na Inglaterra e há anos se arrasta um processo para ser extraditado para a Índia. Uma das formas de compra da equipe é através das regras do compilance, que ficou mais rígida nos últimos anos ("é o conjunto de regras para que as normas legais e regulamentares, as políticas e as diretrizes estabelecidas para o negócio e para as atividades da empresa sejam cumpridas, bem como evitar, detectar e tratar qualquer desvio ou inconformidade que possa ocorrer", segundo explicação da reportagem do Voando Baixo no globoesporte.com)
Vijay Mallya, dono da Force India, onde acumulou dívidas e problemas com a justiça. Foto: Zimbio |
Segundo a imprensa europeia, existem três interessados na equipe: um americano que tem ligações com John Malone, da Liberty Media, um russo e Andreas Weißenbacher, dono da BWT, empresa especializada em tecnologia de águas e atual patrocinadora principal do time. Um tempo atrás, chegou-se a cogitar que a Mercedes poderia entrar no negócio e transformar a Force India em uma "Mercedes B", a exemplo da Sauber com a Ferrari e da Toro Rosso com a Red Bull (se bem que Ocon está lá como forma de baratear o custo dos motores alemães no time).
É o primeiro pepino que a Liberty Media tem para lidar na sua administração. Ela, que pensa tanto em 2021, quando acaba o Pacto de Concódia, precisa dar um jeito de pensar e agir no agora, para evitar que a F1 tenha 18 carros a partir da segunda metade do ano. Do jeito que os custos estão e as equipes se movimentam, é cada vez mais real a "DTMtização" da categoria, com equipes de fábrica (Renault, Ferrari, Red Bull e Mercedes) e suas equipes satélites (Williams, Force India, Haas, Sauber, Toro Rosso) e a McLaren como uma "meia-satélite, meia-fábrica".
A Williams já disse que se as coisas não mudarem, vai pular fora também. A McLaren não está em situação confortável também. Ou seja, são mais do que necessárias medidas para baratear os custos e tornar a categoria suscetível de interesse para outras montadoras, que aguardam o que vai se desenrolar para 2021, adentrar na categoria. Não é a toa que o interesse de todas é a Fórmula E, mais barata, moderna e rentável.
Em suma: salvem a F1, por favor!
Até!
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