Blog destinado para aqueles que gostam de automobilismo (principalmente F1), mas que não acompanham com tanta intensidade ou que não possuem muito entendimento do assunto. "Blog feito por um aprendiz para aprendizes."
O bom dessa F1 chata e imprevisível é que preciso cada vez escrever menos. Ainda bem. São muitas corridas, dá para basicamente fazer a mesma estrutura e mudar algumas coisas chave.
23 corridas com o domínio da Red Bull vai ser uma tortura. Parabéns para a Liberty. O novo regulamento vai demorar para aproximar os times e o Pacto de Concórdia sequer está próximo de ser assinado. Bom, o mais importante para a Liberty é que agora as celebridades trazem engajamento para a categoria, circuitos genéricos de rua estão no calendário e as Sprint Race são um sucesso.
Sobre a corrida, a questão era saber em quanto tempo Verstappen chegaria em Pérez. 15 voltas, mesmo com pneus duros e uma suposta dificuldade em ultrapassar. Parece jogar no fácil. Mesmo de cara para o vento, Pérez só abriu 3,7 segundos para o holandês. A corrida acabou ali.
Estratégias diferentes e era só formalidade a vitória de Max ser confirmada, o que aconteceu no final, após a parada. A questão é que não existe disputa pelo título. Pérez não é adversário para Max. Isso não é uma crítica ao mexicano, é somente a realidade. A estrutura Red Bull foi montada, desde a adolescência de Max, para ele vencer e ser o protagonista. Hoje, igualou Vettel como o maior vencedor da Red Bull.
A diferença entre pilotos também é notória. Repito, os adversários de Max estão nas equipes inferiorizadas. Alonso, Hamilton, Russell... esses poderiam dar algum calor se tivessem equipamento competitivo. Como não há, a corrida é uma questão de saber quando Max vai vencer. Se larga na pole, a cobra foi morta no sábado. Quando algo diferente acontece, são 15 voltas até a formalidade acontecer.
Alonso completou o pódio e mostra que a consistência, mesmo no fim da carreira, é comovente. Khabib diz que não existe um segundo auge, mas a Fênix e Nas podem provar o contrário. A Mercedes vai depender do pacote da temporada européia. A Ferrari e seus pilotos não se ajudam, embora Sainz pelo menos não está batendo e trazendo pontos. Por falar nisso, a Alpine conseguiu um final de semana normal pela primeira vez no ano.
Magnussen trouxe um pontinho em uma das corridas da casa. A McLaren parece ser um caso perdido e a paciência de Norris talvez não exista mais. É isso que sobrou.
Em um campeonato particular, estamos vivendo a segunda era Red Bull, a primeira de Verstappen. Com calendário cada vez mais inchado, infelizmente isso será mais longo do que estamos acostumados. Bom, o esporte sempre foi assim. Para quem chegou depois de 2021, acostume-se.
Miami e suas excentricidades. No início é tudo novidade e
inovador, afinal estamos apenas na segunda edição do Grande Prêmio. Os americanos
sabem como fazer entretenimento, então certamente isso não é um problema. A
questão é saber se o entretenimento será consumível, digamos.
Depois de ter escrito isso, vamos ao que interessa. Primeiro
que aparentemente informaram errado os horários dos treinos: 15h e 18h30 ao
invés de 15h30 e 19h. Perdi uns 20 minutos do TL1 nessa brincadeira e quando parei
para assistir um pouco, Hulkenberg bateu e gerou uma bandeira vermelha.
O TL1 é mais para instalação e alguns testes, mas ainda assim
não deixa de ser interessante que o top 3 da sessão foi Russell, Hamilton e
Leclerc. Significa alguma coisa? Provavelmente não em termos do resultado final
na corrida, mas fica a torcida para que essas equipes se aproximem da Red Bull
e ao menos deem algum calor no time dos energéticos.
A questão é que a Ferrari repetiu o bom desempenho no TL2 e
a Mercedes não. Difícil explicar o que isso significa, mas enquanto escrevia
isso, Leclerc bateu sozinho. Pode ser um problema para a classificação até a
equipe conseguir consertar o carro. Foi só eu escrever... Quando não é a Ferrari,
são os pilotos que não se ajudam.
Na midiática Miami, pode ser que aconteça uma repetição de
Baku: Ferrari competitiva nas voltas rápidas, mas soterrada pelo ritmo de corrida
colossal da Red Bull. É torcer que o ar de Miami traga alguma surpresa, algum
entretenimento digno de Hollywood.
O Grande Prêmio de Miami aconteceu pela primeira vez na história em 2022, em um circuito de rua de 5,4 km. O contrato inicial com a categoria é de dez anos.
Foto: Wikipédia
STATÍSTICAS:
Pole Position: Charles Leclerc - 1:28.796 (Ferrari, 2022)
Volta mais rápida: Max Verstappen - 1:31.361 (Red Bull, 2022)
Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)
Maior vencedor: Max Verstappen - 1x (2022)
CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 93 pontos
2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 87 pontos
3 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 60 pontos
4 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 48 pontos
5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 34 pontos
6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 28 pontos
7 - George Russell (Mercedes) - 28 pontos
8 - Lance Stroll (Aston Martin) - 27 pontos
9 - Lando Norris (McLaren) - 10 pontos
10- Nico Hulkenberg (Haas) - 6 pontos
11- Oscar Piastri (McLaren) - 4 pontos
12- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 4 pontos
13- Esteban Ocon (Alpine) - 4 pontos
14- Pierre Gasly (Alpine) - 4 pontos
15- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 2 pontos
16- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 2 pontos
17- Alexander Albon (Williams) - 1 ponto
18- Kevin Magnussen (Haas) - 1 ponto
CONSTRUTORES:
1 - Red Bull RBPT - 180 pontos
2 - Aston Martin Mercedes - 87 pontos
3 - Mercedes - 76 pontos
4 - Ferrari - 62 pontos
5 - McLaren Mercedes - 14 pontos
6 - Alpine Renault - 8 pontos
7 - Haas Ferrari - 7 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 6 pontos
9 - Alpha Tauri RBPT - 2 pontos
10- Williams Mercedes - 1 ponto
ELE FICA
Foto: Getty Images
Fundamental para o projeto Red Bull desde quando chegou, em 2006, Adrian Newey vai continuar nos taurinos. Com contrato expirando no final da temporada, ainda não houve anúncio oficial, mas segundo o Autosport, as conversas estão praticamente fechadas.
Christian Horner não cansou de elogiar o amigo durante toda a trajetória no time:
“Adrian tem sido uma parte muito fundamental desde o início, praticamente.
Ele cobre muitas áreas, e ter a fundo sua experiência e conhecimento, além da forma como ele trabalha com os jovens, é ótimo. Ele está tão motivado como sempre esteve. É claro que ele tem um grande interesse no que está acontecendo no Powertrains e no Red Bull Advanced Technology também.
Portanto, ele cobre os três pilares em Milton Keynes.
É possível ver que ele comprou totalmente o conceito e também o potencial que ele realmente traz a longo prazo”, disse para a Autosport.
Evidentemente é uma grande notícia. O mago da F1 levou a Red Bull a ter grande vantagem pela experiência com o efeito solo há 30 anos. Claro, há toda uma equipe competente em diversas áreas que auxiliam e contribuem em todo esse aparato, mas Newey já provou ser a diferença nessas três décadas e é um dos únicos lembrados nessa função. É o mago.
ELOGIOS DO DOUTOR
Foto: Getty Images
É raro, mas as vezes acontece. O exigente Helmut Marko teceu palavras positivas para Sérgio Pérez após o mexicano vencer pela segunda vez no ano no último domingo, em Baku.
“Verstappen não teve sorte com o safety car, mas Sergio tem mais pódios aqui e é um circuito de rua. Portanto, não subestime Sergio. Ele mudou muito desde que chegou até nós. Ele começou a trabalhar!
Antes, ele era um piloto mexicano que estava curtindo a vida. Ainda faz isso, mas agora faz o trabalho necessário", disse para o podcast F1 Nation.
Realmente, isso é raro, vindo de Helmut Marko, um destruidor e moedor de carreiras. Não deixa de ser um trunfo mental interessante para Pérez: ao menos conquistar um mínimo de admiração ou satisfação de Marko. É evidente que isso não significa que algo possa mudar na hierarquia do time, mas aparentemente o ambiente interno é ótimo, mesmo que os dois pilotos não se biquem tal qual em 2021.
O texto é até repetitivo, mas a F1 não tem novos assuntos ou
personagens para discussão. A temporada será longa e, consequentemente, a Red
Bull vai ter outro domínio. Tudo que a categoria não queria está acontecendo: o
tal do novo regulamento não surtiu efeito.
Aí, como tentativa de solução, a F1 está apelando para o
artificial: pistas de rua repetitivas, trocentas corridas no mesmo país e
corridas classificatórias que são um fiasco. Um falso espetáculo não se
sustenta, e me parece que muitas pessoas estão percebendo isso.
Parece tudo uma cortina de fumaça até esperar o novo
regulamento de motores em 2026 e a chegada de Audi, Ford e talvez Porsche e
Honda. Sem testes, talvez essas gigantes demorem um tempo para serem
competitivas, tal qual Renault e Honda quando retornaram a categoria.
O novo Pacto de Concórdia, a partir de 2024, ainda não foi
assinado pelos times. Isso também será um grande motivo de discussão e notícias
nos próximos tempos, até porque existe uma nítida rixa entre a Liberty, que
organiza os direitos da categoria, e a FIA. Quem ganha essa queda de braço? A
FIA quer novos times, as equipes querem proteger os investimentos. Mais
equipes, mais pilotos, mais oportunidades, menos dinheiro. Contas a pagar.
No fim das contas, como também sempre escrevo, a F1 sempre
foi e sempre será marcada por eras. A diferença é que antigamente, com os
testes liberados, os mais endinheirados podiam se recuperar mais rapidamente.
Agora, dependendo do nascimento do projeto no novo regulamento, é um processo
que leva muito tempo.
Enquanto isso, o desespero da artificialidade pelo
engajamento e manchetes fáceis, onde o clique que importa, nos leva a ter
coisas que são contra o verdadeiro espírito da F1. É bom que alguns bem
intencionados já estão caindo na real. O fiasco de Baku foi muito necessário.
Nesse desespero, só falta fazer o que todo mundo clama: grid
invertido, para priorizar o entretenimento fácil e vazio, ou então proibir a
Red Bull de ganhar, algo do tipo.
O desespero da artificialidade rende cliques vazios, mas
torna a F1 mais desinteressante de forma cada vez mais rápida durante as eras e
os domínios de uma equipe/piloto.
No artifical circuito de Miami, lotado de celebridades, uma corrida morna mas que esquentou apenas no fim, graças ao Safety Car causado pela batida de Gasly em Norris. O francês não conseguia guiar o carro porque foi atropelado por Alonso voltas antes. Aos 40 anos, parece que os reflexos da Fênix não são mais os mesmos.
A expectativa de chuva e caos diante das armadilhas no circuito não se confirmou. O que vimos foi uma corrida chata, porém disputada, com um final mais emocionante. Pela primeira vez largando na primeira fila desde 2019, Max passou Sainz na primeira curva para seguir à caça de Leclerc. Nove voltas depois, virou líder e venceu a terceira na temporada.
A Ferrari com os pneus macios perde ritmo muito fácil. A Red Bull sobrou e só não conseguiu um resultado melhor porque o motor de Pérez apresentava problemas. Mesmo assim, o mexicano se precipitou no final da prova e gastou um ataque contra Sainz, mergulhando e travando tudo. O espanhol pelo menos se recuperou das últimas corridas e trouxe pontos importantes nos construtores. A Red Bull está chegando.
Com os pneus duros, a Ferrari teve bom ritmo, mas Max me parece um degrau acima na disputa individual com Leclerc. O monegasco, dessa vez, não se emocionou e garantiu bons pontos para manter uma vantagem relativamente boa no campeonato. A Ferrari certamente vai ter atualizações a partir de Barcelona, assim como os demais. É necessário, pois a vantagem da Austrália já evaporou. Hoje, o maior inimigo da Red Bull é a própria confiabilidade.
Que piloto é George Russell. Parecia que seria um domingo difícil. Largando mal e lá atrás, optou pela estratégia de começar com os pneus duros e avisou a equipe: vamos assim enquanto for possível, até aparecer um VSC ou um Safety Car. Dito e feito. Teve sorte, mas também mérito em fazer a leitura da situação, provavelmente influenciado por Albon na Austrália. Na reta final, com pneus novos, passou Hamilton com facilidade e chegou na frente do heptacampeão de novo. Dessa vez, o #44 não foi mal, apenas traído pelo acaso e a equipe, que deixou nas mãos do piloto a decisão estratégica. Hamilton obviamente ficou insatisfeito com isso porque quem decide é o estrategista.
Bom, mais uma vez ficou evidente que o carro dos alemães é a terceira força do Mundial, mesmo muito atrás de Ferrari e Red Bull. Dali para trás, é briga de foice no escuro. Bottas fez uma corrida correta mas escorregou no fim. Ainda assim, teve um ótimo sétimo lugar. Ocon também teve boa corrida de recuperação e, mais uma vez, Alexander Albon consegue um pontinho improvável na Williams. Um espetáculo de corrida.
Vettel e Mick Schumacher estavam brigando pelos pontos, mas aí o problema de não saber ultrapassar... Mick simplesmente atropelou o mentor e os dois zeraram. Aliás, o filho do Schummi segue zerado no grid. A cada corrida que passa, a pressão aumenta. É complicado. Deve ter levado algum puxão de orelha do Gunther Steiner. Magnussen colocou Mick em uma situação difícil.
Pouco a pouco, Verstappen e a Red Bull avançam algumas jardas e vão diminuindo a desvantagem em relação a Ferrari. O campeonato é longo e agora chegamos em uma fase interessante: as corridas europeias, onde as primeiras atualizações são colocadas em prática nos carros. Aí, saberemos se a Red Bull consegue a virada, a Ferrari mantém ou dispara ou se a Mercedes começa a incomodar a ponto de voltar a sonhar com algumas vitórias.
Tal qual o início da música de Chico Buarque e Milton Nascimento, a F1 vive um grande encantamento fora das pistas em Miami e uma incerteza dentro das pistas. O fato, que já seria normal por ser uma pista inédita, ganhou contornos mais interessantes diante dos dois treinos livres nessa tarde.
Confesso que minha atenção foi dividida com os acontecimentos do MMA nesta tarde. Charles Do Bronx perdeu o cinturão do UFC por não bater o peso e assisti o Bellator durante o segundo treino livre. Até porque os dois treinos tiveram acidentes e paradas.
O que deu para perceber foi uma possível evolução da Mercedes. Ninguém conhece a pista e não houve muito tempo para acertos. É um traçado traiçoeiro, com asfalto escorregando muito. Portanto, não há muito o que ver, mas George Russell liderou a segunda sessão. O final de semana é um ponto de interrogação porque, repetindo, não teve muitas amostras até aqui. Por enquanto, é um fato que dá um alento.
O que podemos falar com propriedade é que Carlos Sainz não tem defesa. Bateu de novo. Três corridas seguidas com incidentes. Já pode ter jogado fora outro final de semana, justamente depois de renovar por mais duas temporadas. Inacreditável o que virou o espanhol na hora da decisão, da responsabilidade. Está entrando em uma espiral negativa que o grande inimigo é a própria cabeça, o psicológico. A Ferrari está com um a menos até aqui. Se os mecânicos recuperarem o carro, tem toda a questão de tentar reverter essa situação em uma pista desconhecida. Uma decepção.
Bottas bateu e diversos pilotos rodaram naquela curva à direita mais aberta, além daquele trecho mais fechado e estreito onde estão raspando no muro. Lembra muito Baku e Arábia Saudita, como todo e qualquer circuito de rua. Ainda acho melhor que tivessem escolhido algum autódromo americano mais tradicional, mas corridas de ruas sempre rendem possíveis caos automobilísticos.
Outra preocupação foi Max Verstappen. De novo o motor Red Bull deu problemas e não fez tempo no segundo treino livre. O problema de confiabilidade dos taurinos é o grande calcanhar de aquiles para a disputa contra Charles Leclerc. O monegasco ainda tem uma vantagem confortável. Se administrar melhor e com inteligência, pode capitalizar em cima disso, ainda mais se a Mercedes realmente voltar a incomodar lá na frente e roubar alguns pontos da Red Bull.
No mais, o midiático GP de Miami ainda guarda muitas dúvidas e expectativas, dentro e fora das pistas com as celebridades e o traçado traiçoeiro. Num horário maravilhoso, com certeza tem tudo para ser um grande espetáculo e abrir o tapete vermelho para a Liberty Media, que já deve estar ansiosa para Las Vegas no final do ano que vem.
O Grande Prêmio de Miami acontece pela primeira vez na história, em um circuito de rua de 5,4 km. O contrato inicial com a categoria é de dez anos.
Foto: Wikipédia
CLASSIFICAÇÃO:
1 - Charles Leclerc (Ferrari) - 86 pontos
2 - Max Verstappen (Red Bull) - 59 pontos
3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 54 pontos
4 - George Russell (Mercedes) - 49 pontos
5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 38 pontos
6 - Lando Norris (McLaren) - 35 pontos
7 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 28 pontos
8 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 24 pontos
9 - Esteban Ocon (Alpine) - 20 pontos
10- Kevin Magnussen (Haas) - 15 pontos
11- Daniel Ricciardo (McLaren) - 11 pontos
12- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 10 pontos
13- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 6 pontos
14- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 4 pontos
15- Fernando Alonso (Alpine) - 2 pontos
16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 1 ponto
17- Alexander Albon (Williams) - 1 ponto
18- Lance Stroll (Aston Martin) - 1 ponto
CONSTRUTORES:
1 - Ferrari - 124 pontos
2 - Red Bull RBPT - 113 pontos
3 - Mercedes - 77 pontos
4 - McLaren Mercedes - 46 pontos
5 - Alfa Romeo Ferrari - 25 pontos
6 - Alpine Renault - 22 pontos
7 - Alpha Tauri RBPT - 16 pontos
8 - Haas Ferrari - 15 pontos
9 - Aston Martin Mercedes - 5 pontos
10- Williams Mercedes - 1 ponto
APOSENTADORIA? SÓ O TEMPO DIRÁ
Foto: Aston Martin
Aos 34 anos e com contrato encerrando no final da temporada, é normal que comecem a levantar dúvidas, suspeitas e desinformações sobre o futuro de Sebastian Vettel na Fórmula 1.
Ausente das duas primeiras etapas em virtude da Covid, Vettel estreou muito mal na Austrália, onde bateu várias vezes. No entanto, conseguiu um ótimo oitavo lugar em Ímola, conquistando os primeiros pontos da Aston Martin no ano.
Mesmo com estrutura e investimento, a Aston Martin está aquém do que deveria, e isso certamente pode pesar na decisão de Seb, que aparentemente ainda não definiu o futuro. Tudo depende de como vai estar o carro:
“Acho que é uma daquelas grandes decisões, mas a equipe está crescendo. Há coisas que parecem ser bem promissoras. A resposta é: o tempo dirá. Vou avaliar alguns pontos importantes, para ver o quão promissor será o futuro e em quanto tempo isso acontecerá. Não estou tão velho, acho que tenho ainda muitos anos pela frente, então isso não é problema.
O objetivo final é esse: vencer e lutar por pódios e vitórias, e estamos longe disso atualmente. Mas, como eu disse, há muito trabalho [em andamento], então também é muito animador saber onde estamos agora, dar esses pequenos passos e definir o caminho para o futuro."
Acostumado a vencer e brigar por títulos, vitórias e poles, Vettel vive uma nova realidade na Aston Martin: do meio para trás do grid, sendo um mero coadjuvante. O alemão admitiu que é necessário uma motivação diferente para seguir adiante e recomeçar nas ambições para voltar ao topo:
“Com toda a honestidade, eu tive uns 15 anos incríveis, venci campeonatos e muitas corridas, lutei por pole-positions, consegui muitos pódios e, obviamente, o sabor era ótimo. Não é segredo que, quando não se está nessas condições, o gosto é diferente. Mas sim, estou disposto a experimentar isso novamente. Essa é a natureza do esporte”, concluiu.
Mesmo que Vettel esteja longe do auge, ele é um tetracampeão. Assim como Raikkonen, ele que precisa escolher quando e onde parar. Dinheiro e glória não são problemas para Seb, obviamente, então a questão motivacional e o projeto apresentado pela Aston Martin, onde também é acionista, vão fazer a diferença.
Na verdade, o futuro de Vettel está nas mãos de Lawrence Stroll e a capacidade dele fazer a equipe evoluir rapidamente. Do contrário, Vettel pode fazer o que quiser sem problemas, desde a aposentadoria e curtir a vida com a família ou então andar no meio do grid.
UM NOVO MUNDO
Foto: Getty Images
No fim do grid e com Mazepin de companheiro, a tarefa de Mick Schumacher era tranquila: chegar na frente do russo porque não havia mais o que fazer.
No entanto, com o novo regulamento, a Haas deu um salto no grid, brigando por pontos e se embolando com as equipes. Mazepin saiu graças a guerra e o experiente Kevin Magnussen voltou. A barra está mais alta. Magnussen, mesmo chegando de última hora, tem sido o responsável pelos pontos do time até aqui.
Mick, por sua vez, continua zerado e abaixo do dinamarquês. Para Gunther Steiner, há uma explicação: Mick não está acostumado a brigar por posições na F1 e isso está fazendo a diferença nas corridas.
“Ele tem que aprender a pilotar na frente. É mais apertado no meio do grid. Eu disse a ele que quanto mais alto você sobe, mais rarefeito fica o ar. É algo novo para ele usar o carro para uma manobra de ultrapassagem. Na temporada passada, sempre estávamos atrás e ele raramente conseguia fazer isso. Ele quer melhorar e é por isso que investe tanto tempo”.
Em Ímola, Mick tentou passar Alonso na primeira curva, bateu no espanhol, rodou e comprometeu a corrida. A barra subiu e o alemão não está bem. Magnussen chegou de última hora. É claro que é um novo regulamento, mas a verdade é que Schumaquinho poderia entregar um desempenho melhor.
A pressão pelo sobrenome sempre vai existir e, no passado, Schummi sempre evoluiu, mesmo não sendo brilhante. É preciso sair desse desconforto para mostrar que é de fato um bom piloto. Acredito em Schumaquinho nesse novo universo, onde é capaz de brigar por posições e por pontos na F1.
Mesmo sem estar competitiva lá na frente, o fato é que a F1
teve corridas muito boas e uma ótima temporada em 2020, muito em virtude da
utilização de palcos diferentes em virtude da pandemia do coronavírus.
Os circuitos mais antigos, os “clássicos”, desconhecidos
pela maioria dos pilotos e sem as grandes áreas de escape dos tilkódromos
propiciaram emoção, drama e disputas. A presença de Portimão, Mugello, Ímola,
Turquia, entre outros, foi a grande notícia de um ano muito complicado na
categoria. O desejo seria que esses circuitos ganhassem espaço em um calendário
normalizado.
2021 chegou e, embora houvesse a tentativa de normalizar
tudo, mudanças são necessárias porque o covid não deu trégua. Austrália foi adiada,
Vietnã cancelado, Canadá deve ser cancelado, São Paulo é um grande ponto de
interrogação. Tudo isso permitiu que Ímola, Portimão e agora até a Turquia
possam voltar de novo. Em Ímola, tivemos uma grande corrida, muito em virtude
dos erros cometidos na pista serem fatais, sem chance de volta e fazendo os
pilotos andarem no limite.
Ao mesmo tempo, horas antes da prova, a F1 finalmente
confirmou que o GP de Miami acontece já no ano que vem. Assim como a Arábia
Saudita, essa vai ser uma prova de rua. Com tantos circuitos americanos, por
que diabos correr em um local sem história no automobilismo, somente pelos
interesses comerciais? Isso se aplica a Miami e Jeddah, é claro.
A F1 vê diante dos olhos que o caminho é um, mas prefere
seguir o outro: mais dinheiro e glamour? Com certeza. Corridas medonhas?
Provavelmente. Artificialidade igual as corridas classificatórias e mostrando a
incompetência da categoria em dar emoção genuína para o público ao invés de
medidas vazias? Com certeza.
Assim, a F1 caminha para o lado oposto de sua história de
sucesso e engajamento com os fãs. É uma pena, mas não é algo que nos
surpreenda, francamente.
Estamos apenas na quinta etapa do ano, mas as coisas estão muito quentes no que se refere as negociações envolvendo Liberty Media e as organizadoras dos circuitos que querem entrar e/ou permanecer na categoria.
Começando pelo que está confirmado: no ano que vem, será realizado o primeiro Grande Prêmio do Vietnã, nas ruas da capital Hanoi. Já começaram as obras e a tendência é que seja realizada em outubro de 2020. Vendo o on-board de como ficaria, ela me lembra bastante uma mistura de Valência com Cingapura.
Vamos para a (extensa) lista de indefinições: começando pela próxima corrida, na Espanha. Segundo os organizadores, a questão é uma só, e quase unânime entre os negociantes de todos os GPs: diminuir a taxa anual paga a Liberty Media. Os valores foram assinados ainda sob a gestão Bernie Ecclestone, que pegava cada centavo e tornou essa indústria insustentável, principalmente para os países europeus, não abastecidos por donos e bilionários sheiks do Oriente Médio. Ah, um fator que pode ser muito importante também é a provável diminuição pela procura de ingressos em virtude da saída de Fernando Alonso da categoria.
Pro lugar da Espanha, pode chegar o retorno do GP da Holanda, em Zandvoort, afastada da categoria desde 1985. Claro que o motivo é evidente: aproveitar o efeito Max Verstappen que enche as corridas próximas da localidade holandesa, principalmente em Spa Francochamps. O falecido Charlie Whiting chegou a realizar vistorias e acreditava que apenas alguns ajustes devem ser feitos para tudo ficar pronto. Algumas publicações da imprensa europeia já cravam que a corrida holandesa irá substituir o circuito espanhol a partir do ano que vem.
Como sempre, Inglaterra e Itália todo ano tem drama e todo ano renovam, até que um dia isso não aconteça. Presentes desde os primórdios da categoria, o diretor de Silverstone já sinalizou que existem negociações, mas nada perto de algum desfecho. Por outro lado, como sempre dramático, o GP em Monza tem um "acordo provisório" para renovação até 2024. O empecilho financeiro é a grande questão para ser superada, pra variar.
A Alemanha praticamente participa uma vez a cada dois anos da categoria. Com Nurburgring falida há alguns anos, Hockenheim segue o mesmo caminho de dificuldades financeiras. Para esta temporada, a Mercedes ajudou com os custos. No entanto, diante dos cortes que estão fazendo, parece improvável que esse tipo de aporte seja realizado no ano que vem. Um país ioiô na F1 mesmo conquistando 12 títulos de pilotos e 5 de equipes nos últimos 25 anos, os custos são altíssimos. O promotor da corrida disse que houve maior procura de ingressos para assistir a F2, que tem Mick Schumacher, do que para a própria F1.
Incrível perceber que os três principais pólos tradicionais da F1 pode estar de saída, talvez quatro (considerando que a corrida na Espanha sempre foi tradicional, mesmo quando só De La Rosa e Alonso passaram a disputar a categoria no início dos anos 2000 enquanto a grande paixão é a Moto GP)
O México, país que mais recebe público desde o retorno para a categoria em 2015, também está com um pé fora. Sem mais o apoio do governo federal, que cortou gastos, a tendência é que mesmo sendo um sucesso de público e carisma os mexicanos voltem a ficar ausentes, pra tristeza de Checo Pérez. Outro mercado importantíssimo na América Latina e no "espalhamento" da popularidade da categoria pelo mundo.
Pra fechar, parece que o tal GP de Miami ficou em stand-by. Os organizadores recuaram após os protestos das associações de moradores das áreas onde ficaria o circuito nos três dias de competição e vão tentar renegociar um novo traçado. Essa é a que menos importa. Ninguém se importa com mais corridas nos Estados Unidos e nem os americanos ficam empolgados com a categoria europeia.
Provavelmente nem todas fiquem fora, o que seria uma loucura. Trata-se apenas de uma questão de barganha, embora Alemanha, México e Espanha parecem, pelos relatos, distantes. Isso vai de encontro ao que disse Christian Horner, chefão da Red Bull, sobre o possível aumento do calendário para 23 etapas. Hoje, são 21 etapas. Com a inclusão de Vietnã e talvez Holanda, seriam 23. No entanto, sem Alemanha, Espanha e México, cairia pra 20, talvez 19, se a Inglaterra também der pra trás.
São todos circuitos importantíssimos em termos de negócios e marketing, alguns nem são grandes traçados e por isso não fariam falta (né, Espanha?). No entanto, a maioria é da fatia europeia, que basicamente sustenta o negócio. Diante do impasse nas negociações do novo Pacto de Concórdia e da cada vez maior dificuldade de negociar os caríssimos termos das taxas assinadas ainda por Bernie Ecclestone, não é exagero dizer que o futuro da categoria está ameaçado no médio/longo-prazo, principalmente também pela questão do uso dos combustíveis fósseis cada vez diminuírem em acordos das montadores e dos países.
O futuro é realmente sombrio ou mais uma vez estamos sendo assustados pelos boatos e ameaças de negociações de barganha? Abre o olho, bigodudo, Ross Brawn e Jean Todt.
Olá, pessoal! Voltando com mais uma sessão de vídeos e curtinhas depois de algum tempo. Com a variedade de notícias interessantes que encontrei, achei interessante reviver o maior quadro daqui do blog. Vamos lá:
- Jacques Villeneuve disse que o retorno de Kubica para a Fórmula 1 é terrível e não traz a mensagem correta. Segundo o campeão de 1997, o fato do polonês ter uma deficiência no braço dá a entender que a F1 não é tão difícil quanto alguns pensam. Por outro lado, o canadense valorizou a batalha pessoal de Kubica ao retornar para a categoria depois de tanto tempo. Concordo em partes com o canadense. Claro que ali também existe um recalque porque Kubica o substituiu na BMW em 2006, o polonês voltou mais pelo apelo midiático do que pela capacidade atual. No entanto, se realmente não tivesse condições a FIA teria vetado a participação. Além do mais, nunca na F1 foi ocupada pelos 20 melhores pilotos e nem vai ser.
- Miami segue com a novela para sediar uma corrida no ano que vem. Nesta semana, vai ser realizada uma votação pelo conselho da cidade para aprovar ou não o circuito de rua. Um dos vários problemas que estão inviabilizando o acordo é a resistência de moradores próximos da região onde está o traçado. Se tudo der certo, será mais uma corrida na América do Norte, ou até mesmo substituir o GP do México que pode sair do calendário no ano que vem. Sinceramente, ninguém quer essa porcaria, ainda mais sendo pista de rua.
- A Honda projeta sua primeira vitória nesse retorno a F1 a partir da metade da temporada, no verão europeu. Não sei se é uma meta cautelosa ou ousada, mas a verdade é que os japoneses evoluíram demais. Se o motor não ter problemas de confiabilidade e durar bem, pode ser que os taurinos consigam algum salto de performance mais rápido que o imaginado.
- Por falar nos japoneses, o ex-chefe da McLaren Eric Boullier disse em entrevista que desde a primeira reunião, lá em 2015, tinha percebido que a Honda estava despreparada para o desafio na categoria. No entanto, o ainda chefão Ron Dennis demonstrava muita confiança no retorno da parceria vitoriosa dos anos 1980 e 1990 e já havia assinado o contrato. A história vocês acompanharam de perto por aqui. No entanto, o último ano ficou claro que não era só os japoneses que tinham culpa no cartório.
RELEMBRANDO BAHREIN:
Já faz 15 anos que o circuito estreou no calendário da Fórmula 1. Na época, foi o primeiro de muitos do oriente a adentrar na categoria. Naquela temporada, estávamos testemunhando uma das maiores dominâncias do esporte: o mágico F2004, da Ferrari. Schumacher e Rubinho ficaram na primeira vez, seguidos pela dupla da Williams e da BAR Honda, que foi a terceira força daquele ano. O resultado: dobradinha da Ferrari, com Jenson Button em terceiro.
Por falar no britânico, 2009 foi um ano especial e o mais surpreendente dos últimos tempos. Depois de vencer as primeiras etapas, Bahrein viu a Toyota largar na primeira fila, com Trulli e Timo Glock, com Vettel em terceiro, Button em quarto, Hamilton em quinto e Rubinho em sexto. Na corrida, mais uma vitória da Brawn GP, a quarta de Button, que teve Vettel em segundo e Trulli em terceiro, com Hamilton em quarto e Rubinho em quinto.
Foto: Getty Images
Cinco anos atrás não faz muito. Era o início da era híbrida e do domínio do motor Mercedes. Rosberg foi o pole, mas Hamilton conseguiu reagir, segurar o alemão e vencer a corrida. Vale destacar que Pérez foi o terceiro com a Force India, seguido por Ricciardo, Hulkenberg, Vettel, Massa, Bottas e a dupla da Ferrari (Alonso e Raikkonen). Essa foi a corrida 900 da F1 e a de Stefano Domenicali como chefão da equipe, demitido. Este também foi o primeiro GP noturno do país, marcado pelo acidente entre Pastor Maldonado e Esteban Gutiérrez.
O Grande Prêmio da Hungria (Magyar Nagydíj, em húngaro) foi disputado pela primeira vez em 1936, no circuito urbano de Népliget, na cidade de Budapeste. Somente em 1986 voltou a ser disputado, quando entrou para o calendário da Fórmula 1, agora no sinuoso e travado circuito de Hungaroring.
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Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:19.071 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:16.276 (Ferrari, 2017)
Último vencedor: Sebastian Vettel (Ferrari)
Maior vencedor: Lewis Hamilton - 5x (2007, 2009, 2012, 2013 e 2016)
SEM MIAMI, POR ENQUANTO
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Diante do impasse da organização da corrida de Miami com as votações da cidade e os protestos dos moradores, a Liberty Media anunciou que a corrida não será realizada no ano que vem. Se tudo der certo, ela entra no calendário em 2020. A data limite para o acerto era até julho. Entretanto, diante do adiamento das negociações até setembro, não haveria tempo hábil para organizar uma boa corrida em praticamente um ano de preparação.
A ideia da categoria é realizar três corridas na America do Norte de forma consecutiva em outubro - duas nos Estados Unidos e uma no México. Uma das maiores discussões é sobre o traçado que será utilizado na cidade. A associação de moradores local ameaça processar os representantes da prova porque não querem que suas rotinas sejam interrompidas com a realização de um Grande Prêmio. Se tudo der certo, o acordo seria de dez anos, renováveis por mais dez.
Pra ser sincero, não tenho entusiasmo algum em assistir uma corrida de rua em Miami. Já existem várias. O público americano não gosta da categoria. Poderiam tentar o retorno da Malásia, por exemplo, ou então intensificar os esforços para a corrida na Holanda. Seriam alternativas mais viáveis para os fãs. Claro que o dinheiro, o business e o hype falam mais alto nesses casos, é inevitável. Bom, se já estamos aguentando Abu Dhabi decidir o campeonato já há quase dez anos, o que seria mais uma corrida de rua extravagante com prazo de validade relativamente curto?
UM NOVO LOCAL PARA A PRÉ-TEMPORADA
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Segundo a revista "Auto Motor and Sport", a F1 deve ter novo destino para os treinos da próxima pré-temporada: sai Barcelona e entra Bahrein. Nesse ano, as equipes tiveram dificuldades no circuito catalão. Com o asfalto recapeado nesse ano, a pista deixou de representar as situações enfrentadas pelas equipes durante a temporada. Além disso, também nesse ano as sessões ficaram marcadas pela chuva e até a neve, prejudicando o desenvolvimento dos carros às vésperas da abertura da temporada, na Austrália.
Por outro lado, o Bahrein traz outro problema para a FIA: o alto custo do deslocamento para os testes em comparação a Barcelona. Com as fábricas situadas na Europa, o transporte de equipamentos e novas peças pode tornar o investimento mais caro para as equipes. No entanto, a Liberty pretende arcar com esses custos, com uma condição: que acabe alguns segredos da pré-temporada, pois é o desejo de Chase Carey e cia tornar os primeiros testes do ano atrativos para os fãs - até se especulou a transmissão dos treinos pela internet nesse ano, o que acabou não rolando.
A F1 sai de um extremo para o outro, talvez mais trabalhoso para as equipes. Entretanto, se tudo for realmente pago, as coisas tendem a ficar melhores. Barcelona é um circuito chato e manjado, com corridas esquecíveis. No Bahrein, temos boas corridas em um traçado mais atrativo. Simulando as condições de calor que irão existir no decorrer da temporada, talvez seja uma boa mudar de ares - e de continente - no início da temporada.
CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 188 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 171 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 131 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 122 pontos
5 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 106 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 105 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 52 pontos
8 - Fernando Alonso (McLaren) - 40 pontos
9 - Kevin Magnussen (Haas) - 39 pontos
10- Sérgio Pérez (Force India) - 29 pontos
11- Esteban Ocon (Force India) - 29 pontos
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 28 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 20 pontos
14- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 19 pontos
15- Charles Leclerc (Sauber) - 13 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Marcus Ericsson (Sauber) - 5 pontos
18- Lance Stroll (Williams) - 4 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 2 pontos
CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 310 pontos
2 - Ferrari - 302 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 211 pontos
4 - Renault - 80 pontos
5 - Haas Ferrari - 59 pontos
6 - Force India Mercedes - 58 pontos
7 - McLaren Renault - 48 pontos
8 - Toro Rosso Honda - 21 pontos
9 - Sauber Ferrari - 18 pontos
10- Williams Mercedes - 4 pontos
Na semana passada, a Comissão da Cidade de Miami votou por unanimidade a favor da realização de uma corrida de F1 na cidade. Já foi até divulgado um traçado, com características semelhantes a de Baku. Agora, a cidade, os promotores e a categoria têm até 1° de julho para formular um contrato e fechar o negócio, que teria 10 anos de duração e já estrearia na F1 em outubro do ano que vem.
Fazer a F1 pegar no território americano sempre foi um fetiche mal sucedido para a categoria. Bernie Ecclestone tentou de todas as maneiras, para rivalizar com as categorias locais (Indy - CART/IRL e Nascar), mas não emplacou. Para piorar a situação, a imagem da F1 ficou ruim de vez depois do escândalo da famosa "corrida de seis carros", em Indianápolis 2005.
O desejo constante de atrair o mercado americano não é novidade. Caso o GP de Miami saia do papel, a F1 voltaria a ter duas corridas em solo estadunidense pela primeira vez em 35 anos (a última vez foi 1984, com as etapas de Detroit e Dallas). A Liberty, americana e metida a moderninha, vai tentar capitalizar e fazer o que Bernie foi incapaz de conseguir. O traçado preliminar é bem modorrento. Talvez seja o futuro do automobilismo correr em circuitos de rua em grandes metrópoles, pois novos autódromos são cada vez mais raros e os antigos possuem um custo enorme, com boa possibilidade de inexistir em um futuro não muito distante.
Possível traçado do GP de Miami. Foto: Reprodução
A F1 e os Estados Unidos já viveram extremos. Se no início as 500 Milhas de Indianápolis chegavam a fazer parte do calendário apesar de não ser uma etapa oficial (apenas para tornar a categoria um evento mundial), dos anos 1960 até os 1980 tinham de duas a três etapas anuais no circo. Nos anos 1990, no entanto, a F1 chegou a ficar quase uma década ausente nas terras do Tio Sam, retornando somente em 2000, em Indianápolis, ficando mais quatro anos ausente (2008-2011) até a chegada da corrida realizada no Circuito das Américas, em Austin.
Abaixo, todos os circuitos americanos que a F1 já passou (exceção das 500 Milhas, claro):
SEBRING (1959)
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A primeira vez dos Estados Unidos como um GP oficial da F1 foi em dezembro de 1959, no circuito de Sebring, na última etapa da temporada. O vencedor foi um jovem Bruce McLaren, que herdou a vitória na última volta após o carro de Jack Brabham ficar sem combustível. Mesmo assim, empurrando o carro, Brabham chegou em quarto e garantiu seu primeiro título mundial. O evento não fez grande sucesso, o que forçou os organizadores a mudarem de destino para o ano seguinte.
RIVERSIDE (1960)
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Sem divulgação promocional e com o campeonato decidido (o que fez vários carros não aparecerem, incluindo a Ferrari) o circuito de Riverside recebeu a F1 pela primeira e única vez em 1960. A vitória foi de Stirling Moss, pela Lotus. Com outro fracasso, lá foi os EUA procurar outro circuito que pudesse agradar os fãs e dar um bom retorno financeiro.
WATKINS GLEN (1961-1980)
Foto: ESPN
Foi o lugar nos EUA que mais recebeu a F1. Com o passar dos anos, o circuito foi se modificando, ficando mais lento, sobretudo depois de dois acidentes fatais consecutivos: o de François Cevert em 1973 e de Helmutt Koinigg em 1974. Watkins Glen é histórica para o automobilismo brasileiro porque foi lá, em 1970, que Emerson Fittipaldi venceu pela primeira vez na carreira (e, logicamente, a primeira vitória brasileira), o que deu o título póstumo para o parceiro de Lotus, Jochen Rindt. Com problemas financeiros, a pista saiu da F1 nos anos 1980.
LONG BEACH (1976-1983)
Foto: Auto Racing
Em 1976, ano da histórica disputa entre James Hunt e Niki Lauda, os Estados Unidos receberam duas etapas da F1 pela primeira vez. Além de Watkins Glen, o circuito de rua de Long Beach, na Califórnia, foi incorporado ao calendário, com a alcunha de Grande Prêmio do Oeste dos Estados Unidos. A ideia era transformar o evento em uma "Mônaco americana". Depois de oito provas, problemas financeiros e desentendimentos com Bernie Ecclestone, Long Beach saiu do calendário a partir de 1984. Também é um circuito histórico para o automobilismo brasileiro, pois foi lá que Nelson Piquet venceu pela primeira vez na carreira, com a Brabham, em 1980.
LAS VEGAS (1981-1982)
Foto: Pinterest
Com a saída de Watkins Glen em 1980, foi montado um circuito no estacionamento do hotel Caesar's Palace, realizando-se, assim, o GP de Las Vegas. Com um traçado ruim, um calor insuportável do deserto de Nevada e pouco público mesmo com a disputa de dois títulos (o de Piquet e de Keke Rosberg), o GP saiu do calendário rapidamente sem deixar saudades.
DETROIT (1982-1988)
Foto: Getty Images
Em 1982, um fato histórico: pela primeira (e única) vez, um país sediou três etapas em uma temporada: Long Beach, Las Vegas e o novo Grande Prêmio de Detroit. A capital do automóvel não poderia ficar de fora do circo. Os problemas eram os mesmos das outras pistas: traçado lento e chato, além da baixa aderência da pista. Apesar das reclamações, foram realizadas oito corridas por lá, com quatro vitórias brasileiras: uma de Nelson Piquet (1984) e três de Ayrton Senna (1986, 1987 e 1988), sendo a mais icônica a de 1986, quando Senna começou um ritual que virou marca registrada: agitar a bandeira brasileira após a bandeirada. A corrida foi realizada no dia seguinte a eliminação do Brasil na Copa do Mundo, diante da França, nos pênaltis.
DALLAS (1984)
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Um das corridas mais bisonhas da F1. 1984 foi a última vez que os EUA recebeu duas provas. Sem Watkins Glen e Las Vegas, foi realizada pela primeira (e única) vez o Grande Prêmio de Dallas. Com o calor de 40°C (e de 65°C na pista), o asfalto se partia com o passar dos carros. Diante disso, a corrida teve uma série de abandonos e a quebra da Lotus de Nigel Mansell, que desmaiou. Keke Rosberg, que correu com uma bolsa de gelo no capacete para tentar suportar o calor, venceu a prova, que nunca mais chegou perto de ter acontecido na F1 outra vez.
PHOENIX (1989-1991)
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Depois de nove anos, a F1 voltava a ser realizada oficialmente sob o nome de GP dos EUA. Outra vez, um circuito de rua chocho e sem apelo local nenhum. Phoenix recebeu a categoria apenas três vezes, onde teve duas vitórias de Senna (1990 e 1991) e uma de Prost (1989). O grande destaque foi o pega do tricampeão com o então estreante na categoria, um certo Jean Alesi, em 1990.
INDIANÁPOLIS (2000-2007)
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Depois de mais um fracasso, a F1 ficou quase uma década sem desembarcar na terra do Tio Sam. O retorno foi em 2000, no circuito misto em Indianápolis, logo na penúltima etapa do campeonato disputado entre Mika Hakkinen e Michael Schumacher. Fatos que podem ser destacados: A última vitória da carreira de Hakkinen em 2001, o "troco" de Rubinho em Schumacher em 2002, os dois graves acidentes de Ralf Schumacher no mesmo lugar (2004 e 2005), o que causou a vergonhosa corrida de seis carros e a primeira vitória da carreira de Lewis Hamilton em 2007. O fato ocorrido em 2005 praticamente acabou com a pouca popularidade que a F1 tinha nos EUA e o contrato não foi renovado.
A categoria só retornou para lá depois de cinco anos, em 2012, para a disputa em Austin, que segue até hoje no calendário. Será que o tal GP de Miami vai quebrar essa maldição americana ou será mais do mesmo?